Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Infecção aguda, caracterizada por febre alta, faringite e erupção cutâneas causada por toxina eritrogênica produzida pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A. • O período de incubação é de 1 a 7 dias, com infecção inicial geralmente da faringe. • A escarlatina ou 'escarlatina' é o nome dado a uma doença causada por uma bactéria infecciosa do estreptococo do grupo A (GAS), que raramente pode ser devida à infecção pelo estreptococo dos grupos C, D e G. Geralmente se apresenta como faringite exsudativa com erupção maculopapular disseminada com origem no tronco. A escarlatina, uma doença mediada por toxinas, ocorreu em epidemias no século XIX, mas era relativamente incomum na segunda metade do século XX na maioria dos países desenvolvidos. No entanto, houve um ressurgimento da escarlatina na última década em alguns países. EPIDEMIOLOGIA • Embora a escarlatina possa afetar qualquer idade, devido à sua preponderância em crianças com idade de 3 e 8 anos, é importante estar extremamente vigilantes ao revisar crianças nessa faixa estaria. • A incidência normalmente entre homens é mais alta que em mulheres; • Rara em lactentes; • Mais comum em pré-escolares (6-12 anos) • Relaciona-se com diversas síndromes infecciosas que acometem o trato respiratório. Ex: faringite; piodermites; impetigo; eripsela; celulite. ETIOLOGIA • A escarlatina é uma doença exantemática causada por uma exotoxina pirogênica (toxina eritrogênica, geralmente tipos A, B ou C) produzida pelo S. pyogenes. • O S. pyogenes são cocos Gram-positivos que crescem em cadeias. Quando cultivados em placas de ágar sangue, provocam hemólise completa (β- hemólise) e pertencem ao grupo A no sistema de classificação Lancefield para Streptococcus β-hemolítico; portanto, também são chamados de estreptococos β- hemolítico do grupo A. Quanto à hemólise provocada na placa de agar sangue, podemos classificar as bactérias em: o alfa – lise parcial das hemácias ao redor da colônia no agar sangue (Ex: Streptococcus pneumoniae), o beta – lise total das hemácias ao redor da colônia no agar sangue (Ex: Streptococcus pyogenes) e o gama – ausência de lise das hemácias ao redor da colônia no agar sangue (Ex: Enterococcus faecalis). TRANSMISSÃO • A transmissão da bactéria ocorre pelo contato direto através da saliva, secreções nasais, tosse ou espirros; • Aglomerações em ambientes fechados, como creches e escolas, principalmente nos meses frios, que favorecem a transmissão • Pode-se contaminar indiretamente através de objetos contaminados • Pode ter um período de incubação de 1 a 5 dias, podendo levar de 7 a 12 dias para o início do sintomas • O período da transmissão pode chegar de 10 a 21 dias em pacientes não tratados. FISIOPATOLOGIA • O S. pyogenes produz a toxina eritrogênica que causa uma erupção cutânea patognomônica devido a ação de enzimas produzidas como a hialuronidase, como consequência da produção local de mediadores inflamatóriaos e alteração das citocinas cutâneas, resultando numa reposta inflamatória leve e vasodilatação, levando à característica coloração avermelhada. • Geralmente, o S. pyogenes é replicado nas amígdalas e na faringe, mas, raramente, pode ser consequênciai de infecção estreptocócia da pele e de tecidos moles, feridas cirúrgicas (ou seja, escalartina cirúrgia) ou mesmo do útero (ou seja, escarlatina puerperal). • São produzidas três toxinas eritrogênicas e não existe imunidade cruzada entre elas Antitoxina: protege da escarlatina, mas não de infecção estreptocócica Para a doença se desenvolver depende da imunidade: − Antibacteriana: resposta a proteína M − Antitoxina: protege da escarlatina, mas não de infecção estreptocócica SE AMBAS ESTIVEREM AUSENTES, A ESCARLATINA SE INSTALA. QUADRO CLÍNICO • Inicia-se de maneira abrupta com: o Febre alta, vômitos, cafaléia e faringite; passas 12 a 48 horas surge a erupção típica: o exantema. Ele inicia no peito e expande rapidamente para todo o tronco, pescoço e membros, poupando palmas das mãos e plantas dos pés. o O exantema da