Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
â Lucas Serra O processo de carcinogênese se dá por alterações no material genético, contido em células germinativas ou somáticas, implicando em risco genético potencial para as gerações futuras e risco potencial de câncer para a geração atual. Antes de qualquer coisa, é importante diferenciar alguns conceitos de Neoplasia, Hiperplasia, Metaplasia e Hipertrofia. Hipertrofia - Processo de aumento do tamanho da célula; - Ocorre a nível celular e normalmente é reversível; Hiperplasia - Aumento no número de células de um órgão ou tecido; Se dá pelo aumento da divisão celular; - É um processo adaptativo, ou seja, as células se proliferam por um agente causador; - Se retirar o agente causador o tecido volta à homeostasia; - Exemplo: Útero durante a gravidez; Metaplasia - É um ataque às células que causa uma morte, lesão e inflamação do tecido; - Nesse fenômeno, temos mudança no padrão ou tipo celular de uma região, podendo sofrer influência do meio externo; - Normalmente presente em processos crônicos e de adaptação, causando alterações fenotípicas; - SE RETIRARMOS O AGENTE AGRESSOR É POSSÍVEL REVERTER AO TECIDO INICIAL; - CASO O AGENTE AGRESSOR PERMANEÇA NÓS PODEMOS TER O FENÔMENO DE MUTAÇÃO; Neoplasia - São mutações no genoma de uma célula em uma área de genes que regulam a proliferação e diferenciação da mesma; - Essas mutações dependem de Agentes Carcinogênicos e são irreversíveis; - Uma célula metaplásica possui mais chances de sofrer mutação do que uma célula primitiva; As células mutadas ou atípicas percebem a presença de alterações e podem conduzir a célula à reparação do DNA ou para Apoptose, afim de evitar a sua progressão. Esses genes responsáveis por esse processo também são chamados de genes supressores tumorais ou proto-oncogenes, que produdem proto- oncoproteínas responsáveis por esse processo de “defesa”. Caso o processo de mutação ocorra nesses genes supressores tumorais, ou seja, nesses genes que regulam o crescimento e desenvolvimento dessas células mutadas nós temos a formação de oncogenes. Esses oncogenes produzem oncoproteínas que não reparam o DNA da célula mutada e não conduzem a célula para apoptose, favorecendo sua permanência, formando uma célula chamada de Célula Inicial. O processo de carcinogênese é dividido em 3 fases: Iniciação, Promoção e Proliferação. 1ª Fase: Iniciação - Fase de mutação nos proto-oncogenes e formação de oncogenes, formando uma célula inicial; 2ª Fase: Promoção - A célula inicial pode entrar em processo de divisão celular ou permanecer como está, normalmente dependendo de um agente promotor; - Caso o agente causador não tenha sido retirado, nós temos a continuação na formação de células atípicas; - O agente Iniciador pode ser o mesmo do agente promotor, mas isso não é uma regra; â Lucas Serra - O marcador mais utilizado para câncer de pulmão é o Cyfra 21.1; - Caso tenhamos a divisão celular dessa célula mutada, haverá produção de células filhas com mesma capacidade genômica que a célula mãe; - Aqueles agentes que conseguem ser iniciadores e promotores são também chamados de carcinógenos completos; 3ª Fase: Proliferação - Se dá pela divisão excessiva dessas células mutadas, de modo a formar uma massa; - Esse estado é muito difícil de se alcançar, pois o corpo lança mão de muitos mecanismos de defesa; Varia de acordo com o tipo de células e de tecido, sendo diferente nos tecidos epiteliais e nos conjuntivos. EPITELIAL OU MESENQUIMAL Células Glandulares Benigno: ADENOMA + Nome do órgão Maligno: ADENOCARCINOMA + Nome do órgão Células Escamosas Benigno: PAPILOMA + Nome da célula + Nome do órgão Maligno: CARCINOMA + Nome da célula + Nome do órgão ESTROMA - Utilizamos Sufixos; Benigno: Sufixo oma Maligno: Sufixo Sarcoma Exemplos: M. Esquelético: Rabidomioma e Rabidomiosarcoma. Fibroblasto: Fibroma e Fibrosarcoma. C. Adiposas: Lipoma e Liposarcoma. Vasos sanguíneos: Hemangioma e Hemangiosarcoma. Vasos Linfáticos: Linfangioma e Linfosarcoma. M. Liso: Leiomioma e Leiomiosarcoma. EXCEÇÕES: Linfoma, Glioma, Melanoma e Teratoma são os que tem sufixo “oma” e são malignos. O pulmão possui um epitélio do tipo pseudoestratificado colunar ciliado com presença de células caliciformes, ou seja, é um epitélio glandular. O cigarro e o tabaco possui vários agentes carcinogênicos completos, que em contato com o epitélio do pulmão vai causar alterações metaplásicas, fazendo a troca por um epitélio escamoso. Essas células que sofreram metaplasia possuem mais chance de sofrer mutação e desenvolver células neoplásicas. Dessa maneira, o câncer mais comum em pacientes fumantes é o Carcinoma de Células Escamosas Pulmonares. Em pacientes que não são fumantes nós só temos células glandulares, sendo a neoplasia mais comum o Adenocarcinoma Pulmonar. Tumores são crescimentos anormais de células mutadas por mitose, também chamado de células neoplásicas, podendo ser maligno ou benigno. Etiologias: Genética, Exposição Profissional, Vírus, Contaminação Ambiental, Dieta e uso de alguns fármacos. Os marcadores são moléculas sintetizadas pelas célula tumorais que ajudam no diagnóstico precoce, efetividade de tratamento e controle de