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Irritantes e Estimulantes Aumentadores de volume Salinos e osmóticos Amolecedores de fezes (emolientes ou surfactantes) ► LAXANTES Os laxantes são comumente usados contra a constipação, para acelerar o movimento do alimento por meio do TGI. Esses fármacos podem ser classificados com base no seu mecanismo de ação. Usados cronicamente, eles podem causar desequilíbrios eletrolíticos. Vários desses fármacos têm risco de dependência para o usuário. a) Senna: Este é um laxante estimulante amplamente usado. Seu componente ativo é um grupo de senosídeos, um complexo natural de glicosídeos antraquinônicos. Usado por via oral, causa evacuação de 8 a 10 horas. Ele também causa secreção de água e eletrólitos para o interior do intestino. Em produtos associados contendo o amolecedor de fezes docusato, esse fármaco é útil no tratamento das constipações causadas por opioides. b) Bisascodil: Disponibilizado como supositório e comprimidos revestidos entéricos, o bisacodil é um potente estimulante do colo do intestino. Ele atua diretamente nas fibras nervosas na mucosa do colo do intestino. Óleo de rícino: Este produto é hidrolisado no intestino delgado em ácido ricinoleico, que tende a irritar muito o estômago e, logo, aumenta o peristaltismo. Ele deve ser evitado em gestantes, pois pode estimular contrações do útero. Os laxantes aumentadores de volume incluem coloides hidrofílicos (de partes não digeríveis de frutas e vegetais). Eles formam géis no intestino grosso, causando a retenção de água e a distensão intestinal, aumentando, assim, a atividade peristáltica. Ações similares são produzidas por metilcelulose, sementes de linho (Psyllium) e fibras. Eles devem ser usados com cautela em pacientes que se encontram imobilizados, devido ao potencial de causar obstrução intestinal. Os catárticos salinos, como citrato de magnésio, hidróxido de magnésio e fosfato de sódio, são sais não absorvíveis (ânions e cátions) que retêm água no intestino por osmose. Isso distende o intestino, aumentando a atividade intestinal e produzindo defecação em poucas horas. Soluções eletrolíticas contendo polietilenoglicol (PEG) são usadas como lavagens colônicas para preparar o intestino para procedimentos endoscópicos ou radiológicos. Pó de PEG para solução está disponível como laxante em medicamentos receitados e também de venda livre. Esse fármaco causa menos cólicas e gases do que outros laxantes. A lactulose é um dissacarídeo semissintético que também atua como laxante osmótico. Ela não consegue ser hidrolisada pelas enzimas gastrintestinais. As dosagens orais alcançam o colo do intestino e são degradadas pelas bactérias colônicas em ácidos lático, fórmico e acético. Isso aumenta a pressão osmótica, causando acúmulo de líquidos que distende o colo do intestino, amolece as fezes e causa defecação. A lactulose é usada também para o tratamento da encefalopatia hepática, por reduzir os níveis de amônia. Os fármacos ativos em superfície que se tornam emulsificados com as fezes produzem fezes amolecidas e facilitam sua progressão. Estão incluídos aí o docusato de sódio e o docusato de cálcio. Eles podem demorar dias para fazerem efeito e geralmente são usados na profilaxia, em vez de no tratamento agudo. Os amolecedores de fezes não devem ser ingeridos simultaneamente com óleo mineral, devido ao risco de absorção do óleo mineral. Reguladores da Motilidade Intestinal Lubrificantes Ativadores dos canais de cloro Fármacos colinomiméticos Antagonistas dos receptores D2 Macrolídeos Agonistas opioides Octreotida O óleo mineral e os supositórios de glicerina são considerados lubrificantes e agem facilitando a passagem de fezes endurecidas. O óleo mineral deve ser ingerido por via oral em posição ereta (de pé) para evitar a aspiração e uma potencial pneumonia lipídica ou lipoide. A lubiprostona, atualmente o único fármaco desta classe, atua ativando os canais de cloreto para aumentar a secreção de líquidos no lúmen intestinal. Isso facilita a progressão das fezes e causa pouca alteração no equilíbrio eletrolítico. A lubiprostona é usada no tratamento da constipação crônica, particularmente porque não foram demonstradas intolerância ou dependência associadas a este fármaco. Interações entre fármacos também parecem mínimas, pois a biotransformação ocorre rapidamente no estômago e no jejuno. ► FÁRMACOS QUE ESTIMULAM A MOTILIDADE DO TGI Estimulam os receptores muscarínicos do TGI (M3) aumentando o trânsito intestinal. Betanecol e Inibidores da acetilcolinesterase (Neostigmina). Muitos efeitos colinérgicos: Salivação excessiva, Náuseas e vômitos, Diarreia e Bradicardia. Estão em desuso! Metoclopramida e Domperidona. A Dopamina inibe o estímulo colinérgico, portanto, os antagonistas dopaminérgicos aumentam o estímulo colinérgico. Aumentam a amplitude peristáltica do esôfago, aceleram o esvaziamento gástrico e nenhum efeito sobre intestino delgado ou cólon. Esses dois fármacos bloqueiam os receptores D2 na zona de gatilho quimiorreceptora do bulbo: Efeito antináusea e antiemética. Efeitos colaterais: Efeitos extrapiramidais, discinesia tardia, evitar uso prolongado em idosos, galactorréia, ginecomastia, impotência e distúrbios menstruais. Domperidona não atravessa a BHE! Eritromicina e azitromicina estimulam diretamente os receptores de motilina no músculo liso GI. Usados em gastroparesia, rápido desenvolvimento de tolerância, usados em pacientes com hemorragia gastrointestinal alta aguda e usado para esvaziamento gástrico de sangue antes da endoscopia. ► FÁRMACOS ANTIDIARREICOS Fármacos antidiarreicos podem ser utilizados com segurança em pacientes com diarreia aguda leve a moderada (não deve ser administrado em diarreia sanguinolenta, febre alta ou toxicidade sistêmica!), diarreia crônica (Síndrome do intestino irritável e Doença Inflamatória Intestinal). Causam constipação, inibem os nervos colinérgicos pré- sinápticos nos plexos submucosos e mioentéricos, efeitos no SNC limitam seu uso como antidiarreico. Loperamida (Imosec): Não atravessa a BHE e sem potencial analgésico, 2mg 1 a 4 vezes ao dia. Análogo da somatostatina. Diminui a secreção líquida intestinal, diminui a motilidade intestinal, inibe a liberação de gastrina, serotonina, entre outros.
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