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Planejamento Alimentar nos Ciclos da Vida

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Planejamento 
alimentar nos CiClos 
da Vida
Prof.a Isabela Maria Sell
Prof.a Jeruza Flores dos Santos
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.a Isabela Maria Sell
Prof.a Jeruza Flores dos Santos
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S467p
Sell, Isabela Maria
Planejamento alimentar nos ciclos da vida. / Isabela Maria Sell; Jeruza 
Flores dos Santos. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
282 p.; il.
ISBN 978-65-5663-546-0
ISBN Digital 978-65-5663-543-9
1. Planejamento alimentar. - Brasil. I. Santos, Jeruza Flores dos. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
aPresentação
Caro acadêmico, você está iniciando mais uma etapa de seu curso 
de nutrição. A formação acadêmica envolve a construção de conhecimento 
que possibilita ao futuro profissional desenvolver suas habilidades e 
competências para atuar com segurança, responsabilidade e senso crítico 
diante dos vários desafios desta profissão. 
Apresento a você mais uma disciplina que fará parte desta jornada e 
lhe dará subsídios para a aplicação na prática dos conhecimentos adquiridos 
através de conteúdos teóricos, vivências compartilhadas de exemplos reais e 
sugestões de fontes bibliográficas. 
Os conteúdos desta disciplina estão interligados e são indispensáveis 
como base para a prática do planejamento e prescrição nutricional. A 
identificação das necessidades nutricionais, tanto de energia como de 
nutrientes, e as recomendações nutricionais nas diferentes fases da vida, 
como pré-escolar, escolar, adultos e idosos são conhecimentos indispensáveis 
para o nutricionista fazer uma prescrição dietética adequada direcionada, 
seja na manutenção ou na melhora do estado nutricional. 
A partir deste aprendizado, o aluno estará preparado para seguir em 
frente na disciplina e aprender a planejar e elaborar cardápios para diferentes 
públicos em diferentes situações. 
As orientações nutricionais fazem parte da conduta nutricional 
tanto a nível individual como coletivo. É uma ferramenta muito útil para 
que informações sobre alimentação e nutrição cheguem ao maior número de 
pessoas possíveis ou mesmo favoreça o aprendizado sobre comer saudável 
para indivíduos que buscam a mudança no estilo de vida. Aprender a 
elaborar orientações de forma clara, objetiva e que tragam impacto positivo 
na saúde das pessoas faz parte da formação do estudante de nutrição. 
As dietas ocupam, atualmente, um espaço muito grande nas mídias 
de uma forma geral. Várias são indicadas de forma equivocada, por pessoas 
não habilitadas e trazem muitas dúvidas entre a população. Muitas delas 
não geram o resultado prometido, principalmente em relação à perda de 
peso e podem ser prejudiciais à saúde. Você terá oportunidade de aprender 
a identificar aquelas validadas e recomendadas por entidades de saúde 
competentes. 
O presente livro é composto por três unidades e cada uma contém 
três tópicos, nos quais os conteúdos estão organizados em uma sequência 
que proporcione a construção do conhecimento tendo como base os itens 
sugeridos pela ementa da disciplina. 
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Em cada unidade serão encontrados objetivos de aprendizagem, 
conteúdos, autoatividades, reflexões, recomendações e sugestões. Vamos 
desvendar esse mundo de possibilidades de aprendizado em nutrição, e dar 
andamento a sua formação profissional? 
Desejamos que você aproveite essa experiência da melhor forma 
possível!
Bons estudos!
Prof.a Isabela Maria Sell
Prof.a Jeruza Flores dos Santos
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO ........................................................................... 1
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS ............................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 GASTO ENERGÉTICO E NECESSIDADES ENERGÉTICAS ................................................... 5
2.1 GASTO ENERGÉTICO TOTAL .................................................................................................... 6
2.1.1 Gasto Energético Basal – GEB e de Repouso ..................................................................... 6
2.1.2 Efeito Térmico ou Termogênico dos Alimentos – ETA .................................................... 9
2.1.3 Gasto energético da atividade física – GEAF ................................................................... 10
2.2 ENERGIA X CALORIA ................................................................................................................ 10
2.2.1 Calorimetria Direta .............................................................................................................. 11
2.2.2 Calorimetria Indireta ........................................................................................................... 12
2.2.3 Água Duplamente Marcada – ADM ................................................................................. 12
3 EQUAÇÕES PARA CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS – 
ESTIMATIVAS DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS ......................................................... 13
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21
TÓPICO 2 — METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES .................................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS ................................................................................... 24
2.1DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS CARBOIDRATOS ................................................................ 32
2.2 ARMAZENAMENTO DA GLICOSE NA FORMA DE GLICOGÊNIO – GLICOGÊNESE .... 36
2.3 GLICONEOGÊNESE .................................................................................................................... 43
3 METABOLISMO DAS PROTEÍNAS ............................................................................................. 45
4 METABOLISMO DOS LIPÍDIOS .................................................................................................. 48
4.1 DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS LIPÍDIOS .............................................................................. 50
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 56
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E NUTRICIONAIS DE 
PRÉ-ESCOLARES, ESCOLARES, ADULTOS E IDOSOS................................... 59 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E NUTRICIONAIS NO PRÉ-ESCOLAR 
E ESCOLAR......................................................................................................................................... 60
3 CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E NUTRICIONAIS DO ADULTO E DO IDOSO ..... 68
3.1 ENVELHECIMENTO ................................................................................................................... 69
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 74
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 84
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 85
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 89
UNIDADE 2 — PRESCRIÇÃO DIETÉTICA, OBJETIVOS NUTRICIONAIS E 
ORIENTAÇÕES ALIMENTARES PARA INDIVÍDUOS SADIOS ........................95
TÓPICO 1 — DIETARY REFERENCE INTAKES – DRIs ............................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 97
2 APLICAÇÃO DAS DIETARY REFERENCE INTAKES NA RECOMENDAÇÃO DA 
INGESTÃO DE NUTRIENTES PARA INDIVÍDUOS E GRUPOS ......................................... 98
2.1 ASPÉCTOS HISTÓRICOS DAS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS ............................ 98
2.2 VALORES DE REFERÊNCIA DE INGESTÃO DE NUTRIENTES ..................................... 100
2.2.1 Definições de níveis de ingestão de nutrientes ............................................................ 100
2.2.2 Aplicação das DRIs em indivíduos ................................................................................. 103
2.2.3 Definição das AMDRs ....................................................................................................... 123
2.2.4 Requerimentos energéticos para manter e adequar o peso corporal ......................... 124
3 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O PLANEJAMENTO DE DIETAS 
NUTRICIONALMENTE ADEQUADAS .................................................................................... 125
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 130
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 131
TÓPICO 2 — OBJETIVOS NUTRICIONAIS E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO 
NUTRICIONAL ......................................................................................................... 133 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 133
2 GUIAS ALIMENTARES ................................................................................................................. 134
2.1 HISTÓRICO DOS GUIAS ALIMENTARES, DIRETRIZES ALIMENTARES: GUIA 
ALIMENTAR DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ..................................................................... 134
2.2 PIRAMIDE ALIMENTAR ......................................................................................................... 138
3 COMO DEFINIR OS OBJETIVOS NUTRICIONAIS ............................................................. 144
4 ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO NUTRICIONAL .......................................................... 145
5 DESAFIOS DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL .................................................................. 147
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 150
TÓPICO 3 —COMPORTAMENTO ALIMENTAR ...................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 151
2 ALTERAÇÕES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR ....................................................... 151
3 BASES FAMILIARES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR ........................................... 152
4 FATORES PSICOLÓGICOS E AFETIVOS DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR ...... 154
5 COMPONENTE BIOLÓGICO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR ........................... 156
6 FATORES COGNITIVOS DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR .................................... 160
7 FATORES ECONÔMICOS DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR .................................. 162
8 ESTRATÉGIAS EM EDUCAÇÃO NUTRICIONAL ................................................................. 163
8.1 PRINCÍPIOS PARA AS AÇÕES DE EAN ............................................................................... 164
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 169
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 176
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 179
UNIDADE 3 — ELABORAÇÃO DE CARDÁPIO CONVENCIONAL E NÃO 
CONVENCIONAL E DIETAS DA MODA ...................................................... 187
TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO ALIMENTAR E DE CARDÁPIOS CONVENCIONAIS ...... 189 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 189
2 GRUPOS DE ALIMENTOS, EQUIVALÊNCIAS E FONTES DE NUTRIENTES ............... 190
2.1 GRUPOS DE ALIMENTOS ....................................................................................................... 190
2.2 EQUIVALÊNCIAS E FONTES DE NUTRIENTES ................................................................ 191
3 PLANEJAMENTO QUALITATIVO, SEMIQUANTITATIVO E QUANTITATIVOS 
DE CARDÁPIOS ............................................................................................................................. 192
3.1 PLANEJAMENTO QUALITATIVO DE CARDÁPIOS .......................................................... 194
3.1.1 Proporção dos macronutrientes na composição do Valor Energético Total (VET) ..... 195
3.2 PLANEJAMENTO SEMIQUANTITATIVO DE CARDÁPIOS .............................................198
3.2.1 Planejamento alimentar na infância ............................................................................... 199
3.2.2 Planejamento alimentar na adolescência ........................................................................ 200
3.2.3 Planejamento alimentar no envelhecimento .................................................................. 201
3.3 PLANEJAMENTO QUANTITATIVO DE CARDÁPIOS ...................................................... 202
3.3.1 Refeições e Horários .......................................................................................................... 203
3.3.2 Quantidade ......................................................................................................................... 204
3.3.3 Tipo do alimento ................................................................................................................ 207
4 REGULAMENTAÇÃO PARA PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES ...... 209
5 PROGRAMAS PARA SUPLEMENTAÇÃO NAS DIFERENTES FASES DA VIDA .......... 210
5.1 APLICAÇÃO DE SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTARES. ................................................... 211
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 212
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 214
TÓPICO 2 — PLANEJAMENTO ALIMENTAR DE CARDÁPIOS NÃO 
CONVENCIONAIS E ORIENTAÇÕES ALIMENTARES EM 
SITUAÇÕES ESPECIAIS ......................................................................................... 217
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 217
2 CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS DIETAS NÃO CONVENCIONAIS .......... 218
3 DIETAS VEGETARIANAS ............................................................................................................ 220
3.1 PLANEJAMENTO ALIMENTAR PARA DIETAS VEGETARIANAS EQUILIBRADAS ...... 222
3.1.1 Energia macronutrientes nas dietas vegetarianas ........................................................ 223
3.1.2 Carboidratos ....................................................................................................................... 224
3.1.3 Lipídeos .............................................................................................................................. 224
3.1.4 Proteínas ............................................................................................................................. 226
3.2 FONTES VEGETAIS DE NUTRIENTES CRÍTICOS .............................................................. 227
3.2.1 Ferro .................................................................................................................................... 228
3.2.2 Zinco .................................................................................................................................... 230
3.2.3 Cálcio ................................................................................................................................... 231
3.2.4 Vitamina B12 (cobalamina) .............................................................................................. 232
3.2.5 Vitamina D .......................................................................................................................... 233
3.3 RECOMENDAÇÕES GERAIS ................................................................................................. 233
4 ORIENTAÇÕES PARA DOENÇA CELÍACA E INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN .............. 233
4.1 CARACTERIZAÇÃO E SINTOMAS DE INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN CELÍACA 
E NÃO CELÍACA........................................................................................................................ 235
5 ORIENTAÇÕES PARA INTOLERÂNCIA À LACTOSE ......................................................... 237
5.1 PRESCRIÇÃO DIETÉTICA NA INTOLERÂNCIA À LACTOSE ....................................... 238
6 ALERGIAS ALIMENTARES ......................................................................................................... 239
6.1 DIFERENÇAS ENTRE INTOLERÂNCIA E ALERGIA ALIMENTAR ............................... 239
6.2 PRESCRIÇÃO DIETÉTICA NAS ALERGIAS ALIMENTARES ........................................... 241
7 FODMAPS ........................................................................................................................................ 241
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 243
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 245
TÓPICO 3 — DIETAS DA MODA .................................................................................................. 247
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 247
2 CARACTERÍSTICAS DE DIETAS RESTRITIVAS ................................................................... 248
3 DIETA DA PROTEÍNA ................................................................................................................... 250
3.1 MECANISMO FISIOLÓGICO DO EMAGRECIMENTO NA DIETA DA PROTEÍNA ...... 250
3.2 ALIMENTOS CONSTITUINTES EM DIETAS CETOGÊNICAS ........................................ 252
4 ASPECTOS FISIOLÓGICOS E CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS DA DIETA 
LOW CARB ........................................................................................................................................ 255
5 ASPECTOS FISIOLÓGICOS E CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS DO JEJUM 
INTERMITENTE .............................................................................................................................. 258
5.1 O QUE DIZ O PARECER TÉCNICO N° 1/2019 SOBRE JEJUM INTERMITENTE ........... 259
6 DIETA ALCALINA .......................................................................................................................... 261
7 DIETAS COM USO DE SHAKES ................................................................................................. 261
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 264
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 273
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 275
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 277
1
UNIDADE 1 — 
METABOLISMO ENERGÉTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 definir	energia	do	ponto	de	vista	biológico;
•	 identificar	os	componentes	do	gasto	energético	total;
•	 citar	 os	 fatores	 que	 influenciam	 no	 gasto	 energético	 em	 repouso/taxa	
metabólica	basal;
•	 conhecer	 as	 equações	 disponíveis	 para	 cálculo	 das	 estimativas	 de	
necessidades	energéticas;
•	 aplicar	 as	 equações	 para	 o	 cálculo	 das	 estimativas	 de	 necessidades	
energéticas;
•	 descrever	as	etapas	do	metabolismo	dos	macronutrientes;
•	 identificar	 as	 características	 fisiológicas	 e	 nutricionais	 do	 pré-escola,	
escolar,	adultos	e	idosos.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	NECESSIDADES	ENERGÉTICAS
TÓPICO	2	–	METABOLISMO	DOS	MACRONUTRIENTES
TÓPICO	3	–	CARACTERÍSTICAS	FISIOLÓGICAS	E	NUTRICIONAIS	DE	
PRÉ-ESCOLARES,	ESCOLARES,	ADULTOS	E	IDOSOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilitea concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
NECESSIDADES ENERGÉTICAS
1 INTRODUÇÃO
A	 nutrição	 oferece	 muitas	 possibilidades	 para	 aplicabilidade	 dos	 muitos	
conhecimentos	 exigidos	 na	 formação	 do	 profissional	 nutricionista.	 Alguns	
desses	conhecimentos	são	bem	específicos	e	direcionados,	na	prática,	a	situações	
distintas	 e	 particulares	 dependendo	 de	 cada	 caso.	 Quando	 o	 assunto	 inclui	
o	 conhecimento	das	 necessidades	 energéticas,	 podemos	 afirmar	 que	 estamos	
diante	de	um	tópico	direta	ou	indiretamente	envolvido	em	quase	todas	as	áreas	
da	nutrição.
