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11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 1/19 Conceitos e Técnicas de Programação da Produção Imagine que você tenha dez ordens de produção que precisam ser liberadas para serem produzidas, em cada ordem é um produto diferente e, consequentemente, uma sequência operacional diferente. Nesse momento, vários questionamentos podem surgir, entre eles: • Quais informações devem ser analisadas para fazer a liberação das ordens de produção? • Como avaliar a sequência em que cada produto será programado para posteriormente ser fabricado? • Qual é a melhor técnica para fazer a programação da produção? • Como avaliar a prioridade de produção? Para responder a essas perguntas, vamos abordar nesta aula os fatores que devem ser analisados para que você possa tomar a melhor decisão, a fim de organizar e programar as ordens de uma maneira eficiente e que traga resultados satisfatórios para a empresa. A ação de programação da produção está inserida no planejamento da produção, a indústria não pode parar, dessa forma, precisa de diretrizes para alcançar a meta proposta pela empresa, a fim de garantir que as restrições da produção sejam avaliadas bom como os custos produtivos sejam minimizados (MOREIRA, 2009). Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 2/19 O pensamento enxuto é uma forma de especificar valor, alinhar na melhor sequência as ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz. Fonte: Jones Womack (1998). De acordo com Tubino (2007), é função da programação da produção definir quanto e quando comprar, produzir, fabricar ou montar cada produto de acordo com as informações geradas no plano de produção (Figura 1). Figura 1: Etapas da programação da produção Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 3/19 Fonte: adaptado de Tubino (2007). Ainda segundo o autor, nesse momento, o setor de PCP irá organizar as ordens de fabricação avaliando também as ordens de compra e as ordens de montagem dos produtos levando em consideração as atividades a seguir Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 4/19 as ordens de compra e as ordens de montagem dos produtos, levando em consideração as atividades a seguir. • Administração dos estoques de matéria-prima. • Administração do estoque de produtos em processo e acabado. • Sequenciamento das ordens de produção (O.P.) que foram liberadas. • Emissão e liberação das ordens de compra, fabricação e montagem. Para Correa, Gianesi e Caon (2009), para que a programação da produção seja eficiente, deve ser observado o tipo de sistema produtivo adotado pela organização, a fim de utilizar a melhor técnica e obter os melhores resultados. Os tipos dos sistemas produtivos estão classificados em: a. Produção em massa No sistema de produção em massa, como indústrias de camisetas básicas brancas, por exemplo, têm como características produtos com alta uniformidade e altos volumes de produção, a programação deve se atentar à logística de abastecimento e distribuição, para manter um ritmo balanceado de trabalho no posto de trabalho (MOREIRA, 2009). b. Produção em lote No sistema de produção em lotes, onde estão inseridos, por exemplo, a indústria da moda, temos características de volume mediano de padronização de produtos, diferentes volumes, variedades de demandas e a sequência operacional dos produtos produzidos é dependente de operações anteriores, os operadores são polivalentes e o layout é flexível. Então, é de acordo com essas características que o PCP deve fazer a programação (TUBINO, 2007). Conforme Martins e Laugeni (2005), nesse tipo de sistema, podemos levar em consideração algumas regras de sequenciamento, entre elas: • PEPS: essa sigla quer dizer que será feita a programação das ordens obedecendo a sua ordem de chegada, ou seja, a primeira que entrar é a primeira a sair do processo. • Menor Tempo de Processamento (MTP): ou seja, será feito o sequenciamento dos lotes de acordo como tempo de processo especificado na ficha de operações, dessa forma, os produtos que tiverem menor tempo de produção serão produzidos primeiro. • Menor Data de Entrega (MDE): isso quer dizer que os lotes de produção serão programados e processados de acordo com o tempo estabelecido de entrega ao cliente. • Índice de Prioridade (IPI): nesse tipo de programação, os lotes serão processados de acordo com o índice de prioridade, ou seja, os clientes ou produtos que tiverem uma maior relevância para organização serão processados primeiro. • Índice Crítico (ICR): nessa modalidade, os lotes que