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Resumo Microeconomia - Pindick e Rubinfeld cap. 10 e 11

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MICROECONOMIA - PINDICK E RUBINFELD
OBS.: Esse material é um resumo dos capítulos 10 e 11 do livro Microeconomia de Pindick e Rubinfeld, ele contem os pontos e observações próprias do que eu achei mais importante à luz do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática e ele pode sofrer alterações com o passar do tempo. Cópias não são autorizadas.
CAP. 10 - PODER DE MERCADO: MONOPÓLIO E MONOPSÔNIO:
· Monopólio: é um mercado no qual existe apenas um vendedor, mas muitos compradores;
· Monopsônio: um mercado com muitos vendedores, mas apenas um comprador;
· Poder de mercado: capacidade tanto do vendedor quanto do comprador de influir no preço de um bem;
 
10.1 - Monopólio:
· Os monopolistas, apesar de deterem o poder de monopólio, não devem colocar o preço que desejarem, mas preços que maximizem o lucro, para isso, é necessário:
· Determinar os custos e as características da demanda de mercado;
· Com isso ele decide quando deve produzir e vender;
· O preço unitário recebido pelo monopolista é obtido diretamente da curva de demanda de mercado e a quantidade que ele venderá a esse preço também pode ser deduzida da curva de demanda de mercado;
 
Receita média e receita marginal:
· Receita média: (preço que recebe por unidade vendida) é exatamente a curva de demanda de mercado;
· Receita marginal: (variação de receita resultante do aumento da produção em uma unidade)
· Quando a receita marginal é positiva, a receita total aumenta com o aumento da quantidade, mas quando a receita marginal é negativa, a receita diminui;
· Quando a curva de demanda é descendente, o preço (receita média) é superior à receita marginal, já que todas as unidades são vendidas ao mesmo preço. Se as vendas aumentarem em uma unidade, o preço deve diminuir;
 
Decisão de produção do monopolista:
· O monopolista deve aumentar o nível de produção e o lucro até atingir o nível de produção em que o lucro incremental obtido por meio da produção de uma unidade adicional de produto seria zero (receita marginal = custo marginal)
· Nesse ponto:
· A inclinação da curva de lucro é zero
· As inclinações da receita total e da curva de custo total são iguais;
· Quando a empresa nada produz ou produz pouco, o lucro é negativo devido aos custos fixos;
 
Regra prática para determinações de preços:
· (P-CMg)/P = - (1/Ed) [essa equação de markup só funciona no ponto de lucro máximo]
· (P-CMg)/P é o markup sobre o custo marginal apresentado como percentual de preço;
· Essa relação nos informa que esse markup deveria ser igual ao negativo do inverso da elasticidade de demanda (Ed);
· Esse número será positivo pois a elasticidade de demanda é negativa;
· Essa equação pode ser ordenada para isolar o preço como: P = CMg / [1 + (1/Ed)]
· Quando a demanda é muito elástica, não é muito vantajoso ser um monopolista;
· Um monopolista nunca produzirá uma quantidade que esteja na porção inelástica da curva de demanda, ou seja, com uma elasticidade da demanda inferior a 1 em valor absoluto;
· Se o custo marginal for igual a zero:
· A fim de maximizar o lucro, a empresa produzirá no ponto em que a elasticidade de demanda seja exatamente -1;
· Lucro maximizador = receita maximizadora (e a receita é maximizadora quando Ed = -1)
 
Deslocamento da demanda:
· Um mercado monopolista não dispõe de curva de oferta. Nele não existe uma relação direta entre o preço e a quantidade produzida;
· Pois a decisão do nível de produção monopolista depende do custo marginal e do formato da curva de demanda;
· E o deslocamento da demanda podem resultar em variações do preço sem que exista mudança na produção, alterações da produção sem que ocorra variação no preço, ou mudanças tanto de preço como de produção;
 
