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A anestesia local é o bloqueio reversível e temporário da condução nervosa, sem alteração dos níveis de consciência. Na clínica odontológica, o objetivo da aplicação local de anestésicos é o controle da dor durante o atendimento, a fim de se garantir um tratamento mais confortável para o paciente. Os anestésicos locais têm sua ação por meio da interrupção do tráfego de informações nos neurônios cujas extremidades formam receptores para a dor. No entanto, os anestésicos locais não são seletivos, e bloqueiam o tráfego de informações não somente em vias sensitivas, mas também em vias motoras. Adicionalmente, os anestésicos locais não têm especificidade, apresentando ações vastas sobre tecidos excitáveis, inclusive o cardíaco; desse modo, o efeito local do anestésico deve-se à ação mais ou menos restrita ao local da sua aplicação. Na prática clínica, a decisão pelo uso de anestésicos locais deve basear-se em diversos fatores, particularmente a profundidade e a duração necessárias da anestesia, e a eventual necessidade de hemostasia, obtida devido ao uso associado de vasoconstritores. Para garantir a segurança das injeções de anestésicos locais na clínica odontológica, o cirurgião-dentista deve ponderar os riscos em relação aos benefícios para cada paciente, considerando o agente anestésico, o uso de vasoconstritor e a técnica de anestesia a ser empregada. Para crianças por um tempo foi indicado o uso de anestésicos sem vasoconstritores, para diminuir o tempo de bloqueio dos anestésicos. Por, pelas novas regras, o uso dos anestésicos locais associados a vasoconstritores torna o anestésico mais seguro, pois com o uso do vasoconstritor pode-se usar menores doses do anestésico e esse ficar por mais tempo agindo no bloqueio da dor. : são fármacos que produzem um bloqueio reversível na condução de impulsos nervosos, e áreas circunscritas, sem alteração de nível de consciência. Esse bloqueio precisa ser reversível. As ações dos anestésicos locais NÃO são seletivas para as fibras de dor; esses fármacos também podem bloquear outras fibras sensoriais, bem como fibras motoras e autonômicas, e potenciais de ação nos músculos esquelético e cardíaco (em doses altas os anestésicos podem causar crises epiléticas e alterações na condução cardíaca). Os anestésicos locais ligam-se reversivelmente a um local do receptor específico existente no poro dos canais de Na+ dos nervos e bloqueiam o transporte dos íons por essa abertura. Quando aplicados localmente nos tecidos nervosos em concentrações adequadas, eles podem atuar em qualquer parte do sistema nervoso e em qualquer tipo de fibra nervosa, bloqueando de maneira reversível os potenciais de ação responsáveis pela condução nervosa. A história da anestesia local inicia-se com a observação de que indígenas da América do Sul, que habitavam os Andes, ao mascarem extrato de certas folhas (Erythroxylon coca), sentiam-se melhores. 1860: Newmann observou a capacidade da cocaína em produzir entorpecimento, ele isola a cocaína e com isso percebe que ela não só leva a perda do gosto como também da sensação de dor) 1884: Carl Koller, introduziu a cocaína como anestésico tópico para cirurgias oftálmicas Sigmund Freud: estudou suas propriedades farmacológicas Halstead: popularizou o uso da cocaína em anestesia infiltrativa e bloqueios nervosos. Várias mortes por cocainização aguda baixo índice terapêutico da cocaína droga com potencial de abuso alto. 1902: elucidação estrutural e síntese 1904: Einhorn, síntese de outros anestésicos locais (menos tóxicos) 1905: Síntese da Procaína (Novocaína®) 1943: Löfgren, síntese da lidocaína Os nociceptores transmitem a informação da dor utilizando uma variedade de mecanismos. Alguns receptores transformam estímulos nocivos (térmicos, mecânicos ou químicos) em potenciais elétricos. Outros são estimulados por substâncias liberadas quando células adjacentes sofrem lesão (bradicinina, serotonina, prostaglandinas). A liberação de K+ das células adjacentes lesionadas despolariza diretamente as membranas dos nociceptores. Todos esses estímulos causam a eles “sensibilização”, diminuindo o limiar para a ativação. 