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INFESTAÇÕES E PICADAS DE INSETOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL 
ALAN R F PAZ JÚNIOR 
PASSO FUNDO 2021 
 
INFESTAÇÕES E PICADAS DE INSETOS 
 
1. Escabiose: Doença altamente contagiosa causada pelo ácaro Sarcopts 
scabei var. hominis. O ácaro é um parasita obrigatório de seres humanos, que 
se dissemina em domicílios e vizinhanças onde há alta frequência de contato 
pessoal íntimo e compartilhamento de objetos. Cães e gatos podem ser 
infectados por organismos quase idênticos que eventualmente infectam 
humanos também. Nos dias de hoje a maioria dos casos ocorrem em 
indivíduos com higiene adequada, os quais tiveram contato íntimo com outros 
indivíduos contaminados, como crianças em idade escolar. Sinal 
patognomônico do doença é a identificação dos túneis escavados pelo ácaro 
no estrato córneo da pele, local onde deposita seus ovos (comumente locais 
quentes como os interdigitos, punhos, mama e abdômen). 
 
Histologicamente, fica localizado acima da derme e abaixo da camada 
córnea, andando por debaixo da pele e deixando rastros (túneis) por 
onde passa. A infestação ocorre quando um ácaro fêmea fertilizado atinge a 
superfície da pele e, em dentro de 1h, escava o túnel no estrato corneano. O 
ciclo de vida é de 30 dias e o túnel se estende por vários mm ou até alguns cm. 
O túnel só penetra afundo na derme nos casos de sarna norueguesa (idosos, 
imunocomprometidos e com milhares de ácaros). São postos 2 a 3 ovos por dia 
e as larvas eclodem deixando cascas de ovos nos tuneis e atingem a maturidade 
em 14-17 dias. O prurido intenso e generalizado só ocorre geralmente após o 
primeiro mês de infecção (20 ácaros). 
Uma reação de hipersensibilidade, e não de corpo estranho, pode ser 
responsável pelas lesões, o que pode adiar o reconhecimento dos sintomas da 
escabiose. Pode haver eosinofilia e títulos de IgE elevados no sangue periférico 
e os sintomas ocorrem muito mais rapidamente nas reinfecções por já ter o IgE 
ativado. 
A TRANSMISSÃO ocorre polo contato direto da pele com pessoa infectada. O 
ácaro pode sobreviver alguns dias em ambiente doméstico e até 7 dias em lâmina 
preparada com óleo mineral. O início é insidioso com sintomas inicialmente leves, 
atribuídos à picada de inseto ou a pele seca. A coçadura destrói os tuneis e 
remove os ácaros dando um alívio inicial. Os indivíduos permanecem confortáveis 
durante o dia, mas sofrem prurido à noite. 
“Prurido noturno é altamente sugestivo de escabiose” Prurido à noite 
+ familiares com mesmos sintomas = ESCABIOSE 
Lesões primárias: Túneis lineares, curvos ou em forma de S, presentes em 
punhos, interdigitos, lateral das mãos e pés, pênis e nádegas, palmas e plantas 
de lactentes. Vesículas e pápulas isoladas, puntiformes e cheias de material 
seroso e discretas. 
Lesões secundárias: Frequentemente dominam o quadro clínico, com infecção 
secundária ou pela coçadura. São erosões puntiformes, pústulas e nódulos (áreas 
cobertas como bolsa escrotal, nádegas, axilas e pênis). 
Distribuição: Interdigitos, punhos, superfície extensora dos joelhos e cotovelos, 
lateral das mãos e dos pés, axilas, nádegas, cintura, região genital, abdômen e 
tornozelo. Em adultos é difícil a ocorrência na face, mas podendo ocorrer em 
crianças. Lactentes: Mais frequente que em adultos e possuem lesões 
disseminadas, muitas vezes por retardar o tratamento. Pode ocorrer o 
acometimento da face e couro cabeludo. As lesões em palmas e plantas são 
muito características, assim como a eczematização e infecção secundária. 
Idosos: Poucas lesões cutâneas, mas muito prurido, a imunidade diminuída 
permite que os ácaros se multipliquem e sobrevivem em grandes números. Toda 
a população de um asilo pode ser infestada de uma única vez. O raspado de pele 
pode evidenciar grande número de ácaros. 
 