	Sabe	por	que	afirmamos	isso?	Acompanhe	o	raciocínio	a	seguir.	
Quando	 um	 nutricionista,	 que	 trabalha	 na	 gestão	 de	 uma	 unidade	
de	 alimentação	 e	 nutrição	 (UAN),	 precisa	 elaborar	 um	 cardápio,	 ele	 precisa	
saber	o	perfil	do	público	alvo	e	 ter	uma	 ideia	das	necessidades	médias	destes	
comensais.	 Ao	 atender	 um	 atleta,	 é	 fundamental	 que	 o	 nutricionista	 calcule	
suas	 necessidades	 energéticas	 para	 então	 propor	 um	 plano	 alimentar.	 Para	 o	
planejamento	 da	 merenda	 escolar,	 o	 profissional	 também	 deve	 conhecer	 as	
necessidades	energéticas	de	crianças	e	adolescentes.	Como	propor	uma	conduta	
nutricional	para	uma	gestante	sem	entender	que,	neste	caso,	o	gasto	energético	é	
influenciado	pelo	feto	e	anexos	embrionários?		
Conseguiu	 perceber	 a	 relevância	 deste	 tema?	 Que	 tal	 iniciarmos	 com	
uma	pergunta?		O	que	é	energia?	Uma	palavra	muito	usada	em	várias	áreas	de	
nossa	vida,	 incluindo	o	dia	a	dia	com	o	tocar	em	um	interruptor	para	acender	
uma	lâmpada,	dar	partida	em	um	carro,	observar	trovões	e	relâmpagos,	ligar	um	
celular,	enfim,	precisamos	de	algum	tipo	de	energia	para	quase	tudo	na	vida.
 
Nosso	foco	agora	é	energia	em	nutrição.		Para	a	base	deste	conhecimento,	
eis	o	conceito	clássico	de	energia,	a	qual	é	definida	como	a	capacidade	de	realizar	
trabalho.	O	Sol	é	a	 fonte	primária	de	energia	para	 todos	os	organismos	vivos.	
Tudo	começa	pela	fotossíntese	(Figura	1).		As	plantas	captam	a	luz	solar	através	
de	 suas	 folhas,	 a	 qual	 é	 transformada	 em	 energia	 química	 pela	 formação	 de	
glicose.	A	partir	deste	carboidrato	ocorre	a	síntese	dos	lipídios	e	das	proteínas.	
O	nitrogênio	 é	 retirado	do	 solo	 e	 incorporado	nas	moléculas	de	proteínas	das	
plantas.	Os	 animais	 obtêm	 energia	 através	 da	 ingestão	 das	 plantas	 e	 os	 seres	
humanos	 através	 da	 alimentação	 com	produtos	 vegetais	 e	 animais	 (MAHAN;	
ESCOTT-STUMP;	RAYMOND,	2012).
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
4
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO FOTOSSÍNTESE
FONTE: <http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/3/normal_485esquema_
da_fotossintese.jpg>. Acesso em: 11 mar. 2021.
Os	 seres	vivos	 retiram	energia	de	 fontes	 externas	para	 realizar	 reações	
que	 dependem	 desta	 energia.	 Como	 explicado	 anteriormente,	 os	 organismos	
fotossintéticos	obtêm	energia	através	da	conversão	de	energia	solar	em	energia	
química.	Os	animais,	incluindo	os	seres	humanos,	obtêm	energia	da	ingestão	de	
alimentos	e	através	do	catabolismo	dos	compostos	de	reserva	(BRINQUES,	2014).
Os	carboidratos,	 lipídios	e	proteínas	são	as	 fontes	de	energia	utilizadas	
pelo	 corpo	 humano	 e	 adquiridas	 pelos	 alimentos	 da	 dieta.	 O	 metabolismo	
energético	envolve	os	mecanismos	pelos	quais	a	energia	é	liberada	das	ligações	
químicas	dos	nutrientes.	
Os macronutrientes, carboidratos, lipídios e proteínas disponibilizam energia 
para o organismo. Os micronutrientes, como vitaminas e minerais, não disponibilizam 
energia diretamente para o organismo. Não possuem valor calórico, porém, muitos atuam 
como coenzimas nos mecanismos energéticos.
NOTA
OXIGÊNIO OXIGÊNIO
ESQUEMA DA FOTOSSÍNTESEESQUEMA DA FOTOSSÍNTESE
ÁGUA	+	SAIS	MINERAIS
GÁS	
CARBÔNICO
GLICOSE
ENERGIA	SOLAR
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
5
2 GASTO ENERGÉTICO E NECESSIDADES ENERGÉTICAS
O	corpo	humano	depende	de	energia	para	várias	 funções	que	 incluem	
manutenção	 dos	 tecidos	 corporais,	 atividade	 nervosas,	 manutenção	 da	
temperatura	corporal,	atividade	muscular,	atividade	enzimática,	entre	outras.	
Como	podemos	saber	qual	a	quantidade	de	energia	que	cada	organismo	
necessita?	 Para	 obtermos	 a	 resposta	 para	 esta	 pergunta,	 temos	 que	 aprender	
alguns	 conceitos	 importantes.	 Começaremos	 conversando	 sobre	 necessidades	
energéticas.	
Em	nutrição,	as	necessidades	energéticas	de	um	indivíduo	fazem	parte	de	
questões	básicas:
•	 Qual	a	quantidade	de	caloria	deve	ser	prescrita?
•	 A	ingestão	de	calorias	está	adequada?
•	 Como	deve	ser	a	distribuição	das	calorias	em	relação	aos	macronutrientes?
A	 quantidade	 de	 energia	 proveniente	 dos	 alimentos,	 necessária	 para	 o	
crescimento	ou	manutenção	de	indivíduos	de	acordo	com	a	idade,	sexo,	peso,	estatura	
e	grau	de	atividade	física,	constitui	o	que	chamamos	de	necessidades	energéticas.	
Em	 algumas	 fases	 da	 vida,	 como	 infância,	 gestantes	 e	 lactantes,	 as	
necessidades	 energéticas	 são	 incrementadas	 pela	 deposição	 de	 tecidos	 ou	 a	
lactogênese.	Na	presença	de	doenças	 as	necessidades	 energéticas	podem	estar	
aumentadas	ou	diminuídas,	decorrentes	da	alteração	do	gasto	energético.	
O	 peso	 corporal	 reflete	 na	 adequação	 ou	 não	 da	 oferta	 de	 energia	 de	
acordo	com	as	necessidades	energéticas.	Vale	ressaltar	que	o	peso	corporal	não	
é	um	indicador	qualitativo	da	ingestão	de	nutrientes	como	carboidratos,	lipídios	
e	proteínas	e	micronutrientes.	Um	indivíduo	pode	estar	com	o	peso	adequado,	
consumindo	 a	 quantidade	 de	 energia	 de	 acordo	 com	 suas	 necessidades,	 mas	
não	necessariamente	está	 ingerindo	quantidades	adequadas	de	cada	macro	ou	
micronutrientes.	
Para	 melhor	 entendimento	 da	 relação	 do	 peso	 corporal	 com	 as	
necessidades	energéticas,	vamos	considerar	o	balanço	energético.	Você	tem	ideia	
do	que	é	balanço	energético?	É	muito	relevante	você	entender	este	tema	para	a	
sua	formação.
Quando	 uma	 pessoa	 consome	 uma	 quantidade	 de	 energia,	 através	 da	
alimentação,	menor	do	que	suas	necessidades	energéticas,	ocorrerá	uma	perda	
de	peso.	Esse	déficit	de	energia	deverá	ser	compensado	através	da	utilização	das	
reservas	energéticas	corporais.	Isto	é	um	exemplo	de	balanço	energético	negativo.		
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
6
Já	 quando	 uma	 pessoa	 consome	 quantidades	 de	 energia	 maior	 do	
que	 suas	 necessidades	 ocorre	 um	 aumento	 no	 peso	 corporal.	 Neste	 caso,	 o	
excedente	de	energia	será	armazenado	nas	células	do	fígado	e	músculo	na	forma	
de	 glicogênio,	 e	 a	maior	 parte	 na	 forma	 de	 triglicerídeos	 no	 tecido	 adiposo,	
caracterizando	um	balanço	energético	positivo.	
