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1 Definição • o espessamento da túnica íntima devido ao depósito de gorduras • Vai acumular outras substâncias, como células e outras substâncias extracelular, especialmente a fibrose • O sangue cada vez mais rico em gordura, começa a penetrar na túnica intima e vai diminuindo o lúmen do vaso, vai gerar um processo inflamatório, vai gerar trombo e pode romper • Quando rompe forma uma trombose, uma obstrução numa arteríola ou numa vênula • A lesão aterosclerótica nas artérias, que começam silenciosamente na infância, ocorre primariamente a partir de dois processos: acúmulo de colesterol e a proliferação de células musculares lisas na túnica íntima. • O desenvolvimento da placa inicia com a ativação de células endoteliais, incluindo a produção exagerada de moléculas de adesão para leucócitos. Normalmente, essas moléculas de adesão não são expressas, mas na presença de fatores de risco, como hipercolesterolemia, hipertensão e tabagismo, aumenta o recrutamento de células inflamatórias do sangue. O processo inflamatório mantido pela presença dos leucócitos ajuda a criar um estado pró-trombótico nos vasos. Causas e Fatores de risco • Fatores constitucionais (imutáveis): o idade (metabolismo lento) o gênero - homens têm mais tendência a ter mais placas de ateroma o genética - pessoa que é o falso magro, que tem IMC adequado, mas que tem caraterística genética de hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia • Fatores potencialmente (reversíveis) o dieta o estilo de vida o hábitos pessoais - não fumar e não beber • Fatores modificadores (podem ser modificáveis) o a presença ou ausência deles define se vai haver a formação de ateroma o hipertensão arterial sistêmica (HAS) o diabetes mellitus o tabagismo o hiperlipidemia o são todos fatores que levam a formação de ateroma. o Se os pacientes que tiverem esses fatores de risco e ao mesmo tempo manterem hábitos de vida sau- dáveis eles podem não desenvolver placa de ateroma • são fatores que podemos orientar o nosso paciente desde a infância, orientar a mãe sobre a aleitamento ma- terno, sobre o estilo de alimentação da criança. Estruturas afetadas pela aterosclerose • afeta mais comumente o coração, cérebro, rins, membros inferiores e intestino delgado • a gordura advinda da alimentação com o tempo pode se acumular na camada intima do vaso • a túnica intima tem curvinhas onde a gordurinha começa a arranhar vai penetrando dentro Desenvolvimento da Aterosclerose 1. Injúria endotelial crônica 2. Insudação de lipoproteínas 3. Adesão de monócitos e plaquetas 4. Liberação de fatores plaquetários 5. Migração de células musculares lisas 6. Proliferação intimal 7. Acúmulo de colágeno e proteoglicanas 8. Ciclo repetitivo, todos os eventos ocorrem novamente • A gordura está arranhando o endotélio da intima ao longo dos anos, vai arranhar/machucar. CARDIOLOGIA ATEROSCLEROSE Marcia Bernardon 2 • Ativa cascata inflamatória • A gordura tem um formato pontudo dos lados e com isso arranha essas células – o organismo vai liberar monó- citos e plaquetas para conter aquele sangramento. • Então, você prolifera essa camada intima, acumula colágeno e proteoglicanos, e continua tendo mais gordura, arranha mais ainda e com isso vai aumentar. • Esses passos dos desenvolvimentos da aterosclerose, começa a formar a placa e ao longo do tempo, vai dimi- nuindo esse lúmen do vaso • Se a estrutura estoura/rompe forma um trombinho/êmbolo que pode ir para a cabeça, fazendo um derrame na cabeça, ou então, vai para o pé, fazendo a necrose do pé por causar obstrução Classificação Morfológica da Aterosclerose • Tipo I: pontos lipídicos, onde você ainda não tem sintomas e vai ser mais comum nos bebês e nas crianças. • Tipo II: os pontos lipídicos vão se agregando, formam as estrias lipoídicas, que também não tem sintomas e é comum em crianças e jovens • Tipo III: as estrias vão unindo e formando os depósitos pequenos de lipídios extracelulares, que também não tem sintoma e está presente nos jovens. • Tipo IV: fase do ateroma, tem os sintomas e ocorre no paciente adulto. • Tipo V: fibro-ateroma tem sintomas e ocorre no paciente adulto • Tipo VI: placa complicada tem sintomas e ocorre no idoso • os sintomas da aterosclerose geralmente aparecem na idade adulta Estágios Histológicos • incluem estrias gordurosas, capa fibrosa, placas fibrosas e lesões avançadas • primeiro estágio ocorre o espessamento focal da íntima na artéria com acúmulo de matriz extracelular e de macrófagos que expressam receptores “scavengers”, que captam LDL e outras lipoproteínas, e se transformam em células espumosas, formando a estria gordurosa. • Seta menor = linha gordurosa com espessamento da íntima. Seta maior= núcleo lipídico mole. • segundo estágio, os ateromas formam