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Introdução: Hemorragias da primeira metade da gravidez • 1 causa de morte materna do mundo – atonia uterina • 2 causa de morte no Brasil Classificação • Primeira metade da gravidez – abortamento, gravidez ectópica e mola hidatiforme • Segunda metade da gravidez – placenta prévia, deslocamento prematuro de placenta e rotura uterina 1) Abortamento Principal causa de sangramento na primeira metade da gravidez. A interrupção da gestação < 22 semanas ou feto < 500 gramas é classificado como abortamento, acima disso é classificado como parto prematuro ou pré-termo. • Abortamento precoce < ou igual 12 semana • Abortamento tardio: 13 a 20 semana. A viabilidade do feto geralmente é acima de 23 semanas • Abortamento espontâneo: principal complicação do início da gestação • Abortamento provocado A frequência diminui com o aumento da IG, sendo 70-80% dos casos ocorre na primeira semana. Estima-se que 20-30% dos abortamentos são clínicos e 20-30% são subclínicos. Fatores de risco: idade, obesidade e tabagismo. Etiologias: a) Anormalidades cromossômicas – principal causa – trissomia b) Desordens anatômicas • Incompetência istmo-cervical: quando ocorre o encurtamento e dilatação do colo uterino sem a contração uterina (espontânea) – ocorre perdas mais tardias 18 a 20ª semana. Paciente com esse tipo tem histórico de abortamento cada vez mais cedo nas próximas gestações. o Cerclagem – pontos inabsorvíveis no colo uterino com nó em bolsa de tabaco, ocorrendo o fechamento do colo uterino. O corte do fio é apartir da 37º semana • Miomas – causa de abortamento não frequentes. Os principais são os Endocavitários ou submucosos • Malformações uterinas – útero de delfo, unicorno... • Sinequias uterinas – síndrome de asherman – traves presentes na cavidade uterina ocorre geralmente após curetagem. • Prolapso uterino (distopia uterina) c) Doenças endócrinas • Insuficiência lútea – desenvolvimento do corpo lúteo que não produz uma quantidade suficiente de progesterona para manter o embrião. • Doenças da tiroide • Diabetes Melitus descompensada d) Doenças imunológicas – síndrome do anticorpo antifosfolipídeo e) Infecções Formas Clínicas • Ameaça de abortamento – sangramento de pequena intensidade, com dor/ colo uterino fechado/ beta-HCG positivo e aumentado. O USG embrião e o BCF presente. Pode haver deslocamento ou não. Ocorre em 25% das gestações. o Conduta: ▪ Hormônios – progesterona até o final do 1 trimestre. ▪ Repouso relativo ▪ Abstinência sexual ▪ Sintomáticos ▪ Expectante ▪ Apoio psicológico • Abortamento inevitável – sangramento intenso, dor, colo uterino aberto, Beta-HCG positivo e diminuído, USG com descolamento ovular. Paciente corre risco de choque. Necessário fazer a retirada • Abortamento completo – sangramento discreto ou ausente, mais comum até 8-10 semanas, dor ausente, colo uterino fechado, beta-hcg decaindo ou negativo, USG vazio/ coágulos. o Conduta: expectante • Abortamento incompleto – sangramento variável, dor em cólicas, colo fechado ou aberto, beta-hcg negativo ou em queda, USG com restos ovulares. Mais comum de -10 semanas. o Conduta: risco de infecção, necessário fazer o esvaziamento uterino • Abortamento infectado – germes mais comuns anaeróbicos, E. coli, bacterioides e clostridium perfringes (pode evoluir para choque séptico) o Limitado ao endométrio o Acomete o miométrio, paramétrio, anexos e peritônio pélvico o Infecção generalizada: peritonite e choque séptico o Conduta: estabilização hemodinâmica + antibioticoterapia + esvaziamento do útero ▪ Antibioticoterapia: clindamicina + gentamicina Obs: o colo está amolecido e doloroso a palpação resultando em um maior risco de perfuração durante o esvaziamento • Abortamento retido – retenção do ovo por mais de 4 semanas, sangramento ausente, dor ausente, beta-hcg negativo ou decaindo, USG com embrião presente e BCF ausente. o Complicações importantes: distúrbios da coagulação, infecções. o Tratamento: Misoprostol – prostaglandina para indução do abortamento. / Se o esvaziamento espontâneo não for conseguido com 48hrs realiza-se esvaziamento cirúrgico. • Abortamento habitual – três ou mais perdas sucessivas o Etiologia: incompetência isto cervical, insuficiência luteinica, causas endócrinas o RH negativo com COOMBs indireto negativo: Imunoglobulina Anti -D 2) Gravidez Ectópica • Implantação do ovo fora da cavidade uterina o Tubária (ampular é dominante) → 95% o Cornual o Abdominal o Ovariana o Cervical Etiologia: • Endossalpingite (DIPA) – Infecções da tuba que diminuem a luz e a passagem do embrião. • Endometriose – endométrio em locais diferentes da camada endometrial • Más formações tubárias • Gestação ectópica anterior (mais fator de risco) • DIU (?) – eficaz para evitar gravidez tópica. • Reprodução assistida • Cirurgias tubárias prévias • Transmigração • Gemelaridade • Aneuplodias Quadro clínico – em rompimento da gravidez * Sintomas inespecíficos: - dor em BV, geralmente unilateral -Amenorreia -Sangramento vaginal (em 40% dos casos) – porque o B-HCG presente na corrente sanguínea, ele prepara o útero para a gestação mesmo ele