tiverem um índice crítico, ou seja, os pedidos que tiverem um menor tempo para entrega ao cliente, analisando a data atual com a data de entrega, serão processados. • Índice de Falta (IFA): quer dizer que os lotes serão processados de acordo com as faltas do produto acabado em estoque, os produtos que estiverem em maior falta serão processados primeiramente. c. Produção sob encomenda Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 5/19 No sistema sob encomenda, por exemplo, produção de móveis planejados, a característica principal é o atendimento da demanda específica para um cliente. Provavelmente a produção desse produto não se repetirá, o foco, portanto, deve ser a capacidade produtiva, pois o lead time do processo é item fundamental de análise (CORREA; CORREA, 2007). d. Produção contínua Nos sistemas contínuos, por exemplo, a produção de petróleo, a característica principal é a alta uniformidade e alta demanda. O foco principal é a administração de estoques, item que não pode faltar em hipótese alguma, assim como a velocidade que será dada ao processo produtivo e o nível de automação do processo (CORREA; CORREA, 2009). Ainda sobre o sistema de produção em lotes, outro fator interessante a ser analisado, de acordo com Tubino (2007), é a forma com que as atividades devem ser executadas no chão de fábrica. Temos dois termos bastante utilizados para definir a maneira como ocorre essa movimentação. O primeiro é a programação empurrada. Segundo Shingo (1996), a programação empurrada é gerada analisando a necessidade dos produtos acabados que foram inseridas no plano mestre de produção, a partir dessa informação as ordens de fabricação são emitidas e sequenciadas, os postos de trabalho, conforme finalizam suas operações, enviam os lotes para as próximas etapas independentemente de estarem livres ou não. O segundo termo é a programação puxada. Nela, os lotes são dimensionados e sequenciados para os postos de trabalho, mas estes só iniciam um trabalho no momento que já finalizaram suas atividades, por isso, o nome programação puxada (SHINGO, 1996). Conforme Tubino (2007), o setor produtivo faz o uso de cartões Kanban disponibilizados nos postos de serviço. Esse cartão é utilizado como uma forma de comunicação entreos setores produtivos. Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 6/19 Quando se fala em puxar a produção significa dizer que as ordens de produção são ditadas pela demanda real dos clientes, ou seja, a indústria organiza sua produção de acordo com as vendas realizadas, produzindo-se em fluxo contínuo. Para Ferro (2002), isso permite inverter o fluxo produtivo, isto é, as empresas não mais empurram os produtos para o consumidor através de descontos ou promoções. O consumidor passa a puxar a produção, eliminando estoques e dando valor ao produto. Após a avaliação do tipo de sistema adotado no setor produtivo, os gestores de PCP já têm informações para conseguir fazer uma programação da produção de forma que atenda aos objetivos traçados no plano de produção e no plano mestre de produção. Segundo Moreira (2009), a finalidade de ser feita a programação da produção é garantir a qualidade do produto que foi vendido ao cliente, garantir a eficiência no setor produtivo, fazendo com que máquinas e pessoas trabalhem de forma satisfatória para redução dos estoques de matéria-prima e produto acabado, como também para a redução dos custos operacionais, buscando sempre a melhoria de atendimento ao cliente, procurando surpreendê-lo em cada recebimento dos seus produtos. A forma como o gestor da produção irá conduzir as ordens de produção é essencial para que a programação siga o plano da produção. Para saber mais a respeito da Programação Puxada e Programação Empurrada, acesse o link: <http://www.sobreadministracao.com/producao-puxada-e-empurrada-conceito-e-aplicacao/>. Atualmente as indústrias utilizam softwares que auxiliam nessa tomada de decisão, já que para fazer a programação da produção se faz necessário a comunicação entre diversos setores da indústria, entre eles, PCP, compras, almoxarifado e chão de fábrica. O número de setores que se consideram com estoques excessivos passou de quatro em abril para seis em maio, como mostra a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Dos 14 setores analisados, os que se avaliam como superestocados são os minerais não metálicos, mecânico, material de transporte, têxtil, mobiliário e vestuário e calçados. Em abril, material de transporte e mobiliário não faziam parte dessa lista. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,cresce-numero-de-setores-com-excesso- de-estoquediz-fgv,114049,0.htm>. Unidade 2 Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.sobreadministracao.com%2Fproducao-puxada-e-empurrada-conceito-e-aplicacao%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNErDRjziBd0UMwgvoYheeN-l7_Inw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Feconomia.estadao.com.br%2Fnoticias%2Feconomia%2Ccresce-numero-de-setores-com-excesso-de-estoquediz-fgv%2C114049%2C0.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGnxDqlNxJ_qd9YYgSxGkKUKisnJg https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 7/19 A programação e a organização da produção vêm ao encontro do conceito de produção enxuta, ou seja, o gestor trabalha com objetivo de eliminar as perdas do processo, garantindo maior eficiência do trabalho. De acordo com Shingo (1996), basicamente, os tipos de perdas estão representados na imagem a seguir (Figura 2). Os gestores devem pensar nessa fase com muito cuidado e observando fatores que podem influenciar na boa condução das atividades. Esses desperdícios se referem ao setor produtivo e devem ser considerados como pontos fundamentais para que a eficiência do processo seja mantida. Figura 2: Os sete desperdícios Fonte: Spinola (2012). Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 8/19 Sequenciamento da Programação da Produção O sequenciamento da programação da produção é o momento em que a equipe de PCP irá definir a prioridade das ordens de produção emitidas, analisando vários fatores, entre eles, tempo de produção, capacidade produtiva, lead time e prazo de entrega. Nesse momento, a troca de informações com o setor de chão de fábrica torna-se essencial. Imagine: qual a importância que deve ser dada para o sequenciamento das ordens de produção para que todo processo aconteça conforme o planejado? Nesta aula, iremos acompanhar informações interessantes a respeito dessa atividade no setor produtivo. O texto a seguir serve de base para aplicarmos essa questão. Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 9/19 Após a realização da etapa de programação da produção, os gestores precisam fazer o sequenciamento das ordens de fabricação. Nesse momento, também surgem alguns questionamentos, entre eles: • Qual lote será processado primeiro? • Como deve ser feita a escolha da ordem de prioridade? • Devem ser analisados os materiais, recursos ou lead time? • O balanceamento é o primeiro passo a ser realizado? As técnicas de sequenciamento das ordens de fabricação respondem esses questionamentos, garantindo agilidade e eficiência no processo produtivo. Segundo Moreira (2009), o sequenciamento das ordens de produção está relacionado à definição de prioridades para que as mesmas sejam liberadas para o setor produtivo, com objetivo de estabelecer a sequência dos processos bem como a eficiência desse processo. De acordo com Correa e Correa (2007), essa prioridade pode ser pensada nos seguintes aspectos: Características das ordens emitidas: um dos pontos a ser analisado é a data de entrega prometida ao cliente, cada ordem terá uma data que deve ser pensada. Outro fator a ser avaliado são os processos pelos quais cada produto irá passar ou se para alguma ordem já teve algum processo iniciado. O tempo de setup é muito importante para definição do sequenciamento bem como o maquinário necessário para fabricação dos produtos. Características dos recursos: as pessoas, máquinas e equipamentos não devem ser esquecidos e são fatores que influenciam diretamente no sequenciamento das ordens de produção, pois máquinas podem quebrar, funcionários podem faltar, o estoque das matérias-primas pode não estar correto e as ferramentas de trabalho podem não estar disponíveis no momento do uso efetivo. Características das operações: em termos de processos, devemos levar em consideração que problemas de qualidade podem ocorrer, ocasionando retrabalhos, o tempo da operação pode não estar coletado corretamente, em alguns processos se faz necessária a definição do tamanho do lote, gargalos devem ser considerados, assim como devem ser analisadas operações que demandam técnicos qualificados ou máquinas específicas para o seu processamento. De acordo com Martins e Laugeni (2005), no momento do emprego das regras de sequenciamento, algumas características importantes devem ser levadas em consideração: • Simplicidade: as regras devem ser simples e rápidas de entender e aplicar. • Transparência: a lógica por trás das regras deve estar clara, caso contrário, o usuário não verá sentido em aplicá-la. • Interatividade: deve facilitar a comunicação entre os agentes do processo produtivo.