Para	 que	 não	 ocorra	 nem	 ganho	 nem	perda	 de	 peso,	 é	 necessário	 que	
ocorra	um	balanço	energético	neutro,	quando	a	ingestão	de	energia	é	equivalente	
às	necessidades	energéticas.	
2.1 GASTO ENERGÉTICO TOTAL
Convidamos	 você	 a	 estudar	 o	 conteúdo	 que	 explica	minunciosamente	
os	 componentes	do	 gasto	 energético	 total	 (GET)	do	 organismo.	 	 É	 importante	
que	 você	 saiba	 que	GET	 é	 a	 quantidade	 de	 energia	 que	 um	 indivíduo	 utiliza	
durante	24	horas	 ininterruptas,	que	caracterizam	um	dia.	Os	três	componentes	
que	constituem	o	GET	são:
•	 Gasto	Energético	Basal	–	GEB	e	de	repouso.
•	 Efeito	térmico	dos	alimentos	–	ETA.
•	 Gasto	energético	da	atividade	física	–	GEAF.
2.1.1 Gasto Energético Basal – GEB e de Repouso
O	 gasto	 energético	 basal	 (GEB),	 ou	 taxa	 metabólica	 basal,	 consiste	 na	
quantidade	mínima	de	energia	que	uma	pessoa	gasta	de	acordo	com	seu	estilo	
de	vida.	É	a	quantidade	de	energia	utilizada	durante	24	horas,	com	o	indivíduo	
em	 repouso	 físico	 e	mental,	 em	 ambiente	 termo	neutro,	 isento	da	 ativação	de	
processos	geradores	de	 calor	 como,	por	 exemplo,	 calafrios.	 Para	medir	 o	GEB	
devem	ser	respeitadas	algumas	orientações:	o	indivíduo	não	deve	ter	realizado	
nenhuma	atividade	física	por	pelo	menos	10	horas	antes,	e	não	deveter	realizado	
nenhuma	ingestão	de	alimentos,	bebidas	ou	nicotina	nas	últimas	10	a	12	horas.
O	GEB	corresponde	a	maior	parte	do	GET,	aproximadamente	60	a	70%	e	
é	relativamente	constante.	
O	Gasto	Energético	de	Repouso	(GER)	refere-se	à	quantidade	de	energia	
gasta	em	todas	as	atividades	envolvidas	em	funções	corporais	normais	e	para	o	
alcance	da	homeostase	no	repouso.	Estão	incluídas	nessas	atividades:	respiração,	
circulação,	atividade	das	bombas	de	íons	localizadas	nas	membranas	celulares,	
síntese	 de	 compostos	 orgânicos	 e	 atividade	 do	 sistema	 nervoso	 central	 para	
manter	a	temperatura	corporal.	Outro	termo	utilizado	como	sinônimo	de	GER	é	
Taxa	Metabólica	de	Repouso	(TMR).
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
7
Para	a	medição	do	GEB,	 são	necessárias	 condições	ótimas	que	 incluem	
salas	ou	laboratórios	equipados	adequadamente.	É	raro	que	se	faça	na	prática	a	
medição	do	GEB,	assim	são	utilizadas	as	medidas	do	GER.	É	importante	salientar	
que,	na	maior	parte	dos	casos,	o	GER	é	10	a	20%	maior	que	o	GEB.	Para	o	cálculo	
do	 GER	 utilizam-se	 equações	 preditivas.	 Você	 irá	 aprender	 essas	 equações	
posteriormente,	nesta	unidade.	
Agora	que	você	 já	sabe	o	que	é	Gasto	Energético	em	Repouso,	 lhe	será	
apresentado	os	fatores	que	interferem	no	GER.	
A	idade	é	um	dos	fatores	que	influenciam	no	GER.	Durante	os	períodos	
em	que	a	velocidade	de	crescimento	é	maior,	como	no	primeiro	e	segundo	anos	de	
vida	o	GER	é	maior.		Nesta	fase,	ocorre	uma	taxa	aumentada	de	síntese	tecidual.
Para	você	ter	uma	ideia,	cada	grama	de	tecido	sintetizado	(incorporado	ao	
organismo)	são	necessárias	5	Kcal.	Desta	forma,	aproximadamente	15%	do	valor	
energético	dos	alimentos	consumidos	pelos	bebês	são	utilizados	na	formação	de	
novos	tecidos.	Com	o	passar	dos	anos,	as	necessidades	energéticas	para	esse	fim	
vão	 reduzindo,	 chegando	 à	 1%	 do	 gasto	 energético	 total	 (GET).	A	 composição	
corporal	é	um	dos	fatores	que	afetam	grandemente	no	GER.	A	massa	corporal	livre	
de	gordura	(MCLG)	tende	a	diminuir	com	o	avançar	da	idade.
Composição corporal corresponde à distribuição do tecido adiposo e muscular 
e a quantidade do peso total do corpo (MARTINS, 2009).
NOTA
Você	deve	estar	se	perguntando,	o	que	é	massa	corporal	livre	de	gordura?	
Para	melhor	elucidar	esse	conceito,	vejamos	rapidamente	o	modelo	de	composição	
corporal	de	dois	componentes	que	considera	o	corpo	dividido	em	massa	gorda	(MG)	
e	em	massa	corporal	livre	de	gordura	(MCLG).	
A	MG	corresponde	a	todos	os	lipídios	solúveis	em	solventes	encontrados	no	
tecido	adiposo	e	em	outros	tecidos	do	corpo.	A	MCLG	corresponde	a	todo	o	resto	do	
corpo	que	não	é	MG,	incluindo	água,	ossos,	músculos	e	demais	tecidos	sem	gordura.	 
A	 maioria	 dos	 tecidos	 metabolicamente	 ativos	 do	 corpo	 fazem	 parte	 da	 MCLG,	 
ocupam	a	maior	parte	do	GER	contribuindo	com	aproximadamente	80%.	
Quanto	maior	os	níveis	de	massa	muscular,	maior	o	GER.	Atletas	bem	
treinados	tendem	a	ter	uma	taxa	metabólica	basal	5%	maior,	quando	comparada	
a	não	atletas.	Na	idade	adulta,	ocorre	uma	redução	do	GER,	aproximadamente	1	
a	2%	por	quilograma	de	MCLG.	Um	dos	fatores	responsáveis	por	essa	redução	é	
a	redução	nos	níveis	de	massa	muscular.	
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
8
A prática de atividade física minimiza a diminuição do GER relacionado às 
taxas da MCLG em adultos e idosos.
ATENCAO
O	tamanho	corporal	influencia	no	GER.	Uma	maior	altura,	significa	área	
de	superfície	corporal	maior	e,	consequentemente,	uma	taxa	metabólica	maior.	
Existe	uma	correlação	entre	a	MCLG	e	tamanho	corporal	total.
As	 diferenças	 entre	 o	 GER	 relacionado	 ao	 sexo	 estão	 relacionadas	 a	
características	 do	 tamanho	 e	 composição	 corporal.	 No	 sexo	 feminino,	 é	 mais	
comum	taxas	de	massa	gorda	maiores	quando	comparadas	ao	sexo	masculino,	
que	também	contém	maior	massa	muscular.	
As	 mulheres	 apresentam	 taxa	 metabólicas	 de	 5	 a	 10%	 menores	 que	 os	
homens.	Como	no	envelhecimento	ocorre	uma	redução	da	massa	muscular	também	
em	homens,	essas	diferenças	ficam	menos	evidentes	com	o	avançar	da	idade.
Outro	 fator	que	modula	a	 taxa	metabólica	está	 relacionado	aos	hormônios.	
Os	hormônios	 tiroidianos	 têm,	 entre	outras	 funções,	 atuar	no	metabolismo	celular.	
Quando	 as	 taxas	 desses	 hormônios	 estão	 aumentadas	 no	 hipertireoidismo,	 o	
gasto	energético	aumenta.	Em	situações	em	que	ocorre	baixa	atividade	glandular	
e	as	taxas	hormonais	estão	diminuídas,	o	gasto	energético	é	menor.	Tal	situação	é	
denominada	de	hipotiroidismo.	
A	liberação	de	adrenalina	pelo	sistema	nervoso	simpático	em	situações	de	
estresse,	favorece	o	gasto	energético.	Durante	o	ciclo	menstrual	ocorre	variações	
na	 taxa	 metabólica	 das	 mulheres.	 Um	 pequeno	 aumento	 na	 taxa	 metabólica	
acontece	durante	a	fase	lútea.	
A	gestação	é	um	período	de	 intensa	síntese	de	tecido	fetal,	da	placenta	
e	 útero.	 Este	 fato,	 mais	 alterações	 fisiológicas,	 como	 aumento	 na	 frequência	
cardíaca,	provocam	uma	elevação	da	taxa	metabólica	basal.	
A	presença	de	algumas	patologias	provoca	uma	elevação	no	gasto	GEB,	
são	 as	 chamadas	 doenças	 hipermetabólicas.	 Alguns	 tipos	 de	 câncer,	 grandes	
queimaduras,	processos	inflamatórios	e	politraumatismos	são	alguns	exemplos.	
A	presença	de	febre	leva	a	uma	elevação	do	GER.	
De	 acordo	 com	 Dobratz	 et al.	 (2007),	 temperaturas	 ambientais	 muito	
frias	parecem	provocar	uma	elevação	no	gasto	metabólico,	porém,	depende	da	
quantidade	de	gordura	subcutânea	e	proteção	física	através	de	roupas.	
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
9
A	cafeína	é	estimulante	do	sistema	nervoso	central	(GUERRA	et al.,	2000).		É	
uma	metilxantina	que	provoca	aumento	no	metabolismo	 (HOFFMAN	 et al.,	 2006).	
O	 chá	 verde	 também	 tem	 sido	 estudado	 pelo	 efeito	 no	 gasto	 energético.	O	 álcool	
encontrado	nas	bebidas	também	provoca	elevações	no	GER.
Como	 você	 pode	 observar,	 vários	 são	 os	 elementos	 que	 podem	 
influenciar	no	GER.	Conhecer	todas	essas	particularidades	ajudam	o	profissional	
nutricionista	 a	 entender	 as	 necessidades	 energéticas	 dos	 indivíduos.	 Para	
complementar	esse	entendimento,	iremos	apresentar	o	efeito	termogênico	dos	
alimentos	e	a	influência	no	gasto	energético	total.	
2.1.2 Efeito Térmico ou Termogênico dos Alimentos – ETA
Você	 sabia	 que	 o	 próprio	 consumo	 de	 alimentos	 provoca	 um	
gasto	 energético?	 Sim,	 o	 ETA	 é	 justamente	 o	 aumento	 no	 gasto	 energético	
relacionado	 com	 a	 ingestão,	 digestão	 e	 absorção	 dos	 alimentos.	Consiste	 em	
aproximadamente	 10%	 do	 GET.	 Você	 poderá	 encontrar	 na	 literatura	 outros	
termos	para	ETA,	como	termogênese	induzida	pela	dieta,	efeito	específico	de	
alimento	ou	ação	dinâmica	específica	dos	alimentos.	
O	 ETA	 pode	 corresponder	 à	 termogênese	 obrigatória	 ou	 termogênese	
facultativa.	É	importante	diferenciar	os	dois	tipos:
•	 A	termogênese	obrigatória	consiste	na	energia	utilizada	para	digerir,	absorver,	
metabolizar	 os	 nutrientes,	 sintetizar	 e	 armazenar	 os	 carboidratos,	 lipídios	 e	
proteínas.	
