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Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital Autores: Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 28 de Dezembro de 2020 1 Sumário Introdução ......................................................................................................................................... 2 Análise Estatística ............................................................................................................................. 2 Roteiro de revisão e pontos do assunto que merecem destaque ................................................... 3 Questões estratégicas ...................................................................................................................... 6 Questionário de Revisão e Aperfeiçoamento ................................................................................. 20 Perguntas ..................................................................................................................................... 20 Perguntas com Respostas ........................................................................................................... 21 Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 2 INTRODUÇÃO Olá, pessoal, tudo bem? Na aula de hoje estudaremos o assunto: Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/96). Vamos ver como as bancas costumam cobrá-lo. Vamos à análise! ANÁLISE ESTATÍSTICA Legislação Penal Especial % de cobrança em provas anteriores Lei nº 11.340/06 17,89% Lei nº 9.099/1995 - 11,38% Lei nº 7.210/1984 9,76% Lei nº 9.605/1998 - 8,94% Lei nº 11.343/2006 8,13% Lei nº 12.850/2013 8,13% Lei nº 8.069/1990 6,50% Lei nº 10.826/2003 5,69% Lei nº 9.503/1997 5,69% Lei nº 9.296/1996 - 4,07% Lei nº 8.666/1993 4,07% Lei nº 9.455/1997 2,44% Lei nº 8.072/1990 - 2,44% Lei nº 9.613/1998 1,63% Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 3 Crimes Eleitorais 0,81% Lei nº 13.869/2019 0,81% Lei nº 8.137/1990 0,81% Lei nº 10.741/2003 0,81% ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE MERECEM DESTAQUE A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção. O artigo 5º, da Lei nº 9.296/96, prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.". Contudo, entende o STF que a interceptação telefônica pode ser reno-vada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Inf. 890). É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação telefôni-ca durante o plantão judiciário ou durante o recesso do fim de ano. STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 26/4/2018 (Inf. 899). Por fim, traremos alguns dispositivos que entendemos como mais importantes, em razão de alte- ração recente. Vejamos os dispositivos legais: Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, pre-servando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do re-latório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 4 Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a re- querimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação ambiental de si-nais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações cri- minais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de insta-lação do dispositivo de captação ambiental. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continua-da. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, du- rante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 5 Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei: (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019) Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 6 QUESTÕES ESTRATÉGICAS Nesta seção apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões, mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas questões. Veremos provas de outras bancas, de cobrança similar, para que possamos entrar em contato com questões mais atualizadas, reforçando, assim, os estudos. A lei de Interceptação telefônica sofreu algumas alterações em 2019, razão pela qual as questões apresentadas podem estar desatualizadas. Cuidado ao estudar a matéria! 1. FCC - Defensor Público (DPE AP)/2018 A interceptação de comunicações telefônicas pode ser realizada a) mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis. b) por ato fundamentado de Delegado de Polícia no curso do inquérito policial em caso de crime hediondo ou equiparado. c) pelo prazo de quinze dias, que só pode ser prorrogado por igual prazo em caso de indispensabilidade do meio de prova. d) pela autoridade policial em caso de prisão em flagrante apenas para acesso de dados de aplicativos como Whatsapp e Facebook, independentemente de ordem judicial. e) para apurar crime de ameaça quando esta estiver sendo cometida por meio de ligação telefônica. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 7 Comentários Segundo a Lei n. 9.296/96: Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Portanto, correta a letra C. Vamos aos erros: Letra A: Art. 2° NÃO será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Letras B e D: a interceptação telefônica será sempre determinada por decisão judicial. Não há essas exceções. A autoridade policial poderá REQUERER: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. Letra E: como o crime de ameaça (art. 147, CP) é punível com detenção, não admite interceptação: Art. 2° NÃO será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 8 III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. GABARITO LETRA C. 2. FCC - Defensor Público do Estado da Paraíba/2014 No tocante à interceptação das comunicações telefônicas, a) nos termos da legislação pertinente, o prazo para sua duração deve, regra geral, corresponder a no máximo 10 dias, com possibil idade de renovação por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. b) não pode ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal. c) não será admitida quando o fato investigado constituir infração punida, no máximo, com pena de detenção. d) a violação do sigilo telefônico é admitida constitucionalmente, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, como meio de prova de processo de qualquer natureza. e) nos termos da legislação pertinente, o prazo para a interceptação de comunicações telefônicas deve, regra geral, corresponder a no máximo 15 dias, sem possibil idade de prorrogação. Comentários A alternativa C trouxe a l iteralidade da lei, como já vimos na questão anterior. Vejamos: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Porém, apenas para maior conhecimento, é de se ressaltar que o STF admite que as informações e provas obtidas em interceptação telefônica relativa a outro processo podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos: Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 9 HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ACERCA DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO COM PENA DE DETENÇÃO. (...) Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L. 9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela impossibilidade de interceptação para investigar crimes apenados com reclusão quando forem estes conexos com crimes punidos com detenção. Habeas corpus indeferido. (STF, Processo: HC 83515 RS, Relator(a): NELSON JOBIM, Julgamento: 16/09/2004) Letras A e E: o prazo máximo é de 15 dias, admitida prorrogação, nos termos do art. 5º da Lei: Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Letra B: A alternativa contraria o disposto no art. 3º da Lei: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; Letra D: Não é admitida como meio de prova de processo de QUALQUER natureza. Art. 1º da Lei e art. 5º da CF: Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça Art. 5º (...) Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 10 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; GABARITO LETRA C. 3. FCC - Defensor Público do Estado do Ceará/2014 Antonio é investigado em inquérito policial. Para que seja determinada interceptação telefônica de suas comunicações de acordo com o texto legal, é necessário que a) haja requerimento do Ministério Público, na fase de investigação criminal. b) o crime cuja prática se investiga seja punido com penal igual ou superior a quatro anos. c) a decisão que a decrete indique a forma de execução da dil igência. d) sua duração não exceda 10 (dez) dias. e) haja certeza de que Antonio é autor ou partícipe na infração penal que se investiga. Comentários Todas as assertivas podem ser analisadas com base na letra da lei. Vejamos:a) ERRADA. Aqui, a banca entendeu que a assertiva estava incompleta, pois o requerimento pode advir da autoridade policial também: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. b) ERRADA. A lei l imita o cabimento da interceptação aos crimes apenados com reclusão, mas não fixa pena mínima. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 11 c) CORRETA. Na forma do art. 5º da Lei. Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. d) ERRADA, na forma do art. 5º da Lei, acima transcrito. e) ERRADA. A lei fala em indícios razoáveis, mas não exige CERTEZA: Art. 2° NÃO será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; GABARITO LETRA C. 4. VUNESP - Investigador de Polícia (PC BA)/2018 Diante do previsto na Lei nº 9.296/96 – Lei de Interceptação Telefônica, assinale a alternativa correta. a) A interceptação telefônica será admitida mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis. b) A interceptação telefônica poderá ser determinada pelo representante do Ministério Público, de ofício, mediante idônea fundamentação durante a instrução criminal. c) O juiz deverá decidir, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o pedido de interceptação. d) Somente será admitido o pedido de interceptação telefônica feito por escrito. e) Não é necessária a presença de indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal para que seja determinada a interceptação telefônica. Comentários a) ERRADA. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 12 Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. b) ERRADA. Só pode ser determinada pelo juiz. O MP pode requerer. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. c) CERTA, na forma do art. 4º, §2º da Lei. d) ERRADA. Excepcionalmente, poderá ser verbal. Art. 4º (...) § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. e) ERRADA. Pelo contrário, tais indícios são necessários. Vide art. 2º, inciso I, da Lei. GABARITO LETRA C. 5. VUNESP - Escrivão de Polícia (PC SP)/2018 Diante de uma investigação policial de um crime apenado com detenção, e verificando a necessidade de interceptação da comunicação telefônica, é correto afirmar que a) poderá ser solicitada ao Poder Judiciário, mesmo na hipótese de a prova ter possibil idade de ser realizada por outros meios disponíveis. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 13 b) não deverá ser solicitada ao Poder Judiciário, pois não é admitida nos crimes apenados por detenção. c) a autoridade policial deverá requerer ao Ministério Público que a decretará por prazo não superior a 20 (vinte) dias. d) poderá ser decretada pela autoridade policial pelo prazo de 20 (vinte) dias, sendo necessária a remessa da documentação ao Ministério Público para fiscalização da atividade policial. e) a autoridade policial deverá requerer ao Poder Judiciário que a decretará por prazo não superior a 20 (vinte) dias. Comentários A assertiva correta é a B, na forma do art. 2º da Lei: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. GABARITO LETRA B. 6. VUNESP - Defensor Público do Estado de Rondônia/2017 Sobre a interceptação telefônica, assinale a alternativa correta. a) A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, preservado seu sigilo, ocorrerá nos autos de inquérito policial. b) A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz de ofício. c) Não há previsão legal de pedido de interceptação telefônica formulado verbalmente. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 14 d) Admitir-se-á a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir infração penal, independentemente do tipo de pena prevista. e) O pedido de interceptação telefônica poderá ser renovado por uma única vez e por igual tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Comentários a) ERRADA. Ocorrerá em autos apartados, que serão apensados ao inquérito: Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das dil igências, gravações e transcrições respectivas. b) CERTA. Art. 3º da Lei. c) ERRADA. Há previsão excepcional. Art. 4º, § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. d) ERRADA. Não é admitida aos crimes apenados com detenção. Art. 2º, I I I , da Lei. e) ERRADA. Poderá ser prorrogado quantas vezes necessário, desde que observados os requisitos do art. 5º da Lei Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. GABARITO LETRA B. 7. VUNESP - Inspetor de Polícia Civil (CE)/2015 Sobre a Lei de Interceptação Telefônica (Lei no 9.296/96), está correto afirmar: Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 15 a) As interceptações das comunicações telefônicas são admitidas como meio de prova para qualquer crime. b) A interceptação de comunicações telefônicas sem autorização judicial, por parte do agente policial, constituiu apenas infração administrativa, nos termos do artigo 10 da Lei no 9.296/96. c) A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não caracteriza crime, não estando, portanto, sujeito às disposições da Lei no 9.296/96. d) Sendo infrutífera a interceptação de conversas telefônicas, ao final do prazo, a autoridade policial arquivará o material gravado,comunicando o juiz apenas do resultado negativo da interceptação. e) As interceptações telefônicas, no curso das investigações, dependem da ordem da Autoridade Policial e no curso da ação penal dependem de ordem judicial. Comentários a) ERRADA. São admitidas apenas para os crimes apenados com reclusão. b) ERRADA. Constitui crime. Art. 10 da Lei. c) CORRETA, conforme entendimento do STF sobre gravação clandestina. d) ERRADA. Neste caso, a gravação será inutil izada por decisão do juiz, na forma do art. 9º da Lei. Não há que se falar em arquivamento pela autoridade policial. e) ERRADA. Em qualquer fase dependerão de autorização judicial, na forma do art. 1º da Lei. GABARITO LETRA C. 8. VUNESP - Escrivão de Polícia Civil (CE)/2015 Segundo o disposto na Lei no 9.296/96 (Interceptação telefônica), a gravação dos áudios decorrente da interceptação telefônica que não interessar à prova será inutil izada por decisão judicial a) somente após a instrução processual, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 16 b) somente durante a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. c) somente durante a execução da pena imposta na condenação ou após o trânsito em julgado da decisão que absolveu o acusado. d) após a instrução processual independentemente de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. e) durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Comentários