1. Um estímulo nocivo (térmico/mecânico/químicos/lesões) acarreta na ativação dos nociceptores e a geração de potenciais de ação. 2. A lesão simultânea das células adjacentes causa sensibilização dos nociceptores. 3. Os nociceptores ativados liberam substâncias, incluindo a substância P e o peptídio relacionado com o gene da calcitonina (PRGC), que contribuem para maior sensibilização e que iniciam respostas inflamatórias para promover respostas. Isso tudo, ocorre para a condução da dor Anestésicos locais são moléculas orgânicas, relativamente diversas do ponto de vista químico, que têm como ação farmacológica comum a inibição do disparo do potencial de ação em células excitáveis, como são os neurônios. Para a maioria dos pacientes o tratamento com anestésicos locais causa primeiramente a supressão da sensação dolorosa e, em seguida, perda das sensibilidades à temperatura, ao toque e à pressão profunda e, por fim, a função motora é suprimida. Em geral, as fibras dos nervos autônomos que transmitem informações são classificadas em alguns tipos. As fibras C e Aδ, são as fibras mais descrita para a transmissão da dor. As fibras C são pequenas e não mielinizadas elas transmitem sensações dolorosas, aquela dor em queimação, ardência. Por serem fibras sem mielina, a condução da informação nervosa é ponto a ponto da fibra nervosa, por despolarização e P.A. Já as fibras Aδ, são pequenas e mielinizadas, elas transmitem sensações de dor e temperatura. A dor transmitida por essas, é aquela bem localizada, pontiaguda. Por serem fibras mielinizadas a condução da informação nervosa se dá pelos nódulos de hanvieres, então é do tipo saltatória. As fibras C e as Aδ são bloqueadas antes das fibras Aγ, Aβ e Aα, essas fibras também transmite estímulos, são mielinizadas e maiores, elas transmitem as sensibilidades postural, tátil e de pressão e estímulos motores, então são mais da parte motora. Os mecanismos precisos responsáveis por esta especificidade aparentem de ação anestésica local nas fibras de dor não são conhecidos. As velocidades diferenciais dos bloqueios demonstrados pelas fibras que transmitem os diversos tipos de sensação têm importância prática significativa para o uso dos anestésicos locais. As fibras do tipo C são mais fáceis de ser bloqueadas que as Aδ, porém a diferença é pouca. A primeira dor seria a conduzida por fibras do tipo Aδ e a segunda por fibras do tipo C. Pois apesar de se bloquear mais fácil as fibras do tipo C, as Aδ são as que conduzem informação localizada por estímulos por saltatória, então é rápido a transmissão delas. Dessa forma o bloqueio delas faz com que não se tenha a percepção de primeira dor, enquanto que o bloqueio das fibras do tipo C, seria de segunda pois demora mais para a transmissão do bloqueio. Ao se aplicar o anestésico local, no momento em que o fármaco chega em solução, por mais que aplicado de vagar para não ocorrer lesão tecidual, no momento que ele chega, ele fica restrito a uma área mais especifica e conforme vai passando os segundos ele vai se espalhando e atingindo áreas maiores. Então, por que as fibras do tipo Aδ e C que transmitem a dor são bloqueadas primeiro que as demais motoras? O que normalmente ocorre é a inativação das fibras que conduzem a dor e após algum tempo das fibras motoras, perda do controle motor. Isso ocorre porque basta o anestésico local entrar em contato com uma pequena parte das fibras que