Buscar

Diarreia: Definição e Classificações

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Diarréia 
Definição 
- Aumento do volume das fezes, diminuição na 
consistência ou aumento de aquosidade e/ou aumento da 
freqüência das evacuações. 
Aspectos normais: 
1. Frequência normal das evacuações: 3x/semana - 
3x/dia 
2. Consistência: água fecal (60% a 85%) x capacidade de 
retenção de água dos sólidos insolúveis fecais* *massa 
bacteriana (1/2 do peso das fezes) + fibra prov dos 
alimentos 
3. Peso fecal normal (adultos e crianças): <200g 
- Foram identificados quatro padrões desta doença: 
endêmico (ou esporádico), epidêmico, relacionado a 
viagens e infecções transmitidas de crianças para 
adultos. Seu curso é geralmente autolimitado. 
 
Classificações 
 
- Quanto à sua duração: aguda, persistente e crônica. 
 
1. Diarreia Aguda: duração menor que 14 dias 
– secreção ativa de água e eletrólitos sob a estimulação 
de determinadas substancias ( aquosa); Quando o ag. 
Infeccioso invade a mucosa do cólon, é chamado de 
Disenteria, comum apresentar muco, pus, proteínas e 
sangue. 
2. Persistente: duração maior ou igual a 14 
dias- infecção continuada de um agente, danificando as 
vilosidades, e /ou uma regeneração inadequada dos 
eritrócitos devido à desnutrição crônica. Pode 
apresentar-se sob a forma de diarreia aquosa ou 
disenteria; 
3. Crônica: duração maior que 30 dias- grande 
variedade de causas: inflamações crônicas, alergia a 
alimentos, cólon irritável, parasitoses intestinais, etc; 
 
- Quanto à topografia: alta ou baixa; 
 
1. Diarreia Alta: grande volume; pequeno 
número de evacuações; dor periumbilical 
(eventualmente); fezes apresentam gotículas de gordura 
e aspecto que sugere má absorção (odor fétido/restos 
alimentares); ausência de pus e muco; acompanhada de: 
 emagrecimento, anemia e deficiência vitamínica. A diarréia 
alta é causada por agentes infecciosos (S. auteus, rotavírus, 
por exemplo), agentes parasitários (giardíase) e má 
absorção (pancreatite crônica nos alcoólatras, por 
exemplo). 
2. Diarréia Baixa: pequeno volume; grande 
número de evacuações; urgência à defecação; dor 
abdominal do tipo cólica; tenesmo; pode estar acompanhada 
de: muco, pus ou sangue. 
 
- Quanto à presença de gordura excessiva nas 
fezes: esteatorréia. 
 
- Quanto à fisiopatologia: não-inflamatórias 
(osmótica, secretora, motora) e inflamatórias (exsudativa ou 
disenteria). 
 
 Diarreia do viajante : Geralmente é adquirida através da 
ingestão de bebidas ou alimentos contaminados, inclusive 
gelo e alimentos quentes. Pode ocorrer a qualquer momento 
durante uma viajem ou mesmo até dez dias após o retorno. O 
mais comum é aparecer no terceiro dia após a volta. Os 
pacientes apresentam cerca de três a cinco episódios 
diários de fezes diarreicas, com 20% dos doentes 
apresentando mais de seis dejeções ao dia, com vômitos e 
cólicas abdominais podendo também estar presentes. 
 
Diarreia aguda 
 
1. Diarreia aguda aquosa: diarréia que pode 
durar até 14 dias e determina perda de grande volume de 
fluidos e pode causar desidratação. 
2. Diarreia aguda com sangue (disenteria): é 
caracterizada pela presença de sangue nas fezes. 
Representa lesão na mucosa intestinal. 
 
Etiologias 
- Vírus - rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em 
especial o norovírus) e astrovírus. 
- Bactérias - E. coli enteropatogênica clássica, E. coli 
enterotoxigenica, E. coli enterohemorrágica, E. coli 
enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa18, Aeromonas, 
Pleisiomonas, Salmonella, Shigella, Campylobacter jejuni, 
Vibrio cholerae, Yersinia 
- Parasitos - Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, 
Cryptosporidium, Isosopora 
- Fungos – Candida albicans. 
 