Vamos à Lei: Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. GABARITO LETRA E. 9. VUNESP - Delegado de Polícia Civil (CE)/2015 No curso das investigações, a Autoridade Policial toma conhecimento de intenso tráfico de drogas realizado por uma associação em determinada região da cidade e, com vistas à identificação e prisão dos criminosos, intercepta as conversas telefônicas de quatro suspeitos. Com relação a essa conduta, é correto afirmar que a Autoridade Policial a) agiu corretamente, considerando que a interceptação de comunicações telefônicas sobrepõe-se e dispensa outros meios de provas. b) não agiu corretamente, porque deveria ter submetido a análise da necessidade dessa prova ao Ministério Público, buscando autorização com o órgão ministerial. c) incorreu no crime previsto no artigo 10 da Lei nº 9.296/96. d) agiu corretamente, considerando que uma vez presentes fortes indícios de autoria e materialidade de delito punido com pena de reclusão, pode a Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 17 Autoridade Policial determinar a interceptação das conversas telefônicas com base na Lei nº 9.296/96. e) não agiu corretamente, porque, segundo a lei, somente se autoriza interceptação de comunicação telefônica no curso da instrução processual e não no curso das investigações. Comentários Correta a letra C. As demais não possuem amparo legal. Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. GABARITO LETRA C. 10. VUNESP - Juiz Estadual (TJ MS)/2015/31º Com relação ao pedido de interceptação telefônica, disciplinado pela Lei no 9.296/96, assinale a alternativa correta. a) Conterá prova de materialidade e indícios de autoria ou participação em crime apenado com detenção ou reclusão, além de demonstração da indispensabilidade do meio de prova. b) Poderá ser formulado verbalmente, desde que presentes os pressupostos autorizadores e demonstrada a excepcionalidade da situação, caso em que a concessão será reduzida a termo. c) Na decisão de deferimento, será consignado, para a execução da dil igência, o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por uma vez, comprovada a indispensabilidade do meio de prova. d) Deferido o pedido, o juiz conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. e) Na investigação criminal, será formulado ao representante do Ministério Público, e na instrução processual penal, ao juiz, com prazo de 24 horas para decisão. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 18 Comentários a) ERRADA. A lei exige INDÍCIOS, e não materialidade. Além disso, não cabe nos crimes apenados com detenção. b) CORRETA, na forma do artigo 3°, §1° da Lei. c) ERRADA. O prazo é de quinze dias, renovável por igual tempo, na forma do art. 5º da Lei. d) ERRADA. Quem conduzirá os procedimentos será o Delegado de Polícia, na forma do art. 6º da Lei. e) ERRADA. Em qualquer fase, a interceptação depende de autorização JUDICIAL. GABARITO LETRA B. 11. (2017 – CESPE – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA) Com relação às questões e aos processos incidentes, à interceptação telefônica e à prisão temporária, julgue os itens subsequentes. A interceptação de comunicações telefônicas é admitida quando há indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal e não poderá exceder o prazo máximo de quinze dias, prorrogável uma única vez pelo mesmo período. Comentários A interceptação de comunicações telefônicas está prevista no art. 5º, inciso XII, da CF/88, e regulamentada na Lei 9.296/1996. Antes de adentrar no mérito da questão, cabe ressaltar os termos do art. 2º da Lei 9.296/1996, que é muito explorado em prova: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 19 III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Pela redação do artigo, podemos constatar que o enunciado está correto ao dizer que a interceptação telefônica será admitida quando houver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal. Além disso, somente será permitida a interceptação se a prova não puder ser feita por outros meios (menos gravosos) e o fato investigado constituir infração penal punida com reclusão. No entanto, embora o art. 5º da Lei 9.296/96 disponha que a execução da interceptação “não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova”, não traz restrição legal ao número de renovações. Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal já entendeu ser possível a realização de sucessivas prorrogações ao prazo de 15 dias, desde que fique bem fundamentada a indispensabilidade do meio de prova, como se infere da ementa abaixo: EMENTA: INTERCEPTAÇÃOTELEFÔNICA. SUCESSIVAS PRORROGAÇÕES. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE, PORÉM, DE A DECISÃO QUE AS AUTORIZA POSSUIR FUNDAMENTAÇÃO JURIDICAMENTE IDÔNEA, SOB PENA DE NULIDADE. IMPRESTABILIDADE DO ATO DECISÓRIO QUE, DESPROVIDO DE BASE EMPÍRICA IDÔNEA, RESUME-SE A FÓRMULAS ESTEREOTIPADAS CONSUBSTANCIADAS EM TEXTOS PADRONIZADOS REVESTIDOS DE CONTEÚDO GENÉRICO. AUSÊNCIA DE EFICÁCIA PROBANTE DAS INFORMAÇÕES RESULTANTES DE PRORROGAÇÃO DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA AUTORIZADA POR DECISÃO DESTITUÍDA DE FUNDAMENTAÇÃO SUBSTANCIAL. PRECEDENTES. A QUESTÃO DA ILICITUDE DA PROVA: TEMA IMPREGNADO DE ALTO RELEVO CONSTITUCIONAL. DIREITO FUNDAMENTAL DE QUALQUER PESSOA DE NÃO SER INVESTIGADA, ACUSADA, PROCESSADA OU CONDENADA COM BASE EM PROVAS ILÍCITAS (HC 93.050/RJ, REL. MIN. CELSO DE MELLO – RHC 90.376/RJ, REL. MIN. CELSO DE MELLO, v.g.). INADMISSIBILIDADE DA SUA PRODUÇÃO EM JUÍZO OU PERANTE QUALQUER INSTÂNCIA DE PODER. DISCUSSÃO EM TORNO DA ILICITUDE POR DERIVAÇÃO (“FRUITS OF THE POISONOUS TREE”). DOUTRINA. PRECEDENTES. RELEVO JURÍDICO DA PRETENSÃO CAUTELAR. CONFIGURAÇÃO DO ESTADO DE “PERICULUM IN MORA”. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DEFERIDO. MEDIDA CAUTELAR CONCEDIDA. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 20 (STF. 2ª Turma. HC 133148/ES, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/2/2017) GABARITO ERRADO. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo, proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de perguntas que exigem respostas subjetivas. São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas. O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para consolidar melhor o que aprendeu ;) Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim, ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam. Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível. É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok? Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível! Vamos ao nosso questionário: Perguntas 1. O membro do Ministério Público tem competência para autorizar a interceptação das comunicações telefônicas? 2. Cabe a interceptação telefônica quando o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção? Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 21 3. De acordo com a Lei 9.296/96, a execução da dil igência referente à interceptação de comunicação telefônica não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, admitida a prorrogação por igual tempo. Podem ser realizadas prorrogações sucessivas desse prazo? 4. Se um delegado determinar a interceptação das comunicações telefônicas de um suspeito, sem autorização judicial, e, por ela, revelá-lo como autor do crime, será possível a convalidação posterior da interceptação? 5. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Perguntas com Respostas 1. O membro do Ministério Público tem competência para autorizar a interceptação das comunicações telefônicas? Não. O art. 5º, XII, CRFB, garante a inviolabil idade do sigilo das comunicações telefônicas, “salvo por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal” . Assim, percebe-se que a interceptação das comunicações telefônicas é medida excepcional e, por isso mesmo, somente poderá ser realizada mediante ordem judicial. No mesmo sentido, os arts. 1º e 3º da Lei 9.296/96, que regulamenta o referido dispositivo constitucional: Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 22 II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. 2. Cabe a interceptação telefônica quando o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção? Não. Por ser medida excepcional, a Lei 9.296/96 estipula os casos em que não serão admitidas as interceptações telefônicas, dentre eles quando “o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção” ( inciso II I). Ou seja, somente será admitida a interceptação telefônica se o fato investigado constituir infração penal punida com reclusão. Além disso, devem existir razoáveis indícios de autoria ou participação na infração penal ( inciso I) e a impossibil idade de obtenção da prova por outros meios disponíveis ( inciso II). 3. De acordo com a Lei 9.296/96, a execução da dil igência referente à interceptação de comunicação telefônica não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, admitida a prorrogação por igual tempo. Podem ser realizadas prorrogações sucessivas desse prazo? Sim. O art. 5º prevê a prorrogação por igual tempo “uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova”. Como se vê, o referido dispositivo não estipula um limite ao número de prorrogações, dispondo tão somente que deverão ser realizadas pelo mesmo prazo de 15 (quinze) dias. Assim, desde que fundamentada a prorrogação e comprovada a indispensabilidade da interceptação, não há oposição às prorrogações sucessivas. 4. Se um delegado determinar a interceptação das comunicações telefônicas de um suspeito, sem autorização judicial, e, por ela, revelá-lo como autor do crime, será possível a convalidação posterior da interceptação? Não. Segundo o STJ, “A ausência de autorização judicial para excepcionar o sigilo das comunicações macula indelevelmente a dil igência policial das interceptações em causa, ao ponto de não se dever – por causa dessa mácula – sequer lhes analisar os conteúdos, pois obtidos de forma claramente il ícita” (EDcl no HC Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 23 130429 – CE, Quinta Turma, Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJ 27.04.2010, Dje 17/05/2010). 5. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Sim. É crime previsto no artigo 10 da Lei 9296/96, com redação dada pela Lei nº 13.869/19. _______________________________________________________________________________________Bom, pessoal, finalizamos aqui mais um relatório do Passo Estratégico de Legislação Penal. Permaneço à disposição para o esclarecimento de dúvidas surgidas ao longo do estudo do material através do Fórum de perguntas disponibilizado pelo Estratégia, ok? Bons estudos! Telma Vieira. LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS 1. FCC - Defensor Público (DPE AP)/2018 A interceptação de comunicações telefônicas pode ser realizada a) mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis. b) por ato fundamentado de Delegado de Polícia no curso do inquérito policial em caso de crime hediondo ou equiparado. c) pelo prazo de quinze dias, que só pode ser prorrogado por igual prazo em caso de indispensabilidade do meio de prova. d) pela autoridade policial em caso de prisão em flagrante apenas para acesso de dados de aplicativos como Whatsapp e Facebook, independentemente de ordem judicial. e) para apurar crime de ameaça quando esta estiver sendo cometida por meio de ligação telefônica. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 24 2. FCC - Defensor Público do Estado da Paraíba/2014 No tocante à interceptação das comunicações telefônicas, a) nos termos da legislação pertinente, o prazo para sua duração deve, regra geral, corresponder a no máximo 10 dias, com possibil idade de renovação por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. b) não pode ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal. c) não será admitida quando o fato investigado constituir infração punida, no máximo, com pena de detenção. d) a violação do sigilo telefônico é admitida constitucionalmente, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, como meio de prova de processo de qualquer natureza. e) nos termos da legislação pertinente, o prazo para a interceptação de comunicações telefônicas deve, regra geral, corresponder a no máximo 15 dias, sem possibil idade de prorrogação. 3. FCC - Defensor Público do Estado do Ceará/2014 Antonio é investigado em inquérito policial. Para que seja determinada interceptação telefônica de suas comunicações de acordo com o texto legal, é necessário que a) haja requerimento do Ministério Público, na fase de investigação criminal. b) o crime cuja prática se investiga seja punido com penal igual ou superior a quatro anos. c) a decisão que a decrete indique a forma de execução da dil igência. d) sua duração não exceda 10 (dez) dias. e) haja certeza de que Antonio é autor ou partícipe na infração penal que se investiga. 4. VUNESP - Investigador de Polícia (PC BA)/2018 Diante do previsto na Lei nº 9.296/96 – Lei de Interceptação Telefônica, assinale a alternativa correta. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 25 a) A interceptação telefônica será admitida mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis. b) A interceptação telefônica poderá ser determinada pelo representante do Ministério Público, de ofício, mediante idônea fundamentação durante a instrução criminal. c) O juiz deverá decidir, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o pedido de interceptação. d) Somente será admitido o pedido de interceptação telefônica feito por escrito. e) Não é necessária a presença de indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal para que seja determinada a interceptação telefônica. 5. VUNESP - Escrivão de Polícia (PC SP)/2018 Diante de uma investigação policial de um crime apenado com detenção, e verificando a necessidade de interceptação da comunicação telefônica, é correto afirmar que a) poderá ser solicitada ao Poder Judiciário, mesmo na hipótese de a prova ter possibil idade de ser realizada por outros meios disponíveis. b) não deverá ser solicitada ao Poder Judiciário, pois não é admitida nos crimes apenados por detenção. c) a autoridade policial deverá requerer ao Ministério Público que a decretará por prazo não superior a 20 (vinte) dias. d) poderá ser decretada pela autoridade policial pelo prazo de 20 (vinte) dias, sendo necessária a remessa da documentação ao Ministério Público para fiscalização da atividade policial. e) a autoridade policial deverá requerer ao Poder Judiciário que a decretará por prazo não superior a 20 (vinte) dias. 6. VUNESP - Defensor Público do Estado de Rondônia/2017 Sobre a interceptação telefônica, assinale a alternativa correta. a) A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, preservado seu sigilo, ocorrerá nos autos de inquérito policial. b) A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz de ofício. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 26 c) Não há previsão legal de pedido de interceptação telefônica formulado verbalmente. d) Admitir-se-á a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir infração penal, independentemente do tipo de pena prevista. e) O pedido de interceptação telefônica poderá ser renovado por uma única vez e por igual tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. 7. VUNESP - Inspetor de Polícia Civil (CE)/2015 Sobre a Lei de Interceptação Telefônica (Lei no 9.296/96), está correto afirmar: a) As interceptações das comunicações telefônicas são admitidas como meio de prova para qualquer crime. b) A interceptação de comunicações telefônicas sem autorização judicial, por parte do agente policial, constituiu apenas infração administrativa, nos termos do artigo 10 da Lei no 9.296/96. c) A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não caracteriza crime, não estando, portanto, sujeito às disposições da Lei no 9.296/96. d) Sendo infrutífera a interceptação de conversas telefônicas, ao final do prazo, a autoridade policial arquivará o material gravado, comunicando o juiz apenas do resultado negativo da interceptação. e) As interceptações telefônicas, no curso das investigações, dependem da ordem da Autoridade Policial e no curso da ação penal dependem de ordem judicial. 8. VUNESP - Escrivão de Polícia Civil (CE)/2015 Segundo o disposto na Lei no 9.296/96 (Interceptação telefônica), a gravação dos áudios decorrente da interceptação telefônica que não interessar à prova será inutil izada por decisão judicial a) somente após a instrução processual, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. b) somente durante a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 27 c) somente durante a execução da pena imposta na condenação ou após o trânsito em julgado da decisão que absolveu o acusado. d) após a instrução processual independentemente de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. e) durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. 9. VUNESP - Delegado de Polícia Civil (CE)/2015 No curso das investigações, a Autoridade Policial toma conhecimento de intenso tráfico de drogas realizado por uma associação em determinada região da cidade e, com vistas à identificação e prisão dos criminosos, intercepta as conversas telefônicas de quatro suspeitos. Com relação a essa conduta, é correto afirmar que a Autoridade Policial a) agiu corretamente, considerandoque a interceptação de comunicações telefônicas sobrepõe-se e dispensa outros meios de provas. b) não agiu corretamente, porque deveria ter submetido a análise da necessidade dessa prova ao Ministério Público, buscando autorização com o órgão ministerial. c) incorreu no crime previsto no artigo 10 da Lei nº 9.296/96. d) agiu corretamente, considerando que uma vez presentes fortes indícios de autoria e materialidade de delito punido com pena de reclusão, pode a Autoridade Policial determinar a interceptação das conversas telefônicas com base na Lei nº 9.296/96. e) não agiu corretamente, porque, segundo a lei, somente se autoriza interceptação de comunicação telefônica no curso da instrução processual e não no curso das investigações. 10. VUNESP - Juiz Estadual (TJ MS)/2015/31º Com relação ao pedido de interceptação telefônica, disciplinado pela Lei no 9.296/96, assinale a alternativa correta. a) Conterá prova de materialidade e indícios de autoria ou participação em crime apenado com detenção ou reclusão, além de demonstração da indispensabilidade do meio de prova. Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 28 b) Poderá ser formulado verbalmente, desde que presentes os pressupostos autorizadores e demonstrada a excepcionalidade da situação, caso em que a concessão será reduzida a termo. c) Na decisão de deferimento, será consignado, para a execução da dil igência, o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por uma vez, comprovada a indispensabilidade do meio de prova. d) Deferido o pedido, o juiz conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. e) Na investigação criminal, será formulado ao representante do Ministério Público, e na instrução processual penal, ao juiz, com prazo de 24 horas para decisão. 11. (2017 – CESPE – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA) Com relação às questões e aos processos incidentes, à interceptação telefônica e à prisão temporária, julgue os itens subsequentes. A interceptação de comunicações telefônicas é admitida quando há indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal e não poderá exceder o prazo máximo de quinze dias, prorrogável uma única vez pelo mesmo período. GABARITO 1. Letra C 2. Letra C 3. Letra C 4. Letra C 5. Letra B 6. Letra B 7. Letra C 8. Letra E 9. Letra C 10. Letra B 11. LERRADO Telma Vieira, Tulio Lages Aula 08 Passo Estratégico de Legislação Penal Extravagante p/ PC-RN (Agente e Escrivão) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br
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