•	 A	 termogênese	 facultativa,	 também	chamada	de	adaptativa,	 corresponde	ao	
excesso	de	 energia	necessária,	mais	do	que	 a	 termogênese	obrigatória,	 para	
todos	os	processos	envolvidos	da	ingestão	á	metabolização	dos	nutrientes.	
Algumas	 variações	 da	 dieta	 podem	 interferir	 no	 ETA	 desencadeando	
aumento	do	gasto	energético	após	a	ingestão	alimentar.	A	seguir,	você	encontra	
alguns	exemplos:
•	 Refeições	 com	 teores	 maiores	 de	 proteína	 aumentam	 mais	 o	 ETA	 quando	
comparadas	com	refeições	com	teores	maiores	de	lipídios.
•	 Alimentos	picantes	aumentam	o	ETA	e	prolongam	seu	efeito.	
•	 Alguns	 compostos	 bioativos	 encontrados	 em	 alimentos	 de	 origem	 vegetal,	
como	capsaicina	e	a	cafeína,	favorecem	a	oxidação	de	gorduras.
•	 Chás	 feitos	 a	 partir	 das	 folhas	 da	Caméllia sinensis,	 como	 o	 chá	 verde,	 chá	
preto,	chá	oolong são	citados	na	literatura	por	seus	efeitos	no	aumento	do	gasto	
energético.	
UNIDADE 1 — METABOLISMOENERGÉTICO
10
2.1.3 Gasto energético da atividade física – GEAF
Enfim,	 vamos	 estudar	 o	 componente	 mais	 variável	 do	 GET,	 o	 gasto	
energético	da	atividade	física	(GEAF),	que	engloba	tanto	as	atividades	físicas	do	
cotidiano	quanto	o	exercício	físico.	O	GEAF,	varia	entre	15	a	30%	do	GET	(MELO;	
TIRAPEGUI;	RIBEIRO,	2008).
Levine	 e	 Kotz	 (2005)	 referem-se	 à	 energia	 gasta	 com	 atividades	 do	
dia	a	dia	 como	 termogênese	por	atividade	não	exercício	 (TANE),	 e	a	energia	
gasta	durante	a	prática	de	exercícios	físicos	ou	esportes	como	termogênese	por	
atividade	(TA).	Nesse	contexto,	a	TANE	inclui	o	gasto	energético	no	trabalho	
diário,	atividades	de	lazer,	atividades	domésticas	e	até	mesmo	ficar	inquieto(a).	
A	 TA	 varia	 de	 indivíduo	 para	 indivíduo	 de	 acordo	 com	 o	 tamanho	
corporal	 e	 a	 eficiência	dos	movimentos	de	 cada	pessoa.	A	massa	muscular	do	
praticante	de	atividade	física	influencia	no	TA	de	forma	direta.	Quanto	maior	a	
atrofia	muscular,	maior	o	TA.	A	diminuição	da	MCLG	que	ocorre	com	a	idade	
parece	estar	relacionada	com	a	diminuição	da	TA	que	acontece	com	o	passar	dos	
anos.	O	consumo	excessivo	de	oxigênio	após	ao	exercício	é	influenciado	de	forma	
direta	pela	duração	e	magnitude	da	atividade	física.	Observa-se	o	aumento	da	
taxa	metabólica	mesmo	após	o	término	do	exercício.	
Antes	 de	 explorarmos	 como	 calcular	 as	 necessidades	 energéticas,	 vamos	
falar	um	pouco	das	unidades	utilizadas	para	medir	energia.	
2.2 ENERGIA X CALORIA
É	 certo	 que	 você	 e	 a	 maioria	 das	 pessoas	 estão	 acostumados	 a	 lerem	
e	ouvirem	o	 termo	caloria	quando	 se	 refere	 à	quantidade	de	 energia	gasta	ou	
que	 contém	nos	 alimentos.	Caloria	 é	 a	 unidade	padrão	para	medir	 energia.	 É	
a	 quantidade	 de	 energia	 na	 forma	 de	 calor	 necessária	 para	 elevar	 a	 1°	 C	 a	
temperatura	de	1	ml	de	água	de	14°	C	a	15°	C.	
O	 termo	 quilocaloria	 é	 utilizado	 na	 prática	 obedecendo	 essa	 mesma	
lógica,	 porque	 a	 quantidade	 de	 energia	 do	 metabolismo	 dos	 alimentos	 é	
considerada	 grande.	 Sendo	 assim,	 a	 quilocaloria	 referente	 à	 1000	 calorias	 é	
utilizada,	 na	prática,	 para	medir	 as	 calorias.	Convencionou-se	popularmente	
designar	quilocaloria	como	“Caloria”	com	“C”	maiúsculo	e,	de	 forma	oficial,	
quilocaloria	é	abreviada	por	“kcal”.		
Em	 outros	 países	 utiliza-se	medida	 de	 calorias	 em	 joule	 (J).	 Joule	mede	 a	
energia	na	 forma	de	 trabalho	mecânico.	Uma	kcal	equivale	a	4,184	quilojoules	 (kJ).	
Para	transformar	kcal	em	kJ,	você	deve	multiplicar	o	valor	em	kcal	por	4,184,	e	para	
transformar	kJ	em	kcal,	você	divide	por	4,184.	Observe	os	exemplos	a	seguir:
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
11
•	 Exemplo	1:	quantos	kJ	tem	20	kcal?
	 Resposta:	20	X	4,184	=	83,68	kJ
•	 Exemplo	2:	quantas	kcal	tem	100	kJ?
	 Resposta:	100	÷	4,184	=	23,90	kcal	
Você	já	aprendeu	sobre	os	componentes	do	gasto	energético	total	(GET).	
Talvez	você	esteja	 se	perguntando	como	obter	os	valore	do	GET	na	prática.	O	
nutricionista	 precisa	 ter	 essa	 informação	 para	 determinar	 as	 necessidades	
energéticas	de	seu	paciente,	por	exemplo,	e	com	isso	propor	um	plano	alimentar.	
Para	podermos	saber	quais	são	as	necessidades	energéticas	de	uma	pessoa,	temos	
que	saber	quanto	de	energia	ela	gasta	ao	dia.	
São	 vários	 os	métodos	 existentes	 para	medir	 o	 gasto	 energético	 humano.	
Serão	 apresentados,	 a	 seguir,	 de	 forma	 breve,	 alguns	métodos	 para	 que	 você	
tenha	conhecimento	de	como	é	possível	conhecer	tais	medidas.	Na	prática,	são	
usadas	equações	preditivas	de	necessidades	energéticas,	as	quais	serão	ensinadas	
posteriormente.
Acesse os links disponíveis a seguir, para aprimorar seus conhecimentos sobre 
o assunto: 
• https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000300013 
• https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302008000300005
DICAS
Entre	os	métodos	disponíveis	para	medir	o	gasto	energético	humano,	estão	a	
Calorimetria	Direta,	a	Calorimetria	indireta	e	Água	duplamente	marcada.
2.2.1 Calorimetria Direta
É	 um	 método	 que	 exige	 equipamentos	 altamente	 especializados	 e	
considerados	caros.	Tais	características	classificam-no	como	um	método	pouco	
disponível	para	a	população.	É	utilizado	mais	frequentemente	em	laboratórios	e	
para	situações	especiais.		A	calorimetria	direta	consiste	em	monitorar	o	indivíduo	
em	 uma	 sala	 calorimétrica	 com	 atividade	 física	 limitada.	 Os	 equipamentos	
monitoram	 a	 quantidade	 de	 calor	 produzido	 no	 interior	 do	 indivíduo.	 Este	
método	não	indica	o	tipo	de	combustível	que	está	sendo	utilizado	na	oxidação	
para	a	geração	do	calor.	Por	tratar-se	de	um	método	que	exige	ambiente	específico,	
não	reflete	as	condições	normais	de	gasto	energético	(IRETON-JONES,	2004).
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
12
2.2.2 Calorimetria Indireta
É	um	método	 que	 consiste	 na	 verificação	do	 consumo	de	 oxigênio	 e	 a	
produção	de	dióxido	de	carbono.	É	utilizado	a	equação	de	Weir	(1949)	e	o	valor	
do	quociente	respiratório	de	0,85	como	uma	constante	para	converter	o	consumo	
de	oxigênio	no	GER.	Trata-se	de	um	exame	simples	para	o	paciente	que	respira	
normalmente	em	um	medidor	em	frente	ao	rosto	(Figura	2).	
O	 indivíduo	deverá	 seguir	 alguns	protocolos	para	poder	 ser	 submetido	a	
esse	método.	Deverá	ficar	no	mínimo	5	horas	sem	se	alimentar;	evitar	cafeína	no	
mínimo	por	4	horas	antes	do	exame	e	não	fumar	e	não	consumir	bebidas	alcoólicas	
por	 no	mínimo	 2	 horas	 antes.	 Exercícios	moderados	 devem	 ser	 abolidos	 pelo	
menos	2	horas	antes	da	realização	e	para	exercício	de	resistência	vigorosa	deve	
ser	respeitado	o	período	mínimo	de	14	horas.	É	um	método	que	pode	ser	aplicado	
em	indivíduos	enfermos,	porém	dependendo	da	situação	do	paciente	algumas	
adaptações	são	necessárias.	
FIGURA 2 – EXEMPLO DE APARELHO PARA CALORIMETRIA INDIRETA
FONTE: <https://ntco.com.br/wp-content/uploads/2020/04/calorimetria-320x224.png>. 
Acesso em: 11 mar. 2021.
2.2.3 Água Duplamente Marcada – ADM
É	 a	 técnica	 para	medir	 o	GER	 considerada	 pela	 comunidade	 científica	
como	 padrão-ouro.	 Inclusive,	 a	 partir	 dos	 resultados	 obtidos	 com	 a	 aplicação	
desta	 técnica,	 cientistas	 criaram	 um	 banco	 de	 dados	 desde	 1982,	 quando	 o	 
método	foi	aplicado	pela	primeira	vez.	
A	partir	destes	dados	são	desenvolvidas	recomendações	sobre	 ingestão	
energética	 (IRETON-JONES,	 2004;	 SCAGLIUSI;	 LANCHA	 JUNIOR,	 2005).	
Basicamente,	 essa	 técnica	 é	 fundamentada	 no	 princípio	 de	 que	 a	 produção	
do	 dióxido	 de	 carbono	 é	 estimada	 pela	 diferença	 nas	 taxas	 de	 eliminação	 de	
hidrogênio	e	oxigênio	do	corpo.	
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
13
Para	 isso,	 o	 indivíduo	 testado	 ingere,	 por	via	 oral,	 água	 contendo	 isótopos	
estáveis	de	hidrogênio	 e	 oxigênio.	Os	 isótopos	 são	o	Óxido	deutério	 (²H2O)	 e	
oxigênio	18	(IRETON-JONES,	2004;	SCAGLIUSI;	LANCHA	JUNIOR,	2005).	Uma	
das	vantagens	deste	método	é	a	possibilidade	de	se	realizar	sem	necessidade	de	
confinamento,	e	a	pessoa	pode	manter	seu	cotidiano.	É	uma	técnica	mais	aplicável	
em	pesquisas,	pois	necessita	dos	isótopos	considerados	caros	e	um	especialista	
para	operar	os	instrumentos	utilizados.	
Agora	 que	 você	 já	 conheceu	 alguns	 métodos	 disponíveis	 para	 medir	
o	 GER,	 serão	 apresentadas	 a	 seguir	 as	 equações	 para	 a	 estimativa	 de	 gasto	
energético	em	repouso.