• Gerar prioridades palpáveis: as regras aplicadas devem gerar prioridades de fácil interpretação. • Facilitar o processo de avaliação: as regras de sequenciamento devem promover simultaneamente a programação e a avaliação de desempenho de utilização dos recursos produtivos. Segundo Tubino (2007), uma técnica que pode ser utilizada para fazer sequenciamento é a técnica de rede, conhecida como PERT/CPM O termo PERT (Program Evaluation Review Technique) se refere ao cálculo do prazo Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 10/19 conhecida como PERT/CPM. O termo PERT (Program Evaluation Review Technique) se refere ao cálculo do prazo de execução das atividades, e a palavra CPM (Critical Path Method) identifica o caminho crítico do processo. Setup é o processo de mudança da produção de um item para outro em uma mesma máquina ou equipamento que exija troca de ferramenta e/ou dispositivo. De acordo com Martins e Laugeni (2005), a representação da técnica PERT/CPM (Quadro 1) leva em consideração a sequência operacional do produto, os tempos de execução de cada atividade e a interdependência dessas atividades. Quadro 1 - Representação da rede PERT/CPM Fonte: Martins e Laugeni (2005). Essa representação da rede demonstra informações importantes para que os gestores consigam identificar os processos referentes a cada produto e avaliar corretamente a sequência de produção de cada ordem emitida. A representação gráfica da rede PERT/CPM (Figura 4) pode ser montada seguindo as dependências entre as etapas de fabricação e também o tempo de execução de cada processo, possibilitando assim o acompanhamento do caminho crítico, este caracterizado por não ter folgas entre o tempo de produção e o tempo de entrega da operação, dessa forma, a programação deve levar essas operações em consideração no momento do seu planejamento (HIRSCHFELD, 1973). Figura 3: Representação gráfica da rede PERT/CPM Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 11/19 Fonte: Martins e Laugeni (2005). Essa rede pode ser utilizada para visualizar de uma forma mais clara o caminho que a ordem de produção irá percorrer no chão de fábrica, bem como os tempos de início e fim de cada processo. O caminho crítico de uma sequência de processos é aquele que não tem folga para realização dos processos. Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 12/19 Outro método que pode ser utilizado na etapa de sequenciamento das ordens de fabricação é o balanceamento das linhas produtivas. O balanceamento demonstra, de forma objetiva, a ocupação de cada posto de trabalho e também a necessidade de pessoas e máquinas para realizar as operações de fabricação, com intuito de se ter uma produção constante, eliminando gargalos e tempos ociosos (TUBINO, 2007). O balanceamento leva em consideração que um conjunto de operadores e máquinas irá realizar um processo produtivo com rotina de operações padrão (ROP), com base em um tempo de ciclo (TC), esse tempo está relacionado à produção em um ritmo constante de produtos acabados em atendimento à demanda (D), levando em consideração o tempo disponível de trabalho (TD). Para fazer a avaliação do sequenciamento da produção, é estudada a ficha de processos do produto, analisado também a quantidade que pode ser produzida por hora de cada operação e a quantidade de produtos que realmente deverão ser produzidos a fim de utilizar com eficiência a estrutura produtiva. O PCP irá avaliar a ficha de operações dos produtos e posteriormente fará os cálculos necessários de produção (Figura 5). Produto 1: Quadro 2 – Ficha de Processos Fonte: Pappa (2013). Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 13/19 No caso do exemplo demonstrado no Quadro 2, temos 3 processos de fabricação referente a um determinado produto, após o cálculo da quantidade que se consegue produzir por hora do produto, aqui nesse exemplo simulamos que temos uma única máquina para cada processo e também 1 operador que opera essas 3 máquinas. Chegou-se à conclusão que podem ser produzidas 5,7 unidades do produto final em 1 hora de trabalho, como na indústria, para efeito de cálculo, adotamos o arredondamento, nesse caso 6 unidades do produto final em 1 hora de trabalho. Para se chegar ao cálculo de produção por hora de cada operação, basta dividir 1 hora = 60 minutos pelo tempo padrão da operação, ou seja, para primeira operação que apresenta um tempo Padrão de 2,20 minutos, fazemos o seguinte cálculo: Primeiro transformamos os segundos em minutos centesimais: 