Efeitos de um imposto:
· O preço, as vezes, pode apresentar elevação superior ao valor do imposto; (ao contrário do que ocorre no mercado competitivo) (isso não quer dizer que por o preço sendo maior do que o valor do imposto, o monopolista não terá seu lucro reduzido)
· Com o acréscimo do imposto, o nível de produção ideal passa a ser de RMg = CMg + t (imposto)
· O deslocamento da curva de custo marginal para cima resulta em uma quantidade menor de produção e um preço mais elevado;
· Em alguns casos, o preço apresenta elevação inferior ao valor do imposto, mas nem sempre isso ocorre, sendo as vezes superior ao valor do imposto (prática impossível no mercado competitivo), pois no mercado monopolista, a relação entre preço e custo marginal depende da elasticidade da demanda;
 
Empresas com múltiplas instalações****:
· Quanto cada fábrica deve produzir:
· Passo 1: o nível de produção deve ser repartido de forma que cada fábrica possua o mesmo custo marginal;
· Passo 2: a produção total deve satisfazer a exigência de que a receita marginal deve ser igual ao custo marginal. Ou seja, RMg = CMg1 = CMg2
 
10.2 Poder de monopólio:
· Uma empresa provavelmente tem uma curva de demanda mais elástica do que a curva de demanda do mercado monopolista, que não chega, porém, a ser infinitamente elástica, como é o caso da curva com que se defronta uma empresa que atue em um mercado competitivo;
 
Produção, preço e poder de monopólio:
· As vezes acontece de mesmo a empresa não sendo monopolista, ela deter um poder de monopólio, ou seja, ela pode cobrar com lucro um preço maior que o custo marginal e algumas empresas possuem mais esse poder do que outras, como explicado melhor no tópico abaixo;
 
Medindo o poder de monopólio:
· Para a empresa competitiva, o preço é igual ao custo marginal; para a empresa com poder de monopólio, o preço é superior ao custo marginal;
· Índice de Lerner de Poder de Monopólio: medida do poder de monopólio calculada como o excesso do preço sobre o custo marginal como uma fração do preço;
· L = (P - CMg) / P
· Ele tem sempre valor entre 0 e 1
· Para empresas perfeitamente competitiva, temos P = CMg, portanto L = 0;
· Quanto maior for L, maior será o grau de monopólio;
· Relacionando o índice de Lerner com a elasticidade de demanda da empresa: L = (P - CMg) / P = -1 / Ed
· Poder de monopólio não significa lucros altos;
 
Regra prática para determinação de preços:
· É mais difícil classificar a elasticidade da demanda da empresa do que do mercado, porque a da empresa precisa ser levada em conta a maneira como os concorrentes reagiriam a um aumento ou baixa dos preços em x%;
· Dispondo dessa informação, a empresa é capaz de calcular o markup apropriado:
· Se a elasticidade da demanda da empresa for grande, o markup será pequeno (e a empresa tem pouco poder de monopólio)
· Se a elasticidade da demanda da empresa for pequena, o markup poderá ser grande (e a empresa terá um considerável poder de monopólio)
 
10.3 Fontes do poder de monopólio:
· Três fatores determinam a elasticidade da demanda de uma empresa:
1. A elasticidade da demanda de mercado (a empresa terá uma demanda pelo menos tão elástica quanto a do mercado, sendo assim, a elasticidade do mercado limita o potencial de poder de monopólio)
1. O número de empresas atuando no mercado;
1. A interação entre as empresas; (se as empresas não colaborarem entre si fica mais difícil combinarem um preço e fazer um cartel ne mores)
 
A elasticidade da demanda de mercado: a demanda de cada empresa é mais elástica do que a do mercado, mas em todo caso, a elasticidade da demanda do mercado limita o potencial poder de monopólio dos produtores individuais;
 
O número de empresas: o número de "concorrentes importantes" afeta mais do que o número de empresas em si inseridas no mercado;
· Se poucas empresas são responsáveis pela maior parte da venda do mercado, chamamos esse mercado de altamente concentrado;
· Barreiras à entrada: condição que impede a entrada de novos concorrentes (uma estratégia competitiva adotada geralmente por empresas com grande poder de monopólio e que não querem perdê-lo);
· Mas algumas vezes essas barreiras podem ser natural. Ex:
· Patente;
· Direito autoral;
· Licenças governamentais;
· Economias de escala;
 