mucosa oral é acompanhado de alteração da língua que nos primeiros dois dias se reveste de uma camada branca, e as papilas avermelhadas e edemaciadas se sobressaem; o No terceiro ou quarto dia, o revestimento branco descama, permanecendo as papilas hipertrofiadas e língua avermelhada (língua em framboesa) LINHA DE PASTIA • As erupções começam no pescoço, axilas e região inguinal, e depois vão se disseminando para as extremidades; sendo mais evidentes nas pregas cutâneas. SINAL DE FILATOV • Face avermelhada, com palidez ao redor da boca • Testas e bochechas hiperemiadas AMIGDALITE E PETÉQUIAS EM PALATO • Amígdalas e faringe como coloração vermelho-carnosa, com ou sem exsudato; • Língua coberta por camada esbranquiçadas (língua de morango esbranquiçadas) nos primeiros dois dias; • Após 4 a 5 dias, a língua se torna avermelhada com papilas proeminentes (língua de morango avermelhada). EXANTEMA MACULOPAPULAR ESCARLITINIFORME • Resposta imune do tipo retardada. Sendo uma erupção cutânea eritematosa difusa, micropapular. Essas pápulas não excedem 1,0mm de diâmetro. PREGAS ESCARLATINOSAS • Pode causas pregas nos cotovelos e em outros vincos da pele, os tornando muito vermelhos. O exantema é mais intenso nas dobras cutâneas, como virilhas e axilas, assim como em áreas de pressão, como nas nádegas: surgem áreas de hiperpigmentação, com formação de linhas transversais nas dobras de flexão. DESCAMAÇÃO EM MÃOS • Após uma semana do rash cutâneo, as manchas avermelhadas começam a desaparecer, ocorrendo uma descamação COMPLICAÇÕES • Supurativa: abcessos, fasciíte necrozante, bacteremia, síndrome do choque tóxico estreptocócico, meningite, pioartrite, endocardite, osteomielite, peritonite, sinusite e até meningite e abscesso cerebral, devido à infecção por contiguidade via mastoide ou disseminação hematogênica; o Síndrome do choque tóxico estreptocócico: febre, hipotensão, coagulação intravascular disseminada, disfunção cardíaca, hepática e renal. • Não supurativa: glomerulonefrite difusa aguda, febre reumática, eritema nodos, eritema multiforme, poliarterite nodosa, artrite reativa. DIANÓSTICO • CLÍNICO o Pode ser feito clinicamente, analisando os sinais e sintomas apresentados e durante a realização do exame físico • Laboratorial o A cultura de swab de orofaringe é o principal exame (padrão ouro), para identificar a bactéria e à qual antibiótico ela é sensível pois a escarlatina pode se assemelhar a outras doenças exantemáticas o Teste rápido para S. pyogenes (strep teste); os testes rápidos para detecção de antígeno como o látex, se disponíveis, podem ser usados. Entretanto, apesar de alta especificidade (95%), sua sensibilidade é baixa (76% a 87%) o Além disso, pode-se fazer a dosagem de anticorpos anti-estreptocócios como o ASLO e Anti-DNAse A e B. OBS: crianças e adultos diagnosticados com escarlatina devem ser afastadas da escola e durante a fase inicial da doença (2 a 5 dias) e após 24-28 horas do início da antibioticoterapia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL o Faringoamigdalites causadas por vírus: rinovírus, adenovírus e Epstein Baar; o Faringoamigdalites causadas por bactérias: S. aureus, H. influenzae, N. gonorrhoeae o Mucycoplasma penumoniae, clhamydia pneumoniae e arcanobacterium haemolyticus, bactérias anaeróbicas; o Doenças exantemáticas: sarampo, rubéola, parvovirose, exantema alérgico e Doença de Kawasaki (esta última diferenciada principalmente por conjutivite bilateral, edema duro de palmas das mãos e planta dos pés e febre, que se estende em média por 12 dias) o As lesões de pele por hipersensibilidade a drogas. TRATAMENTO • O tratamento com antibiótico reduz a duração dos sintomas e evita o aparecimento de complicações, como a febre reumática. Lembrando que na febre reumática só é indicada o de antibióticosnos primeiros 9 dias da doença. o Antibiótico recomendado: penicilina por via intramuscular em dose única. • A administração da penicilina dentro de 9/10 dias após o início de infecção aguda evita o aparecimento de febre reumática. o Amoxicilina por 10 dias VO.
Compartilhar