3 EQUAÇÕES PARA CÁLCULO DAS NECESSIDADES 
ENERGÉTICAS – ESTIMATIVAS DAS NECESSIDADES 
ENERGÉTICAS 
Várias	 equações	 surgiram	 através	 dos	 anos	 com	 o	 objetivo	 de	 estimar	
o	gasto	energético	em	repouso	–	GER.	A	estimativa	do	GER	calculada	através	
destas	equações	são	baseadas	na	calorimetria	indireta	(IRETON-JONES,	2004).	
A	mais	 antiga,	mais	 conhecidas	 e	mais	 usada	 até	 alguns	 anos	 atrás,	 a	
equação	de	Harris-Benedict	 (HARRIS;	BENEDICT,	1919),	a	qual	estima	o	GEB	
para	indivíduos	normais	ou	com	alguma	patologia.	
Alguns	 estudos	 sugerem	 que,	 entre	 outras	 equações,	 a	 de	 Harris-
Benedictpode	estimar	o	GER	em	até	20%.	Quando	comparada	com	a	calorimetria	
indireta,	 “o	 valor	 energético	 total	 fica	 superestimado	 em	 cerca	 de	 500	Kcal”	
(HINKELMANN	et al.,	2015,	p.	142).	
O	 gasto	 energético	 basal	 estimado	 pela	 equação	 de	Harris-Benedict	 para	
indivíduos	 doentes	 deve	 ser	 acrescido	 do	 fator	 injuria	 (Tabela	 2),	 fator	 atividade	
(Tabela	3),	 fator	 térmico	 (Tabela	4),	no	caso	da	presença	de	 febre.	As	variáveis	
utilizadas	são:	idade	em	anos,	altura	em	cm	e	peso	em	kg	(Tabela	1).
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
14
TABELA 1 – FÓRMULA DE HARRIS-BENEDICT PARA ESTIMATIVA DO GEB
FONTE: Adaptado de Marchini et al. (1998)
Homem 66,473	+	13,752	x	peso	(kg)	+	5,003	x	altura	(cm)	-	6,755	x	idade
Mulher 655,095	+	9,563	x	peso	(kg)	+	1,850	x	altura	(cm)	-	4,676	x	idade
TABELA 2 – VALORES UTILIZADOS COMO FATOR INJURIA EM ALGUMAS CONDIÇÕES CLÍNICAS
FONTE: Hinklemann (2015, p. 142-143)
Situação clínica Fator injuria
Diabetes 1,1
Pós-operatório Leve	–	1	a	1,5;	médio	–	1,05	a	1,1;	grande	–	1,1	a	1,25
Retocolite	ulcerativa	inespecífica	
e	doença	de	Crohn 1,3	a	1,75
Hepatopatia 1,2
Doença	renal	dialítica 1,2
Infecção Leve	–	1,1	a	1,2;	médio	–	1,2	a	1,4;	grave	–	1,4	a	1,8
Pequena	cirurgia 1,15	a	1,25
TABELA 3 – VALORES DO FATOR ATIVIDADE – PACIENTES DOENTES
FONTE: Hinklemann (2015, p. 143)
Nível de atividade Fator atividade
Acamado 1,2
Acamado	móvel 1,25
Deambulando 1,3
TABELA 4 – FATOR TÉRMICO
FONTE: Hinklemann (2015, p. 143)
Temperatura corporal Fator térmico
38°	C 1,1
39°	C 1,2
40°	C 1,3
41°	C 1,4
Quando	a	equação	de	Harris-Benedict	é	utilizada	para	adultos	saudáveis,	
multiplica-se	 o	GEB	 pelo	 fator	 atividade	 para	 determinar	 o	GET.	O	 exemplo	 a	
seguir	ilustra	o	cálculo	do	GEB.
Exemplo:	qual	o	GEB	de	uma	mulher,	30	anos,	170	cm,	72	kg?
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
15
•	 GEB	=	655	+	(9,6	x	72)	+	(1,7	X	170)	–	(4,6	X	30).
•	 GEB	=	655	+	691,2	+	289	–	138.
•	 GEB	=	1497,2	kcal/dia.
Além	da	equação	de	Harris-Benedict,	outras	equações,	como	de	Mifflin-St	
Jeor,	Penn-State	e	Ireton-Jones,	podem	ser	utilizadas	para	pessoas	com	alguma	
situação	especial.	
A	equação	para	calcular	o	GEB	proposta	por	Schofield	(1985)	considera	as	
variáveis	idade,	sexo	e	peso,	conforme	Tabela	5.
TABELA 5 – EQUAÇÃO DE SCHOLFIELD (1985)
FONTE: Pereira et al. (2008, p. 70)
Faixa Etária Homens Mulheres
3-10 (0,085	x	P+	2,033)	x	239 (0,063	X	P	+	2,466)	x	239
10-18 (0,056	x	P	+	2,898)	x	239 (0,056	x	P	+	2,898)	x	239
18-30 (0,062	x	P	2,036)	x	239 (0,062	x	P	+	2,036)	x	239
30-60 (0,034	x	P	+	3,538)	x	239 (0,034	x	P	+	3,538)	x	239
Onde	P	é	peso	corporal	atual.
O	exemplo	a	seguir	mostra	o	cálculo	do	GEB	do	mesmo	exemplo	usada	
para	a	equação	de	Harris-Benedict	(1919).
Exemplo:	mulher,	30	anos,	170	cm,	72	kg.
•	 GEB	=	(0,034	x	72	+	3,538)	x	239.
•	 GEB	=	5,986	x	239.
•	 GEB	=	1431	Kcal.	
A	equação	proposta	pela	FAO/OMS/UNU	(1985)	para	o	cálculo	do	GEB,	
utiliza	as	mesmas	variáveis	de	Scholfield	 (1985),	 idade,	 sexo	e	o	peso	corporal	
(Tabela	6).
TABELA 6 – EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DO GEB FAO/OMS/UNU (1985)
FONTE: Pereira et al. (2008, p. 70)
Faixa etária - anos Homens Mulheres
0-3 60,9	X	P	-	54 61	x	P	–	51
3-10 22,7	X	P	+495 22,5	X	P	+	499
10-18 17,5	X	P	+	651 12,2	X	P	+	746
18-30 15,3	X	P	+	679 14,7	X	P	+	469
30-60 11,6	X	P	+	879 8,7	X	P	+	829
>60 13,5	X	P	+	487 10,5	X	P	+	569
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
16
A	FAO/OMS/UNU	propõem	uma	classificação	de	estilo	de	vida	em	relação	
à	 intensidade	 da	 atividade	 física	 habitual.	Após	 o	 cálculo	 do	 GEB,	 é	 necessário	
multiplicar	pelo	fator	atividade	baseado	nesta	classificação	(Tabela	7).
TABELA 7 – CLASSIFICAÇÃO DO ESTILO DE VIDA DE ACORDO COM O NÍVEL ATIVIDADE 
FÍSICA HABITUAL (OMS/FAO)
FONTE: Adaptado de Carvalho et al. (2012)
Categoria NAF
Estilo	de	vida	sedentário	ou	atividades	leves 1,40	a	1,69
Estilo	de	vida	ativo	ou	moderadamente	ativo 1,70	a	1,99
Estilo	de	vida	intenso	ou	intensamente	ativo 2	a	2,40
Quais	são	as	atividades	que	correspondem	a	cada	nível	de	atividade	física	
–	NAF	proposto	pela	FAO/OMS/UNU	(1985)?
•	 Para	estilo	de	vida	sedentário	ou	atividades	leves:	indivíduos	que	passam	a	maioria	
do	 dia	 sentados	 em	 atividades	 de	 trabalho	 ou	 de	 lazer	 que	 requerem	 pouco	
movimento.	Atividades	que	requerem	movimento	são	raramente	praticadas.	
•	 Para	estilo	de	vida	ativo	ou	moderadamente	ativo:	indivíduos	com	atividades	
diárias	que	gastam	mais	energia	do	que	os	de	estilo	de	vida	sedentário	como,	
por	exemplo,	pessoas	que	trabalham	em	construção	de	casa	ou	trabalhadores	
rurais	ou	indivíduos	com	atividades	diárias	semelhantes	às	do	estilo	de	vida	
sedentário,	mas	que	costumam	praticar	uma	hora	de	exercícios	por	dia	como	
ciclismo,	corrida,	natação,	dança	ou	outra	atividade	aeróbica.	
•	 Para	estilo	de	vida	intenso	ou	intensamente	ativo:	indivíduos	com	atividades	diárias	
que	gastam	mais	energia	do	que	aqueles	com	estilo	de	vida	moderadamente	ativo	
como,	por	exemplo,	as	pessoas	com	trabalhos	em	que	carregam	artigos	pesados	ou	
indivíduos	que	praticam	maios	de	duas	horas	diárias	de	exercícios	como	ciclismo,	
corrida,	natação,	dança	ou	outra	atividade	aeróbica.	
O	Instituto	de	Medicina	(IOM	–	Institute of Medicine),	a	National Academy 
of Sciences	 e	 a Food and Nutrition Board,	 juntamente	 com	 Health	 Canada	
estabeleceram	 as	 necessidades	 estimadas	 de	 energia	 (NEE)	 para	 gestantes,	
lactantes,	bebês,	crianças,	homens	e	mulheres	adultas.	
No	que	consiste	as	NEE?		
As	NEE	 correspondem	a	 ingestão	média	de	 energia	 dietética	 estimada	
para	manter	 o	 equilíbrio	 energético	 em	um	 adulto	 saudável	 com	 idade,	 sexo,	
peso	 e	 estatura	 definidos	 e	 com	 grau	 de	 atividade	 física	 compatível	 com	 boa	
saúde	 (IOM,	 2002;	 2005).	 Para	 gestantes,	 crianças	 e	 lactantes,	 a	NEE	 inclui	 as	
necessidades	energéticas	associadas	à	deposição	de	tecidos	ou	à	secreção	de	leite	
em	taxas	compatíveis	com	uma	boa	saúde	(IOM,	2002;	2005).
 
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
17
O	termo	“Necessidades	estimadas	de	energia”	(NEE)	também	é	conhecido	
como	Estimativa	de	necessidade	 energética,	 uma	 tradução	do	 inglês	Estimated 
Energy Requiriment (EER).	 Essas	 equações	 foram	 desenvolvidas	 tanto	 para	
indivíduos	com	o	índice	de	massa	corporal	adequado,	como	para	pré-obesos	e	
obesos	(FISBERG	et al.,	2005).
As	equações	da	NEE	propostas	pelo	IOM	(2005)	são	divididas	por	fases	
da	vida:
•	 NEE	para	 lactentes	 e	 crianças	 de	 0	 a	 2	 anos:	 são	 indicadas	 para	 lactentes	 e	
crianças	que	estejam	dentro	do	percentil	3-97	do	índice	Peso	para	Estatura.	
•	 NEE	para	meninos	de	3	a	8	anos:	são	indicadas	para	crianças	e	adolescentes	
que	estejam	dentro	do	percentil	5-85	para	o	IMC.
•	 NEE	para	meninos	de	9	a	18	anos:	são	indicadas	para	crianças	e	adolescentes	
que	estejam	dentro	do	percentil	5-85	para	o	IMC.
•	 NEE	para	meninas	de	3	a	8	anos:	são	indicadas	para	crianças	e	adolescentes	
que	estejam	dentro	do	percentil	5-85	para	o	IMC.
•	 NEE	para	meninas	de	9	a	18	anos:	são	indicadas	para	crianças	e	adolescentes	
que	estejam	dentro	do	percentil	5-85	para	o	IMC.
•	 NEE	para	meninos	de	19	anos	e	mais	velhos:	são	indicadas	para	indivíduos	do	
sexo	masculino,	dentro	desta	faixa	etária,	que	estejam	com	o	IMC	entre	18,5	a	
25	kg/m².
