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Bombardeio de Salvador - INTRODUÇÃO AO ENSINO DE HISTÓRIA

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Universidade do Estado da Bahia
Colegiado de História 1º Semestre
Docente: Charles D’Almeida Santana
Discente: Rafael Francisco Santos Pereira
O Bombardeio de 1912: O ano que Salvador entrou em guerra com o Brasil
Esse fato histórico ocorrido precisamente em 10 de janeiro de 1912 causa muito espanto para os soteropolitanos, o desconhecimento perante o assunto só reforça a negligência sobre a história local evidenciando a necessidade latente do resgate da importância desse fato que abalou não somente a cidade mais todo o país.
O bombardeiro não só causou destruição física na cidade, afetou também a moral política, desmascarando um sistema eleitoral “viciado” que prejudicava mudanças na politica baiana, beneficiando sempre uma classe enraizada na velha republica.
As fonte em destaque foi o jornal carioca Correio do Amanhã (1912) publicada no dia 15 de janeiro de 1912, Carla Bassanezi Pinsky, em seu livro Fontes Históricas(2005) a analise desse artigo impresso só foi possível devido a um acervo pessoal do próprio jornal, pois até os anos 1970 fontes como jornais e revistas não eram caracterizados como fontes históricas devido a sua simplicidade nos fatos, com isso houve uma grande perda de documentos em âmbito local, uma das poucas fontes achadas da época foi a matéria do jornal carioca descrevendo os fatos torna mais factual a despreocupação na preservação dos mesmos.
A segunda fonte utilizada foi o documentário “A Toponímia da Cidade de Salvador” (2008), é uma releitura do programa de rádio do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), realizado pelo historiador em 1975, e teve lançamento no dia 05 de dezembro de 2018, na Sala Walter da Silveira. Com esse vídeo temos o destaque do contexto da época para a criação da narrativa, uma cidade em modernização, as fontes tratadas nesse vídeos são recortes de filmagens antigas que foram juntadas através de acervos particulares levando em consideração a sua importância junto a narrativa, que é o ponto principal do documentário.
Em 10 de Janeiro de 1912, às 13h e 40 min, os canhões do Forte São Marcelo, em Salvador, voltaram-se contra a cidade que deveriam proteger e bombardearam impiedosamente a capital baiana, por cerca de quatro horas, a perversa ação militar foi autorizada pelo Marechal Hermes da Fonseca, então Presidente da República. Na Bahia, existia intensa disputa entre duas facções políticas, na época. Uma liderada pelo senador Ruy Barbosa, dominante, e outra por J. J. Seabra, ministro da Viação e Obras Públicas, apoiado pelo Presidente, em 1910, Ruy Barbosa concorreu à presidência em oposição ao gaúcho Hermes da Fonseca, o candidato governista, em 1911, Seabra lançou-se candidato ao Governo da Bahia. Ruy Barbosa alegava ser ele inelegível, de acordo com as regras da época. O governo federal exibia seu poder militar, desfilando navios de guerra na Baía de Todos os Santos. O comércio fechou, as linhas de bonde pararam e pessoas fugiram. Às 13h e 40 min os canhões do Forte São Marcelo dispararam dois tiros de pólvora seca, como aviso. O bombardeio real começou 20 minutos depois. O Forte de São Pedro e o Forte do Barbalho também atiraram para o Centro da cidade. O bombardeio continuou por cerca de quatro horas. Vários prédios históricos foram atingidos, incluindo o Palácio dos Governadores, a Câmara dos Deputados, o Theatro São João e a antiga Sé Primacial. A Biblioteca Pública, fundada em 1811, foi incendiada por granadas, destruindo inestimável documentação histórica e milhares de livros antigos.
O jornal O Paiz, em seu editorial de 19 de maio de 1912, escreveu:
O que espanta é como, depois do episodio bahiano, haja ainda quem apelle para o poder judiciário, na esperança de se garantir contra uma dominação militar. É de hontem a conducta innominavel do tribunal [Supremo Tribunal], dando braço forte ao executivo, nesse attentado á civilização humana, que foi o bombardeio da Bahia.(1912)
O país parou para testemunhar com espanto a situação no mínimo inusitada, uma disputa politica acirrada de poder entre o governo federal e o municipal, o jornal carioca Correio do Amanhã tratava o evento como uma vergonha nacional, um claro movimento do então presidente Hermes da Fonseca para desmoralizar o candidato Ruy Barbosa a sua oposição, pois o seu crescimento político se tornou ameaça direta nas próximas eleições.
Após o bombardeio o exército enfrentou a polícia militar e ocupou o Centro da Cidade. Vários civis envolveram-se no conflito e nos dias seguintes os enfrentamentos continuaram. Algumas pessoas morreram e muitas ficaram feridas, mas a quantidade é incerta. A ascensão de J. J. Seabra foi um ponto de inflexão na política baiana. Anteriormente, sob grande influência de Ruy Barbosa e sua campanha civilista. Seabra era populista e popular. Apoiou o bombardeio da cidade. Ele promoveu grande modernização do antigo Centro de Salvador, destruindo vários prédios e templos históricos, como a Igreja da Ajuda (1579), a Igreja de São Pedro, parte da Igreja do Rosário e da Igreja das Mercês, para a passagem dos bondes elétricos de uma companhia inglesa. Em 1913, o governador Seabra lançou a candidatura de Ruy Barbosa à Presidência da República, surpreendendo a quase todos. Em 1922, o ex-presidente Hermes da Fonseca foi preso, acusado de conspiração na Revolta do Forte de Copacabana.
Fontes: 
- A TOPONÍMIA da Cidade de Salvador. Direção de Carolina Canguçu. Intérpretes: Cid Teixeira. Salvador: Tve Ba, 2004. (33 min.), son., color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=A3uSVKEKAQY. Acesso em: 23 maio 2021.
- COSTA REGO (Rio de Janeiro). O bombardeio de São Salvador continua continua a impressionar vivamente a população: vergonha e humilhação. Correio do Amanhã. Rio de Janeiro, p. 1-1. 15 jan. 1912. Disponível em: http://memoria.bn.br/pdf/089842/per089842_1912_03832.pdf. Acesso em: 23 maio 2021.
- Careta (20/01/1912); CARONE, E. Republica Velha; PANG, E. Coronelismo; QUARESMA, M. Salvacionismo; SAMPAIO, C. Partidos.

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