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ANESTÉSICOS LOCAIS Caminho da percepção dolorosa Ativação dos nociceptores presentes na periferia. Eles liberam bradicinina que então irão traduzir o estímulo químico, mecânico ou térmico em elétrico, permitindo assim a condução para o SNC. Ao nível da medula espinal, no gânglio dorsal, o primeiro neurônio excitado realiza sinapse com outro neurônio dando sequência na condução nervosa. As inibições causadas pelos anestésicos seguem a seguinte sequência: primeira dor, segunda dor, temperatura, tato, propriocepção e tônus muscular. (bloqueio funcional diferencial). Quanto mais periférico o membro mais profundo é sua inervação. Fibras de dor Mielinização = Células de schwann no SNP e Oligodendrócitos no SNC. Fibras A (delta): mielinizadas (dor) – maior velocidade de dor. Bem localizada Fibra B: mielinizadas Fibra C: não mielinizadas (dor) – menor velocidade de condução. Localização indistinta. Analgesia e anestesia Analgésicos: inibidores específicos da dor. Anestésicos: inibidores inespecíficos inibem a condução nervosa das vias aferentes e eferentes. Química dos anestésicos locais No final os AL’s são classificados como: · AL com ligação éster – procaína – comum apresentar reações de hipersensibilidade – são metabolizadas pelas esterases teciduais e pseudocolinesterases - menos efeito de duração. · AL com ligação amida – lidocaína – são metabolizadas no fígado – mais efeito de duração. Mecanismo de ação Bloqueia os canais de sódio impedindo a transmissão nervosa. Essa ligação é intracelular e se dá na quarta subunidade do canal de sódio. Vias de entrada do fármaco – no pH neutro · Dependente de uso: AL iônico – penetra a célula pela própria abertura do canal podendo assim se ligar na sua parte interna. · Não dependente de uso: AL molecular – penetra por difusão a membrana celular e se liga na parte intracelular do canal. Efeito mais rápido. A lidocaína apresenta as duas formas de vias. A forma não ionizada atravessa a membrana e a forma ionizada se liga no receptor do canal. Por isso os Al’s não são eficazes na inflamação uma vez que ocorre a mudança do pH que pode vir a comprometer a via de entrada do fármaco no organismo. Efeitos adversos - Os AL’s podem ter reações sistêmicas se administrados em grande quantidade ou em locais ricos em irrigação sanguínea - Modulação cardíaca podendo causar arritmias. - Hipersensibilidade (mais comum nos éster). - Interação do ATB Sulfonamina, devido a produção de PABA pelos AL’s - Pode causar cianose em neonatos. Ações farmacológicas Curiosidade! Tetrodotoxina - produzida por bactérias do intestino do Baiacu. No organismo humano realiza ligações irreversíveis com os canais de sódio bloqueando-os interminavelmente. Bloqueio funcional diferencial: estágios da ação dos anestésicos. Primeiro fibra A (delta), depois C, A(beta) .... fibra motora. A associação com vasoconstritores como adrenalina e noradenalina aumenta a duração do efeito do anestésico, uma vez que dificulta a evasão do medicamento. ESSE PROCEDIMENTO NÃO PODE SER APLICADO EM EXTREMIDADES DEVIDO O RISCO DE HIPÓXIA. Anestésicos locais com ligação éster Procaína - Ação curta sua baixa hidrofobicidade faz com que rapidamente ela seja removida do local e também infere em uma rápida dissociação do canal de sódio (efeito efêmero). - a 2-cloroprocaína é um homólogo hidrolisado da procaína, assim possui uma maior potencia e efeito aumentando a sua aplicabilidade clínica. Ex: anestesia epidural no parto - um metabólito da procaína é o PABA, assim esse AL pode diminuir o efeito do antibacteriano Sulfonaminas que visa inibir a ação desse ácido. Tetracaína - Modificação da procaína para aumentar o tempo de ação. - Longa duração e alta potencia elevada hidrofobicidade - Pode causar a síndrome da cauda equina perda da função dos órgãos inervados pelos segmentos da cauda equina. - Usado em anestesia espinal e tópica. Cocaína - duração e ação média - Provoca também vasoconstrição o que explica seu potencial cardiotóxico. - primeiro anestésico a ser utilizado - uso na anestesia tópica e oftálmica. Anestésicos locais com ligação amida Primeira opção para indivíduos alérgicos a anestésicos. Lidocaína - apresenta início rápido e potencial moderado. - a ligação amida impede a degradação do fármaco pelas esterases, e a hidrofobicidade permite ao fármaco permanecer próximo à área de administração (isto é, no tecido local) por muito tempo. - pode ser associada com epinefrina, porém deve-se evitar essa associação em extremidades devido a vasoconstrição intensa causada pela epinefrina. - Usada em bloqueio de nervos periféricos e na anestesia epidural, espinal e tópica. É também usada com antiarrítmico devido ao bloqueio de canal de sódio. - efeitos adversos: sonolência, zumbismo e espasmo celular. - A prilocaína é muito parecida a lidocaína exceto que já apresenta atividade vasoconstritora. Bupivacaína - de longa duração - usada na anestesia epidural. - bloqueia principalmente as fibras de dor deixando livre as fibras motoras. Usada na analgesia do parto. - em altas concentrações é cardiotoxica, assim quase não é mais usada. EMLA (mistura eutética de anestésico local) - lidocaína+ prilocaína - é muito útil na clinica devido sua alta concentração de anestésico por gota = alta eficácia.
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