 
 
 
Epidemiologia 
- Em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, os 
principais causadores de diarreia aguda são os vírus, 
especialmente o rotavírus; 
- No mundo todo ocorrem anualmente cerca de 125 
milhoes de episódios de diarreia causada por 
microorganismos, com desenlace fatal e 500 a 600 mil 
pacientes ; 
- Mais de 90% dos casos de diarreia aguda são causados 
por agentes infecciosos, tais casos é comum ser 
acompanhado de vômitos febre e dor abdominal; 
- Os 10% restantes , são causados por medicamentos, 
intoxicação, isquemia e outras condições; 
 
Fisiopatologia 
aumento da pressão osmótica do conteúdo 
intraluminal (diarreia osmótica). O acúmulo de 
substâncias não absorvíveis no intestino delgado pode 
determinar retardo da absorção de água e eletrólitos ou 
passagem de líquidos do meio interno para o lúmen 
intestinal. 
 
- aumento da secreção de água e eletrólitos pela 
mucosa intestinal (diarreia secretora). Este mecanismo 
ocorre quando há estímulos à síntese de AMP cíclico 
intracelular, resultando em secreção ativa de água e 
eletrólitos pela mucosa do intestino delgado. 
 
- aumento da permeabilidade da mucosa 
intestinal (diarreia exsudativa). Alterações 
inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas na mucosa 
intestinal resultam em passagem anormal de líquidos do 
meio interno para o lúmen do intestino delgado 
 
- alteração da motilidade do intestino delgado 
(diarreia motora). Diminuição da Motilidade: super- 
crescimento bacteriano no intestino delgado -> diarreia 
por desconjugação dos sais biliares, tornando-os 
inativos. Causas mais frequentes: - Suboclusão (delgado 
e cólon) - Doença difusa do tec conjuntivo (esclerodermia 
etc) - Divertículos duodenais - Lesões no SNA (DM) - 
Algumas drogas (opiáceos, loperamida, difenoxilato e 
anticolinérgicos. 
 
 
Distúrbio hidroeletrolitico 
 
Ao nível celular, ocorre excesso de liquido no lúmen 
intestinal quando há deficiência na capacidade de 
transporte de eletrólitos do intestino delgado ou grosso, 
ou quando solutos osmóticos no lúmen intestinal criam um 
gradiente osmótico desfavorável que não pode ser 
suplantado pelos mecanismos normais de absorção de 
eletrólitos. O transporte epitelial de Na+ do lúmen até o 
sangue (por meio do transporte de aminoácidos e açúcares 
ligados ao Na+ no intestino delgado, por proteínas trocadoras 
de Na+/H+ no intestino delgado e cólon proximal, e por canais 
de Na+ regulados pela aldosterona no cólon distal) cria um 
gradiente osmótico favorável para absorção. 
Soluções reidratantes orais, que são muito utilizadas na 
reposição das perdas de liquido e eletrólitos causadas pela 
diarreia, são efetivas porque contém Na+, açúcares e, 
frequentemente, proteína (aminoácidos). Se solutos não 
absorvíveis ou pouco absorvíveis (p. ex., lactose cm 
indivíduos com deficiência de lactase, polietileno glicol em 
soluções de limpeza do cólon, ou citrato de magnésio em 
catárticos) estão presentes no lúmen, os mecanismos de 
absorção de Na+ serão incapazes de criar um gradiente 
osmótico favorável para absorção; como resultado, ocorrerá 
permanência de liquido no lúmen, formando a base para a 
diarreia osmótica ou de má absorção. 
 
