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Geografia Polí tica – estudo dirigido Material de disciplina Vídeo aulas 1 a 6 Rotas de Aprendizagem 1 a 6 SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021. Neste breve resumo, destacamos a importa ncia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteu do programa tico da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionara o maior fixaça o de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compo em o referencial teo rico que ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possí vel. Bons estudos! Atença o! Esse material e para uso exclusivo dos estudantes da Uninter, e na o deve ser publicado ou compartilhado em redes sociais, reposito rios de textos acade micos ou grupos de mensagens. O seu compartilhamento infringe as polí ticas do Centro Universita rio UNINTER e podera implicar em sanço es disciplinares, com possibilidade de desligamento do quadro de alunos do Centro Universita rio, bem como responder aço es judiciais no a mbito cí vel e criminal. Sumário Tema: O que e poder? ........................................................................................................................................................ 4 Tema: Poder deciso rio ...................................................................................................................................................... 4 Tema: O que sa o Estados Nacionais? ............................................................................................................................... 5 Tema: Como os Estados nacionais se formaram? ........................................................................................................... 6 Tema: E a geografia? .......................................................................................................................................................... 6 Tema: O imperialismo acabou, o capitalismo na o ........................................................................................................... 7 Tema: Expansa o do imperialismo .................................................................................................................................... 8 Tema: Federalismo: divisa o do poder dentro do Estado nacional ................................................................................. 9 Tema: Representaça o polí tica: o elemento territorial como definidor da representaça o moderna ......................... 10 Tema: Como definir vizinhança ...................................................................................................................................... 15 Tema: Visualizaça o de dados espaciais: mapas tema ticos ........................................................................................... 15 Tema: Mapear para pensar ou pensar para mapear? A importa ncia da teoria para um estudo empí rico ............... 16 Estudo dirigido de Geografia Polí tica 4 Tema: O que é poder? “Poder e um conceito contestado. Filo sofos e cientistas sociais discordam a respeito de aspectos fundamentais de sua definiça o. Ale m disso, essa discorda ncia e , muitas vezes, motivada por diverge ncias polí ticas entre esses profissionais. Isto e , pessoas com afinidade com diferentes perspectivas polí ticas tendem a enfatizar valores distintos, o que se reflete na maneira como entendem o conceito. Por exemplo, pessoas para as quais a minimizaça o da coerça o e um valor central tendem a enfatizar o aspecto coercitivo e expresso do poder, ao passo que pessoas com atitudes diferentes em relaça o a coerça o podem enfatizar seus traços na o coercitivos e ocultos”. De acordo com livro base da disciplina, “O conceito de poder tem sido o objeto explí cito de debates entre filo sofos e cientistas sociais, que lançam luz sobre diferentes aspectos do poder, uns mais consensuais e outros mais controversos. Ao menos tre s te m concentrado a atença o desses profissionais. Podemos chama -los de poder deciso rio, poder de agenda e poder ideolo gico. O poder deciso rio consiste na capacidade de um agente fazer prevalecer sua prefere ncia sobre a dos demais em uma situaça o de tomada de decisa o. Por sua vez, o poder de agenda e a capacidade de um agente de impedir que uma questa o que envolve conflito entre prefere ncias venha a ser objeto de uma decisa o. Ja o exercí cio do poder ideolo gico previne a emerge ncia de um conflito entre prefere ncias, persuadindo os agentes sujeitos a espe cie de poder a adotarem prefere ncias contra rias ao seu pro prio interesse”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 1). Tema: Poder decisório “Poder e um conceito fundamental no estudo da polí tica. Cientistas polí ticos, assim como socio logos e economistas interessados em feno menos polí ticos, investigam de que maneira Estados e organizaço es ana logas surgem e afirmam seu poder sobre populaço es, territo rios e recursos – bem como de que maneira falham em faze -lo ou entram em colapso, levando a situaço es de anarquia. O campo especí fico das transiço es de regime, seja do ou para o autoritarismo e de ou para a democracia, envolve entender de que forma o poder polí tico passa das ma os de um grupo exclusivo, como uma junta militar ou um partido u nico, para um conjunto mais amplo de grupos polí ticos, e vice-versa. O estudo de como mecanismos institucionais como constituiço es e separaça o de poderes controlam e limitam o exercí cio do poder corresponde a outro campo importante da cie ncia polí tica”. De acordo com livro base da disciplina, “A noça o intuitiva de poder da qual parte o autor (Dahl, 2005; 2007) pode ser expressa da seguinte forma: A tem pode sobre B na medida em que A pode fazer B agir de maneira como B na o agiria em outras circunsta ncias. A definiça o tambe m pode ser expressa em termos probabilí sticos: Se a probabilidade de que B faça X quando A na o tem qualquer prefere ncia a respeito da aça o de B e p e a probabilidade de que B faça X quando A prefere que B faça X e p’, enta o o poder de A sobre B e igual a diferença p’ – p. Seja como for, ambas as formulaço es evidenciam os