A interação entre as empresas:
· Legislação antitruste: legislação que proíbe as empresas de concordaremem limitar os seus níveis de produção e, assim, aumentar o preço;
· O poder de monopólio é temporal e dinâmico;
· Por exemplo, a curva de demanda do mercado pode ser inelástica no curto prazo e mais elástica no longo prazo;
· Um poder de monopólio real ou potencial no curto prazo pode tornar o setor mais competitivo no longo prazo. Grandes lucros no curto prazo podem induzir novas empresas a entrar em um setor, reduzindo, dessa maneira, o poder de monopólio no longo prazo;
 
10.4 Custos sociais do poder de monopólio:
· Sob monopólio, o preço é mais alto e os consumidores compram menos;
· Os consumidores que adquirem a mercadoria perdem parte do seu excedente;
· Enquanto os consumidores que deixam de adquiri-la perdem seu excedente;
· O produtor ganha excedente ao vender a preços mais altos, mas perde um pouco de excedente por deixar de vender a alguns consumidores;
· Subtraindo a perda de excedente do consumidor do ganho do produtor, há uma perda líquida de excedente, ou seja, peso morto decorrente do poder de monopólio;
· Mesmo que os lucros do monopolista sofressem incidência de impostos, posteriormente distribuídos aos consumidores dos produtos, existiria uma ineficiência, pois o nível de produção seria menor do que sob competição;
 
Captura de renda:
· Captura de renda (rent seeking): gastos com esforços socialmente improdutivos para obter, manter ou exercer o poder de monopólio; Ex: 
· Atividade de lobby (ou contribuições de campanha)
· Propagandas e esforços legais para evitar a legislação antitruste;
· Quanto maior for a transferência dos consumidores para a empresa, maior será o custo social do monopólio;
 
Regulamentação de preços:
· A regulamentação de preços pode eliminar o peso morto resultante do poder de monopólio;
· Quando o governo impõe um preço máximo, P1:
· As receitas média e marginal são constantes e iguais ao preço máximo para níveis de produção até Q1;
· Para volumes maiores de produção, são válidas as curvas originais de receita média e marginal;
· A nova curva de receita marginal é representada pela linha escura que cruza com a curva de custo marginal em Q1;
· Quando o preço é reduzido para Pc, no ponto em que a curva de custo marginal cruza com a curva de receita média, o nível de produção eleva-se ao ponto máximo, Qc;
· Esse nível de produção seria obtido em um setor competitivo;
· Uma redução no preço para P3 resultaria na diminuição do nível de produção para Q3 e ocasionaria uma escassez igual a Q'3-Q3
· (Gráfico extraído do livro Microeconomia, 8ª ed. De Pindyck e Rubinfeld)
 
Monopólio natural: empresa que pode produzir para todo o mercado a um custo menor ao que existiria caso houvesse várias empresas;
· Surge geralmente aonde há grandes economias de escala (custo médio e custo marginal decrescente);
 
Regulamentação na prática:
· A regulamentação de um monopólio, às vezes, se baseia na taxa de retorno sobre o capital investido;
· O órgão regulamentador determina um preço para o qual a taxa de retorno é de certa forma "competitiva" ou "razoável".
· Regulamentação da taxa de retorno: o preço máximo permitido por uma agência reguladora baseia-se na taxa de retorno esperada que uma empresa irá obter;
· Problemas:
· O estoque de capital é difícil de ser avaliado;
· Enquanto uma taxa de retorno "razoável" deve ser baseada no custo corrente de capital da empresa, este depende do comportamento da agência reguladora (e das percepções do investidor);
· Devido aos complexos cálculos, é comum haver atrasos na regulamentação;
· Outra abordagem de regulamentação é estabelecer um teto para os preços com base nos custos variáveis da empresa, nos preços praticados no passado e na possível inflação e crescimento da produtividade;
· Esse teto pode permitir mais flexibilidade que uma regulamentação da taxa de retorno;
 