transmitem a dor, principalmente as C que não conduzem os estímulos de forma saltatória, assim,bloqueando uma parte dos canais de sódio, já não ocorre mais a transmissão dos P.A., bloqueando a dor. Agora para as fibras que possuem mielina e conduzem impulsos saltatória, de nódulo a nódulo, é preciso que haja o bloqueio de 3 nódulos de Hanvier para que se tenha o bloqueio da transmissão nas fibras. Assim, a diferença entre as fibras Aδ e as motoras é que, na fibra Aδ os nódulos estão mais perto uns dos outros do que na motora. Então o bloqueio de pelo menos 3 nódulos ocorre muito mais rápido do que nas fibras motoras. Dessa forma, primeiro se tem o bloqueio da dor para depois se ter da perda do controle motor. A sequência geral de ocorrência de déficits funcionais é a seguinte: 1. Autonômicas dor (primeira, Aδ e segunda dor, C) 2. Sensibilidade térmica (frio, calor) e tátil 3. Pressão profunda e vibração 4. Proprioceptivas (pressão posição ou estiramento) e motoras. Analgésicos bloqueiam de forma específica as vias de dor. Eles não bloqueiam a condução da dor, apenas tornam mais difícil de sentir a dor. Os analgésicos exercem suas ações em receptores específicos nos nociceptores primários e no SNC Anestésicos locais bloqueiam de forma inespecífica as vias sensoriais periféricas (incluindo as da dor), motoras e autonômicas. Não se sente a dor. A molécula típica de anestésico local é constituída por um grupo lipofílico e um grupo hidrofílico, separados por uma cadeia intermediaria, que inclui ligação Ester ou amida. O grupo lipofílico (lipossolúvel) é necessário para a passagem da molécula pela membrana da célula nervosa, enquanto o grupamento hidrofílico (ionizável) interage com as estruturas celulares evita a precipitação do fármaco, vire pó, quando exposto ao líquido intersticial A molécula típica de anestésico local é constituída por: Grupo aromático: confere lipofilicidade (hidrofobicidade) à molécula Terminação amina secundária ou terciária: confere hidrosolubilidade à molécula Cadeia intermediária (éster ou amida): influencia no metabolismo e efeitos adversos (alergenicidade, fármacos ésteres tem mais potencial de causar alergias nos pacientes) Os 4 anestésicos mais usados na odontologia são a Articaína, Prilocaína, Lidocaína, Mepivacaína. A Bupivacaína também pode ser utilizada, porém ela possui um potencial cardiotóxico maior, por ser mais lipofílica que os demais dando mais características toxicidade. A característica do grupo aromático dos anestésicos permite a difusão dos mesmos pelas membranas, porém não se pode ter fármacos muito hidrofílicos nem muito lipofílicos. Os muito hidrofóbicos não atravessam a membrana e os muito lipofílicos ficam retidos entre as duas camadas da membrana por ter muita afinidade com esse local. Para tanto os anestésicos mais utilizados são aqueles que são moderadamente hidrofóbicos. Para ser efetivo, um anestésico local deve distribuir-se e difundir-se através da membrana e, por fim, dissociar-se dela, pra tanto os compostos precisam ter hidrofobicidade moderada. O sítio de ligação do AL: resíduos hidrofóbicos: fármacos mais hidrofóbicos ligam-se de modo mais firme ao sítio-alvo, aumentando a potência do fármaco. (OBS: moderadamente hidrofóbicos são mais efetivos clinicamente, pois conseguem atravessar a membrana sem ficar retidos nesta) Quanto menor o coeficiente de partição dos fármacos dos anestésicos quer dizer que este é mais lipofílico. Além disso, precisa-se ter noção do pKa dos fármacos, que além do grupo aromático que influencia no transporte pelas membranas dos fármacos, precisa-se também ter noção do pKa desses fármacos, para saber qual é o melhor local para o seu transporte. Os anestésicos locais, todos eles possuem características de bases fracas. O pKa quando igual ao pH, sinaliza