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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: As moldagens representam a forma dos tecidos na cavidade bucal que constituem a área basal para a prótese. São usadas para se obter um modelo que é a cópia da forma e tamanho dessa área.Os objetivos da moldagem são: prover retenção, estabilidade e suporte para a prótese ; cumprir com os requisitos estéticos dos lábios e, ao mesmo tempo, manter a saúde dos tecidos bucais. Funções da prótese: • Mastigação; • Deglutição; • Fonação; • Outros atos. Forças que atuam sobre a prótese: Uma dentadura quando em função, na mastigação, deglutição, fonação e outros atos, recebe forças que em determinados momentos tendem a deslocá-la ou então comprimi-la contra os tecidos que a suportam, que se caracterizam como forças extrusivas ou intrusivas, respectivamente. • tendem a deslocar a prótese de sua posição; • comprimem a prótese sobre os tecidos (rebordo). As forças extrusivas são equilibradas quando houver uma prótese bem confeccionada e bem adaptada. Essa adptação da prótese acontece por conta de alguns fenômenos. Se todos esses fatores forem aplicados, haverá sucesso na reabilitação; Requisitos funcionais: • Ato ou efeito de reter; • É a capacidade da prótese de resistir às forças extrusivas (mastigação, tosse, espirro, fala) que tendem a deslocá-la de sua posição; • É o meio pelo qual a prótese se mantém na boca, resistindo à força da gravidade, adesividade de alimentos e ás forças envolvidas na abertura; • As PT ficam retidas sobre os rebordos alveolares desdentados, graças à ação dos fenômenos físico naturais como adesão, coesão, tensão superficial e pressão atmosférica. Telles, Hollweg E Castelucci, 2009. • É a atração física de moléculas de dois corpos de naturezas diferentes, quando estão em contato; • A adesão é proporcional à área de contato, portanto, quanto maior a área, maior será a adesão (nesse caso, a prótese superior possui uma maior adesão, pois ela encosta no rebordo e no palato, aumentando a sua área de contato); • A adesão é proporcional ao número de pontos de contato; • A adesão depende da perfeita adaptação, em íntimo contato, da base protética aos tecidos de suporte e à fluidez da saliva – prótese + saliva + fibromucosa = adesão; • É a atração física de moléculas iguais de uma mesma substância. Está relacionada com a força retentiva representada pela película de saliva entre a base protética e a mucosa; • Na película de saliva, essas moléculas se atraem para se manterem unidas; – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Coesão X Adesão – exemplificação: A coesão é a atração física das moléculas da saliva, com o objeitvo delas se manterem unidas, evitando o rompimento dessa película de saliva. A adesão está acontecendo entre a saliva e a prótese e entre a saliva e a fibromucosa – corpos de naturezas diferentes se atraindo fisicamente. • Funções: ▪ Remoção de resíduos de alimentos; ▪ Ação antibacteriana, antifúngica e antivirótica; ▪ Inicia o processo da digestão; ▪ Lubrificação e proteção das mucosas. • A saliva promove a retenção das próteses totais; • Ela pode ser de dois tipos: ▪ Serosa (fluída e aquosa); ▪ Mucosa (espessa e viscosa). • Saliva mais fluída -> melhor retenção (pois possui uma espessura fina 0,1 mm, aumentando o efeito de capilaridade e tensão de superficie). Por ser mais fina evita deslizamento; • Saliva mais viscosa -> película mais espessa, mais fácil de ser rompida, a prótese fica mais instável; • Portanto, a saliva serosa é a ideal para realizar a retenção da prótese. • É considerada, em prótese, como sendo a capacidade da película de saliva de resistir à ruptura; • Menisco de saliva acompanha os movimentos da prótese, impedindo a penetração do ar entre a mucosa e as bordas. Na prótese total, no final dela há uma película de saliva (menisco salivar) que está íntegra, mantém a prótese em posição. Quando o paciente exerce uma força extrusiva para retirar essa prótese, a película de saliva se mantém estável, por conta da tensão superficial. Porém, existem forças que fazem com que essa prótese se desloque. A pelicula de saliva dessa vez não consegue se manter estável e rompe. A película não conseguiu manter sua força de coesão e nem a sua tensão superficial. Entra o ar nesse espaço, fazendo com que a prótese se desprenda do rebordo. • A presença da saliva é um fator de garantia da manutenção da retenção, pois acompanhando o movimento da borda da prótese, impede a entrada de ar assegurando o funcionamento perfeito da mesma. Então, as bordas da prótese total devem ter espessura adequada, não podem ter bordas muito finas (são traumatizantes e prejudicam a formação do menisco salivar) e nem muito largas. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • É vital para a retenção das PT, e atua como força retentiva, quando se aplicam forças no sentido de deslocá-las. Alguns a chamam de “sucção” devido à resistência ao desprendimento da prótese de sua base; • É o ar que exerce pressão sobre os corpos; • Atua permanentemente sobre a área basal, sendo que a mesma pressão atua de dentro para fora dos tecidos, através dos pulmões e sangue. Exemplo da seringa: ao puxar o êmbolo da seringa e soltá-lo, ele fica normal, pois há uma pressão atuando tanto dentro quanto fora da seringa.. Quando o êmbolo é puxado com a entrada de ar vedada, ele retorna, pois não há pressão dentro da seringa, apenas fora. O mesmo acontece com a prótese, ao puxar a prótese (depois de estar adaptada à fibromucosa e aderida à saliva) ela retorna, pois não há pressão (ar) entre essas estruturas, apenas fora. Para realizar o deslocamento dessa prótese, é necessário colocar ar lá dentro. • Sempre que houver um vácuo, a pressão atmosférica irá atuar sobre a prótese, fazendo com que ela fique estática. • O ar que entra quebra o vácuo, permitindo a movimentação da prótese (quebrando essa resistência). Essa pressão atmosférica é adquirida fazendo uma perfeita adaptação da borda da prótese aos tecidos de suporte, é realizado no ato de uma moldagem específica – chamada de moldagem funcional com vedamento periférico. Esse vedamento é considerável imprescindível no aproveitamento dessa força atmosférica. Todos esses fenômenos acontecem ao mesmo tempo e estão diretamente relacionados à retenção da prótese. Exemplo das placas de vidro: sem a película de água, essas placas não se grudam e se separam facilmente. Depois de colocar uma película de água entre as placas, pode-se perceber: Antigamente, acreditava-se que uma cavidade na parte interna da prótese ajudaria na retenção. Ao longo dos anos, essa retenção criava uma câmara de sucção/câmara à vácuo (aumentava o vácuo) que fazia uma pressão atmosférica maior e a mucosa era sugada para dentro da cavidade, proliferava – chamava-se de lesão por câmara de sucção. Foi descoberto depois, que essa câmara não trazia tantas vantagens e causava uma hiperplasia fibrosa (crescimento de tecido fibroso para dentro dessa câmara). Portanto, não é mais utilizada. 1. Adesão= mucosa de sustentação + base da prótese + saliva; 2. Coesão: está ligada principalmente à viscosidade salivar, ou seja, uma saliva serosa (mais fina) promove melhor retenção que a mucosa (mais grossa); 3. Tensão superficial: está ligada a capacidade elástica da saliva, que por este fato, forma um menisco que acompanha os movimentos das próteses impedindo a penetração do ar entre a mucosa e as bordas da prótese; 4. Pressão atmosférica: influi diretamente na retenção da prótese, pela pressão reduzida quando a prótese tende a sofrer deslocamento.– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • O fenômeno da adesão: pois há uma adesão entre a placa de vidro, a película de água e a outra placa de vidro; • A coesão também acontece, as moléculas da fina película de água estão se atraindo fisicamente para se manterem unidas; • A tensão superficial acontece na borda das placas de vidro, onde há uma película de água se mantendo estática, sem se romper; • E a pressão atmosférica acontece pela presença do ar em cima e em baixo da placa de vidro. Todo esse experimento pode ser associado ao que acontece com a prótese: uma placa é a fibromucosa, a película de água representa a película de saliva e a outra placa representa a prótese. • É a capacidade da prótese resistir às forças intrusivas (onde a prótese é comprimida sobre os tecidos de suporte); • Condição do osso e da fibromucosa – trata-se do grau de reabsorção do osso (quanto mais reabsorvido estiver o osso, pior é o suporte da prótese) e a condição da mucosa (ela não pode estar patológca/traumatizada); • Extensão da base da prótese – a base da prótese deve- se estender ao máximo possível na área chapeável (área de acentamento da prótese). Para isso, é necessário possuir conhecimento da anatomia protética; • Resiliência da fibromucosa – se a fibromucosa estiver flácida (acontece quando o osso reabsorve e a fibromucosa não acompanha, se mantém estática), não irá proporcionar o suporte ideal. Para um suporte ideal, a fibromucosa deve ser resiliente/rígida. • Qualidade se ser estável; possuir firmeza, solidez e segurança; • Propriedade que tem um corpo, desviado do estado de equilíbrio, de voltar a esse estado; • A estabilidade da prótese é a qualidade dela voltar à sua posição de equilíbrio quando forças lhe são aplicadas; • A estabilidade se refere especialmente a resistência nos movimentos e forças horizontais que tendem a alterar a relação entre a base protética e seu apoio de suporte em direção horizontal ou rotatória. Turano e Turano, 2011. • Dentes e crista do rebordo: para manter a estabilidade da prótese, o ideal é que os dentes artificiais estejam posicionados na crista do