•	 NEE	para	meninas	de	19	anos	e	mais	velhos:	são	indicadas	para	indivíduos	do	
sexo	feminino,	dentro	desta	faixa,	etária	que	estejam	com	o	IMC	entre	18,5	a	25	
kg/m².
•	 NEE	para	gestante:	utiliza-se	a	equação	para	a	idade	e	adiciona-se	a	deposição	
de	energia	durante	a	gravidez:
◦	 14	a	18	anos:
-	 1°	trimestre	–	NEE	em	adolescentes	+	o	(deposição	de	energia	durante	a	
gestação);
-	 2°	trimestre	–	NEE	em	adolescente	+	160	kcal	(8	kcal/semana	X	20	semanas)	
+	180	Kcal;
-	 3°	trimestre	–	NEE	em	adolescente	+	272	kcal	(8	kcal/semana	X	34	semanas)	
+	180	kcal.
◦	 19	a	50	anos:
-	 1°	 trimestre	 –	 NEE	 em	 adultos	 +	 o	 (deposição	 de	 energia	 durante	 a	
gestação);
-	 2°	trimestre	–	NEE	em	adultos+	160	kcal	(8	kcal/semana	1X	20	semanas)	+	
180	kcal;
-	 3°	 trimestre	 –	 NEE	 em	 adolescente	 +	 272	 kcal	 (8	 kcal/semana	 1	 X	 34	
semanas)	+	180	kcal.
•	 NEE	para	mulheres	lactantes:	utiliza	a	equação	para	a	idade	mais	produção	de	
energia	pelo	leite	menos	perda	de	peso:
◦	 14	a	18	anos:
-	 Primeiros	6	meses	–	NEE	em	adolescentes	+	500	kcal	–	170	kcal;
-	 Segundos	6	meses	–	NEE	em	adolescentes	+	400	kcal	–	0	(zero)	kcal.
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
18
◦	 19	a	50	anos:
-	 Primeiros	6	meses	–	NEE	em	adultos	+	500	kcal	–	70	kcal;
-	 Segundos	6	meses	–	NEE	em	adultos	+	400	kcal	–	0	(zero)	kcal.
Como	 as	 necessidades	 energéticas	 para	 gestantes,	 lactantes,	 lactentes,	
crianças	 e	 adolescentes	 são	estudadas	 com	detalhes	na	disciplina	de	 conteúdo	
direcionado	para	nutrição	materno	infantil,	vamos	focar	na	equação	da	NEE	para	
adultos	(com	19	anos	ou	mais).		
Como	 você	 pode	 observar	 na	 Tabela	 8,	 a	 equação	 para	 o	 cálculo	 das	
NEE	utiliza	as	variáveis	idade,	peso,	estatura,	sexo	(as	equações	para	homens	e	
mulheres	são	diferentes)	e	o	coeficiente	de	atividade	física	(CAF).	O	CAF	varia	de	
acordo	com	o	nível	de	atividade	física	(NAF)	(IOM,	2005)	em:
 
•	 Sedentário.
•	 Baixo	ativo.
•	 Ativo.
•	 Muito	ativo.	
Os	valores	do	CAF,	de	acordo	com	NAF	proposto	pelo	IOM	(2005),	são:
•	 Para	homens:
◦	 CAF-	1	para	sedentário.
◦	 CAF-	1,11	para	baixo	ativo.
◦	 CAF-	1,25	para	ativo.
◦	 CAF-	1,48	para	muito	ativo.
•	 Para	mulheres:
◦	 CAF-	1	para	sedentário.
◦	 CAF-	1,12	para	baixo	ativo.
◦	 CAF-	1,27	para	ativo.
◦	 CAF-	1,45	para	muito	ativo.
As	atividades	físicas	relacionadas	ao	CAF	são	(IOM,	2005):	
•	 Sedentário:	 	 trabalhos	 domésticos	 de	 esforço	 leve	 a	moderado,	 caminhadas	
para	atividades	relacionadas	com	o	cotidiano,	ficar	sentado	por	várias	horas.	
•	 Pouco	ativo/Baixo	ativo:		caminhadas	(6,4	km/h),	além	das	mesmas	atividades	
relacionadas	ao	nível	sedentário.	
•	 Ativo:	 ginástica	 aeróbica,	 corrida,	 natação,	 jogar	 tênis,	 além	 das	 mesmas	
atividades	relacionadas	ao	nível	sedentário.	
•	 Muito	 ativo:	 ciclismo	 de	 intensidade	moderada,	 corrida,	 pular	 corda,	 jogar	
tênis,	além	das	mesmas	atividades	relacionadas	ao	nível	sedentário.
TÓPICO 1 — NECESSIDADES ENERGÉTICAS
19
TABELA 8 – EQUAÇÕES PARA O CÁLCULO DAS NECESSIDADES ESTIMADAS DE ENERGIA – 
NEE, PROPOSTA PELAS DRI, DE ENERGIA PARA HOMENS E MULHERES COM IDADE 
SUPERIOR A 19 ANOS.
FONTE: Adaptado de IOM (2005)
Homens > 19 anos
NEE=	662	–	(9,53	X	Idade)	+	CAF	X	(15,91	X	Peso	[kg]	+	539,6	x	Estatura	[m])
Mulheres > 19 anos
NEE=	354	–	(6,91	X	Idade)	+	CAF	X	(9,36	X	Peso	[kg]	+	726	x	Estatura	[m])
Hora	de	colocar	em	prática	o	cálculo	das	NEE	através	de	um	exemplo.	
Exemplo:	homem	de	23	anos,	com	1,73	m,	74	kg	de	peso	corporal.	O	IMC	
deste	homem	é	de	24,72	kg/m²,	ele	está	eutrófico,	O	NAF	dele	é	de	baixo	ativo,	
assim,	o	CAF	é	de	1,11.	Quais	as	NEE	deste	homem?
Resposta:	
NEE	=	662	–	(9,53	X	Idade)	+	CAF	X	(15,91	X	Peso	[Kg]	+	539,6	x	Estatura	[m])
NEE	=	662	–	(9,53	X	23)	+	1,11	X	(15,91	X	74+	539,6	X	1,73)
NEE	=	622-	219,19	+	1,11	X	(1.177,34	+	933,508)
NEE	=	622	–	219,19	+	1,11	X	2110,848
NEE	=	622	–	219,19	+	2343,04
NEE	=	402,81	+	2343,04
NEE	=	2745,85	Kcal
20
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	fonte	de	energia	básica	para	os	seres	vivos	é	o	Sol.
•	 O	nutricionista	deverá	estar	apto	para	verificar,	através	de	equações	preditivas,	
as	necessidades	energéticas	de	indivíduos	em	diferentes	situações.
•	 O	gasto	energético	 total	é	composto	pelo	gasto	energético	em	repouso,	pelo	
efeito	termogênico	dos	alimentos	e	pelo	gasto	com	atividade	física.
•	 Vários	fatores	influenciam	no	gasto	energético	em	repouso.
•	 Existem	vários	métodos	para	medir	o	gasto	energético	de	um	indivíduo.
•	 Existem	equações	para	calcular	a	estimativa	do	gasto	energético	total.
RESUMO DO TÓPICO 1
21
AUTOATIVIDADE
1	 Vários	 métodos	 foram	 desenvolvidos	 para	 determinar	 a	 quantidade	 de	
energia	que	uma	pessoa	gasta	durante	um	período,	geralmente,	de	24	horas	
em	repouso.	Poucos	destes	métodos	são	utilizados	na	prática	clínica	para	
definir	as	necessidades	energéticas.	Os	nutricionistas	utilizam	as	equações	
desenvolvidas	através,	principalmente,	do	método	de	calorimetria	indireta,	
que	predizem	as	necessidades	energéticas	diárias.	Sobre	o	exposto,	analise	
as	seguintes	afirmativas:
I-	 O	 método	 da	 calorimetria	 direta,	 é	 considerado	 caro	 e	 de	 difícil	
aplicabilidade,	pois	exige	ambiente	específico	e	preparado	para	determinar	
o	gasto	energético	em	repouso.
II-	 A	técnica	desenvolvida	para	medir	o	gasto	energético	em	repouso,	considerado	
como	padrão-ouro,	 e	utilizado	para	determinar	 recomendações	de	 ingestão	
calórica,	é	denominada	de	água	duplamente	marcada
III-	A	 técnica	 de	 calorimetria	 indireta	 foi	 desenvolvida	 para	 determinar	 o	
gasto	energético	total,	considerando	o	efeito	termogênico	dos	alimentos	e	
o	gasto	com	atividade	física.
IV-	O	 método	 de	 calorimetria	 indireta	 tem	 como	 vantagem	 o	 fato	 de	 o	
indivíduo	não	precisar	frequentar	salas	especializadas.
V-	 O	método	de	calorimetria	indireta	é	baseado	no	consumo	de	oxigênio	e	
produção	de	CO2.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	Somente	as	afirmativas	I,	III	e	V	são	verdadeiras.
b)	(			)	Somente	as	afirmativas	II	e	III	são	verdadeiras.
c)	 (			)	Somente	as	afirmativas	I,	IV	e	V	são	verdadeiras.
d)	(			)	Somente	as	afirmativas	I,	II	e	V	são	verdadeiras.	
2	 Toda	 pessoa	 necessita	 de	 energia	 para	 viver.	 As	 células	 necessitam	
constantemente	de	energia	para	desempenhar	suas	funções.	A	quantidade	
total	 de	 energia	 utilizada	 por	 dia	 é	 composta	 por	 vários	 componentes.	
Sobre	o	exposto,	analise	as	seguintes	afirmativas:
I-	 O	gasto	 energético	 em	 repouso	 é	 o	maior	 componente	do	gasto	 energético	
total	(GET).	Inclui	a	energia	gasta	em	atividades	fisiológicas	como	respiração,	
circulação,	atividade	enzimática	e	síntese	de	compostos	orgânicos.
II-	 O	efeito	termogênico	dos	alimentos	corresponde	a	cerca	de	40%	do	GET.
III-	O	mais	variável	componente	do	GET	é	o	gasto	com	atividade	física.
IV-	Uma	das	 equações	para	 calcular	 o	 gasto	 energético	 em	 repouso	 é	 a	da	
FAO/OMS/UNU.	As	variáveis	consideradas	por	essa	equação	são	idade,	
sexo	e	peso	corporal.	
V-	 A	equação	de	Schofield	para	o	cálculo	do	gasto	energético	basal	–	GEB,	
considera	somente	as	variáveis	sexo	e	peso.	
22
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	Somente	as	afirmativas	I,	II	e	V	são	verdadeiras.
b)	(			)	Somente	as	afirmativas	II,	III,	IV	e	V	são	verdadeiras.
c)	 (			)	Somente	a	afirmativa	III	é	verdadeira.
d)	(			)	Somente	a	afirmativa	I,	III,	IV	e	V	são	verdadeiras.
3	 O	Gasto	Energético	de	Repouso	(GER)	refere-se	à	quantidade	de	energia	
gasta	 em	 todas	 as	 atividades	 envolvidas	 em	 funções	 corporais	 normais	
e	 para	 o	 alcance	 da	 homeostase	 no	 repouso.	 Estão	 incluídos	 entre	 essas	
atividades	 a	 respiração,	 a	 circulação,	 atividade	 das	 bombas	 de	 íons	
localizadas	 nas	 membranas	 celulares,	 síntese	 de	 compostos	 orgânicos	 e	
atividade	do	sistema	nervoso	central	para	manter	a	temperatura	corporal.	