para o local onde 50% das formas do fármaco ficam na forma ionizada e 50% na forma não- ionizada, sendo então a porcentagem de fármacos neutros/não-ionizados a porcentagem de fármacos que irá ser absorvido. Então 50% dos fármacos são absorvidos. Normalmente o pH onde os anestésicos vão ser administrados no nosso corpo é de 7,4 e esse valor é mais ácido para todos eles, dessa forma já se sabe pelo ph onde eles vão ser depositados que este favorece a forma ionizada, reduzindo o potencial de absorção deles (menos de 50%), quanto mais se diminui o pH mais formas ionizadas se formam e menor fármaco é absorvido/ menor transporte pelas membranas. Agora quanto mais básico for o pH, mais fármaco vai ficar na forma neutra e vai ser mais absorvido/ mais fármaco permeando as membranas. Os fármacos são adm. Fora do nervo, até chegar nas fibras e conseguir permear as membranas e bloquear os canais de sódio. O grupo amina: pKa maior = mais formas protonadas em pH fisiológico. Hipótese do receptor modulado: Os anestésicos locais possuem maior afinidade pelos estados fechado, aberto e inativado dos canais de sódio do que pelo estado de repouso Os anestésicos locais atuam na membrana celular e impedem a geração e condução dos impulsos nervosos. O mecanismo de ação principal desses fármacos envolve sua interação com um ou mais locais de ligação específicos dentro do canal de Na+. Os anestésicos locais bloqueiam a condução reduzindo ou impedindo o grande aumento transitório da permeabilidade das membranas excitáveis ao Na+, que normalmente é produzido pela despolarização da membrana. Essa ação de anestésicos locais é decorrente de sua interação direta com os canais de Na+ regulados por voltagem. À medida que a ação anestésica se desenvolve progressivamente no nervo, o limiar da excitabilidade elétrica aumenta gradativamente, a velocidade de elevação do potencial de ação declina, a condução dos impulsos fica mais lenta e a condução nervosa falha. Os anestésicos locais podem bloquear os canais de K+, mas esta interação requer concentrações mais altas do fármaco; assim, o bloqueio de condução não é acompanhado por nenhuma mudança grande no potencial de membrana de repouso. Nós aplicamos os anestésicos fora do nervo, fora do tecido nervoso e o fármaco vai então se distribuindo pelos tecidos. os anestésicos locais possuem maior afinidade pelos estados fechado, aberto e inativado dos canais de sódio do que pelo estado de repouso. No P.A, tem-se os canais de sódio quando em repouso o anestésico não tem afinidade, após quando aberto/fechado/ inativo os anestésicos se ligam mais ao canal de sódio inativando-o impedindo a sensação de dor. Todos os anestésicos locais são eficazes, todos eles causam anestesia e todos eles têm propriedades vasodilatadores, os anestésicos por si só já provocam a vasodilatação. A Mepivacaína é o anestésico com o menor porcentual vasodilatador usado na odonto (20-30 min). Fármacos com propriedades vasodilatadoras (procaína e lidocaína): podem aumentar sua própria absorção. Absorção por via tópica varia conforme a área em que foi aplicado. Ao entrar na circulação, como são bases fracas, eles tendem a se ligar, parcialmente às proteínas plasmáticas principalmente a α-1 glicoproteína ácida e em menor grau à albumina, e às hemácias. Quanto mais lipofílico o fármaco for, maior o Volume de distribuição dele. O fármaco livre difunde-se facilmente através das barreiras biológicas: A nível de SNC Barreira Placenta: podendo produzir depressão cardíaca grave no feto. Éster: inativados por hidrólise (alguns metabolizados por colinesterases), produtos da hidrólise podem sofrer biotransformação hepática Amida: metabolismo essencialmente hepático. As três principais vias de metabolismo hepático são hidroxilação aromática, N-desalquilação e hidrólise