10.5 Monopsônio:
· Monopsônio: refere-se ao mercado que possui um único comprador;
· Oligopsônio: é um mercado com poucos compradores;
· Poder de monopsônio: capacidade dos compradores de afetar o preço de um produto;
· Valor marginal: benefício adicional derivado da compra de mais uma unidade de um produto;
· Curva de valor marginal = curva de demanda da mercadoria;
· Despesa marginal: custo adicional da compra de mais uma unidade de um bem;
· Comprador competitivo:
· Despesa marginal = despesa média = preço de mercado do produto;
· Curva individual de demanda é descendente porque o valor marginal obtido na compra de mais uma unidade de um produto diminui à medida que cresce a quantidade total adquirida;
· Comprador com poder de monopsônio:
· A curva de oferta de mercado não é a curva de despesa marginal
· A curva de oferta de mercado mostra quanto você deveria pagar por unidade em virtude do número total de unidades a adquirir;
· Curva de oferta = curva de despesa média; (inclinação ascendente)
· Curva de despesa marginal deve se localizar acima dela
· A decisão de comprar uma unidade adicional eleva o preço que deve ser pago por todas as unidades, não apenas o da unidade adicional;
· ∆P/∆Q é positivo;
· Despesa marginal é maior do que a despesa média;
· Despesa média: preço pago por unidade de um bem;
 
Comparação entre monopsônio e monopólio:
· Monopólio:
· Cobra um preço acima do custo marginal;
· Curva de demanda = curva de receita média descendente;
· Receita marginal inferior a receita média;
· Custo marginal = receita marginal :
· Quantidade produzida inferior ao que seria produzido em um mercado competitivo;
· E o preço é mais alto do que o preço em um mercado competitivo;
· Monopsônio:
· O comprador pode adquirir uma mercadoria por um preço inferior ao valor marginal porque se defronta com uma curva de oferta ou de despesa média ascendente;
· A despesa marginal é maior do que a despesa média;
· Valor marginal = despesa marginal:
· Quantidade adquirida é menor do que o que seria adquirido em um mercado competitivo;
· O preço é mais baixo do que o preço competitivo;
 
10.6 Poder de monopsônio:
· A extensão da redução do preço em relação ao valor marginal depende da elasticidade da oferta com a qual o comprador se defronta;
· Se a oferta for muito elástica (Es é grande), essa redução será pequena e o comprador terá pouco poder de monopsônio;
· Se a oferta for muito inelástica, a redução será grande e o comprador terá poder de monopsônio considerável;
 
Fontes de poder de monopsônio: o poder de monopsônio depende de 3 condições:
· Elasticidade da oferta: quanto menos elástica for a curva de oferta, maior será a diferença entre a despesa marginal e a despesa média e maior o poder de monopsônio do comprador;
· Se houver apenas um comprador (monopsônio puro), o poder de monopsônio será totalmente determinado pela elasticidade da oferta de mercado;
 
· Número de compradores atuando no mercado: quanto menor o número de compradores, maior o poder de monopsônio;
 
· Forma de interação entre esses compradores: se os compradores competirem menos agressivamente entre si, poderão exercer um poder de monopsônio maior sobre o mercado;
 
Custos sociais do poder de monopsônio:
· Pelos preços serem mais baixos e as vendas reduzidas, os vendedores perdem muito valor excedente;
· Ao comprar por um preço mais baixo, o comprador ganha excedente, mas também perde excedente por adquirir menos do que adquiriria em um mercado competitivo;
· O peso morto gerado pelo monopsônio ainda existiria mesmo se existissem impostos incidindo sobre os ganhos do monopsonista e que a arrecadação de tais impostos fosse distribuída entre os produtores, ainda haveria uma ineficiência, pois o nível de produção seria menor do que em um mercado competitivo. Esse peso morto é o custo social de tal ineficiência;
 
Monopólio bilateral: Mercado com apenas um comprador e um vendedor;
· Esse tipo de mercado é raro, sendo mais comum os mercados em que poucos produtores, com algum poder de monopólio, vende para poucos compradores, com algum poder monopsônio;
· Poder de monopsônio e poder de monopólio tendem a se neutralizar;
· Não significa que o mercado se tornará competitivo, mas em geral, o poder de monopsônioempurrará o preço para mais perto do custo marginal e o poder de monopólio empurrará o preço para mais perto do valor marginal;
 