elementos centrais dessa noça o de poder. Primeiro, trata- se de uma relaça o entre agentes, no caso, entre A e B. Segundo, essa relaça o e unidirecional, assime trica, de A para B: uma vez que A decide por X, B faz X (ou a probabilidade de que faça X Estudo dirigido de Geografia Polí tica 5 aumenta). E, terceiro, essa noça o de poder pressupo e um cena rio contrafactual: o que B faria se A na o tivesse nenhuma prefere ncia a respeito de suas aço es. Os dois primeiros elementos apontam para a relaça o entre poder, coerça o e dominaça o, casos centrais do conceito de poder. A coerça o e a influe ncia exercida sobre as aço es de uma pessoa por meio da ameaça e, em u ltima insta ncia, do uso da viole ncia. A dominaça o e o estado em que um agente impo e suas prefere ncias a outro, que esta totalmente sujeito a seus caprichos. Tanto a coerça o quanto a dominaça o sa o relaço es unidirecionais, assime tricas entre agentes, nas quais um comanda e o outro obedece. Esses elementos tambe m esclarecem a raza o de ser u til caracterizar essa concepça o como poder deciso rio: o agente que dete m essa espe cie de poder pode impor suas deciso es a queles sobre os quais tem poder, pode decidir em seu lugar e ter suas deciso esobedecidas. Contudo, como observamos, um agente pode fazer valer suas prefere ncias porque as impo em aos demais ou porque compartilha das mesmas prefere ncias que eles. Justamente para esse aspecto aponta o terceiro elemento do conceito de Dahl: o que B faria se A na o tivesse nenhuma prefere ncia a respeito de suas aço es? Se ele agiria da mesma forma, enta o na o e possí vel estabelecer se, na situaça o que realmente ocorreu, em que A tem prefere ncia a respeito de suas aço es, B estava seguindo suas pro prias prefere ncias ou as de A. Isto e , na o e possí vel estabelecer se A exerceu poder sobre B. E incerto. Logo, empiricamente, so podemos estabelecer que ha uma relaça o de poder entre A e B quando podemos afirmar que suas prefere ncias sa o conflitantes e, mesmo assim, B age conforme as de A. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 1). Tema: O que são Estados Nacionais? “A definiça o de Weber pode parecer apropriada para descrever os Estados sob os quais vivemos. Por exemplo, o Estado brasileiro reivindica o monopo lio do poder coercitivo dentro do territo rio delimitado pelo Ocea nico Atla ntico, de um lado, e pelas fronteiras com os paí ses vizinhos, do outro. Se violamos sua “vontade” (expressa, no caso, por suas leis), estamos sujeitos, em u ltima insta ncia, a viole ncia estatal (na forma, por exemplo, da prisa o). Ale m disso, no s aceitamos essa situaça o como legí tima, o que significa que reconhecemos a autoridade do Estado brasileiro. Ele pode na o deter, de fato, o monopo lio sobre o uso da viole ncia”. De acordo com livro base da disciplina, “Certamente, a mais famosa definiça o de Estado foi oferecida pelo socio logo Max Weber (2011): um grupo de pessoas que reivindica com sucesso o monopo lio do uso legí timo da viole ncia dentro de um territo rio determinado. Tre s componentes dessa definiça o merecem destaque. O primeiro e o uso da viole ncia. O Estado e um grupo de pessoas que usa a viole ncia. O que esta implí cito nessa afirmaça o e o fato de que esse uso na o e despropositado, sena o tem um objetivo: motivar as pessoas a fazer aquilo que tal grupo quer que elas façam. O uso ou a ameaça do uso da viole ncia e uma maneira de impor sua vontade sobre os demais. Isso remete a s definiço es de coerça o e de poder coercitivo, uma forma de poder deciso rio, apresentadas no primeiro capí tulo. O Estado, portanto, consiste em um grupo de pessoas que exerce o poder por meio da coerça o. O segundo componente da definiça o de Weber a ser destacado e a reivindicaça o da legitimidade desse uso da viole ncia. O Estado, nessa perspectiva, na o e apenas um grupo de pessoas que consegue exercer poder por meio da coerça o, mas um grupo que reivindica que esse exercí cio do poder e legí timo. Isso remete a definiça o de autoridade, uma forma de poder ideolo gico, tambe m apresentada no primeiro capí tulo. O Estado, portanto, e um grupo de pessoas que exerce um poder coercitivo que reivindica e, na medida em que essa reivindicaça o e aceita, e revestido de autoridade. Assim, o Estado e diferente do ladra o que ameaça algue m com uma arma para motivar que este lhe Estudo dirigido de Geografia Polí tica 6 entregue seu dinheiro – ou, pelo menos, reivindica ser. O terceiro elemento e o monopo lio desse poder coercitivo revestido de autoridade dentro de um territo rio determinado. O Estado, nessa definiça o, na o e apenas um grupo de pessoas que consegue exercer poder por meio da coerça o e reivindicar autoridade para esse exercí cio, mas tambe m reivindica o monopo lio do poder e da autoridade dentro de um territo rio determinado. Isto e , ele busca impedir que outros grupos exerçam poder por meio da coerça o dentro desse territo rio e afirma que aqueles que por ventura o fizerem na o te m autoridade para isso. O Estado e diferente do ladra o, mas os demais grupos que eventualmente exercerem poder coercitivo dentro do mesmo territo rio, na o – ou, pelo menos, e o que o Estado afirma”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 2). Tema: Como os Estados nacionais se formaram? “A verdadeira origem dos Estados nacionais na o se encontra nas narrativas contratualistas empregadas para justificar seu surgimento, mas na seque ncia dos eventos que culminou nessa forma de organizaça o polí tica. So que, como aponta o socio logo Charles Tilly (1975), e preciso cuidado ao interpretar essa seque ncia para que na o projetemos o presente no passado, como se a histo ria fosse predestinada a resultar na situaça o em que vivemos. Uma investigaça o que na o tome esse cuidado vai concentrar-se em procurar no passado supostos antecedentes do presente, enviesando a pesquisa de maneira a ignorar o que poderia ter sido, ou seja, os cursos alternativos da histo ria que se fecharam ao longo do caminho”. De acordo com livro base da disciplina, “Os Estados nacionais surgiram em resposta aos interesses dos governantes, na o dos governados. Era