placas com núcleo lipídico bem definido coberto por capa fibrosa, for- mada principalmente por colágeno • Posteriormente forma-se a placa fibrosa, que evolui da estria gordurosa por meio do acúmulo de tecido con- juntivo com um número aumentado de células musculares lisas cheias de lipídios e, frequentemente, um pool lipídico extracelular mais profundo. • As lesões ateroscleróticas mais avançadas geralmente contêm um núcleo necrótico rico em lipídios e, eventu- almente, regiões calcificadas. • aterosclerose primariamente afeta artérias elásticas como a aorta, a carótida e as ilíacas, mas também pode comprometer as grandes e médias como a coronária e as poplíteas. Placa Aterosclerótica Complicada – Complicações • Calcificação: consequência - endurecimento da placa, que acontece pelo mecanismo de calcificação distró- fica. Ocorre adesão de monócitos, plaquetas, fatores plaquetárias, colágeno e proteoglicano, tudo fica retido nessa placa além de cálcio. • Ruptura focal ou ulceração: é uma erosão franca, a consequência é a embolização e indução de trombos pelos mecanismos de trauma (vasoconstricção) em placa mole. Após romper forma trombos e êmbolos que podem parar em qualquer outro vaso. • Trombose: vai ocorrer na placa que rompe e vai causar a isquemia ou infarto, por mecanismos de exposição a substâncias altamente trombogênicas. Consequência – a complicação mais temida ocorre em placa de rota • Hemorragia: é quando pode expandir essa placa e causar ruptura causada pelo mecanismo de ruptura da placa ou de vasos intraplaca. • Ateroembolismo: que pode formar tanto o ateroma, que pode fazer essa circulação e fazer lá na frente a is- quemia ou infarto ou trombo. As consequências são microinfartos • Dilatação aneurismática: a consequência é o potencial de ruptura. Acontece por atrofia da túnica média por pressão e isquemia. À medida que forma o ateroma, vai fazer pressão na túnica média e ela vai diminuindo. Ocorre a atrofia da túnica média pela pressão da túnica intima que está cheia de gordura. 3 Formação da placa de ateroma • A formação da placa começa no nascimento • Todas as pessoas formam placa de ateroma • Quanto melhores os hábitos de vida, mais tempo vai levar pra que as placas começarem a manifestar sintomas • A reabilitação/recuperação do infarto é melhor em mais idosos também por conta da preparação do corpo através da circulação colateral. Ao contrário dos jovens • A aterosclerose começa quando a parede da artéria lesionada cria sinais químicos que fazem com que cer- tos tipos de leucócitos (monócitos e células T) se aderam à parede da artéria. Essas células se movem para a parede da artéria. Nessa região, elas são transformadas em células espumosas que coletam colesterol e ou- tros materiais gordurosos e desencadeiam o crescimento de células do músculo liso na parede da artér ia. Com o tempo, essas células espumosas carregadas de gordura se acumulam.Elas formam depósitos irregu- lares (ateromas, também chamados de placas) com uma cobertura fibrosa no revestimento da parede da artéria. • Com o passar do tempo, há o acúmulo de cálcio nas placas. As placas podem se espalhar por todas as artérias médias e grandes, mas elas geralmente começam onde as artérias se ramificam. • Com o tempo, as células do músculo liso movem-se da camada intermediária para o revestimento da parede da artéria e se multiplicam nessa região. Materiais de tecido conjuntivo e elástico também se acumulam na região, como também podem se acumular detritos de células, cristais de colesterol e cálcio. Esse acúmulo de células carregadas de gordura, células do músculo liso e outros materiais formam um depósito irregular cha- mado ateroma ou placa aterosclerótica. À medida que crescem, algumas placas tornam as paredes das arté- rias mais espessas e invadem o canal da artéria. Essas placas podem limitar ou bloquear uma artéria, diminuindo ou interrompendo o fluxo sanguíneo. Outras placas não obstruem a artéria gravemente, mas podem se romper, provocando a formação de um coágulo de sangue que bloqueia a artéria repentinamente. Aterosclerose – Passos e seu Desenvolvimento • Formação da placa: os fatores de risco (alimentação desbalanceada, sedentarismo, etilismo, tabagismo, dia- betes descompensada, hipertensão, reação autoimune, vírus, etc) vão levar a injuria endotelial crônica que leva a inflamação crônica que se forma ao longo dos anos. O colesterol acessando o endotélio, penetrando a túnica intima e se oxidando, o macrófago tenta combater esse colesterol. • Processo Patológico Básico: é o espessamento da íntima e o acúmulo de lipídeos que no início é focal o há a formação de Estrias Lipoídicas que são estrias amareladas e coalescendes de 1 cm ou mais o há a formação da Placa Aterosclerótica que se distribuem em vários locais, geralmente em