Quadro Clinico 
Inflamatória: 
- Promove ruptura do revestimento mucoso e perda de 
soro, hemácias e leucócitos para o lúmen; 
- diarreia, em geral de pequeno volume, com muco, pus 
ou sangue, febre, dor abdominal predominante no 
quadrante inferior esquerdo, tenesmo, dor retal; 
Não-inflamatória: 
- provoca grandes perdas de volume; 
- Os microrganismos aderem ao epitélio intestinal sem 
destruí-lo, determinando diarreia secretora, com fezes 
aquosas, de grande volume e sem sangue; pode estar 
associada a náuseas e vômito; 
- As cólicas, quando presentes, são discretas, 
precedendo as exonerações intestinais; 
Aspectos Gerais: 
Relato de boca seca e sede, diurese concentrada, 
oligúria, associados a achados ao exame físico de pele 
e mucosas desidratadas e hipotensão postural com 
taquicardia, demonstram desidratação e sua gravidade. 
Sinais de toxemia indicam quadro mais grave. Desta 
forma, presença de febre alta, taquipneia, 
vasodilatação periférica com hipotensão e pulsos 
rápidos e finos são sinais de alerta. 
O exame físico do abdome normalmente exibe 
dor leve difusa à palpação, com possibilidade de 
descompressão brusca levemente dolorosa em 
situaçõesde maior distensão de alças e dor mais 
intensa. Os ruídos hidroaéreos estão frequentemente 
aumentados. Dor localizada, sinais de irritação 
peritoneal intensa, massas ou visceromegalias, 
distensão abdominal importante e ausência de ruídos são 
achados que devem direcionar para avaliação cuidadosa 
pela possibilidade de outras afecções abdominais. 
 
Tratamento 
Plano A 
O tratamento para usuários com diarreia sem 
desidratação pode ser realizado no domicílio, sempre 
orientando os cuidadores sobre o caráter autolimitado da 
doença. Não suspender ou modificar a dieta habitual, 
porém oriente maior oferta líquida. Caso haja vômitos, 
recomende o fracionamento da dieta pode melhorar a 
aceitação. A solução de reidratação oral (SRO) deve ser 
oferecida à vontade após cada evacuação, porém não 
deve ser misturada com outros líquidos como chás, leite 
ou refrigerante. 
Sempre orientar que a SRO não substitui as refeições. 
Plano B 
Quando o usuário já apresenta alguns sinais de 
desidratação, porém sem gravidade, deve permanecer 
na UBS para realizar a reidratação. Pode-se realizar 
controle da diurese, usando saco coletor, se necessário, 
Nesse momento, suspender a alimentação enquanto o 
usuário permanecer desidratado.. 
Deve-se iniciar a Terapia de Reidratação Oral (TRO) com 
SRO recomendada pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS) em pequenos volumes, aumentando a frequência 
da oferta aos poucos. O volume a ser ofertado depende do 
grau de desidratação. Usuários com desidratação leve 
(perda de 3% a 5% do peso corporal) devem receber 
50ml/kg de SRO mais a reposição das perdas 
continuadas em um período de quatro horas. Aqueles 
com desidratação moderada (6% a 9% do peso corporal) 
devem receber 100ml/kg de SRO mais a reposição de 
perdas continuadas, em um período de quatro horas. 
Deve-se evitar o uso de antitérmico caso haja febre. Esta 
costuma ceder à medida que a desidratação vai sendo 
reparada. O usuário deve ser avaliado constantemente, 
pois o Plano B termina quando desaparecem os sinais de 
desidratação, a partir do qual se deve adotar ou retornar 
ao Plano A. Se houver uma ou mais contraindicações 
para TRO, deve-se iniciar imediatamente a terapia de 
reidratação endovenosa. 
Plano C 
Deve-se iniciar o Plano C quando o paciente apresentar 
dificuldade de injestão de líquidos devido à hiperêmese, 
quadro de desidratação grave ou colapso circulatório 
(choque). Essa situação se constitui em emergência 
médica e o usuário deverá ser transferido o mais 
rapidamente possível. 
Para a reidratação de adultos, alguns pontos são 
importantes: 
• Administrar, por via venosa periférica (duas veias de bom 
calibre – scalp 19), volumes iguais de soro fisiológico 0,9% e 
ringer lactato em, aproximadamente, 10% do peso do 
paciente, em cerca de duas horas. Se estiver faltando uma 
das soluções, usar apenas uma. 
• Reavaliar o paciente após duas horas, se persistirem os 
sinais de choque, repetir a prescrição; caso contrário, iniciar 
balanço hídrico com as mesmas soluções. 
• Administrar a solução de SRO em doses pequenas e 
frequentes, tão logo o paciente a aceite. Isso acelera a sua 
recuperação e reduz drasticamente o risco de complicações 
pelo manejo inadequado. 
• Suspender a hidratação endovenosa quando o paciente 
estiver hidratado, com boa tolerância ao SRO e sem vômitos. 
 