do interesse dos governantes eliminar as organizaço es polí ticas que competiam consigo dentro do mesmo territo rio, como a nobreza, as corporaço es de ofí cio, a Igreja Cato lica e as assembleias locais. Como explica Tilly (1985; 1993), os Estados nacionais surgiram como um efeito colateral da atividade de guerrear dos governantes europeus. Para fazer e vencer guerras, estes precisaram tomar uma se rie de deciso es e resolver inu meros de problemas. A cada momento, tomaram um curso de aça o quando havia outros disponí veis. Essas escolhas influenciavam quais cursos estariam disponí veis dali em diante. Algumas trajeto rias tomadas dessa forma se mostraram bem- sucedidas no longo prazo; outras, na o. Houve, ainda, aquelas que pareceram bem-sucedidas por muito tempo, ate que deixaram de ser. Tudo isso, contudo, aconteceu em um prazo muito mais longo do que aqueles que os governantes que adotaram esses cursos de aça o tinham em mente. Eles estavam apenas tomando as melhores deciso es para que pudessem ganhar as guerras em que estavam envolvidos ou as pro ximas e, dessa forma, sobreviverem” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 2). Tema: E a geografia? “Um uso importante da geografia, como lembra o geo grafo Yves Lacoste (1988), estava no campo da estrate gia militar. Para fazer guerras – e ganha -las –, e preciso ter um conhecimento detalhado do territo rio em que se desenrolara a aça o militar e de qual estrate gia traçar para superar os obsta culos colocados por ele, bem como se valer de eventuais vantagens que ofereça. Esse conhecimento foi fornecido pela geografia militar desde a Antiguidade, e na o foi diferente Estudo dirigido de Geografia Polí tica 7 durante as inu meras guerras que marcaram o processo de formaça o dos Estados nacionais na Europa”. De acordo com livro base da disciplina, “O processo de formaça o dos Estados nacionais na Europa seguiu uma lo gica espacial. Territo rios contí guos eram mais fa ceis de se defender em um contexto em que a guerra era predominantemente uma atividade terrestre. Tropas podiam marchar atrave s de territo rio amiga vel ate o local do conflito. Inversamente, era mais difí cil recuperar territo rios cercados pelos domí nios do inimigo. Ale m disso, territo rios contí guos tambe m eram mais facilmente centralizados polí tica e administrativamente, ja que as tropas podiam ser deslocadas na o para combater um invasor estrangeiro, mas a resiste ncia local a s vontades do poder central. Esses fatores levaram o processo de formaça o dos Estados nacionais a seguir uma lo gica espacial. Como sintetiza Tilly (1993), um territo rio adjacente seriaanexado, fortificado e polí tica e administrativamente integrado ao Estado central. Quando esse processo se mostrasse consolidado, seria repetido em um novo territo rio adjacente. Dessa forma, o territo rio dos Estados nacionais adquiriu a forma que nos parece ta o natural e, ate mesmo, constituinte de um traço definidor do feno meno: a contiguidade. Esse processo de formaça o dos Estados nacionais na Europa tambe m apresentou padro es geogra ficos. A distribuiça o irregular, ao longo do territo rio europeu, dos fatores que influenciaram as diferentes trajeto rias de formaça o dos Estados nacionais fez com que estes assumissem configuraço es variadas em diversas regio es do continente. Tais fatores podem ser reduzidos a presença de cidades e de grandes proprieta rios rurais ou, na terminologia de Tilly (1993), de capital e coerça o. Onde havia escassez de capital e concentraça o de coerça o, o processo de formaça o do Estado nacional foi marcado pela e nfase na coerça o. Monarquias fortes e centralizadas formaram-se onde prí ncipes e reis foram capazes de aglutinar a nobreza fundia ria, como na Sue cia e na Ru ssia, e colapsaram onde os governantes na o exibiram essa capacidade, como na Polo nia-Litua nia. No outro ponto do espectro, onde havia escassez de coerça o e concentraça o de capital, outras formas de Estado predominaram, como as cidades-Estados do norte da Ita lia, a repu blica dos Paí ses Baixos ou a federaça o de canto es suí ços. Por fim, o processo de formaça o dos Estados nacionais esta relacionado ao pro prio desenvolvimento da geografia como campo do conhecimento. Antes da constituiça o da a rea como uma atividade acade mica no se culo XIX, perí odo em que as cie ncias humanas em geral passaram pela mesma experie ncia, ela, obviamente, ja era praticada” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 2). Tema: O imperialismo acabou, o capitalismo não “Como ja evidenciamos, na literatura analisada, ha certo consenso sobre o imperialismo ser um passo, ou um esta gio, do desenvolvimento do capitalismo, que, com exceça o da opinia o do Hobson (1902), so encontraria soluça o na revoluça o socialista. Salta aos olhos, de outros especialistas, o cara ter ativista dessa literatura. Ela e , essencialmente, na o acade mica. (...) Se o assunto despertava a atença o de ativistas polí ticos, ha de se pensar se sua produça o, feita nas horas vagas, na o serviria tambe m a sua causa polí tica. Podemos desconfiar disso ao observar que, muitas vezes, a conclusa o de diferentes trabalhos levava a mesma soluça o: a revoluça o socialista. Nesse sentido, os trabalhos tinham um objetivo de aça o polí tica. Eles na o se encerram em si, mas seu resultado e quase um plano, um diagno stico e uma prescriça o do que deve ser feito – e na o a mera explicaça o de feno menos, suas possí veis causas, seus impactos etc., como costuma ocorrer em trabalhos histo ricos e cientí ficos” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, Estudo dirigido de Geografia Polí tica 8 L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 3). “Do ponto de vista da Grama tica, a tautologia e definida como o “uso de palavras diferentes para expressar uma mesma ideia; redunda ncia, pleonasmo”. Do ponto de vista da Lo gica, “a tautologia e uma proposiça o analí tica que permanece sempre verdadeira, uma vez que o atributo e uma repetiça o do sujeito” como em o sal e salgado. E, do ponto de vista da Reto rica, a tautologia e a “expressa o que repete o mesmo conceito ja