grandes artérias elásticas e artérias musculares de médio e grande tamanho como a aorta abdominal, artérias coronárias, poplíteas, carótidas internas, círculo de Willis, etc. o O tamanho das placas varia de 0,3 a 1,5cm o Os órgãos mais poupados são as extremidades superiores, artérias renais e mesentéricas o Os órgãos mais afetados são o coração, cérebro, rins e MMII. o Consequências: Infarto agudo do miocárdio, infarto cerebral, aneurisma aórtico, doença vascular perifé- rica (gangrena em MMII). Características da placa de Aterosclerose • As cores das placas variam, podem ser mais amarelas por conta da gordura, mais brancas por conta da fibrose e marrom-avermelhada em caso de trombo. • As estrias são as lesões mais precoces da aterosclerose • aterosclerose severa e complicada com úlcera e trombo ocorre quando rompe a placa. Por isso tem essa co- loração mais Artéria coronária aberta longitudinalmente • Gordura epicárdica (partes mais brancas da imagem) que se correlaciona com aumento da gordura total do corpo, que é um dos fatores de risco para aterosclerose • As ateroscleroses variam em proporção de células, tecido conectivo e depósito. o Células são compostas por células musculares lisas, macrófagos e outros leucócitos. Tecido conjuntivo é a matriz extracelular composta por colágenos, fibras elásticas e proteoglicanos. O Depósito de lipídios são o colesterol e os ésteres. • Se a placa tiver mais célula e menos lipídeo, vai ter um centro lipídico reduzido e uma capa fibrótica espessa a tornando mais estável. • Dependendo da alimentação e sedentarismo, pode haver formação de uma placa com mais gordura e menos célula tornando a placa mais instável/vulnerável 4 • A placa é fina como uma agulha. Então, à medida que passa para a túnica íntima, ela começa a arranhar. A túnica íntima precisa aumentar para abrigar esse lipídeo e isso faz com que a túnica média seja comprimida. lipídio gera uma injúria endotelial crônica • A proporção normal seria uma túnica íntima fina, uma túnica média mais espessa e uma túnica adventícia também um pouco maior. Em quem tem placa, a túnica íntima fica bem maior e a túnica adventícia fica mais afinada assim como a túnica média, isso porque a proporção de gordura na túnica íntima fica grande. Consequências da aterosclerose e Quadro clinico • infarto do miocárdio, ruptura do miocárdio, infarto cerebral e aneurisma de aorta. • Os sintomas da doença aterosclerótica são mais frequentes nas artérias que irrigam o coração, o cérebro, os rins, as extremidades e o intestino delgado. • A aterosclerose é geralmente assintomática até que a estenose da placa exceda 70 ou 80% do diâmetro lumi- nal, o que pode produzir uma redução no fluxo, como ocorre com o fluxo sanguíneo coronário para o miocár- dio. • O Infarto do miocárdio, infarto cerebral e aneurisma aórtico são as maiores consequências dessa doença. • A diminuição na irrigação pode levar à gangrena dos membros inferiores ou à oclusão mesentérica. Diagnóstico • Em muitos casos o diagnóstico ocorre em uma situação de emergência, como por exemplo após um infarto ou derrame • Pacientes com alta probabilidade de aterosclerose ou com sintomas compatíveis podem necessitar de avalia- ção através de exames mais específicos, como teste ergométrico, cintilografia, tomografia ou cateterismo • Tratamento da Aterosclerose • Ponte de Safena: era muito utilizado antigamente. Usa um vaso da perna, por exemplo, para se ligar na área obstruída e permitir a passagem sanguínea • Stents: a tela é insuflada e amassa a placa de gordura fazendo com que o sangue volte a correr no local em que estava obstruído. Prevenção da Placa de Ateroma • Estilo de vida saudável • Orientar o aleitamento materno, não usar leite de • Orientar a introdução alimentar: seguir uma alimentação colorida, variada • Orientar brincadeiras atividades físicas • Exercícios físicos regulares, alimentação balanceada, cessação do tabagismo e com baixo consumo de gor- duras e sal, além do controle dos fatores de risco para doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e co- lesterol. • As pessoas deveriam realizar exames periódicos para rastreamento e tratamento dos fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose. • É importante calcular o risco cardiovascular, que se faz principalmente por meio de escores. O principal utilizado no brasil é o escore de framingham, que demonstra o risco do indivíduo desenvolver um evento cardiovascular maior, definido por iam, avc ou morte por causa cardiovascular, em 10 anos. 5 • Todos os pacientes com alto risco cardiovascular segundo Escore de Framingham, devem utilizar estatina (con- junto de medicamentos dedicados a reduzir o colesterol) de alta potência, independentemente do colesterol
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