2min20seg. Dividimos 20 segundos/60 segundos => 20/60 = 0,33. Então o tempo padrão da operação A, será 2,33 min. Na sequência: 60 min/ 2,33 min = 25,75 operações/hora (arredonda para 26). Produção por hora do produto: 60min x 1 colaborador = 60 minutos disponíveis de trabalho em 1 hora. 60min/10,49 = 5,71 = 6 unidades por hora. Para chegar ao índice de balanceamento calcula-se a Produção por hora do produto/produção por hora da operação. Sendo: 6/26 = 0,23. Isso significa que na operação A, será utilizado 23% do tempo para a produção. Já em cada processo, analisando o tempo de produção têm-se quantidades diversas a serem produzidas por hora, mas do que adianta se, do primeiro processo, serem produzidas 26 unidades e, do segundo processo, serem produzidos 12, nesse caso teríamos estoque em processo, pois a capacidade da segunda operação é menor que o da primeira. Nesse caso, o balanceamento deve ser feito a fim de garantir que fiquem prontas, a cada hora, 6 unidade do produto, dessa forma, temos que organizar cada processo a fim de serem fabricadas também 6 unidades de cada um. O Balanceamento das linhas produtivas diz respeito à melhor organização e distribuição dos recursos humanos, máquinas e equipamentos no chão de fábrica, a fim de obter melhor dimensionamento do processo produtivo e melhor eficiência. Para saber mais a respeito de balanceamento de linhas, acesse o link: <http://www.rassis.com/artigos/Operacoes/Balanceamento.pdf>. Unidade 2 Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.rassis.com%2Fartigos%2FOperacoes%2FBalanceamento.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFn_SQE1ETup30zOpWF7EKfh1NL2Q https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 14/19 Assim é utilizado o balanceamento das linhas produtivas para sequenciar as rotinas e produzir uma quantidade de peças constantemente, sem ter estoque em processo e também sem ter pessoas ou máquinas ociosas. Sendo assim, o sequenciamento da programação das ordens de produção na indústria é um parâmetro para que o setor de chão de fábrica consiga estabelecer sua ordem de trabalho e, ao mesmo tempo, ser um trabalho eficiente. Benefícios da implementação do Trabalho Padronizado na ThyssenKrupp: • Reduçãodo WIP em 40%. • Redução da movimentação do operador em 1.500 m/dia. • Melhoria na produtividade em 9%. Disponível em: <http://www.lean.org.br/artigos/95/beneficios-daimplementacao-do-trabalho-padronizado-na- thyssenkrupp.aspx>. Administração de Estoques Unidade 2 Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.lean.org.br%2Fartigos%2F95%2Fbeneficios-daimplementacao-do-trabalho-padronizado-na-thyssenkrupp.aspx&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHpC1I4Ef38L3PmkzRhMN-At1_x6A https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 15/19 Quando falamos em estoque, logo vem a nossa mente a questão de custos; manter grandes quantidades em estoque significa dizer que o capital está parado na empresa, dessa forma, sua otimização é essencial para a boa saúde da organização. Por outro lado, imagine um supermercado, que, se não tiver produtos em estoque, irá causar perdas nas vendas e prejuízo para a empresa. • Mas, afinal, por que as empresas mantêm estoques? • Realmente isso é uma necessidade? • Os gestores estão preparados para sua administração? • O estoque é benéfico ou prejudicial? Esses são alguns questionamentos aos quais iremos responder no decorrer desta aula. O estoque é identificado nas organizações quando o recebimento de materiais, produtos em processo ou produtos acabados é superior a sua utilização ou é esgotado quando sua utilização é superior ao recebimento (KRAJEWSKI; RITZMAN; MALHOTRA, 2009). De acordo com Correa e Correa (2007), podemos classificar os estoques como sendo os de matérias-primas, material em processo, produtos acabados e materiais para manutenção, reparo e operação (Quadro 3). Quadro 3 – Classificação dos Tipos de Estoques Fonte: Pozo (2002); Martins e Alt (2000); Ballou (2001); Bowersox e Closs (2001). Nas indústrias, os estoques de matérias-primas estão localizados no setor de almoxarifado, que tem a responsabilidade de fazer as entradas e saídas do estoque e também o inventário dos produtos. O estoque em processo geralmente é encontrado no chão de fábrica, e o setor de PCP tem a responsabilidade de fazer seu acompanhamento e controle, já o estoque de produto acabado se encontra no setor de expedição. Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 16/19 Basicamente, nas nossas indústrias, encontramos os estoques de matérias-primas, produtos em processo e produto acabado. Segundo Correa, Gianesi e Caon (2009), nos anos 80, as empresas brasileiras tiveram uma influência das fábricas japonesas e aplicaram o conceito utilizado nessas indústrias de estoque zero. Esse conceito nos diz que as empresas devem manter os níveis de estoque em uma quantidade de forma a não parar sua produção. Uma confusão na aplicação dos conceitos, naquela época, gerou grandes confusões e atrasos em algumas indústrias, já que não tinham estoques no chão de fábrica e sofriam atrasos nas compras ou até mesmo na entrega por parte dos fornecedores. A realidade nas indústrias é diferente. Na maioria das vezes, quando feito um bom planejamento, não mantemos estoques zerados no nosso setor produtivo, e sim estoques de segurança de acordo com as análises de consumo realizado (MARTINS; LAUGENI, 2005). O estoque de segurança é estudado nas empresas de forma a manter um nível que não interfira nos custos financeiros e armazenagem e que proporcione o atendimento dos pedidos no prazo acordado com o cliente. A função dos estoques, de acordo com Zacarelli (1982), é manter o funcionamento das atividades produtivas, garantindo que as ordens de produção sejam finalizadas no tempo determinado e também que a empresa não fique ociosa por faltar estoque. Dessa forma, devem ser pensados, planejados e programados os estoques de materiais, produtos em processamento e produtos acabados. Sendo assim, a integração entre as áreas produtivas é fundamental, o almoxarifado controla as matérias-primas, o chão de fábrica controla e acompanha os produtos em processamento e a expedição controla o estoque dos produtos acabados, assim fornecem informações ao setor de PCP para que a programação da produção seja eficiente. A administração do estoque é tarefa árdua e contínua nas indústrias. Os gestores devem fazer o acompanhamento das rotinas para analisar informações confiáveis, dessa forma, Tubino (2007) identifica algumas razões para que os estoques sejam criados: • Garantir a independência entre as etapas produtivas: a manutenção de estoques de segurança tem como objetivo não deixar que processos sejam interrompidos devidos a fatores internos ou externos à organização, por exemplo, estoque de matéria-prima determina uma produção sem paradas quando o fornecedor atrasa uma entrega, o correto balanceamento no chão de fábrica mantendo estoques em processo garante o bom fluxo e andamento na fabricação dos itens; a mesma coisa acontece com os produtos acabados, a manutenção de estoques de segurança pode atender a uma demanda que não saiu conforme o previsto. • Permitir uma produção constante: visualizamos essa característica em produtos com demandas sazonais, por exemplo, ovos de páscoa; em certos períodos, mantém a produção para estoque e, no momento que acontecem as vendas, a empresa já possui os produtos para entregar, não alterando drasticamente o setor produtivo. • Possibilitar o uso de lotes econômicos: em alguns casos, as empresas aumentam o volume dos lotes produtivos para garantir menores custos do processo, por exemplo, alguns fornecedores estipulam lotes mínimos de Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 17/19 compras, dessa forma, as empresas compram uma quantidade excedente que a princípio não tem necessidade para garantir um maior desconto. Mas essa estratégia deve ser bem analisada, pois em alguns casos pode sobrar no estoque do almoxarifado. • Reduzir os lead times produtivos: o lead time é medido desde o recebimento do pedido até a entrega do produto acabado ao cliente, dessa maneira, quando a empresa mantém quantidades em estoque garante que esse prazo seja cumprido, pois não fica totalmente desprotegida frente aos imprevistos. • Utilizado como fator de segurança: como o próprio nome já diz, manter estoques em quantidades necessárias pode garantir que problemas que aconteçam internamente ou externamente à organização não influenciem gravemente na produção, problemas internos, como falta de colaboradores, quebras de máquinas e equipamentos, falta de energia, ou problemas externos, como atrasos de fornecedores e alteração na demanda prevista. • Obtenção de vantagens de preço: quando bem analisadas as quantidades que serão mantidas em estoque, pode ser utilizado como vantagem competitiva. Essa estratégia deve ser bem analisada pelas áreas de finanças, custo e produção. Da mesma forma que os estoques precisam ser criados e mantidos nas empresas, de acordo com Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009), existem pressões para manter estoques baixos, entre elas: custo de armazenamento, custo de capital, custo de manuseio, encargos, seguros e perdas. Assim, fica visível a necessidade de gerenciar esse item tão fundamental para os negócios da organização. Para facilitar o gerenciamento do estoque, os gestores avaliam alguns fatores importantes, entre eles podemos destacar autilização da técnica de ponto de reposição ou lote econômico, que, segundo Correa e Gianesi (1993), tem o seguinte funcionamento: Figura 4: Utilização da técnica de ponto de reposição ou lote econômico Fonte: Correa e Gianesi (1993). Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 18/19 Tubino (2007) ressalta que a avaliação desse lote econômico também leva em consideração os componentes de custos, basicamente três: • Custo direto: é aquele realizado no momento da compra do item. • Custo de preparação: são considerados os custos decorridos da compra do item ou da fabricação do item, que incluem os custos da mão de obra, custo da matéria-prima, custo de máquinas e equipamentos por produto produzido. • Custo de manutenção: são custos relacionados à manutenção desses estoques, por exemplo, custo de estocagem, movimentação dos itens no setor produtivo. Essa análise de custos também é feita no momento da definição das estratégias a serem seguidas no setor produtivo, definição essa construída no momento da realização do plano de produção. A empresa de produtos sustentáveis Nação Verde, de São Paulo, que tem lojas franqueadas e e-commerce, investiu em um software próprio para a administração do seu estoque. E já vê resultados. “Tivemos uma redução de custo na mão de obra. Isso representa uma economia de 20% sobre o faturamento mensal. Um bom software é um excelente investimento”, afirma Ricardo Cruz, sócio fundador da marca. Disponível em: <http://economia.terra.com.br/gerenciar-bem-estoque-pode-render-ate-20-de- economia,f36877561f66b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Unidade 2 Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Feconomia.terra.com.br%2Fgerenciar-bem-estoque-pode-render-ate-20-de-economia%2Cf36877561f66b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFmTPuqsfwLMlrrgzj_nxcwAZRquw https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 11/05/2021 Unidade 2 - Unidade 2 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/página-inicial/unidade-2?authuser=0 19/19 Pensando no gerenciamento do estoque, existem alguns modelos que podem ser utilizados e, de acordo com Moreira (2009), estão separados nas seguintes categorias: • Modelo baseado no ponto do pedido: nesse tipo de gestão, é estabelecida uma quantidade de itens em estoque, também chamada de ponto de reposição. Quando o estoque chega nessa quantidade preestabelecida é dado start ao processo de reposição desse item também em uma quantidade preestabelecida. Nesse caso, ocorre a comunicação entre os setores de PCP e compras a fim de iniciar o procedimento da compra do item. • Modelo baseado nas revisões periódicas: nesse tipo de modelo, a análise é feita na unidade de tempo, ou seja, enquanto o modelo anterior analisa a quantidade, esse analisa a demanda, o estoque, os descontos obtidos nos valores das compras e também nos transportes; nesse modelo, é estabelecido um período de tempo para serem feitas essas avaliações. • Modelo baseado no MRP: nesse tipo de análise, as informações são avaliadas de acordo com os dados inseridos em um sistema de gestão, ou seja, um software. Na década de 60, esses softwares que faziam a previsão de consumo de materiais eram conhecidos como MRP, e suas ferramentas evoluíram passando a ser conhecidas como ERP. A quantidade em estoque ou necessidade de compra é obtida a partir de análises da demanda de cada produto e também da análise da ficha técnica desses produtos, assim chegando-se a uma resposta com auxílio de sistemas de gestão. Diante dessas informações, fica visível a necessidade de ser controlado e gerenciado o estoque em nossas indústrias, lembrando sempre que um bom gerenciamento traz benefícios para toda organização. A administração do estoque é item avaliado em todas as etapas de planejamento, iniciando pelo estratégico, passando pelo tático e finalizando no operacional, por isso a importância desse item para gestão estratégica da produção. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD Unidade 2 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial/atividades?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/ppecdp2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0
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