emitido, ou que so desenvolve uma ideia citada, sem aclarar ou aprofundar sua compreensa o”. Fonte: SILVA, Leosmar Aparecido da; NOGUEIRA, Ma rcia Teixeira. Construço es tautolo gicas: tradiça o gramatical, lo gica e argumentaça o. Revista de Letras, Fortaleza, v. 37, n. 2, p. 194-209, jul./dez. 2018. Disponí vel em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/46815 De acordo com livro base da disciplina, “A tautologia se encontra na relaça o entre imperialismo e capital financeiro monopolista. “O imperialismo seria fruto do avanço do capital financeiro monopolista e caracterizaria uma fase (a final, ou a mais alta, ou a maior, a depender do autor) do capitalismo. Portanto, o imperialismo seria o capitalismo avançado. Nesse sentido, o contra rio tambe m e verdadeiro: capitalismo avançado e sino nimo de imperialismo. Na o ha qualquer forma de fugir disso sena o a completa substituiça o do sistema econo mico (...) Em outras palavras, no final das contas, todas essas teorias marxistas identificam o imperialismo como uma fase do capitalismo, um esta gio. Todavia, de qual esta gio, objetivamente, essas teorias falam? O capitalismo estava em seu esta gio mais alto, em seu a pice, a ponto do fim? Atualmente, sabemos que esse progno stico, feito ha mais de um se culo, na o se concretizou. Na o temos evide ncias para afirmar que aquele foi o a pice do capitalismo, nem que foi um esta gio final, pois continuamos vivendo sob esse sistema ainda hoje” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 3). Tema: Expansão do imperialismo “O que lhe vem a cabeça quando falamos de imperialismo? Hoje, essa palavra tem conotaça o absolutamente negativa: pensamos em generais e governantes de paí ses ricos, como a França e a Inglaterra, traçando, com re guas e esquadros, como cada um se apropriaria de partes de paí ses, por vezes de continentes, pobres mundo afora. Pensamos, ainda, que a motivaça o u nica e exclusiva e a gana ncia pelo acu mulo de riquezas. Contudo, nem sempre foi assim. O significado usual do termo imperialismo diz respeito, na verdade, ao emprego da expressa o imperialismo econo mico: um substantivo (imperialismo) e um adjetivo (econo mico)”. De acordo com livro base da disciplina, “O uso do termo, sobretudo com relaça o ao contexto brita nico, carregava duplo sentido: o primeiro relacionava-se ao emprego da palavra por conservadores que queriam evitar a secessa o das colo nias em Estados independentes, e o segundo, que se tornou mais comum a e poca, denotava uma atitude expansionista em relaça o ao futuro controle das partes “na o civilizadas” do mundo, como a A frica, o Oriente Me dio e o Pací fico, ale m de ajudar a manter o tí tulo de “Grande Impe rio” aos brita nicos (Fieldhouse, 1961). Nesse sentido, Disraeli e Salisbury eram considerados imperialistas porque aceitaram participar da partilha da A frica. Por conseque ncia, o lí der da oposiça o, Gladstone, era o í cone anti-imperialista a e poca, mas na o por ser de fato contra rio a dominaça o de territo rios por parte do impe rio brita nico – afinal, conta-nos a histo ria, Gladstone foi pessoalmente favora vel a http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/46815 Estudo dirigido de Geografia Polí tica 9 dominaça o brita nica no Egito em 1882 –, e sim por ser contra rio ao “desperdí cio de dinheiro com a dominaça o brita nica de territo rios de pouca importa ncia” (Fieldhouse, 1961, p. 188, traduça o nossa). O pecado imperialista, portanto, era baseado em um ca lculo de custo benefí cio. Imperialista era aquele que dominava e anti-imperialista, aquele que acreditava que a dominaça o estava sendo feita de forma equivocada – e na o aquele que achava que tal polí tica na o devia acontecer. Esses eram, pois, os sentidos de imperialista e anti-imperialista no final do se culo XIX, os quais, no se culo seguinte, se transformaram”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 3). --- “O termo imperialismo tem origem recente. Na primeira vez em que a palavra foi usada, emingle s, o objetivo era descrever o governo e as polí ticas adotadas por Luí s Napolea o, no segundo Impe rio France s, entre 1852-1870 (Koebner; Schmidt, 1964). Poucos anos mais tarde, tambe m foi usada para descrever a polí tica externa do Primeiro-Ministro brita nico Benjamin Disraeli e seu ministro das relaço es exteriores, Salisbury, que estabeleceu o governo e o controle brita nico sobre Cabul, em decorre ncia da vito ria do paí s na Segunda Guerra Anglo-Afega (1878-1880), e assegurou a manutença o sangrenta da domina ncia polí tica brita nica sobre Estados da A frica”. De acordo com livro base da disciplina, “Porque o controle de um territo rio conferia aos governantes a possibilidade de controle e extraça o de recursos desse local – ma o de obra, taxaça o e mate rias-primas –, o que compensaria os custos da guerra e da manutença o dos governos em territo rios internacionais e, ainda, permitiria que Estados e exploradores lucrassem com aquilo que extraí am desses espaços. Nesse sentido, explorar novos territo rios possibilitava a tributaça o, o trabalho e a extraça o de mate rias-primas. Essas motivaço es orientaram grande parte da literatura de histo ria, geografia e cie ncia polí tica ao tratar do imperialismo. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 3). Tema: Federalismo: divisão do poder dentro do Estado nacional “Ha va rias teorias sobre o federalismo que complementam o conceito pois ressaltam os diferentes aspectos que essa forma de organizaça o do Estado pode adotar na gesta o dos governos (Souza, 2008). Essa diversidade teo rica permite que analistas se aproximem desse objeto por diferentes a ngulos, viabilizando a ana lise da releva ncia do federalismo na explicaça o de determinados feno menos sociais e polí ticos por meio de diversas varia veis, de modo a superar a ilusa o federativa (federal illusion), em que pondera principalmente os aspectos positivos do federalismo (Beramendi, 2007)”. De acordo com livro base da disciplina, “Celina Souza (2008) destaca a existe ncia de diversas perspectivas teo ricas por meio das quais podemos pensar sobre o federalismo – seja em raza o da ause ncia de uma teoria fundante sobre o tema (em que o feno meno ocorre antes de sua teorizaça o), seja em virtude de seu cara ter altamente insta vel, seja, ainda, por conta da imbricaça o de juí zos normativos nesses estudos. Para a autora, o que ha de comum entre elas e a ideia de que o federalismo e um sistema em que o Estado e “organizado em dois ou mais ní veis de governo, que te m autoridade formal sobre o mesmo espaço territorial e sobre todos os Estudo dirigido de Geografia Polí tica 10 cidada os” (Souza, 2008, p. 36). Pablo Beramendi (2007) enfatiza a importa ncia desse u ltimo aspecto. Segundo ele, na o basta a existe ncia de mais de um ní vel de governo para que o federalismo se configure. O que caracterizaria esse sistema – quando comparado a estados unita rios, unio es ou confederaço es, que tambe m podem apresentar dois ou mais ní veis de governo – e a maneira como a hierarquia se organiza entre esses ní veis, em que cada um apresenta a autoridade formal destacada por Souza (2008). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 4). Tema: Representação política: o elemento territorial como definidor da representação moderna “Andrew Rehfeld (2005) busca uma explicaça o para o fato de a territorialidade ser ta o central para a representaça o polí tica moderna no caso estadunidense. Como o autor ressalta, a escolha da territorialidade parece “natural”, sem motivos para questionamento (Rehfeld, 2005). Desde a Atenas Antiga, a territorialidade assumiu um papel importante na conformaça o da democracia. De acordo com Urbinati e Warren (2008), uma mudança fundamental do perí odo foi a adoça o do local de moradia como requisito para que um cidada o fosse considerado ateniense”. De acordo com livro base da disciplina, “Rehfeld (2005) elenca cinco possí veis justificativas para o uso do territo rio como crite rio definidor da representaça o polí tica, e a pertine ncia de cada uma deveria ser avaliada no contexto estadunidense – no entanto, tambe m podemos adota -las para refletir sobre o contexto brasileiro: Representaça o de interesses: em geral, pessoas vivem e trabalham dentro de regio es delimitadas, formando comunidades, como a regia o do Centro de Sa o Paulo. Assim, essas comunidades te m interesses particulares que merecem a representaça o polí tica (em nosso exemplo, deverí amos pensar na justificaça o da representaça o de interesses do Centro de Sa o Paulo). Conexa o com um corpo polí tico (polity): a conexa o com um territo rio especí fico pode facilitar que os cidada os se sintam parte de um corpo polí tico maior (geralmente nacional), cuja sede pode estar a milhares de quilo metros de dista ncia. Proteça o da propriedade privada: tendo em vista que a propriedade e geograficamente “localiza vel” e que o papel do Estado na proteça o desta e frequentemente reafirmado na teoria polí tica, esse tipo de representaça o poderia facilitar o alcance de tal objetivo. Proporcionar o consentimento dos cidada os de serem governados: como os cidada os sa o livres para se deslocar dentro de um paí s, eles poderiam escolher onde morar, decidindo, assim, sob qual governo seriam jurisdicionados. Esse e um feno meno muitas vezes verificado nos Estados Unidos, onde pessoas decidem residir em estados onde os impostos sa o mais baixos (como a Flo rida ou o Texas) ou naqueles com maior oferta de serviços pu blicos (como a Califo rnia). Incentivar o exercí cio de pra ticas democra ticas: a ideia por tra s dessa justificativa e a de que a proximidade entre os cidada os incentiva a participaça o polí tica, uma vez que facilita a coleta de informaço es sobre o distrito eleitoral, a deliberaça o entre os eleitores daquele territo rio, ale m da importa ncia histo rica do momento eleitoral como expressa o de consentimento dos governados, ou seja, o voto e um reconhecimento de que o eleitor consente em ser governado por quem sera eleito (Manin, 1997)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 4). Tema: Fronteiras: elementos definidores da ação estatal Estudo dirigido de Geografia Polí tica 11 “Para muitas pessoas, as fronteiras sa o uma mera constante da vida (Maier, 2016). Exceto pelos momentos em que elas se materializam na nossa frente, na o costumamos pensar em sua existe ncia. Na verdade, as fronteiras foram uma invença o sociopolí tica extremamente importante. Tradicionalmente, elas sa o entendidas como elemento definidor do Estado-naça o, uma vez que delimitam sua extensa o territorial (Mountz, 2009), na qual ele exerce sua autoridade polí tica (Maier, 2016). As pessoas sujeitam-se a esse Estado na o por afinidade, fe ou outros motivos, sena o, simplesmente, por compartilharem o mesmo espaço (Maier, 2016)”. De acordo com livro base da disciplina, “Como va rios geo grafos apontam, as fronteiras te m um cara ter duplo (Newman, 2003; Mountz, 2009). Ao mesmo tempo que sa o estanques, ja que te m limites fí sicos (observa veis em postos de fronteiras, placas ou muros), elas tambe m sa o porosas, pois raramente governos conseguem criar barreiras fí sicas suficientemente grandes para impedir o fluxo de pessoas, mercadorias ou, ate mesmo, de ideias (Newman, 2003; Mountz, 2009). Sa o tambe m lugares de encontro, onde pessoas se relacionam, apesar das diferenças simbo licas criadas por elas (Newman, 2003; Mountz, 2009). As fronteiras ainda fazem com que cidada os expressem suas identidades (Newman, 2003; Mountz, 2009; Maier, 2016). Ao cruzar uma fronteira,um indiví duo apresenta-se a um Estado-naça o como cidada o, com uma identidade pro pria – geralmente, de nacional, ou seja, da naça o com que se identifica, ou de estrangeiro (Mountz, 2009). Em estudos recentes, as fronteiras tambe m sa o consideradas capazes de demarcar esses espaços de identidade, bem como de ser por eles demarcadas, como por meio de processos de segregaça o residencial em raza o da gentrificaça o (Newman, 2003). Conforme ressaltamos, geo grafos evidenciaram que as fronteiras na o sa o somente linhas que demarcam Estados-naça o, mas tambe m lugares de encontro, contato, formaça o de identidades, entre outros”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 