rebordo (área mais alta do rebordo). Se o dente for posicionado mais na vestibular ou na lingual, as forças, quando incidirem, vão ser oblíquas e vão tentar deslocar essa prótese de sua posição; • Relação interdental: o paciente deve possuir uma oclusão estável, ideal (com pontos bilaterais e simultâneos, pontos de contato equilibrados...). Se houver contatos prematuros, a prótese será instável; • Base e musculatura adjacente: a base da prótese não pode ser muito espessa, se ela for espessa, sempre que o paciente contrair os músculos a prótese irá sair de posição. Essa base deve estar em conformidade com a musculatura adjacente, deve parecer que faz parte do organismo; – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Educação funcional: existe um controle neuromuscular, que com o tempo, proporciona uma adaptação da musculatura que está ao redor da prótese. É um controle que o paciente não percebe. Essa musculatura se contrai, a ponto de manter uma prótese em boca. Requisitos físicos: • Estão relacionados à confecção da prótese; • Trata-se do máximo de cobertura que uma prótese pode ter aos tecidos de sustentação na cavidade oral do paciente. ▪ Na maxila: a prótese recobre todo o palato duro – extensão maior. • As inserções musculares quando estão ativas (em função), ficam tracionadas. Se não for feito um recorte na prótese acompanhando a inserção muscular, a prótese será empurrada para baixo sempre que a musculatura tensionar. • O selamento é adqurido na moldagem funcional. A região da borda da prótese é moldada, fazendo um selamento da periferia da borda. • Diz respeito à íntima relação das bordas das moldeiras ou das dentaduras, com o fórnix do vestíbulo para impedir a entrada de ar entre a base da dentadura e a fbromucosa. • A prótese irá possuir regiões de compressão (áreas de mais pressão) e regiões de alívio (áreas que não recebem cargas/forças), isso irá contribuir para que a prótese fique em posição na cavidade oral do paciente. Existe também as áreas de compressão secundária, que possuem um pouco de alívio, pois não conseguem receber as cargas incididas sobre a prótese. Exemplo: um paciente que está com uma prótese há muito tempo na boca (+ de 20 anos) não irá sentir que a prótese está folgada, para o paciente está tudo normal, pois a prótese não cai por conta desse controle neuromuscular. No entanto, é necessário trocar essa prótese, pois durante esse tempo ocorreu uma reabsorção no rebordo, então não há mais um contato íntimo entre a prótese e o a mucosa do rebordo, essa prótese está desadaptada. Portanto, por conta do controle neuromuscular, a prótese se mantém sem retenção, mas estável. • A prótese desadaptada (traumática) aumenta o processo de reabsorção. • Uma prótese total dura em média 5 anos – é necessário trocar por conta da reabsorção do rebordo - adaptação muda. As etapas de moldagem são muito importantes para copiar a cavidade do paciente e possibilitar a ação desses fenômenos. Em prótese total, há duas moldagens: 1. Moldagem anatômica, preliminar ou de estudo; 2. Moldagem funcional, final ou de trabalho. A moldagem de trabalho é extremamente importante, para que os fenômenos possam acontecer na prótese total. • Teste para saber se a prótese está bem adaptada: O fato de a prótese estar bem adaptada ou não, irá repercutir diretamente na retenção. Então pode-se fazer testes de retenção (como puxar a prótese, fazer teste na oclusal dos dentes). Mas, pode-se colocar um material de moldagem (de preferência com a silicona leve) dentro da prótese e levar na boca do paciente. Depois de tomar presa, é retirado. Deve-se observar se alguma área da prótese apresenta uma espessura grossa do material de moldagem, se isso acontecer, significa que essa área está desadaptada. Em uma prótese adaptada, o material de moldagem deve ficar bem uniforme. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Considerações finais: Para que uma prótese possa assentar-se corretamente tirando proveito de todos os fenômenos físicos já descritos e, evitando sua intrusão nos tecidos, os mesmos devem estar saudáveis para prover sustentação. Tecidos moles inflamados e/ou tecidos ósseos muito reabsorvidos, não representam área de boa qualifcação para a ancoragem de uma prótese. Diagrama de Jacobson e Krol modificado por Turano, onde a interação das propriedades de retenção e estética, estabilidade e suporte, levam ao sucesso do tratamento das próteses totais. Referências: GENARI FILHO, Humberto. Requisitos Funcionais e Físicos em Próteses Totais. Revista Odontológica de Araçatuba, Araçatuba, p. 36-43, 2005. Telles, Hollweg E Castelucci, 2009. Turano e Turano, 2011. Aula teórica de Reabilitação Oral (fundamentos da prótese). Professora Luana Maria Martins de Aquino. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2021.
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