Sarna ou crosta norueguesa: Altamente contagiosa, o ácaro causa crostas 
palmo-plantares assintomáticas, escamas cinzentas e crostas espessas no tronco 
e nas extremidades. O prurido pode ser ausente ou até grave pela falta de 
imunidade. Atinge mais a população de imunodeprimidos, com doenças 
neurológicas, com distúrbios nutricionais e com demência senil. 
Diagnóstico: O diagnóstico deve ser clínico, desconfiado pelossinais ou 
sintomas e pela distribuição das lesões, além da identificação da existência dos 
túneis. A identificação dos túneis pode ser facilitada pelo uso de uma gota de 
óleo mineral sobre a pele (aumentando o contraste). Podem ser realizadas, 
também, investigações microscópicas de ácaros, ovos, ovos eclodidos ou cíbalas 
por meio de um raspado com lâmina 15 e análise microscópica da lâmina. 
Importante coletar em regiões que não tenham pápulas e vesículas, pois são 
locais que não contém os ovos. 
Tratamento: 
Feito com o uso da PERMETRINA 5%, sendo a droga de escolha para 
crianças. Deve-se reaplicar em 1 semana o creme ou a loção, aplicando em toda 
a superfície cutânea abaixo do pescoço e da face de crianças. Em escabioses 
recorrentes em idosos, deve-se aplicar da cabeça aos pés, cortar as unhas e 
aplicar a medicação vigorosamente com escova de dentes. Em adultos, deve-se 
lavar em 12h e em crianças em 8h. O prurido pode persistir após o ato, podendo 
ser utilizados lubrificantes suaves. 
Uso de IVERMECTINA é o antiparasitário de escolha para adultos, sendo 
uma droga com comprimidos de 6mg, com dose recomendada de 200-250 
microgramas/ kg, ou seja, 6mg para cada 30 kg. A resolução do prurido ocorre 
em média 48h após o tratamento. O tratamento é feito em um dia e se toma 
próxima dose em 7 dias após. 
O ENXOFRE PRECIPTADO a 6% (com variações de 5-10%) pode ser aplicado 
em todo o corpo abaixo do pescoço 1 ao dia por 3 dias e deve-se lavar 24h após 
a aplicação. Ponto ruim é que são cremes que sujam, possuem odor 
desagradável, mancham e causam ressecamento da pele 
▪ Medidas gerais para escabiose: Tratar todos os contatos, lavar todas 
as roupas de cama e de uso diário que foram utilizadas, passar todas as 
roupas com ferro quente, ensacar e isolar por 10 dias as cobertas, 
estofados ou itens que não podem ser lavados. 
2. Pediculose: 
Doença cuja transmissão ocorre por contato pessoal íntimo ou com objetos 
(pentes, lençóis e chapéus). Os animais de estimação não são vetores, assim 
como na escabiose, mas sim ectoparasitas que vivem sobre o corpo e que têm o 
homem como hospedeiro obrigatório. Sobrevivem fora do hospedeiro por 10 dias 
(adultos) a 3 semanas (ovos férteis-lêndeas). Há três tipos de piolhos que 
infestam os seres humanos, dentre eles: 
▪ Pediculus humanus var. capitis (piolho da cabeça): A coçadura causa uma 
inflamação que gera uma infecção bacteriana secundária com pústulas, 
crostas e adenopatia cervical. Esse piolho não transmite outra doença 
humana. 
▪ Pediculus humanus var. corporis (piolho do corpo): Traduz falta de 
higiene, comum em moradores de rua. 
▪ Phtirus púbis (piolho púbico/ chato): Considerado uma DST, mais 
prevalente, com risco de mais de 90% de infecção em um único contato 
e até 30% dos pacientes infestados têm outra DST associada. 
Tratamento: 
▪ PERMETRINA XAMPU: deixar agir por 10 min, com repetição em 7 dias. 
São cremes e condicionadores que revestem os cabelos e protegem. Não 
usar por 2 semanas após o tratamento e, antes de aplicar, lavar os cabelos 
com xampu para cabelos secos. 
▪ IVERMECTINA: 200mcg/kg e repetir em 10 dias. 
▪ SULFAMETOXAZOLTRIMETROPIM: para infestações graves e sem 
resposta aos outros tratamentos, usar de 12/12h por 3 dias. 
▪ REMOÇÃO DAS LÊNDEAS: remoção mecânica com pente molhado 30 
minutos por sessão 1x a cada 3 a 4 dias por várias semanas e continuar 2 
semanas após ter achado o ultimo piolho. 
3. Picadas de aranha: 
A picada pode não ser sentida no momento que ocorrer, mas pode evoluir com 
surgimento de dor localizada, edema, prurido, eritema, bolhas e necrose. A toxina 
da aranha marrom (Loxosceles sp.) causa necrose tecidual e a toxina da aranha 
viúvanegra (Latrodectus mactans)causa anormalidades neuro-musculares. 
▪ 3º dia: Formação de vesículas 
▪ 5º dia: Indícios de necrose 
▪ 10º dia: Necrose extensa 
A aranha marrom costuma viver em pilhas de lenhas, pedras ou até dentro de 
casas. O Rio Grande do Sul é uma área endêmica da espécie da aranha marrom. 
A grande maioria das lesões, contudo, são leves, podendo ser tratadas de modo 
conservador com bolsa de gelo, repouso, analgésicos. Toda lesão necrótica, por 
outro lado, deve se desbridada e o uso de Prednisona em casos graves e 
sistêmicos também está indicado, além de hidratação vigorosa. 
4. Picada de insetos: 
Também denominada urticária papulosa, causa uma reação de 
hipersensibilidade a picadas em crianças e, após sensibilização, as picadas 
subsequentes mostram pápulas urticariformes que coçam intensamente. As 
lesões cronicamente escoriadas podem durar meses e deixar cicatrizes brancas 
arredondadas. Há um fenômeno em crianças de que uma picada de inseto 
reativa todas as outras. 
▪ Pulgas: As picadas ocorrem em grupos, a maioria são lesões agrupadas 
ao redor dos tornozelos ou parte inferior das pernas. 
▪ Larva migrans: Deslocamento aleatório de larvas de ancilóstomos 
através da pele (vivem em intestino de cães e gatos). A história de 
exposição na praia é comum e o prurido é moderado a intenso. O 
tratamento é Tiabendazol 1,5g ou Albendazol 400mg

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