recidivas. Não são muito bons para fazer rastreio, pois algumas alterações podem aumentar esses marcadores e não ser necessariamente câncer. â Lucas Serra - Principais marcadores: CEA, PSA, AFP, HCG, CA 19.9, CA 15.3, CA 27-29, CA 125. PSA BENIGNO MALIGNO Hiperplasia prostática Benigna CA de Próstata Prostatite CEA BENIGNO MALIGNO Inflamação de cólon CA de Cólon, Fígado, Ovário, Mama , Estômago, Pulmão, Tireoide e Pâncreas. Gastrite Cirrose Pancreatite Tumor de Mama AFP BENIGNO MALIGNO Cirrose CA Hepatocelular, Pâncreas, Intestino, Pulmão, Ovário e Testículo. HCG BENIGNO MALIGNO Mola Hidatiforme CA Estômago , Intestino, Fígado, Pâncreas, Pulmão e Cervix. CA 19,9 BENIGNO MALIGNO Colecistite CA de Pâncreas, Estômago e Trato digestivo. Pancreatite CA 15,3 BENIGNO MALIGNO Enfermidades Hepáticas CA de Mama, Ovário, Estômago, Fígado , Cólon, Pulmão , Pâncreas e Próstata. TB Ativa LES CA 27-29 BENIGNO MALIGNO Endometriose CA de Mama, Cólon, Estômago e Rim Cisto de Ovário Cirrose CA de ovário, Peritonite pâncreas, cólon, mama e pulmão. Endometriose â Lucas Serra - A dosagem de marcadores deve ser solicitada para, diagnóstico precoce, diagnóstico diferencial, avaliação de resposta terapêutica, seguimento e rastreio se tivermos uma clínica favorável. Uma ótima forma de dosagem desses marcadores é através do ELISA. UTILIZAÇÃO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS (ESPECÍFICOS PARA CADA ANTÍGENO) - Pesquisamos o Antígeno; - Colocamos o Soro do paciente na placa junto com um anticorpo primário ligado à uma enzima, processo chamado de Ensaio Imunoenzimático; - A presença dessa enzima promove a mudança na coloração, indicando reação ou presença do antígeno; - Pesquisamos Anticorpos; - Preso à placa de análise nós temos antígenos. Quando colocarmos o soro paciente, caso ele tenha anticorpos contra esse antígeno, os anticorpos irão se ligar aos antígenos, formando o complexo antígeno- anticorpo. Após isso, iremos utilizar um anticorpo associado a uma enzima que irá se ligar ao anticorpo caso ele esteja presente, mudando a coloração e dando positividade à amostra; CA 125 BENIGNO MALIGNO - O anticorpo associado à enzima é um anticorpo anti-anticorpo; - Preso à placa nós temos anticorpos para capturar antígenos específicos. Ao colocar o soro do paciente, caso tenha a presença de antígenos, esses antígenos irão se ligar aos anticorpospresentes na placa, formando um complexo antígeno-anticorpo. Logo após isso, adicionaremos um anticorpo contra esse antígeno igual ao anticorpo preso à placa. Em seguida, adicionaremos um anticorpo associado à uma enzima, esse anticorpo irá se ligar ao anticorpo anteriormente adicionado, sinalizando a positividade da reação através da mudança de coloração; - Pesquisamos a presença de antígenos; - Método mais utilizado na análise de marcadores tumorais; → Tosse; Dor torácica; Pericardite; → Dispneia; Rouquidão; Disfagia; → Hemoptise; Perda de peso; Pneumonia; → Dor torácica por invasão pleural â - Tabagismo; - DPOC; - Agentes ambientais e ocupacionais como asbestos e radônio; - Predisposição genética; - Dieta e poluição atmosférica; 1. Carcinoma Escamoso/Espinocelular/Epidermóid e 2. Adenocarcinoma 3. Carcinoma Bronquíolo-Alveolar 4. Carcinoma de Pequenas Células Após solicitação dos exames complementares como Raio-X e TC, avalia-se: 1. Tamanho; 2. Bordas regulares ou irregulares; 3. Difusos ou pontuais; 4. Presença ou não de calcificação; 5. Padrão de calcificação, caso haja; 6. Sólidos, Semissólidos ou em vidro fosco; - Nódulos difusamente calcificados sugerem benignidade; - Nódulos difusos em alta quantidade podem ser maligno e relacionados à metástases; - Nódulos com densidade de parte mole são de características indeterminada, ou seja, deve-se realizar uma biopsia, observar ou acompanhar com TC para avaliar se o nódulo continua crescendo; - Nódulos acima de 3cm são considerados massas; - Presença de placas de gordura dentro das nodulações são sinais de benigndade; Raio-X de tórax em PA com presença de nodulações difusas ao longo dos pulmões com sugestão de metástases Normalmente, observa-se se o nódulo é calcificado ou não na TC, porém, isso não é uma regra, é possível observar calcificações no raio-x, mas com mais dificuldade. As calcificações são observadas na JANELA DE MEDIASTINO EM UMA TC. TC de tórax em corte axial em janela de mediastino com presença de nódulo em região periférica do pulmão direito Os nódulos podem ser sólidos, semissólidos ou em vidro fosco, o que é diferente de calcificação. A característica dos nódulos são observadas também na TC. - Nódulos semissólidos normalmente possuem presença de cavitações; - A presença de nódulos extensos podem acometer funcionalmente os ápices pulmonares, gerando um quadro clínico chamado de Síndrome de Pancoast; - OBS: Quando formos dar segmento para avaliação em TC, nódulos que possui um crescimento muito acelerado, em torno de 20 dias, â nós temos uma associação à infecções, com sugestão de benignidade; - Um exemplo de nodulações calcificadas no pulmão é o resquício da TB; - OBS: Nódulos de formas centrais, puntiformes e pontilhadas são de característica indeterminada; Radioterapia e Quimioterapia
Compartilhar