da amida. OBS: alguns metabólitos dos AL retêm atividade farmacológica e podem causar efeitos tóxicos. Ex. metabolitos dalidocaína sedação : Testes psicomotores e relatos subjetivos de sonolência dos pacientes em doses odontológicas, são observados. Efeitos analgésicos e anticonvulsivantes em doses subtóxicas, abaixo do limiar de toxicidade. Sinais e sintomas de efeitos tóxicos no SNC: Iniciais: sensação de atordoamento e vertigem, seguida de distúrbios visuais e auditivos, apreensão, desorientação e atividade muscular involuntária (natureza excitatória). Respostas depressoras também podem ocorrer (fala arrastada, sonolência e inconsciência) Em concentrações sanguíneas mais elevadas: fasciculações e tremores musculares se intensificam e evoluem para convulsões tônico-clônicas generalizadas – atividade convulsiva é comumente seguida por um estado de depressão do SNC idêntico à anestesia geral Doses excessivamente altas: deficiência respiratória, que se não tratada, pode evoluir para coma e morte Leitos vasculares periféricos: os efeitos dependem do AL, concentração e tônus simpático no local; reduzem os tônus vascular relacionado com a função autonômica; causam vasodilatação quando administrados por via submucosa. Miocárdio: Clinicamente utilizados como antiarrítmicos. Leitos vasculares periféricos: em doses tóxicas: podem causar dilatação arteriolar e hipotensão profunda Miocárdico: Em doses tóxicas: Excitabilidade da membrana e velocidade de condução são deprimidas no tecido cardíaco Bradicardia sinusal e contratilidade cardíaca reduzida = redução do débito cardíaco Hipóxia: exarcerbação destes efeitos Respiração mantida artificialmente: mesmo assim ocorre colapso circulatório após doses excessivamente altas. OBS: quanto mais lipofílico o anestésico, maiores os efeitos cardiotóxicos Os efeitos dos anestésicos locais, depende da [] plasmática que eles atingem. Os efeitos anticonvulsivantes são de doses baixas (0,05 a 4 µg/mL) e antiarrítmico (0,05 a 4 µg/mL). Ao se aumentar essas [] começa a aparecer mais efeitos adversos. De 4 a 7 µg/mL Efeitos da fase estimulatória Sintomas: apreensão, fala abundante e desconexa, contração de grupos musculares isolados, tremor nas mãos e nos pés Sinais: sensação de tontura, “zumbido”, visão desfocada, anestesia na região perioral e na língua, aumento da PA, taquicardia e taquipnéia Efeitos da fase depressora Fraqueza muscular Sonolência Diminuição mínima da frequência cardíaca e da profundidade respiratória quando for acima de 7 µg/mL ([] plasmática) Efeitos da fase estimulatória Sinais: crise convulsiva tônico-clônica, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, ineficácia da respiração durante a convulsão Efeitos da fase depressora Depressão dos centros medulares corticais Ausência de resposta Inconsciência, que pode evoluir para coma, dependendo da intensidade da dose Depressão das funções cardiovasculares e respiratórias Quando se percebe que os pacientes estão apresentando esses efeitos relacionados com a Sobredosagem dos anestésicos locais, é indicado que o paciente seja colocado na posição deitada com a barriga para cima, pois se tem o risco de crise convulsiva. E também se tira tudo que se tem de perto do paciente. Já se os efeitos que o paciente apresenta estão relacionados com sobredosagem do vasodilatador, é indicado colocar o paciente na posição sentada - Concentrações sanguíneas excessivas: Injeção intravascular ou administração de grandes quantidades Precauções: 1) utilizar a menor dose que proporcione a anestesia eficaz; 2) Utilizar técnicas de injeção apropriada, incluindo aspiração; 3) Na ausência de contraindicações (história do paciente ou necessidade operatória), utilizar vasoconstritor. Riscos: crise convulsiva; depressão respiratória; colapso cardiovascular Se