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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO – UNIDADE VILA MARIANA SONEGAÇÃO FISCAL CLAUDIA ALMEIDA DE SOUZA SÃO PAULO - SP 2016 CLAUDIA ALMEIDA DE SOUZA SONEGAÇÃO FISCAL Trabalho de Conclusão apresentado como requisito para obtenção de grau de especialização no Curso de Pós – Graduação em Direito Tributário do Centro Universitário Ibero Americano de São Paulo, sob orientação do Prof. Ms Ananias Prudente Ramos SÃO PAULO – SP 2016 SONEGAÇÃO FISCAL Claudia Almeida de Souza Orientador: Ananias Prudente Ramos[footnoteRef:1] [1: Advogado Auditor Administrador Contador Perito Judicial] RESUMO A sonegação fiscal são meios ilegais para evitar o pagamento de taxa, impostos e outros tributos. A ação do contribuinte em se opor ao ordenamento jurídico quanto à utilização dos procedimentos transgridi diretamente a lei fiscal e o regulamento fiscal. O objeto da Sonegação é crime especifico contra a Ordem Tributária da Lei 8137/90, no aspecto do inadimplemento fiscal evasão e a fraude fiscal. Nesse sentido o incentivo ao planejamento tributário, com ênfase ao crescimento econômico e investimento social. Sugerir meios para que o Estado obtenha receitas públicas para garantir as despesas do dinheiro público aplicado aos meios necessários para satisfazer as necessidades coletivas quanto à utilização e aplicação dos Princípios da Culpabilidade como a Proteção da Dignidade da Pessoa Humana, Princípio da Responsabilidade Subjetiva para evitar o crime de dolo ou culpa, o Princípio da Proporcionalidade da Pena e da Intervenção Mínima do Estado são as propostas do presente artigo. INTRODUÇÃO O presente estudo inicia com a problemática da Sonegação Fiscal tem como premissa obter, depender e gerir o processo fiscal nos termos da Lei 6830/90 quanto à regulamentação do processo fiscal. No contexto das finanças publica com planejamento transparente. Dessa forma, estabelecer responsabilidade fiscal em razão de lei a todos os governantes, agentes públicos em geral, para obediência aos limites e ao ordenamento jurídico para administrar nos parâmetros da responsabilidade fiscal do contribuinte à aplicação da Lei Complementar 101/2000. Assim equilibrar a arrecadação tributária, para não ser tão onerosa a ponto do contribuinte evadir-se da onerosidade do Estado e delimitar os serviços públicos com SUS, Creches nos Municípios de forma a prestação de serviço público garantir programas sociais. 1.Sonegação fiscal como fator comprometedor do desenvolvimento econômico A sonegação fiscal é um dos entraves comprometedores do desenvolvimento econômico como no caso do Brasil. Nesse enfoque podemos encontrar inúmeras justificativas dos sonegadores, desde a alta carga tributária, ao pagamento dos impostos à corrupção entre os responsáveis pela administração do país. Como sabemos, na maioria dos casos observamos a sonegação ser uma prática comum, que destrói todos os ramos da economia. O Estado Administrador precisa das rendas patrimoniais do próprio Estado das atividades comerciais e industriais e da riqueza dos cidadãos para manter e cumprir suas finalidades. Entretanto observamos a receita tributaria gerida pelo Estado, proveniente da arrecadação de impostos, taxas, contribuições são extremamente severas ao contribuinte. Nesse espectro observamos o contribuinte buscar meios de tributações que os favoreça, como o caso dos “Paraísos Fiscais”, como a definição de países que oferecem ao individuo carga tributária estável e com menor tributação. Como se viu a Sonegação Fiscal compromete o desenvolvimento econômico do país, por estimular e a fuga de investimentos e capitais para os chamados “Paraísos fiscais” que levam toda a renda dos cidadãos conquistadas dentro do país. Nesse espectro observamos a interdisciplinaridade do Direito Penal e do Direito Tributário. Os direitos penais e tributários são expressivos, por ser compulsório na tributação e na aplicação das sanções nos casos de inadimplemento obrigacional