Diarreia crônica 
 
Etiologias 
As principais causas de diarreia crônica são síndrome do 
intestino irritável (SII), doença inflamatória intestinal (DII), 
síndrome de má absorção e infecção crônica. 
- Parasitas (giárdia, criptosporídio, ciclospora, entamoeba). 
- Toxinas de bactérias (e. coli, salmonella, campilobactéria, 
cólera). 
- Vírus (rotavírus, norovírus) 
- Desordens do pâncreas (pancreatite crônica, deficiências 
da enzima pancreática, fibrose cística). 
- Medicamentos (antibióticos, laxantes). 
- Intolerância a certos alimentos e aditivos alimentares 
(proteína de soja, leite de vaca, sorbitol, frutose, olestra). 
- Desordens da tireóide (hipertireoidismo). 
- Cirurgia do abdômen ou trato intestinal. 
- Tumores. 
- Redução de fluxo sanguíneo ao intestino. 
- Alterações na função imunológica (deficiências de 
imunoglobina, AIDS, doença auto-imune). 
- Desordens hereditárias (fibrose cística, deficiências 
enzimáticas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síndrome do intestino irritável 
 
Definição 
 
Síndrome do Intestino Irritável (SII) é considerada, a 
partir do Consenso de ROMA III, um distúrbio 
gastrointestinal funcional, caracterizado por dor, 
mudança no hábito intestinal, distensão abdominal e 
constipação e/ou diarreia. 
 
Epidemiologia 
 
- A maior prevalência é observada na faixa etária entre 
30 e 50 anos, com idade média de 40 anos. 
- Mais prevalente em mulheres 
- No Brasil, a SII afeta, aproximadamente, 10% a 15% da 
população, com redução dessa proporção após 60 anos. A 
apresentação clínica mais prevalente é a constipação. 
 
Critérios de Roma II 
1. Presença em pelo menos 12 semanas (não 
necessariamente consecutivas), durante os 
últimos 12 meses, de desconforto ou dor 
abdominal com duas de três 
características. 
2. Alívio com a defecação; 
3. Início associado à alteração na freqüência 
das evacuações (mais de três vezes/dia ou 
menos de três vezes/semana); 
4. Início associado à alteração na forma 
(aparência) das fezes (fezes endurecidas, 
fragmentadas, em “cíbalos” ou “caprinas” e 
fezes pastosas e/ou líquidas). 
5. Vários sinais e sintomas foram apontados 
como elementos de reforço ao diagnóstico 
da SII: 
6. Esforço excessivo durante a defecação; 
7. Urgência para defecar; 
8. Sensação de evacuação incompleta; 
9. Eliminação de muco durante a evacuação; 
10. Sensação de plenitude ou distensão 
abdominal. 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia 
 
Alterações na motilidade intestinal: é um dos 
principais fatores implicados, o estresse psíquico e 
fisiológico pode alterar a contratilidade do cólon, também 
são relatadas alterações no complexo neuronal migratório 
em intestino. Os sintomas dolorosos parecem 
frequentemente estar associados com atividade motora 
irregular do intestino delgado. Não existe de qualquer forma 
um padrão motor definido e patognomônico de alteração 
nestes pacientes. 
1. Hipersensibilidade visceral: estudos de 
distensão do reto-sigmoide com balão mostram que os 
pacientes com intestino irritável com dor com distensão 
menor do que em controles, outros estudos mostram 
diferentes níveis de ativação de hipotálamo e cíngulo nestes 
pacientes sugerindo distúrbio primário central. 
2. Fatores psicossociais: estresse psicológico 
pode alterar função motora no intestino delgado e cólon em 
estudos experimentais, também parece ser maior a chance 
de paciente com sintomas psicológicos como somatização, 
depressão e ansiedade de ter síndrome do intestino irritável. 
3. Alterações de neurotransmissores: 
alterações nas concentrações de serotonina em sistema 
nervoso central e trato gastrointestinal também podem 
estar envolvidos na fisiopatologia da síndrome. A serotonina 
estimula fibras vagais extrínsecas e eferentes intrínsecas, 
resultando em respostas fisiológicas como secreção 
intestinal e reflexos peristálticos como náuseas, vômitos e 
dor abdominal. Outros neurotransmissores que podem ter 
papel em distúrbios gastrointestinais funcionais incluem o 
gene da calcitonina, acetilcolina, substância P, VIP e óxido 
nítrico. 
4. Infecção e inflamação: pacientes 
hipocondríacos ou com eventos estressores quando com 
infecção entérica aguda têm maior chance de desenvolver 
síndrome do intestino irritável. Estudos histológicos 
mostram algumas alterações de ativação de sistema imune 
nestes pacientes e aumento do número de linfócitos, 
mastócitos e citocinas na mucosa intestinal. 
 
