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Alterações nos padrões de eliminação fecal são manifestações de distúrbios funcionais ou doenças do sistema digestório. As alterações mais comuns são constipação intestinal, diarreia e incontinência fecal. CONSTIPAÇÃO A constipação intestinal é a frequência normal ou irregularidade de defecção. Acontece também o enrijecimento das fezes que torna a sua eliminação difícil e as vezes dolorosa a diminuição do volume fecal, a retenção de fezes no reto por um período prolongado, com frequência com sensação de defecção incompleta após a defecção. PRINCIPAIS CAUSAS • Medicamentos; • Distúrbios retais ou anais (hemorroidas, fissuras); • Obstrução (tumores intestinais); • Condições metabólicas, neurológicas e neuromusculares (doença de Hirschspung, doença de Parkinson, esclerose múltipla); • Distúrbios endócrinos (hipotireoidismo, feocromocitoma); • Síndrome do intestino irritável (SII) e doença diverticular. • Apendicite • Imobilidade • Comportamental; • A constipação intestinal • Mal hábito alimentar. SINTOMAS • Menos de três defecções por semana; • Distensão abdominal, dor e pressão; • Cefaleia; • Fadiga; • Indigestão; • Sensação de evacuação incompleta; • Esforço á defecção; • A eliminação de fezes de pequeno volume, grumosas, rígidas e secas. Para tornar o diagnóstico mais efetivo, um comité internacional desenvolveu os critérios de ROMA para ser constipação intestinal crônica verdadeira, as manifestações anteriores mencionadas devem ter ocorrido por no mínimo, 12 semana nos 12 meses antecedentes. CONDUTA DE ENFERMAGEM Aumentar a ingestão de líquidos (água). Ideal até 1.500ml p/dia: melhora a mobilidade intestinal, amolecimento das fezes e dificulta ressecamento fecal; Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras (maçã com casca, ameixa, mamão): diminui o tempo de exposição das fezes no trato intestinal, melhora a absorção de nutrientes. Realizar exercícios regularmente (abdominais e deambulação): acelera o metabolismo quebra gorduras localizadas, transforma a gordura em ATP para as células musculares, melhora o trânsito intestinal e aumenta a mobilidade intestinal; Realizar massagem terapêutica em movimentos circulares no sentido do trânsito intestinal (sentido horário): acelera o trânsito intestinal, auxilia na movimentação passiva das fezes pelo trato intestinal; Ingerir bebidas quentes 30 minutos antes de evacuar (suco de ameixa, chá quente): auxilia no processo de evacuação, facilita a eliminação das fezes e ameniza o desconforto intestinal; Definir um horário fixo para evacuação: auxilia no controle de evacuação, ajuda a regular a frequência e treina o trato intestinal; Diminuir derivados do leite e carne e aumentar a ingestão de fibras: facilitara no controle do trânsito intestinal, auxilia no aumento da mobilidade intestinal. DIARREIA É o aumento da frequência de defecções (superior a 3 vezes/dia), o aumento na quantidade de fezes (superior a 200g/dia) e alteração da consistência (i.e., aumento da liquidez) das fezes. Normalmente, está associada a urgência, desconforto perianal, incontinência, ou combinação destes fatores. A diarreia aguda tem duração até 7 a 14 dias. A diarreia crônica persiste por mais de 2 a 3 semanas. Pode ser do tipo: • Secretória: é habitualmente volumosa (associada a toxinas bacterinas e neoplasias) é causada por aumento na produção e na secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal para o lúmen intestinal. • Osmótica: ocorre quando a água é “puxada” para o intestino por pressão osmótica de partículas não absorvidas, retardando a reabsorção da água. (intolerância à lactose, disfunção pancreática ou hemorragia intestinal). • Má absorvida: combina ações mecânicas e bioquímicas, inibindo a absorção efetiva de nutrientes. • Infecciosa: causada por agentes infecciosos que invadem a mucosa intestinal. • Exsudativa: é causada por alterações na integridade da mucosa, perda epitelial ou destruição tecidual por radiação ou quimioterapia. CASO CLÍNICO. SMERR, sexo feminino, 48 anos, divorciada, enfermeira, natural e residente em Belo Horizonte (MG). Queixa: dor abdominal e irregularidade intestinal. História progressiva da moléstia atual. Paciente relata que há mais de dez anos apresenta dor abdominal, de moderada intensidade, em fincada, localizada no abdômen inferior, acompanhada por distensão abdominal e mal-estar geral. A dor e a distensão são aliviadas pela evacuação e pela eliminação de flatos, e agravada pelo estresse e pela ingestão de alimentos condimentados, frituras e bebidas alcoólicas. Desde então apresenta irregularidade intestinal com predomínio de