ou de infração tributária, como a prisão por multa, o regime especial de fiscalização, a interdição, o perdimento de bens, a apreensão de coisas, principalmente quando falamos na interpretação dos chamados crimes tributários, como também à interpretação e aplicação das infrações fiscais recebem as penas pecuniárias. O nexo do Direito Penal e do Direito Tributário são evidentes ao tratarmos os conceitos e institutos do contrabando, descaminho, apropriação indébita. Em muitos pontos trabalhamos a interdisciplinaridade parafraseando o Professor Hugo de Brito Machado. “os penalistas geralmente pouco conhecem do Direito Tributário, e os tributaristas quase nada sabem do Direito Penal”. Entretanto para combatermos a evasão fiscal é necessário trabalhar a redução da carga tributária e criar um ambiente econômico mais prospero e que proporcione desenvolvimento e o funcionamento de empresas, patrimônio e consumo para gerar uma economia forte e equilibrada das finanças públicas. Publicar 2. Contribuinte pagamento dos tributos O descontentamento do contribuinte diante a alta tributação do governo brasileiro, a corrupção e ausência da aplicabilidade do dinheiro arrecadado dos impostos, como se percebe o tributo continua a ser objeto de reclamação dos cidadãos. A cerca de tal tema observamos uma das estratégias do cidadão ao driblar o fisco ao não pedir a emissão da Nota Fiscal nos Estados. Os efeitos da sonegação de impostos através da não emissão de notas, que visa proteger a Pessoa Jurídica e a Pessoa Física, a fim do fisco nãoter controle fiscal na soma das ações. E a proteção da alta tributação e má distribuição da carga tributária. Outra hipótese de Sonegação fiscal implica na elisão fiscal abusiva, como no caso de criação de empresa, para pratica de simulação, para mascarar fato gerador ocorrido e não recolher tributo devido. No caso em voga há análise da decisão judicial do Caso Neymar, o qual o jogador e seu pai mascararam o salário por Direito de imagem criou Pessoa Jurídica, têm valor indenizatório e não como fonte de rendimentos, pelo procedimento de dissimulação do negócio jurídico. Expresso na sentença judicial do NO CASO NEYMAR Tribunal Regional Federal 3–4ª Vara Federal – Processo 0003187-27.2014.403.6104 No Brasil, há necessidade de equilibrar a arrecadação tributária, para não ser tão onerosa ao contribuinte a ponto de evadir-se da onerosidade do Estado. O equilíbrio e apuração das finanças públicas, para ser diretamente proporcional aos valores da arrecadação por determinação normativa. Ao contribuinte o crédito tributário é exigível pela relação jurídico-tributária. Ocorre do lançamento tributário nos termos do artigo 142 do CTN. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. O lançamento é um procedimento de cobrança por ato administrativo que individualiza o crédito. Infere-se compete à autoridade administrativa a efetivação do lançamento do crédito tributário, nos âmbitos da União pelo Auditor Fiscal da Receita Federal, dos Estados e Distrito Federal pelo Agente Fiscal de Rendas e nos Municípios e Distrito Federal pelo Auditor fiscal do Município. Dessa forma, há situações de revisibilidade com a impugnação do sujeito passivo pela Reclamação apresentada na órbita administrativa, é instaurada a fase litigiosa ou contenciosa do procedimento, caso o sujeito passivo discorde total ou parcialmente do lançamento efetuado. O Contribuinte pode pagar seus tributossem utilizar dos artifícios da sonegação fiscal e diminuir seus encargos tributários por intermédio do planejamento tributário poderá planejar tributos, o fluxo de caixa e fazer investimentos. 