10.7 Limitando o poder de mercado: a legislação antitruste:
· Para monopólios naturais: regulamentação direta dos preços, mas o ideal é evitar que as empresas adquiram poder excessivo e limitar o uso do poder quando é adquirido;
· Legislação antitruste: um conjunto de regras e normas destinadas à promoção de uma economia competitiva por meio da proibição de ações que tenham possibilidade de limitar a concorrência; (elas variam de um país para outro e o livro vai utilizar as dos EUA como parâmetro);
 
Restringindo o que as empresas podem fazer:
· Conduta paralela: forma implícita de coalizão na qual uma empresa segue consistentemente as atitudes tomadas por outra;
· Fixação paralela de preços: quando uma empresa A segue de acordo com os preços da empresa B;
· Preço predatório: prática de estabelecer preços que excluem a concorrência e desencorajam novas empresas a entrar no mercado, de tal modo que sejam obtidos maiores lucros futuros;
· O poder de monopólio também pode ser obtido:
· Pela fusão de empresas;
· Pela aquisição do controle acionário de outras empresas;
 
Imposição de legislação antitruste nos EUA:
· Pode ser iniciado tanto por pessoas físicas ou jurídicas que se sintam lesadas;
· É regulamentado pela Divisão Antitruste do Departamento de Justiça, por meios de processos administrativos da Comissão Federal do Comércio (FTC) ou por meio de processos privados;
 
Antitruste na União Europeia:
· No caso de envolver dois ou mais Estados-membros, a responsabilidade de aplicação de leis antitruste cabe a Comissão Europeia, sediada em Bruxelas;
· Dentro de cada Estado-membro há suas próprias leis e regulamentações para seu mercado interno;
 
**Embora não haja um órgão de imposição antitruste de âmbito mundial, todos os órgãos de imposição interna de cada país se reúnem pelo menos uma vez por ano com o patrocínio da Rede de Competição Internacional (International Competition Network).
 
 
CAP. 11 - DETERMINAÇÃO DE PREÇO COM PODER DE MERCADO
11.1 Captura do excedente do consumidor:
· Discriminação de preços: prática de cobrança de preços diferentes de clientes diferentes por produtos similares;
· As empresas visas aumentar o excedente do produtor e isso diminui o excedente do consumidor;
· Quando há um alto grau de poder de monopólio, essas técnicas de determinação de preço podem ser capazes de ampliar o bem-estar tanto dos consumidores como dos produtores;
 
11.2 Discriminação de preço: Pode ser dividida de três formas:
Discriminação de preço de primeiro grau: prática de cobrança do preço de reserva de cada consumidor; (tendo em conta que cada cliente adquire apenas um bem, caso eles adquirissem mais de um, o ideal seria cobrar um valor diferente para cada unidade adquirida)
· Preço de reserva: preço máximo que um consumidor está disposto a pagar por um produto;
· Lucro incremental: diferença entre a receita marginal e o custo marginal de cada unidade;
· Para a primeira unidade, essa receita marginal é a mais alta e o custo marginal, o mais baixo. Ou seja, para cada unidade adicional, a receita marginal cai e o custo marginal aumenta. Sendo assim, o ponto de lucro máximo é aquele em que a receita marginal esteja igual ao custo marginal;
· Lucro variável: soma dos lucros de cada unidade adicionalmente produzida por uma empresa, isto é, o lucro ignorando o custo fixo;
· Discriminação de preço perfeita: caso fosse cobrado o máximo que cada consumidor estivesse disposto a pagar, a curva de receita marginal não seria mais relevante para a decisão do nível de produção. Em vez disso, a receita incremental, gerada de cada unidade adicional vendida, simplesmente corresponderia ao preço pago por tal unidade; seria, então, determinada pela curva de demanda;
· O lucro adicional gerado pela produção e venda de cada unidade incremental seria igual à diferença entre a demanda e o custo marginal;
· Discriminação de preço imperfeita: as empresas não tem como saber com precisão o preço reserva dos clientes, então elas praticam discriminação de preços baseado no que elas acham que seria o preço reserva;
 