4). Tema: A criação de municípios “Como assinalamos, para diversos pesquisadores, a Constituiça o de 1988 teve forte vocaça o municipalista. Na o por acaso, os anos imediatamente posteriores a promulgaça o da Carta registraram um aumento substancial no nu mero de municí pios no Brasil. A criaça o dessas entidades aconteceu em todos os momentos histo ricos do paí s, em virtude de deciso es polí ticas relacionadas com a dina mica de ocupaça o do espaço: “a medida que o espaço foi sendo ocupado e densificado, ocorreu sua compartimentaça o” (Cigolini, 2009, p. 14)”. De acordo com livro base da disciplina, “Durante o Impe rio (1822-1889), a dina mica espacial da instalaça o dos municí pios seguia o padra o advindo das colo nias. Esse movimento se caracterizava pela ocupaça o de localidades litora neas somada ao avanço em direça o ao interior pro ximo a s densidades populacionais que ali se encontravam (Cigolini, 2009). No entanto, aqueles criados em regio es distantes das ocupaço es preexistentes “tiveram suas origens de acampamentos, fortificaço es militares e de povoaço es desenvolvidas de sesmarias ou projetos de colonizaça o, sendo, portanto, formas oriundas de estrate gias de ocupaça o estatais” (Cigolini, 2009, p. 129)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 4). Estudo dirigido de Geografia Polí tica 12 “Ainda que o cerne da preocupaça o da cie ncia polí tica esteja nas varia veis e nas instituiço es polí ticas, outras dimenso es tambe m importam e impactam o comportamento dos eleitores. Houve ganhos interpretativos com relaça o ao comportamento eleitoral que as escolas de Columbia e Michigan trouxeram, principalmente ao acrescentarem a importa ncia de varia veis sociais e psicolo gicas (afeto) a dimensa o da escolha do eleitor. Tambe m houve ganhos ao se pensar esse eleitor como um agente dotado de racionalidade. Contudo, considerando apenas esses elementos, ha uma limitaça o explicativa, relacionada ao fato de que o comportamento eleitoral apresenta padro es espaciais”. De acordo com o livro base da disciplina, “feno menos polí ticos sa o impactados por feno menos geogra ficos. O voto do meu vizinho impacta o meu. Se ha uma montanha me separando de outras pessoas, e pouco prova vel que a opinia o destas, com as quais tenho parcas relaço es, influencie a minha pro pria. A geografia, nesse sentido, deixa de ser um mero epifeno meno, um mero acidente, ou “algo que apenas esta la ”, passando a ser interpretada como um fator que condiciona feno menos e processos polí ticos. Isso fica claro na forma como tratamos do espaço ao examinarmos as conseque ncias das formas de representar ou dos padro es de votaça o em relaça o a geografia eleitoral. Assim, fazer uma infere ncia sobre mim diz algo a respeito do meu comportamento, mas, ao considerar que fatores que me afetam tambe m afetam meus vizinhos ou aqueles que esta o pro ximos, obtemos uma maior latitude em relaça o a um feno meno mais amplo. A informaça o que chega a mim para avaliar um polí tico muito provavelmente chega a queles que esta o pro ximos (pense, por exemplo, no jornal de sua cidade), mas e pouco prova vel que chegue a queles que esta o distantes. A geografia, nesse sentido, na o e um elemento residual, sena o a malha em que nossas relaço es acontecem e comportamentos polí ticos acontecem. Essa malha permeia a vida e o cotidiano de todos e enviesa o comportamento de eleitores, partidos, polí ticos e candidatos” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 5). --- “-ness, em ingle s, e um sufixo que denota a qualidade, o estado ou caracterí sticas do radical usado na construça o da palavra, convertendo um adjetivo em substantivo. Tomemos como exemplo a palavra dryness: literalmente, ela quer dizer o estado de na o estar u mido, ou aridez. Na lí ngua inglesa, essa palavra e composta pelo radical dry, um adjetivo que pode ser traduzido por “seco”. Outro exemplo pode ser ilustrado com a palavra “good”, que significa “bom”. Quando acrescido do sufixo em questa o, o adjetivo se transforma no substantivo “goodness”, que significa bondade. Fonte: -ness [suffix] In: Oxford Advanced Learner's Dictionary. Oxford: Oxford University Press. Disponí vel em https://www.oxfordlearnersdictionaries.com/definition/english/ness Pela proximidade e pela construça o de laços com aqueles com quem temos maior familiaridade – com polí ticos, com pessoas pro ximas a eles, com seus cabos eleitorais etc. –, criamos relaço es de confiança: mesmo que na o saibamos muito sobre a polí tica, ou sobre um candidato, sabemos onde ele mora, de onde ele e , ou, ainda, as pessoas que conhecemos tambe m o conhecem. Se, para a teoria downsiana do eleitor racional, a ideologia bastava para escolher um candidato, nesse cena rio, substitui-se a ideologia por uma informaça o de localness – isto e , uma informaça o que remete ao local (de reside ncia, de nascimento, de atuaça o) do eleitor e do polí tico, sua localidade. Trabalhos que articulam o localness te m apontado que candidatos locais conseguem https://www.oxfordlearnersdictionaries.com/definition/english/ness Estudo dirigido de Geografia Polí tica 13 mais votos que os de locais distantes, sobretudo em sistemas de representaça o proporcional de listas abertas, e, ainda, que polí ticos levam o espaço em consideraça o ao lançar ma o de estrate gias eleitorais, como a formaça o das listas de candidatos nas eleiço es (Gelape, 2017; Jankowski, 2016; Latner; McGann, 2005; Silotto, 2016, 2019; Silva; Silotto, 2018b). Outros estudos afirmam, ainda, que essa votaça o tende a diminuir com a dista ncia e/ou que esta relacionada a campanha ativa e pessoal, face a face (Go recki; Marsh, 2012, 2014; Potter; Olivella, 2015; Put; Smulders; Maddens, 2018), de forma que a geografia enviesa tambe m a conformaça o e as estrate gias de campanhas eleitorais”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 5). Tema: As consequências das diferentes formas de representar “Essas caracterí sticas – se um sistema e centrado na competiça o por partidos ou candidatos – te m implicaço es fundamentais para o tipo de campanha eleitoral e para o tipo de representaça o que dela