Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caso 1 – Doença de Von Gierke Um menino de 6 anos foi examinado por seu médico de família por causa de episódios de cansaço, náuseas e tontura que apareciam quando ele pulava uma refeição. Ele tinha hepatomegalia acentuada no exame físico. Os exames laboratoriais indicaram acidose lática, hiperlipidemia e hipoglicemia. 1) Explique o metabolismo bioquímica dessa doença. É a deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, diante disso a glicose-6-fosfato não consegue se transformar em glicose, o que afeta o depósito de glicogênio. No processo da glicogenólise haverá a quebra do glicogênio em glicose-1- fosfato, que, através da enzima fosfoglicomutase, converterá essa molécula em glicose-6-fosfato; a enzima glicose-6-fosfatase, por sua vez, retirará o fosfato do carbono 6 e converterá a glicose-6-fosfato em glicose. Na doença de Von Gierke, no entanto, a enzima glicose-6-fosfatase será deficiente, dessa forma a glicose-6- fosfato se acumulará no fígado, pois não conseguirá ser liberada na corrente sanguínea (como aconteceria com a glicose). 2) Como a acidose lática é produzida? A doença de Von Gierke pode ocasionar acidose lática, pois haverá uma produção excessiva de energia através da fermentação lática. O fígado é responsável, por meio do ciclo de Cori, em converter o ácido lático em glicose, todavia o ciclo de Cori não ocorrerá no paciente portador da doença, devido à deficiência na enzima glicose-6-fosfatase que impedirá a gliconeogênese de acontecer 3) Explique porque ocorre a hipoglicemia e a hepatomegalia. Hepatomegalia - aumento do fígado, pois aumenta depósito de glicogênio porque não tem enzima para liberar glicose no sangue Hipoglicemia - porque o que mantem a glicemia enquanto não estamos nos alimentando é a quebra do glicogênio no fígado e a gliconeogênese. E tanto a gliconeogenese como a quebra do glicogênio precisam da enzima glicose-6- fosfatase, enzima deficiente nessa patologia Exercício 1 Durante a situação de “lutar ou fugir”, a liberação da adrenalina promove a degradação do glicogênio no fígado, coração e músculo esquelético. O produto final da degradação do glicogênio no fígado é a glicose. Ao contrário, o produto final no músculo esquelético é o piruvato. 1) Por que são observados produtos diferente da degradação do glicogênio nesses dois tecidos? Porque no músculo não há a enzima glicose 6-fosfatase, portanto o produto final no músculo é a glicose 6-fosfato que fica dentro na célula. Já no fígado, após a glicogenólise a enzima glicose 6-fosfatase irá retirar o fosfato do carbono 6 liberando a glicose livre para a corrente sanguínea. Exercício 2 Os indivíduos que apresentarem a deficiência na enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, poderão ter sérias consequências, incluindo anemia hemolítica, em determinadas circunstâncias. Baseado no seu conhecimento sobre deficiência na enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, responda: A- A enzima glicose-6-fosfato desidrogenase pertence a qual via metabólica? Pertence à fase oxidativa da via das pentoses fosfato B- Explique porque a deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), em determinadas circunstâncias, (como o uso de antimaláricos, sulfas, radiação ionizante) causa anemia hemolítica. Pois a primeira reação da fse oxidativa não vai ocorrer e não vai ser produzido NADPH, consequentemente, o peróxido de hidrogênio não vai ser reduzido, gerando radicais livres que vão oxidar proteínas, DNA e lipídios. O uso de sulfas, antimaláricos e radiação ionizante causam anemia hemolítica pois aumentam a quantidade de radicais livres, aumentam a produção de espécies reativas de oxigênio, resultando em ANEMIA HEMOLÍTICA C- As consequências fisiopatológicas da deficiência na enzima glicose-6- fosfato desidrogenase são mais aparentes nos eritrócitos (hemácias) do que em outras células, como as do fígado. Apresente uma explicação razoável para essa resposta diferente nesses tecidos. As consequências fisiopatológicas da deficiência na enzima glicose-6-fosfato desidrogenase estão mais presentes, principalmente, nos eritrócitos (hemácias). Isso ocorre porque nas hemácias a única fonte de NADPH é pela via das pentoses fosfato, assim com deficiência da enzima não vai ocorrer nenhuma produção de NADH Exercício 4 Alguns tecidos (nervoso) e células (hemácias) obtêm ATP exclusivamente a partir de glicose. Como é possível garantir sua sobrevivência quando as reservas de glicogênio tornam-se insuficientes para manter a glicemia? Por meio da GLICONEOGÊNESE que é a síntese de glicose nova, apresentando principalmente 3 precursores: aminoácidos, glicerol e lactato Exercício 5 Mostre como a via das pentoses fosfato, que está conectada à via glicolítica, pode produzir: A- Gerar tanto NADPH quanto ribose-5-P: fase oxidativa, oxidação que cria o primeiro NADPH e libera o 6-fosfo-glicono-lactono, que vai ser quebrado em 6- fosfo-gluconato pela enzima lactonase. Esse 6-fosfo-gluconato faz a descarboxilação oxidativa formando o segundo nadph e forma também a ribulose-5-p. Essa ribulose-5-p faz mais uma reação para se transformar em ribose-5-p (por meio de reação de isomerização) B- Gerar apenas NADPH: fase oxidativa seguida de fase não oxidativa, pois assim essa ribose-5-p é transformada em glicose-6-p para aumentar a produção de NADPH na fase oxidativa C- Gerar apenas ribose-5-P: fase não oxidativa, mas ao contrário já que todas as reações são reversíveis, então parte da glicose-6-fosfato e faz todas as reações formando ribose-5-fosfato
Compartilhar