Discriminação de preço de segundo grau: prática de cobrança de preços diferentes por unidade para quantidades diferentes do mesmo bem ou serviço;
· Cobrança por "faixas de consumo": prática de cobrança de preços diferentes para certas quantidades ou "blocos" de um produto; (ex.: fornecedoras de energia elétrica, gás natural e água)
 
Discriminação de preço de terceiro grau: prática de dividir os consumidores em dois ou mais grupos com curvas de demanda separadas e cobrar preços diferentes de cada grupo; (ex. tarifas de viagem de primeira classe vs classe econômica)
· Criação de grupos de consumidores: 
· Quaisquer que sejam os preços cobrados, eles devem ser tais que as receitas marginais para os diferentes grupos sejam iguais;
· A produção total deve ser tal que a receita marginal de cada grupo de consumidores seja igual ao custo marginal de produção;
· A determinação de preços relativos: relacionar os preços a ser cobrado a cada grupo com a elasticidade da demanda;
· O preço mais alto é cobrado aos consumidores que apresente menor elasticidade;
· Nem sempre é lucrativo praticar discriminação de preços, as vezes, o custo para atender a um pequeno grupo, diminui o lucro, sendo melhor para a empresa atender apenas ao maior grupo a um preço só;
 
 
11.3 Discriminação de preço intertemporal e preço de pico:
· Discriminação de preço intertemporal: prática de separação dos consumidores com diferentes funções de demanda em diferentes grupos, cobrando preços diferentes em momentos diferentes.
· Ex: Cobrar mais por um produto eletrônico em seu lançamento e após um tempo, baixar esse valor para atingir a um público que não poderia comprar pelo valor mais alto;
· Preço de pico: prática de cobrança de preços altos durante os períodos de pico, quando as restrições de capacidade fazem com que os custos marginais estejam elevados;
· O objetivo é aumentar a eficiência econômica cobrando dos consumidores um preço próximo do custo marginal;
· O custo marginal é mais alto nos períodos de pico devido as restrições de capacidade, em consequência os preços deveriam ser mais elevados nesse período;
· A soma dos excedentes do consumidor e do produtor é maior porque os preços estão mais próximos do custo marginal;
· A venda por valores maiores em período de pico não afeta o custo marginal dos demais períodos, diferente do que ocorre na discriminação de preço de terceiro grau;
· Ou seja, o custo marginal de um turno não altera o custo marginal de outro; 
 
 
11.4 Tarifa em duas partes:
· Tarifa em duas partes: forma de precificação na qual se cobra dos consumidores uma taxa de entrada e uma taxa de utilização; (Ex: parques de diversões); A empresa precisa identificar a melhor forma de fazer essa divisão, segue:
· Princípios básicos envolvidos:
· Consumidor único: caso seja um único consumidor com uma curva de demanda conhecida pela empresa, ela deve igualar a taxa de utilização, P, ao custo marginal e igualar a taxa de entrada, T, ao excedente do consumidor;
· Dois consumidores: a empresa deve fixar a taxa de utilização acima do custo marginal, igualando a taxa de entrada ao excedente do consumidor remanescente, correspondente àquele de menor demanda;
· Vários consumidores: nesse caso é muito difícil ter uma informação sobre a demanda dos consumidores, então acaba sendo definido mais por testes do que por uma maneira clara, mas é claro que se o preço da entrada está mais baixo, atrairá um lucro maior e etc, então as empresas precisam dosar até o ponto de encontrar os dois preços que maximizem o lucro dela;
· Se a demanda dos consumidores por seu produto forem bastante semelhantes entre si, você pode cobrar um preço P que seja mais próximo do custo marginal , fixando uma entrada T, mais alta (mais vantajoso para a empresa pois capita mais excedente do consumidor para ela). Porém se os consumidores apresentamdemandas diferentes por seu produto, você pode tornar P bem mais elevado do que o custo marginal, cobrando uma taxa de entrada, T, mais baixa. Nesse caso, porém, a tarifa em duas partes será uma forma menos eficaz de captação do excedente do consumidor; utilizar um único preço pode ter quase o mesmo efeito;
· Existe também uma forma diferenciada de tarifa em duas partes, que é fornecer uma parte grátis pagando apenas a tarifa de entrada. Ex: empresas de softwares que permitem a utilização do sistema de graça até um certo limite de dados; Isso permite que a empresa cobre uma taxa de entrada mais elevada, sem que perca muitos consumidores que utilizaria pouco o sistema e que por isso não estariam tão dispostos a pagar pela taxa de entrada e por um pacote de dados. Sendo assim, como estes pagam pouco, ou nada, pela utilização do equipamento nesse esquema, a taxa de entrada mais elevada vai captar o excedente sem eliminá-los do mercado e, ao mesmo tempo, captar mais excedente dos grandes consumidores.
 