estando em um local diferente -Sintomas comuns de gravidez -Dor abdominal com irradiação para ombros – Sinal de Larfon Diagnostico Laboratorial • Diagnostico nos casos de ectópica integra geralmente é realizado de 5-12 semanas • Dosagem sérica de beta-HCG • Dosagem serica de progesterona – pouco utilizada • Hemograma o Mesmo hemorragia moderada – Hct/g podem ter apenas ligeira redução o Redução de Hct/Hg que acontece após várias • USG – escolha transvaginal o Consegue visualizar quando beta> 1500 o Pode ser observado um saco pseudosaco gestacional – acúmulo de liquido devido a descamação da decídua. o Anexos: saco vitelínico ou embrião extrauterino o Achado qualquer massa anexial diferente de um simples cisto ovariano o Liquido livre em fundo de saco • Culdocentese o Positico – coágulos ou liquido sanguinolento que não coagula – hemoperitônino o Negativo: não exclui ectópica integra ou rota o Sangue que coagula – vaso sanguíneo Tratamento • Medidas de suporte / hemotranfusão • Expectantes → opção para casos de ectópicas iniciais, integras com HGV baixo e declinantes • Para pacientes com beta em evolução → metrotexato (MTX) o Antagonista do ácido fólico interfere na síntese do DNA e RNA o Interfere na multiplicação celular o Indicações ▪ GE integra, sem sinais de hemorragia e com • Níveis de beta baixo • Ausência de BCF • Massa ectópica medindo menos de 3,5 cm • O nível de HCG deve ser atingir 5 o Se não ocorrer → repetir a dose ou tratamento cirúrgico • Dor da separação → 65-75% das tratadas referem dor após o incio geralmente leve que cede coma analgésicos • Cirurgia o Laparotomia ou laparoscopia ▪ Conservador → preserva a tuba ▪ Radical → salpingectomia Critérios para tratamento cirúrgico • Gestante com sisnais instáveis ou sinais de hemoperitonio • Diagnostico inconclusivo • Gravidez ectópica avançada • Seguimento difícil • Contraindicação ao tratamento clínico 3) Doença trofoblástica gestacional • Tumores benignos e malignos placentários relacionados com a gravidez a) Benigno – Mola Hidatiforme Proliferação do trofoblasto Macroscopia: • Vesículas com liquido claro, semelhantes a cachos de uva ou hidátides (patognomonico) • Mircoscopia: proliferação trofoblástica, pouco vascularização e degeneração hidrotópica do estroma Fatores de risco: idade abortamento, fumantes, exposição exagerada a radiação ionizantes ACO Mola completa: ausência de feto e ou amnio / degeneração hidrotopica de todas as vilosidades corionais • Aspecto genético: é diloide e todos oscromossomos tem origem paterna o Homozigótica (90%) ▪ 46 XX androgênese ▪ Menor probabilidade de malignização o Heterozigótica ▪ 46XY ou 46XX o > risco – doença trofoblastico persistente → malignização Mola parcial: menos frequente e mais benigna. Degeneração hidrópica parcial de vilosidades corionais, tecido fetal presente e geralmente são gestações inviáveis. • Geralmente o cariótipo é a triploidia o 69XXY,69XXX ou 69 XYY ▪ 2 genomas paternos e 1 materno o 10% tem tetraploidia Manifestações clínicas: • Sangramento vaginal – intermitente e aumento gradual • Eliminações de vesículas – mola completa • Útero amolecido, indolor e aumentado – útero em sanfona • Náuseas e vômitos • Geralmente sem BCF • Desenvolvimento precoce de pré-eclâmpsia – 30% nos casos de mola completa • Massas anexais palpáveis o Cistos tecaluteinicos o Conduta: expectante • Hiperemese gravídica • Tireotoxicose: semelhante entre o THS e o HCG – hipertireoidismo Diagnostico: • USG com tempestade de neve • Cistos ovarianos tecaluteinicos • Presença ou ausência de feto, amnio e cordão • Dosagem de beta – prgnostico • Histopatológico Conduta • Esvaziamento uterino o Vácuo-aspiração o Curetagem o Histerectomia total ▪ Multíparas > 40 anos ▪ Sepse hemorragia intensa • Enviao para analise histopatológico • Controlar complicações o Exames laboratoriais de imagem o Rx de tórax • RH negativo → anti globulina anti D • Controle pós-molar o Semanas → normal em 3 semans consecutivas o Mensal → normal em 6 meses consecutivos o Cura Obs: Em caso de aumento pensar em malignização da doença Acompanhamento clincio • USG: invasão endometrial e involução de cistos ovarianos • RX de tórax • Anticoncepção – ACO / DIU – não é estimulado b) Neoplasia trofobrastica gestacional Mola invasora: sequela de mola hidatiforme completa ou parcial Manutenção da estrutura vilositária Quadro clinico: • Metrorragias resistentes • Infecção • Subinvolução uterina Diagnostico: • Seguimento pos molar: o Beta-hcg permanece elevado ou aumenta o USG com invasão miometrial o Histopatológico • Prognostico: podem evoluir para coriocarcinoma • Metástase em 4% ao diagnostico Coriocarcinoma: Quadro clinco: gravidez recente, útero aumentado, sangramento persistente e beta elevado Prognostico: • Metástases comuns • Mortes por incuficiencia respirtoria e hemorragia cerebral • Muito sensível a quimioterápico Tumor trofoblástico do sitio placentário • Composto do trofoblasto intermediário o Não eleva tanto o beta HCG o Aumento do lactogenio placentário • Diagnostico tardio gestação anterior • Muito agressivo • Pouca resposta ao QT • TTO: Histerectomia e quimioterápico.