ocorrer resposta adversa mesmo com esses cuidados: colocar o paciente deitado em posição supina e deve ser administrado oxigênio. Crises convulsivas: elas geralmente são autolimitadas: realizar ventilação de suporte e proteção do paciente contra ferimentos. Já nas crises intensas ou prolongadas com risco de hipóxia: benzodiazepínico (diazepam) intravenoso. AL: relativamente não irritantes aos tecidos Injeção intraneural acidental pode levar a danos no nervo pela combinação de: AL não diluído, pressão hidrostática (adm. Muito rápida do anestésico) e lesão física direta Podem induzir necrose focal no tecido muscular esquelético próximo ao sítio de injeção (dano revertido em algumas semanas) Uso de vasoconstritores: podem causar ou exacerbar uma resposta tecidual local o Epinefrina: hipóxia tecidual (redução do fluxo sanguíneo e aumento do consumo de oxigênio) o Norepinefrina: pode causar necrose isquemica mais comumente do que outros vasoconstritores o Anestesia com vasoconstritor: perigosa em áreas irrigadas por artérias terminais (nariz, dedos) Em Odontologia, a irritação tecidual pode provocar maior incidência de dor pós-anestésica no sítio de injeção em pacientes que recebem formulações anestésicas contendo vasoconstritores. - Reações tóxicas a quantidade mínima de AL -Decorrente (mais comumente) ansiedade, vasoconstritor ou injeção IV. Essas reações devem ser cuidadas em pacientes que já apresentam alergias e pacientes com asma. Porém raramente ocorre reações alérgicas, mas quando ocorrem envolvem: o Derivados éster do ácido p-aminobenzóico (ex: benzocaína causa alergia) o Conservantes (metilparabeno e sulfitos) o Respostas dermatológicas. OBS: Metilparabeno é proibido nos EUA desde 1984 No Brasil, não é obrigatória a indicação na bula e seu uso não é regulado pela ANVISA o Reações alérgicas ao Anestésicos são tratadas com anti-histamínicos o Reações anafiláticas graves: utiliza-se adrenalina para tratar. Anestésicos gerais, barbitúricos e analgésicos opióides: efeitos depressores do SNC somatórios. Lidocaína combinada com outro fármaco antiarrítmico: pode gerar distúrbios profundos no automatismo e condutibilidade cardíacos, muito maiores do que qualquer um dos compostos causaria se utilizado isoladamente. Fármacos inibidores da CYP3A4 (eritromicina) e da CYP1A2 (fluvoxamina) podem aumentar ligeiramente as concentrações plasmáticas de lidocaína e agentes correlatos A procaína e alguns outros anestésicos locais (benzocaína, tetracaína) são metabolizados, gerando ácido p-aminobenzóico. A ação antibacteriana das sulfonamidas é competitivamente antagonizada por esse metabólito. Anestésico em diferentes técnicas Tratamento de arritmias cardíacas, especialmente ventriculares Os anestésicos locais também têm sido usados, com sucesso variável, para tratar a tosse prolongada e laringospasmos, e como medicação analgésica e anticonvulsivante intravenosa. Um adesivo contendo lidocaína a 5% está aprovado para alívio de nevralgia pós-herpética. O efeito anti-inflamatório da lidocaína tem sido utilizado para tratar o íleo paralítico pós- operatório. A escolha deve levar em conta: Duração da anestesia pulpar Necessidade de hemostasia Condições sistêmicas do paciente É o padrão com o qual os demais são comparados. É a mais utilizada pelos odontologistas. Usos: Diversas técnicas anestésicas Pode ser administrado por via IV para o tto de arritmias cardíacas em serviços de urgência cardiológica e UTIs. Sempre se utiliza a lidocaína para gestantes. Farmacocinética - Absorvida pelo TGI, sofre metabolismo de 1ª passagem, biod. De 35% por via oral -Após administração intravenosa em bolo, é rapidamente distribuída aos tecidos altamente vascularizados. Segue lenta fase de eliminação com redistribuição aos músculos e tecido adiposo -Pode ser administrada