3. Programas de incentivo fiscal Calha notar, evitar formas de fraudar o erário público como as ações para anular créditos acima da margem salarial, demonstrar abertura das variantes sociais e os veículos de transformação social com correta administração do erário público, visa à responsabilização do administrador nos termos do artigo 208 da CF/88 Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 nº 14, de 1996) III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. Um dos programas de incentivo fiscal seria a restituição de tributos, como observa Ricardo Lobo Torres não seria a rigor um incentivo tributário ou fiscal, mas um incentivo financeiro, a operar na vertente da despesa e sujeito á previa inclusão no orçamento. A importância restituída já não é tributo, é categoria exclusiva da receita, mas uma prestação de direito público idêntica a qualquer outra obrigação do Estado[footnoteRef:2]. [2: MARTINS, Ives Gandra da Silva; NASCIMENTO, Carlos Valder do (coord.) et al. Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal, p. 98. TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 19. Ed. São Paulo: Renovar, 2013] A respeito de termos programas de incentivos fiscais correspondente ao período em que se processa as atividades peculiares do processo orçamentário, com a proposta, elaboração e execução. A proposta orçamentaria com a previsão da receita e a fixação das despesas para o Executivo enviar ao Legislativo para apreciação e votação. Na fase da elaboração levar em conta que o orçamento público é parte integrante do planejamento, a fim de todos os Poderes respeitem e obedeçam a obrigação existente na LDO, L. 12919/2013. A esse respeito, verificamos se deixarmos exposta as circunstancia da situação econômica financeira das dividas fundadas e flutuantes, saldos de créditos, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis, exposição e justificação da receita e despesas, será possível oferecer ao contribuinte um planejamento tributário e nele concatenado um incentivo fiscal comunicando as garantias ao contribuinte. É importante ressaltar que precisamos ter um ponto de equilíbrio tributário entre o contribuinte e o fisco, quanto às garantias e privilégios do crédito tributário, para balanceamento e entre as partes. Consequentemente, evitar todos os bens e rendas do contribuinte fique exposto para liquidação do crédito tributário. Assim, favorecer uma amplitude quanto à impenhorabilidade do patrimônio particular para arrecadação do Fisco. CONCLUSÃO Como se viu, a Sonegação Fiscal compromete o desenvolvimento econômico do país, por estimular e fuga de investimentos e capitais para os chamados “Paraísos fiscais” que levam toda a renda dos cidadãos conquistadas para dentro do país. Proteger o contribuinte da alta tributação e má distribuição da carga tributária equilibrar a arrecadação tributária, para não ser tão onerosa ao contribuinte a ponto de evadir-se da onerosidade do Estado. É importante ressaltar que precisamos ter um ponto de equilíbrio tributário entre o contribuinte e o fisco, quanto às garantias e privilégios do crédito tributário, para balanceamento e entre as partes evitar uma abrangência ao extremo da punição como o ilícito penal. Os princípios penais têm índole Constitucional. Podem ser explícitos ou implícitos. Os implícitos decorrem dos valores e do tipo de Estado que a Constituição consagra. Princípios relacionados ao crime. O Princípio da Culpabilidade decorre da proteção Constitucional à dignidade da pessoa humana, se refere ao gênero humanidade, ao coletivo. Ou seja, não posso sacrificar um, porque esse um traz a dignidade é consagrada como definição Kantiana de dignidade da pessoa humana, pelo instrumento de que o homem ou o ser humano é o fim de todas as coisas. Princípio da Responsabilidade subjetiva – Consagra não há crime sem dolo ou culpa, expresso no artigo 19 Código Penal. A condenação sem o dolo ou culpa trata o condenado como um meio para satisfazer a ânsia punitiva da sociedade. O tratamento como meio viola a dignidade. Proporcionalidade da Pena – O mal da pena deve ser proporcional ao mal do crime. Adverte Ferrajoli[footnoteRef:3] que a proporcionalidade é uma clausula negativa. [3: FERRAJOLI, Luigi. Teoria do Garantismo Penal. 