Outro	termo	utilizado	com	sinônimo	de	GER	é	Taxa	Metabólica	de	Repouso	
(TMR).	Sobre	o	exposto,	analise	as	seguintes	afirmativas:	
I-	 Vários	são	os	fatores	que	influenciam	no	GER.	A	composição	corporal	é	
um	deles,	quanto	maior	a	quantidade	de	massa	muscular,	maior	o	GER.	O	
músculo	é	um	tecido	metabolicamente	mais	ativo	quando	comparado	com	
o	tecido	adiposo.	
II-	 A	presença	de	febre	reduz	a	taxa	metabólica	em	repouso.
III-	O	aumento	nas	taxas	dos	hormônios	tiroidianos	reduz	a	taxa	metabólica	
em	repouso	em	aproximadamente	30%	do	normal.
IV-	Com	 o	 avançar	 da	 idade	 ocorre	 uma	 redução	 da	 taxa	 metabólica	 em	
repouso.	Idosos	gastam	menos	energia	em	repouso	quando	comparados	
com	indivíduos	jovens.	
V-	 O	 tamanho	 corporal	 não	 influencia	 diretamente	 no	 gasto	 energético	
em	 repouso.	Não	existe	diferença	na	 taxa	metabólica	 em	 repouso	entre	
pessoas	altas	e	pessoas	de	baixaestatura.	
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	Somente	as	afirmativas	I,	II,	IV	e	V	são	verdadeiras.
b)	(			)	Somente	as	afirmativas	I	e	IV	são	verdadeiras.
c)	 (			)	Somente	as	afirmativas	I,	III,	IV	e	V	são	verdadeiras.
d)	(			)	Todas	as	afirmativas	são	verdadeiras.
4	 Como	 você	 aprendeu	 neste	 tópico	 da	 Unidade	 1,	 o	 gasto	 de	 energia	 total	
pelo	organismo	e	o	consumo	de	energia	através	da	alimentação	determinam	
o	balanço	energético.	Explique	o	significado	de	balanço	energético	negativo	
relacionado	ao	metabolismo	energético	de	uma	pessoa	adulta	e	sua	principal	
consequência.	
23
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES
1 INTRODUÇÃO
No	Tópico	1	desta	unidade,	você	aprendeu	sobre	o	gasto	e	necessidades	
energéticas	do	corpo	humano.	Neste	tópico,	você	irá	aprender	sobre	o	metabolismo	
dos	 macronutrientes,	 carboidratos,	 proteínas	 e	 lipídios,	 suas	 funções	 e	 os	
processos	envolvidos	na	obtenção	de	energia	para	o	organismo	humano.	
É	 fundamental	 para	 o	 futuro	 nutricionista	 ter	 plena	 compreensão	
da	 função	 dos	 nutrientes	 no	 funcionamento	 do	 corpo	 humano,	 incluindo	 os	
mecanismos	 envolvidos	 na	 disponibilidade	 de	 energia	 para	 a	 execução	 das	
atividades	celulares,	dos	órgãos	e	sistemas,	seja	para	a	sobrevivência	ou	para	as	
atividades	físicas	envolvidas	no	dia	a	dia.	
A	 partir	 deste	 conhecimento,	 será	 possível	 compreender	 a	 relação	 da	
alimentação	e	o	funcionamento	adequado	do	organismo,	envolvendo	crescimento	
e	desenvolvimento,	reparo	e	manutenção	de	tecidos	e	preservação	e	recuperação	
da	saúde.	
Antes	de	iniciarmos	nossos	estudos	do	metabolismo	dos	macronutrientes,	
vamos	relembrar	alguns	conceitos	relevantes	que	servem	de	base	para	a	formação	
de	 todo	 este	 conhecimento.	 Iniciaremos	 com	 a	 definição	 de	 alimentos.	 Você,	
acadêmico	do	curso	de	nutrição,	sabe	definir	alimentos?	
Os	 alimentos	 incluem	 todas	 as	 substâncias	 sólidas	 e	 líquidas	 que,	 ao	
serem	disponibilizadas	ao	trato	digestivo,	passam	por	processos	de	degradação	
chamados	 de	 digestão,	 que	 disponibilizam	 para	 o	 organismo	 substâncias	
denominadas	de	nutrientes.	
E	o	que	realmente	são	nutrientes?	Nutrientes	são,	justamente,	as	substâncias	
químicas	disponibilizadas	através	da	digestão	dos	alimentos	e	absorvidas	pelo	
trato	 gastrointestinal.	Após	 a	 absorção,	 os	 nutrientes	 são	 distribuídos	 para	 as	
células	 do	 corpo	 humano	 para	 desempenharem	 várias	 funções,	 incluindo	 a	
disponibilidade	de	energia.	
Como	você	já	deve	ter	lido	ou	ouvido,	os	nutrientes	são	classificados	em	
macronutrientes	e	micronutrientes.	
24
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
Os	macronutrientes	 são	aqueles	que	nosso	organismo	necessita	 em	maior	
quantidade,	sendo	o	grama	(g)	a	unidade	de	recomendação	mais	utilizada.	Além	
de	várias	outras	 funções,	 os	macronutrientes	 têm	uma	característica	 específica	
de	 serem	 fontes	de	 energia	para	o	organismo.	Os	macronutrientes	 incluem	os	
carboidratos,	proteínas	e	lipídios.	
Embora	os	micronutrientes,	os	quais	incluem	as	vitaminas	e	minerais,	serem	
essenciais	ao	 funcionamento	adequado	do	organismo,	 eles	não	disponibilizam	
energia	de	forma	direta.	Muitos	atuam	no	metabolismo	energético	atuando	como	
cofatores	enzimáticos,	por	exemplo.	O	nosso	organismo	não	necessita	de	grandes	
quantidades	de	micronutrientes,	as	unidades	de	recomendação	são	geralmente	
miligramas	ou	microgramas.
Agora	que	já	relembramos	um	pouco	das	definições	básicas	em	nutrição	
humana,	 vamos	 iniciar	 nossos	 estudos	 do	 metabolismo	 dos	 macronutrientes.	
Espero	 que	 você,	 acadêmico,	 aproveite	 todas	 as	 informações	 a	 seguir	 e	 as	
transforme	em	conhecimento.	
2 METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS
Atualmente,	 a	 palavra	 carboidrato	 se	 tornou,	 de	 uma	 certa	 forma,	
“popular”.	Aparece	 em	várias	mídias,	 redes	 sociais,	 blogs,	 revistas	 impressas,	
entre	 outras.	Na	maioria	 das	 vezes,	 a	 referência	 feita	 aos	 carboidratos,	 nesses	
meios	de	comunicação,	principalmente	por	leigos,	é	negativa.	
Veremos	que,	de	acordo	com	a	 literatura	científica,	os	carboidratos	 têm	
fundamental	 importância	no	nosso	metabolismo,	e,	no	final	deste	 tópico,	você	
deverá	 ter	 condições	 de	 pontuar	 as	 funções	 dos	 carboidratos	 no	 organismo,	
entender	a	importância	deste	macronutriente	como	fonte	de	energia	e	estar	apto	
a	identificar	o	que	são	mitos	e	verdades	sobre	esse	tema.
Que	tal	se	tornar	um	bom	conhecedor	dos	carboidratos?	Vamos	começar	
sobre	a	origem	dos	carboidratos	na	dieta	humana?	
No	início	desta	unidade,	lá	no	Tópico	1,	quando	foi	iniciado	a	explanação	
sobre	energia,	 foi	explicado	o	papel	do	Sol	e	da	fotossíntese	como	fonte	básica	
de	 energia	 para	 os	 seres	 humanos.	 Lembra?	 A	 formação	 dos	 carboidratos	
depende	desse	processo,	 e	 são	produzidos	pelos	vegetais.	Desta	 forma,	 são	os	
macronutrientes	mais	abundantes	na	natureza.	
A	partir	 da	década	de	 1970,	muitas	novas	descobertas	 sobre	 carboidratos	
surgiram,	 graças	 ao	 desenvolvimento	 de	 técnicas	 avançadas	 como	 eletroforese,	
espectrometria	e	cromatografia.	
TÓPICO 2 — METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES
25
Você sabia que existe um novo ramo da ciência denominado de Glicobiologia, 
que foca seus estudos nos carboidratos?
INTERESSA
NTE
Sarda	e	Giuntini	(2013)	definiram	carboidratos	como	um	grupo	variado	
de	substâncias	que	apresentam	propriedades	físicas,	químicas	e	fisiológicas	bem	
peculiares.	
Os	 carboidratos,	 além	 de	 serem	 compostos	 encontrados	 nos	 vegetais	
e	 terem	 função	 nutricional	 tanto	 para	 humanos	 como	 para	 animais,	 também	
ocupam	funções	extranutricionais,	como	as	fibras	de	folhas	de	papel,	através	da	
celulose;	 fazer	parte	do	exoesqueleto	de	crustáceos;	e	 componentes	estruturais	
das	paredes	celulares	de	plantas	e	microrganismos.	
A	 glicose	 é	 a	 fonte	 de	 energia	 principal	 para	 todas	 as	 células	 dos	
mamíferos.	 O	 catabolismo	 dos	 carboidratos	 libera	 energia	 química	 para	 a	
formação	 do	ATP.	 	A	 contribuição	 calórica	 dos	 carboidratos	 é	 de	 4	 kcal	 por	
grama	(PANSANI,	2016,	p	25).	
Vale	ressaltar	que,	além	da	importante	função	energética	dos	carboidratos	
que	iremos	explorar	adiante,	este	composto	químico	também	tem	outras	variadas	
funções.	 Um	 exemplo	 é	 a	 heparina,	 substância	 anticoagulante	 e	 antitrombótica	
muito	utilizada	na	medicina	(POMIN;	MOURAS,	2006).
Além	da	glicose	encontrada	na	corrente	sanguínea,	armazenada	na	forma	
de	 glicogênio,	 também	 é	 encontrado	 carboidrato	 na	 estrutura	 do	 organismo	na	
forma	de	glicocálix	ou	glicocálice.	Trata-se	de	um	envoltório	externo	à	membrana	
plasmática	presente	em	células	animais	e	de	alguns	protozoários.	O	glicocálix,	é	
formado	pela	associação	de	carboidrato	e	proteína	e	de	carboidrato	e	lipídio.	
Quimicamente,	os	carboidratos	são	compostos	de	carbono,	hidrogênio	e	
oxigênio,	em	uma	proporção	de	C:O:H2.	Isto	significa	que,	para	cada	átomo	de	
carbono,	tem	um	átomo	de	oxigênio	e	dois	átomos	de	hidrogênio	(GALLAGHER,	
2012).	Tal	proporção	sugere	que	os	carboidratos	apresentam	um	carbono	ligado	
à	água	–	hidratado.	
O	cérebro	e	as	hemácias	utilizam	exclusivamente	a	glicose	como	fonte	de	
energia.	O	organismo	tem	mecanismos	para	manter	o	suprimento	de	glicose	de	
forma	constante	para	garantir	o	funcionamento	principalmente	dessas	células.
Como	são	classificados	os	carboidratos	dietéticos?
26
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
O	 futuro	 nutricionista	 deve	 ter	 muito	 claro	 a	 classificação	 dos	
carboidratos,	suas	funções	e	fontes	alimentares.	Você	está	pronto	para	adquirir	
o	conhecimento	dos	tipos	de	carboidratos	e	poder	conversar	com	seus	colegas	
sobre	o	assunto	com	propriedade?	
Os	 carboidratos	 chamados	 de	 simples,	 são	 também	 chamados	 de	
açucares	e	são	constituídos	por	uma	ou	duas	moléculas	de	sacarídeos.	A	glicose	
e	frutose	são	exemplos	de	carboidratos	simples.	