deriva. Isso significa que a escolha de um candidato para uma eleiça o majorita ria, por exemplo, envolve consideravelmente o ro tulo do partido, o que na o necessariamente ocorre em eleiço es proporcionais em distritos que elegem mais que um candidato”. De acordo com livro base da disciplina, “Em sistemas de representaça o proporcional, como os pleitos sa o mais incertos, dada a multiplicidade de candidatos, e ha grande depende ncia dos esforços do candidato em si para vencer, haveria maiores incentivos a comportamentos corruptos – por exemplo, para financiar campanhas –, sobretudo em distritos de magnitude maior. Alem disso, com a dificuldade no processo de accountability, haveria mais incentivos para maus comportamentos dos polí ticos (Chang, 2005; Chang; Golden, 2007), que sa o cientes da dificuldade de atribuir culpa em um sistema no qual a responsabilidade pelas polí ticas (ou pela ause ncia delas) e opaca (Persson; Tabellini, 2009). Em sistemas de representaça o proporcional, em que ha mais de um candidato por distrito, o eleitor na o saberia quem buscar. Isso geraria incentivos para que esses polí ticos se comportassem de forma desviante e, em vez de prover bens necessa rios ao seu eleitorado, baseariam a relaça o de confiança a ser construí da com o eleitor em relaço es de tipo clientelista (Ames, 1995; 2003). Assim, em sistemas de representaça o proporcional haveria mais incentivos para polí ticas clientelistas, em detrimento do que aconteceria em sistemas majorita rios. Vale notar que essas explicaço es sa o frequentemente contestadas, ja que sa o derivaço es teo ricas do sistema institucional adotado. Quando confrontadas com testes empí ricos, os resultados sa o, ainda, bastante controversos (Hagopian, 2009), sobretudo com relaça o ao caso brasileiro – ha estudos sobre o uso de emendas individuais ao orçamento pu blico em contraposiça o a Ames (2003), como os de Figueiredo e Limongi (2002) e de Mesquita et al. (2014)” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 5). Tema: Fenômenos espacializáveis ou explicações espacializáveis: a geografia como variável de fenômenos políticos “Sabemos que dados podem ser representados no espaço, mas isso significa que eles resultam necessariamente em explicaço es espacializa veis? Isto e , ao tentarmos explicar certo feno meno polí tico-social espacialmente localiza vel, ha fundamento em alguma caracterí stica espacial? Em Estudo dirigido de Geografia Polí tica 14 geral, explicaço es espacializa veis embasam-se na ideia de proximidade, bem exemplificada pela primeira lei da geografia: “todas as coisas esta o relacionadas com as demais, pore m aquelas pro ximas estara o mais relacionadas entre si do que com aquelas que esta o distantes” (Tobler, 1970, p. 236, traduça o nossa)”. De acordo com o livro base da disciplina, “Rodrigues-Silveira (2013) sugere quatro conceitos centrais para pensarmos a Geografia Polí tica”: territo rio, escala, lugar e contexto, que podem ser definidos da seguinte forma: territo rio e a sí ntese da interaça o entre diversos atores durante um longo arco temporal em uma a rea legalmente delimitada (mas cuja existe ncia na o necessariamente esta ligada a uma organizaça o polí tica num Estado), divisí vel em mu ltiplas escalas, onde sa o criadas fronteiras, identidades simbo licas e instituiço es para administraça o desse espaço. Inicialmente, a expressa o escala remete a um dos atributos ba sicos de um mapa: a escala cartogra fica, uma comparaça o da dimensa o entre a unidade representada no mapa e seu tamanho real – por exemplo: 1 cm equivale a 1 km (Monmonier, 2018; Rodrigues-Silveira, 2013). Nessa discussa o, pore m, tratamos da escala geogra fica, que da novos contornos a essa ideia ao se referir a s diversas formas como o poder polí tico se constitui no espaço, como no Estado-naça o, nas instituiço es transnacionais, ou nos governos locais (Jonas, 2015). O lugar e definido pelas identidades fí sicas e simbo licas, construí das por meio de relaço es sociais cotidianas em determinada a rea, onde se expressara o feno menos sociais (Rodrigues-Silveira, 2013). Apesar de espacialmente definidos, eles sa o objetos de disputas e conflitos, que se relacionam com os vizinhos, mas compo em-se por identidades pro prias (Rodrigues-Silveira, 2013). Por fim, por meio da ideia de lugar, conseguimos observar a releva ncia do contexto. Segundo Rodrigues-Silveira (2013), este pode ser definido de duas formas: como o conjunto de caracterí sticas do espaço em que atores sociais atuam e pela quantidade e qualidade das conexo es entre lugares” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 6). Tema: Georreferenciamento “Graças ao georreferenciamento, podemos agregar a votaça o por urna aos respectivos locais de votaça o e obter as coordenadas geogra ficas. Os autores do livro base dessa disciplina, por exemplo, utilizaram coletas automatizadas de coordenadas na API do Google Maps com base em endereços fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para georreferenciar os locais de votaça o em capitais brasileiras, produzindo diversos trabalhos”. De acordo com o livro base da disciplina, “Denomina-se georreferenciamento (ou geocodificaça o) o processo de atribuir um conjunto de coordenadas para um conjunto de dados por meio de informaço es que podem ser obtidas nesse formato, como o endereço de alguma localidade. De forma manual ou automatizada, um dos meios mais utilizados para buscar essas informaço es e o Google Maps. Ale m disso, outros portais disponí veis on-line tambe m fornecem esse serviço. Portanto, por meio do georreferenciamento, somos capazes de atribuir informaço es geogra ficas a dados que na o continham tais informaço es anteriormente. Isso abre diversas possibilidades para ana lises e pesquisas que seriam extremamente custosas (ou, por vezes, impossí veis) em um passado pro ximo, em termos tanto de custos financeiros quanto de tempo empregado na coleta de dados”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 6). Estudo dirigido de Geografia Polí tica 15 Tema: Como definir vizinhança “Depois de Key, outros autores tambe m apontaram para a importa