4. Ed. São Paulo: RT, 2014] A proporcionalidade não é exata, mas a desproporção é evidente. A pena desproporcional usa o condenado como um meio para um fim, o que também viola a dignidade. Entretanto, podemos usar análise de Bittencourt e analisar a estrutura do crime como fato típico, antijurídico e culpável. Princípio da Intervenção Mínima – Têm a inspiração liberal e indica que o Estado deve interferir o mínimo possível na esfera de direitos do cidadão. O Estado Democrático de Direito exige um Estado Penal Mínimo. E o Estado Social Máximo isso seria perfeito. Bobbio[footnoteRef:4] diz que isso seria impossível, pois em Direito Penal o princípio da Intervenção mínima têm ao menos três sentidos consagrados: subsidiariedade, fragmentariedade, Dignidade Penal do Bem Jurídico. [4: BOBBIO, Norberto. Elogio da Serenidade. 1. Ed. São Paulo: Unesp, 2002] Nesse caso o Direito Penal só pode ser legitimamente empregado se insuficientes todas as demais instâncias de controle social (formais e informais). O Direito Penal é, portanto, ultima ratio. Para Roxin[footnoteRef:5], a subsidiariedade penal é uma decorrência da proporcionalidade enquanto critério para solução na colisão de direitos fundamentais. [5: ROXIN, Claus. Política Criminal e Sistema Jurídico-Penal. 1.Ed. São Paulo: Renovar, 2012] Logo, a atuação do direito penal deve ser estritamente necessária. Depreende se assim, mostrar e demonstrar ao contribuinte a importância de organizar seus procedimentos e atividades, com o intuito de conscientizar a exclusão de condutas e atos considerados como sonegação. De essa forma utilizar o planejamento tributário a receita do cidadão adequar a legislação tributária, a fim de atende-la corretamente.Organizar a contabilidade e a escrituração fiscal, para redução de custos e reduzir encargos tributários de forma lícita sem risco para o contribuinte. REFERÊNCIAS AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2003 ATALIBA, Geraldo. Estudos e pareceres do direito tributário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1978. V. 2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Crimes contra as finanças públicas e crimes de responsabilidade de prefeitos: anotações à Lei n. 10028, de 19.10.2000. São Paulo: Saraiva, 2002. BOBBIO, Norberto. Elogio da Serenidade. 1. Ed. São Paulo: Unesp, 2002 BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria do Orçamento Federal. Manual técnico de orçamento (MTO). Edição 2014. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/manual-tecnico/MTO_2014_290713.pdf. Acesso em: 20.01.2016 CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. 24. Ed. São Paulo: Malheiros, 2008. CAVALCANTI, Themistocles Brandão. Princípios gerais do direito publico. Rio de Janeiro: Borsoi, 1958. ___.Compêndio de direito tributário. 3.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995.v.1 e2. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 1991. FERRAJOLI, Luigi. Teoria do Garantismo Penal. 4. Ed. São Paulo: RT, 2014 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Estado de direito e constituição. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 1999. FILHO, Carlos Alberto de Moraes. Direito financeiro. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. FURLAN, Valéria. Apontamentos de direito tributário. 3. Ed. São Paulo: Malheiros, 2009. FURTADO, J.R. Caldas. Elementos de direito financeiro. Belo Horizonte: Fórum, 2009. MACHADO, Hugo de Brito. Comentários ao Código Tributário Nacional: artigo 1º a 95. São Paulo: Atlas, 2004. V. II PINHO, J.B. Publicidade e vendas na Internet: técnicas e estratégias. São Paulo: Summus, 2000 ROXIN, Claus. Política Criminal e Sistema Jurídico-Penal. 1.Ed. São Paulo: Renovar, 2012 SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2015 ______.Sistema Tributário na Constituição de 1988. São Paulo: Saraiva, 1992 TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 19. Ed. São Paulo: Renovar, 2013 TURBAN, Efraim. Comércio eletrônico: estratégias e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004
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