diarreia (em média três evacuações ao dia, quase sempre com muco, porém sem sangue ou restos alimentares). Eventualmente, tem períodos de constipação intestinal (evacuações a cada três a quatro dias com fezes endurecidas e fragmentadas). Relata também sensação de evacuação incompleta e flatulência, além de digestão lenta, empachamento e peso pós-prandial. Tem se alimentado bem, evita apenas os alimentos que agravam os sintomas e o seu peso está mantido. Afirma que raramente é despertada á noite pela dor abdominal ou pela necessidade de evacuar. Exame Físico: peso= 59 quilos. IMC: 22. PA: 130/80 mmHg. FC: 68 bpm. Paciente em ótimo estado geral, corada, hidratada, anictérica sem linfadenomegalias. AR: sons respiratórios preservados, sem ruídos adventícios. ACV: bulhas rítmicas, sem sopros. AD: abdômen plano, doloroso á palpação em abdômen inferior, porém sem visceromegalias ou massas palpáveis, percussão e peristaltismo fisiológico. Toque retal sem alterações. Trouxe consultas de exames realizados nos dois últimos anos: avaliação laboratorial incluindo hemograma, glicemia, provas inflamatórias, prova hepáticas e provas tireoidianas sem alterações; parasitológico de fezes e pesquisa sem alterações nos diversos órgãos examinados; colonoscopia com biopsias dentro da normalidade; e teste de tolerância a lactose normal. SD: Distúrbio funcional gastrointestinal: Síndrome do intestino irritável. Conduta Adotada: explicando sobre a síndrome: mecanismos prováveis, evolução e tratamento. Estímulo a atividade física e as atividades de relaxamento. Orientação dietética: evitar os alimentos que agravam os sintomas Medicação sintomática: antiespasmódico e antidepressivos em dose baixa. COMPLICAÇÕES DA DIARREIA • Disritmias cardíacas, em virtude da significativa perda. • Distúrbio hidroeletrolítico (especialmente perda de potássio, bicarbonato); • Acidose metabólica; • Desidratação; • Óbito. DIARREIA: CONDUTAS DE ENFERMAGEM • Avaliação das características das eliminações e do padrão da diarreia. • Relatos de doença aguda recente ou viagem recente a outra área geográfica. • Exame físico: ausculta abdominal e a palpação quanto a sensibilidade, inspeção do abdômen, das membranas, mucosas, pele (verificação da hidratação). • Parasitológico de fezes; • Avaliação da área perianal a procura de escoriações cutâneas; • Ingestão de líquidos e alimentos com baixo teor de fibras até que o episodio agudo cesse; • Alimentação leve de alimentos semissólidos e sólidos; • O paciente deve evitar cafeína, bebidas carbonatadas e alimentos muito quentes e muito frios, (eles estimulam a motilidade intestinal); • Pode ser necessário restringir laticínios, gorduras, produtos de grãos integrais, frutas frescas e vegetais por alguns dias; • Administração de medicamentos: difenoxilato com atropina ou loperamida, conforme prescrito; • A terapia com reidratação oral isoladamente não resolve os sintomas de diarreia.A terapia com solução intravenosa (IV) pode ser necessária para a rápida reidratação em alguns pacientes, especialmente em idosos e crianças. • Monitorização dos níveis de eletrólitos séricos DESIDRATAÇÃO Os sintomas de desidratação leve a moderada incluem: • Sede; • Diminuição da sudorese; • Diminuição da elasticidade da pele; • Diminuição da produção da urina; • Boca seca. Desidratação grave: • Queixa de sede; • Hipotensão; • Desmaio; • Choque; • Insuficiência renal; • Confusão mental; • Coma; • Óbito. AVALIAÇÃO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS. DESIDRATAÇÃO CONDUTA EM PACIENTE ADULTO Administrar, por via venosa periférica (duas veias de bom calibre), volumes iguais de soro fisiológico 0,9% e ringer lactato em, aproximadamente, 10% do peso do paciente, em cerca de duas horas. Se estiver faltando uma das soluções, usas apenas uma. Reavaliar o paciente após duas horas, se persistirem os sinais de choque, repetir a prescrição; caso contrario, iniciar balanço hídrico com as mesmas soluções. Administrar a solução SRO (solução de reidratação oral) em doses pequenas e frequentes, tão logo o paciente aceite. Suspender a hidratação endovenosa quando o paciente estiver hidratado, com boa tolerância ao SRO e sem vômitos. CONDUTA PACIENTE PEDIÁTRICO PRINCIPAIS PATOLOGIAS CIRÚRGICAS • A retocolite ulcerativa (RCU); • Diverticulite; • Torção de alça intestinal; • Hernia encarcerada; • Doença de Crohn; • Carcinomas. ESTOMIAS São palavras de origem grega que significam boca ou abertura, utilizada para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca através do corpo por causas variadas, desviando o trânsito normal. As estomias intestinais são: jejunostomia, ileostomia e colostomia.