por via intramuscular -Na circulação, liga-se a proteínas plasmáticas(60- 80%) -[ ] obtida no leite materno pode chegar a 40% daquela obtida no plasma -Vd reduzido em ICC e elevado em doença hepática -Sofre biotransformação hepática (90%) gerando metabólitos ativos, que podem contribuir para efeitos tóxicos ([] ≥ 5µg/mL) -Menos de 10% eliminada inalterada na urina (em pacientes com função renal seriamente comprometida por haver toxicidade pelo acúmulo de metabólitos) -Meia-vida de distribuição (7-30 min) e de eliminação (1,5-2 horas) Baixo efeito vasodilatador podendo ser utilizado sem vasoconstritor (no entanto, não é recomendado). Usos: Anestesias infiltrativas e bloqueios periféricos Não é efetiva topicamente Farmacocinética Taxa de ligação proteica de 75% Metabolismo hepático Meia-vida de 2-3 horas em adultos e 9 horas em neonatos Amplo uso em Odontologia Única formulação utilizada na odontologia que contém felipressina como vasoconstritor (ela é útil em pacientes onde as aminas simpatomiméticas estão contra-indicadas) Contraindicado para gestantes e portadores de insuficiência cardíaca ou respiratória Pode causar Metehemoglobinemia A prilocaína também tem sido associada a uma maior incidência de lesões nervosas após injeções para bloqueio do nervo alveolar inferior do que as observadas com lidocaína ou mepivacaína. Farmacocinética Na circulação, liga-se a proteínas plasmáticas (55%) e distribui-se a diferentes tecidos No fígado, convertida a metabólitos mais hidrossolúveis (o-toluidina e N-n-propilalanina) Excretado na urina, com meia-vida de eliminação de 1,6 horas Rápido início de efeito e duração de ação intermediária. Amplamente utilizada na Europa para procedimentos Odontológicos, tem-se mostrado um fármaco seguro com baixa incidência de efeitos adversos A alta concentração (4%) do agente pode acentuar o perigo de injeção intravascular e o risco de lesões aos nervos na imediata vizinhança da injeção, afetando especialmente os nervos lingual e alveolar inferior após o bloqueio do nervo alveolar inferior. Aumenta o risco de parestesia. Em altas doses, pode causar METEHEMOGLOBINEMIA semelhante à prilocaína. Contraindicada para pacientes com metemoglobinemia idiopática ou congênita, anemia, insuficiência cardíaca ou respiratória e aos alérgicos a enxofre. Farmacocinética: Rapidamente inativada por esterases plasmáticas (meia-vida de 27 min) Empregada em procedimentos de maior duração ou que se deseja analgesia pós-operatória prolongada. Mais cardiotóxica do que a lidocaína Em cirurgias obstétricas, foi relatado casos de parada cardíaca de difícil recuperação Em Odontologia, este fato é pouco provável de ocorrer. Farmacocinética Liga-se de 82-96% às proteínas plasmáticas Excretada no leite materno em pequenas quantidades Biotransformada no fígado, sendo 5% excretado inalterado na urina A excreção renal é afetada por perfusão renal e pH urinário Meia-vida de eliminação em neonatos é de 25 horas enquanto que na mãe é de 1,25 horas Propriedades físico-químicas semelhantes a Bupivacaína, porém com menor potência. Apresenta maior índice terapêutico do que a Bupivacaína, sendo menos cardiotóxica. Dispensa o uso de vasoconstritor. NÃO está disponível para uso Odontológico. Longa duração (tubetes odontológicos fora do Brasil) Assemelha-se estruturalmente à lidocaína Empregada em procedimentos de maior duração ou que se deseja analgesia pós-operatória prolongada. Anestésico tópico (cetona). Usada para dor em mucosite oral após radiação ou quimioterapia. Pode produzir irritação e leve sensação de ferroada no local da aplicação. NÃO está disponível no Brasil. - Anestésicos locais do tipo éster, comercializado no Brasil. - Apenas em preparações para uso tópico usados em Odontologia.
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