 
*11.5 Venda em pacote:
· Venda em pacote: prática de venda de dois ou mais produtos em conjunto (como um pacote);
· Vendas em pacote fazem sentido quando os clientes têm demandas heterogêneas e quando a empresa não pode praticar discriminação de preço;
 
Avaliações relativas: quando consumidores diferentes atribuem preços diferentes para a mesma coisa;
· Demandas negativamente correlacionadas: quando um cliente A está disposto a pagar mais por um produto x e menos por um produto y do que o cliente B; Nesse caso é mais indicado a venda em pacote pois a empresa lucra mais;
· Já em demandas positivamente correlacionadas, em que o cliente A estaria disposto a pagar mais pelos dois produtos, a empresa lucra a mesma coisa, seja em venda por pacote ou em venda normal;
· Em geral, a eficácia do pacote dependerá de quão negativamente as demandas estejam correlacionadas;
 
Pacotes mistos: 
· Pacotes mistos: prática de venda de dois ou mais produtos, tanto em pacote como individual;
· É o ideal quando as demanda estão apenas um pouco negativamente correlacionadas e/ou quando os custos marginais de produção são significativos (até aqui seguíamos a premissa de que os custos marginais de produção são iguais a zero)
· Havendo custos marginais positivos, o pacote misto pode mostrar-se mais lucrativo do que o pacote puro;
· Pacote puro: prática de venda de produtos somente em pacote;
 
Vendas em pacotes na prática:
· A maioria das empresas não sabe o preço de reserva dos clientes. Entretanto, fazendo pesquisas de mercado, elas podem ser capazes de estimar a distribuição dos preços de reserva e então usar a informação para planejar a estratégia de fixação de preço;
 
Venda casada: prática que exige que o consumidor adquira um produto para poder comprar outro;
· Permite que uma empresa meça a demanda e, dessa forma, pratique com mais eficiência a discriminação de preço;
· Também pode ser utilizada para ampliar o poder de uma empresa no mercado;
· Protege o conceito positivo que o consumidor tem de uma marca conhecida (pois adquirindo um produto secundário de uma marca pode dar defeito o produto primário da marca conhecida)
 
**11.6 Propaganda:
· Se a empresa investe em propaganda, isso faz com que a curva de demanda se desloque para cima e para a direita;
· A propaganda é um custo fixo, portanto, a curva de custo médio da empresa é deslocada para cima, mas o custo marginal permanece o mesmo;
· Com propaganda, a quantidade produzida da empresa também aumenta, ela recebe um preço maior e seu lucro total é bem maior;
· Investimento ideal em propaganda: aumentar o gasto com propaganda até que a receita marginal resultante de um dolar adicional investido em propaganda
· seja exatamente igual ao custo marginal total de tal investimento;
· Esse custo marginal total é a soma de dolar gasto diretamente em propaganda com o custo marginal de produção decorrente do aumento de vendas proporcionado pela propaganda
· Rmgpro = P(∆Q/∆A) = 1 + CMg (∆Q/∆A) = custo marginal total de investimento em propaganda;
 
Regras básicas para o gasto em propaganda:
· Razão propaganda-vendas: razão entre as despesas de propaganda de uma empresa e suas vendas;
· Elasticidade da demanda à propaganda: porcentagem de variação da quantidade demandada resultante do acréscimo de 1% nas despesas com propaganda;
· Para maximizar lucros, a razão entre a propaganda e as vendas da empresa deve ser igual ao negativo da razão entre a elasticidade da demanda à propaganda e a elasticidade preço da demanda;

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