Quadro Clinico 
 
Dor abdominal em pacientes com síndrome do intestino 
irritável é, na maioria das vezes, em cólica com variação de 
intensidade e com periodicidade, e raramente altera o sono 
do paciente, a localização da dor é variável nos diferentesestudos e sintomas como anorexia e perda de peso são raros 
e sugestivos de outros diagnósticos. 
 
A diarreia, por sua vez, é referida como fezes amolecidas 
e com frequência um pouco maior que a habitual de 
volume pequeno ou moderado, cerca de 50% dos 
pacientes refere perda de muco nas fezes. 
A constipação ocorre em períodos entremeados de 
hábito normal ou com diarreia, estes períodos de 
constipação podem durar dias a meses, as fezes se 
tornam endurecidas com necessidade de esforço 
evacuatório maior 
Sintomas extraintestinais podem ocorrer e incluem 
dispauremia, dismenorreia, alteração da função sexual, 
aumento de frequência e urgência urinária e sintomas 
sugestivos de fibromialgia. 
 
Doença de Crohn 
 
Definição 
Doença inflamatória que pode se manifestar em qualquer 
parte do tubo digestivo (desde a cavidade oral até a 
região anal) sendo mais comum na final do intestino 
delgado (íleo) e o intestino grosso (cólons). É doença 
crônica e não há cura descrita. Pode se manifestar ao 
longo da vida com crises agudas recorrentes, assim 
como períodos longos de acalmia e ausência dos 
sintomas, chamado remissão. 
 
Fatores de risco 
Alguns fatores estão associados ao surgimento da 
doença e uma maior incidência dentro de núcleos 
familiares (10 a 25%) indica importância dos fatores 
genéticos. Outros fatores tais como o contato com 
antígenos (vírus e bactérias), fatores ambientais (estilo 
de vida, tabagismo, hábitos alimentares) e emocionais 
podem representar algum nível de importância em sua 
apresentação, caracterizando esta doença como 
multifatorial. 
 
Fisiopatologia 
 
A doença começa com inflamação das criptas e dos 
abscessos, que progridem para pequenas úlceras 
aftoides. Essas lesões da mucosa podem evoluir para 
úlceras profundas transversais e longitudinais com 
edema mucoso entre as úlceras, criando, no intestino, 
aspecto característico de pedra de calçamento. A 
disseminação transmural da inflamação causa 
linfedema e espessamento da parede intestinal e do 
mesentério. A gordura mesentérica tipicamente se 
estende à superfície serosa do intestino. Linfonodos 
mesentéricos com frequência aumentam de tamanho. 
Inflamação extensa pode resultar em hipertrofia muscular, 
fibrose e estenose, que podem causar obstrução intestinal. 
 
Quadro clinico 
 
Estomatites (inflamações na boca), diarréia, dor no 
abdômen, perda de peso e febre são características mais 
comuns. A inflamação do intestino delgado (principalmente 
do íleo terminal, em 80% dos casos) e do intestino grosso 
(colite) provoca diarréia com ou sem muco (secreção) e/ou 
sangue nas fezes. É comum apresentar distensões do 
abdome, dor do tipo cólica, com dificuldade para a 
eliminação de gases intestinais. É freqüente ocorrer uma 
obstrução parcial ao esvaziamento do conteúdo intestinal, 
com necessidade de internações com hidratação venosa, 
uso de antibióticos venosos e de corticosteróides, além de 
restrição temporária à ingestão de alimentos, para ajudar na 
recuperação. É possível também a ocorrência de fístulas.

Continue navegando