Os	 carboidratos	 mais	 complexos	 são	 formados	 por	 várias	 moléculas	
de	 sacarídeos	 ligadas	 entre	 si	 através	 dasligações	 glicídicas.	 O	 amido	 é	 um	
carboidrato	 complexo	 de	 muita	 importância	 para	 a	 alimentação	 de	 humanos	
(DEMONTE,	1998).	
Como	ficou	evidente	no	parágrafo	anterior,	a	classificação	dos	carboidratos	
em	 simples	 e	 complexos	 se	 dá	 de	 acordo	 com	 o	 grau	 de	 polimerização.	 	 Esta	
classificação	é	baseada	no	número	de	moléculas	de	sacarídeos	(açucares)	existente	
na	cadeia.	
Vamos	 começar	 a	 explorar	 o	 conteúdo	 dos	 carboidratos	 simples	 como	
monossacarídeos	e	dissacarídeos,	posteriormente	os	oligossacarídeos	e	os	mais	
complexos,	os	polissacarídeos.	
Os	monossacarídeos	são	“açucares	simples”.	A	palavra	deriva	dos	termos	
“mono”,	que	significa	“um”,	e	sacarídeos,	que	significa	“açúcar”.	São	encontrados	
na	 natureza,	 principalmente	 como	 componentes	 básicos	 de	 dissacarídeos	 ou	
polissacarídeos.	 São	 compostos	 por	 apenas	 um	 sacarídeo,	 uma	 molécula	 de	
açúcar	(GALLAGHER,	2012).	
Os	monossacarídeos	 de	 importância	 dietética	 possuem	 seis	 átomos	 de	
carbono,	chamado	de	hexoses.	As	hexoses	encontradas	na	natureza	e	consumidas	
através	dos	alimentos	são	a	glicose,	frutose	e	galactose	(GALLAGHER,	2012).	
A	ribose	é	um	monossacarídeo	composto	por	cinco	carbonos.	É	formada	
nos	 processos	 metabólicos	 no	 organismo,	 não	 é	 disponível	 nos	 alimentos.	 É	
componente	dos	ácidos	nucleicos,	RNA	e	DNA	(DEMONTE,	1998).
	 A	 glicose	 é	 o	 monossacarídeo	 utilizado	 pelas	 células	 como	 fonte	
energética.	 A	 maior	 parte	 do	 produto	 da	 digestão	 dos	 carboidratos	 dos	
alimentos	é	a	glicose	(GALLAGHER,	2012).	Dextrose	é	outra	denominação	da	
glicose	(DEMONTE,	1998).	
Na	Figura	3,	é	possível	visualizar	a	estrutura	química	da	glicose	na	forma	
linear	e	na	forma	de	anel.	No	organismo	humano,	a	glicose	apresenta-se	na	forma	
de	anel.	
TÓPICO 2 — METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES
27
FIGURA 3 – MOLÉCULA DE GLICOSE
FONTE: <https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2012/10/glicose.jpg>. 
Acesso em: 11 mar. 2021.
A	glicose,	quando	hidrolisada,	dá	origem	a	aldeído,	sendo	chamada	de	
aldohexose	(DEMONTE,	1998).	
A	 frutose,	 também	 conhecida	 como	 levulose,	 é	 um	 composto	 sólido,	
incolor,	 cristalino	 e	 solúvel	 em	 água.	 	 É	 encontrada	 sob	 forma	 isolada	 na	
natureza	e	também	na	sacarose,	ligada	à	uma	molécula	de	glicose	(BARREIROS;	
BOSSOLAN;	 TRINDADE,	 2005).	 É	 o	 monossacarídeo	 mais	 doce	 encontrado	
nos	 alimentos.	 Quando	 comparada	 à	 sacarose,	 tem	 valor	 de	 doçura	 de	 173%	
(GALLAGHER,	2012).	
Por	ter	um	poder	adoçante	alto,	a	frutose	é	utilizada	por	algumas	pessoas	
para	 reduzir	 o	 consumo	 da	 sacarose.	 É	 importante	 alertar,	 que	 não	 deve	 ser	
utilizada	 por	 diabéticos	 como	 adoçante	 dietético,	 pois,	 após	 ser	 absorvida	 no	
intestino	delgado,	a	maior	parte	da	frutose	é	convertida	em	glicose	no	fígado.		
A	frutose	também	faz	parte	da	constituição	dos	frutanos,	como	a	inulina	
que	 tem	 sido	 muito	 estudada	 pela	 ação	 prebiótica	 e	 sua	 influência	 sobre	 a	
microbiota	intestinal.	Exemplos	de	fontes	alimentares	de	inulina	incluem	chicória,	
alcachofra	e	cebola	(DOLINSKI,	2009).	
As	 frutas	 possuem	 a	 frutose	 como	 monossacarídeo	 predominante.	 Os	
vegetais,	de	uma	forma	geral,	podem	ter	de	1	a	2%	do	peso	de	frutose	livre	ou	uma	
quantidade	um	pouco	maior	na	forma	de	sacarose	(BARREIROS;	BOSSOLAN;	
TRINDADE,	2005).
28
UNIDADE 1 — METABOLISMO ENERGÉTICO
O	mel	é	o	alimento	com	a	maior	concentração	de	frutose,	numa	proporção	
de	42,4%	do	peso	(BARREIROS;	BOSSOLAN;	TRINDADE,	2005).	
A	 rafinose,	 é	 um	 trissacarídeo	 (formado	 por	 três	 monossacarídeos)	
e	 a	 estaquiose	 é	 um	 tetrassacarídeo	 (formado	 por	 quatro	monossacarídeos),	
são	 classificados	 como	 oligossacarídeos	 que	 também	 possuem	 frutose	 em	
suas	cadeias.	Não	são	digeridos	e	nem	absorvidos	no	trato	gastrointestinal	de	
humanos.		As	fontes	alimentares	desses	carboidratos	são	as	leguminosas,	como	
feijão,	 soja,	 ervilha	 e	 lentilha	 (BARREIROS;	 BOSSOLAN;	 TRINDADE,	 2005,	
DOLINSKI,	2009).	
A	galactose	é	um	monossacarídeo	encontrado	no	leite	e	derivados	ligados	
à	 glicose,	 formando	 a	 lactose.	 Também,	 após	 ser	 absorvida,	 é	 convertida	 em	
glicose	no	fígado	(DEMONTE,	1998).	O	valor	de	doçura	equivalente	à	sacarose	é	
de	32%	(GALLAGHER,	2012).
Agora	que	você	já	conhece	os	monossacarídeos	de	importância	dietética	
e	energética,	 lhe	convido	a	conhecer	os	dissacarídeos,	sua	constituição	e	fontes	
alimentares.	
Os	 dissacarídeos	 são	 carboidratos	 simples	 formados	 pela	 combinação	
de	dois	monossacarídeos.	Quando	dois	monossacarídeos	se	 ligam,	ocorre	uma	
reação	de	condensação	e	uma	molécula	de	água	é	liberada.	A	ligação	entre	dois	
monossacarídeos	é	 chamada	de	 ligação	glicosídica	ou	 sacarídica.	Existem	dois	
tipos	de	ligação	glicosídica,	a	alfa(α)	e	a	beta	(β).	Os	seres	humanos	produzem	
enzimas	digestivas	somente	capazes	de	digerir	carboidratos	com	ligações	do	tipo	
alfa	(DEMONTE,	1998,	GALLAGHER,	2012).
Os	dissacarídeos	de	 importância	dietética	e	fisiológica	são	a	sacarose,	a	
lactose	e	a	maltose.	A	composição	de	cada	um	encontra-se	no	Quadro	1.
QUADRO 1 – DEGRADAÇÃO DOS DISSACARÍDEOS
FONTE: Adaptado de Gallagher (2012)
DISSACARÍDEOS, COMPOSIÇÃO E ENZIMAS DISSACARIDASES
Sacarose	→	Glicose	+	frutose	–	Enzima	sacarase
Lactose	→	Glicose	+	galactose	–	Enzima	lactase
Maltose	→	Glicose	+	glicose	–	Enzima	maltase
A	 sacarose	 é	 encontrada	 em	vegetais,	mel,	 açúcar	 de	 cana	 e	 açúcar	 de	
beterraba.	A	dieta	ocidentalizada	 tem	sido	apontada	como	uma	das	causas	do	
aumento	 do	 excesso	 de	 peso,	 justamente	 por	 uma	 de	 suas	 características,	 o	
consumo	 frequente	 de	 fontes	 alimentares	 ricas	 em	 açucares,	 principalmente	
a	 sacarose.	A	média	 de	 consumo	 de	 sacarose	 fica	 em	 torno	 de	 30	 a	 40%	 dos	
carboidratos	da	dieta.	
TÓPICO 2 — METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES
29
O	 chamado	 açúcar	 do	 leite,	 a	 lactose	 é	 formada	 pelos	 mamíferos.	 É	
composta	por	uma	molécula	de	glicose	unida	à	uma	molécula	de	galactose.	É	
considerado	 o	menos	 doce	 dos	 açucares	 simples.	A	 equivalência	 do	 valor	 de	
doçura	em	relação	à	sacarose	é	de	16%	(GALLAGHER,	2012).	
A	ligação	alfa	entre	duas	moléculas	de	glicose	forma	a	maltose.	Não	é	comum	
encontrar	 naturalmente	 nos	 alimentos.	 Durante	 a	 digestão	 de	 polissacarídeos,	
amido,	ocorre	a	produção	de	maltose.	Muitos	alimentos	industrializados	contêm	
maltose	como	aditivos	(GALLAGHER,	2012,	DEMONTE,	1998).	“Naturalmente	é	
encontrada	no	trigo	e	cevada	germinados”	(PANSANI,	2016,	p.	29).	
Você já deve ter lido em rótulos de alimentos, na descrição dos ingredientes, 
o termo “açúcar invertido”. É uma forma natural de açúcar formada por partes iguais 
entre frutose e sacarose. Quando se compara a mesma quantidade de sacarose e açúcar 
invertido, o último é mais doce. Como esse tipo de açúcar forma cristais menores, é mais 
útil na produção de doces (GALLAGHER, 2012).
IMPORTANT
E
Carboidratos	 que	 contêm	 de	 três	 a	 dez	moléculas	 de	monossacarídeos	
na	 cadeia	 são	 chamados	 de	 oligossacarídeos	 (GALLAGHER,	 2012).	 Os	
oligossacarídeos	 de	 importância	 dietética	 para	 humanos	 possuem	 ligações	
do	 tipo	beta	entre	os	monossacarídeos,	não	sendo	digeridos.	Uma	exceção	é	a	
maltodextrina,	produzida	a	partir	da	digestão	de	cadeias	maiores	de	moléculas	
de	glicose	ligadas	por	ligações	do	tipo	alfa	(PANSANI,	2016,	p	28).
 
Você	deve	estar	 se	perguntando,	 se	não	digerimos,	 então,	por	que	 tem	
importância	na	alimentação	humana?	É	uma	observação	bem	relevante.	Vamos	
ver	o	porquê	do	questionamento	anterior.
Muitos	 dos	 oligossacarídeos	 encontrados	 nos	 alimentos	 têm	 sua	
importância,	pois,	como	não	são	digeridos	e	nem	absorvidos,	atuam	como	fibras	
dietéticas.	Não	apresentam	importância	em	relação	à	disponibilização	de	energia,	
pelo	menos	diretamente.	As	bactérias	da	microbiota	intestinal	fermentam	esses	
oligossacarídeos	e	um	dos	produtos	são	os	ácidos	graxos	de	cadeia	curta	(AGCC)	
utilizados	 pelos	 colonócitos	 como

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