ncia do espaço na configuraça o das opinio es polí ticas. Por exemplo, McPhee, Ferguson e Smith (1972) reforçam que essas prefere ncias, bem como todas as interaço es sociais, esta o entrelaçadas pelo meio em que ocorrem. Assim, a prefere ncia de seu vizinho esta relacionada com a sua e ambas se relacionam com o contexto em que esta o inseridos – a vizinhança onde voce s vivem, suas condiço es sociais etc. Essa noça o que de “aqueles que esta o juntos votam juntos” (Pattie; Johnston, 2000) foi, enta o, aprimorada por meio da noça o de contexto. O contexto seria o mecanismo pelo qual o espaço teria a capacidade de nos influenciar a depender da nossa localizaça o. Pelo contexto – que varia de local para local, de vizinhança para vizinhança – seria possí vel explicar os padro es de votos e opinio es daqueles que esta o pro ximos entre si”. De acordo com livro base da disciplina, “A definiça o de quais observaço es sa o vizinhas deve embasar-se em razo es teo ricas: se o feno meno estudado se difunde pelo espaço, qual o alcance dessa difusa o? Ou, enta o, se ele se baseia no agrupamento de comportamentos semelhantes, quais unidades pro ximas apresentara o essa semelhança? (Darmofal, 2015). Podemos usar va rios crite rios para traduzir essa discussa o teo rica em matrizes de pesos espaciais. O crite rio mais comumente utilizado nas cie ncias sociais e o da contiguidade. Sua ideia e bastante intuitiva: considerando dados em formato de a rea, sa o vizinhas a reas contí guas. Existem tre s possibilidades de definiça o dessa contiguidade, cujos nomes se baseiam no movimento de peças de xadrez. Nas matrizes com definiça o de rainha (queen), todas as a reas ligadas sa o vizinhas – ja que a rainha pode mover-se em todas as direço es do tabuleiro. Ha , ainda, as matrizes bispo (bishop), em que sa o consideradas somente as a reas em diagonal, e torre (rook), que considera vizinhos posicionados imediatamente na vertical ou na horizontal. Outro crite rio existente e o dos vizinhos mais pro ximos (k-nearest neighbors). Este assume quea dista ncia ainda importa, pore m na o precisa ser medida em dista ncia euclidiana. Ao utiliza -lo, definimos todas as k observaço es (sendo k um nu mero de vizinhos) mais pro ximas como vizinhos e todas as demais como na o vizinhos. Os u ltimos crite rios que vamos abordar sa o aqueles que utilizam alguma dista ncia euclidiana. Eles sa o basicamente dois: definiço es que adotam uma dista ncia fixa (como, por exemplo, 3.000 m), na qual todos os pontos dentro desse raio seriam classificados como vizinhos (e os demais como na o vizinhos); ou aquelas em que a dista ncia sera ponderada de acordo com a proximidade, em que os vizinhos mais pro ximos seriam mais afetados em relaça o aos mais distantes (Darmofal, 2015)” (Adaptado). Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 6). Tema: Visualização de dados espaciais: mapas temáticos “Menos e mais”, esse princí pio deve guiar toda a produça o de mapas (Rodrigues-Silveira, 2013). Quanto mais informaça o voce conseguir transmitir com menos poluiça o visual no mapa, melhor ele sera (Rodrigues-Silveira, 2013). No entanto, voce deve ter cuidado para na o colocar uma quantidade de informaça o insuficiente para o que deseja transmitir. Mapas bem produzidos organizam as informaço es de forma a facilitar a compreensa o e na o de modo a cansar o leitor, ale m de fazer um bom uso do espaço disponí vel (Rodrigues-Silveira, 2013)”. Estudo dirigido de Geografia Polí tica 16 De acordo com livro base da disciplina, “Enumeramos, a seguir, cinco orientaço es gerais que na o devem ser esquecidas: Posicione o tí tulo na parte superior do mapa, pois sera a primeira informaça o vista pelo leitor, de forma que ele saiba sobre o que esta lendo (Rodrigues-Silveira, 2013). A figura (mapa em si) deve vir abaixo do tí tulo, com algum (pore m pouco) espaço entre ambos, para permitir que o leitor possa distinguir as informaço es, mas sem desperdiçar espaço (Rodrigues-Silveira, 2013). Nunca se esqueça de colocar a fonte da informaça o, que deve vir abaixo do mapa, em letra menor, mas na o ta o pequena a ponto de ser ilegí vel (Rodrigues- Silveira, 2013). Outra boa sugesta o e evitar variaço es do gene rico “Fonte: elaborado pelo autor”. Mapas sa o autorais e voce pode querer compartilha -lo fora do documento original em que foi produzido. Assim, e u til incluir o nome do autor, que deve vir acompanhado da origem dos dados prima rios, caso o autor na o tenha sido responsa vel por coleta -los, como neste exemplo: “Fonte: elaborado por Maria da Silva, com base em dados do IBGE”. A legenda e outros sí mbolos devem ser incluí dos segundo o pu blico e a informaça o transmitida (Rodrigues-Silveira, 2013). Por exemplo, cientistas sociais, em geral, na o se importam com a topografia do terreno, mas ela pode ser u til para ilustrar uma batalha importante de determinada guerra. Assim, e fundamental ter em mente qual o pu blico que consumira sua informaça o. Ale m disso, esses sí mbolos devem ser claros – na o se pode ficar em du vida se existe diferença entre o que e representado por tria ngulos ou por cí rculos, por exemplo – e fazer bom uso de espaços vazios (Rodrigues-Silveira, 2013), para evitar o desperdí cio de espaço u til ou a aglomeraça o de informaço es em uma parte do mapa – um recurso muito utilizado e puxar setas para adicionar informaço es escritas, como o nome de cidades, em partes na o utilizadas do espaço, em vez de as amontoar junto ao sí mbolo origina rio. Na o confiar nas configuraço es padra o dos softwares. O desenvolvimento de va rios softwares nos u ltimos anos (alguns deles descritos na u ltima seça o do capí tulo 6 do livro da disciplina) tornou a ana lise de dados espaciais muito mais fa cil e menos custosa. Isso permitiu que mapas produzidos por va rios usua rios iniciantes, muitos deles com erros importantes, obtenham amplo alcance. Um dos erros mais comuns e o de confiar nas configuraço es padro es desses softwares, principalmente na definiça o de cores ou categorizaça o dos dados (Cairo, 2016). Antes de aceitar as possibilidades de categorizaça o oferecidas, lembre-se de analisar os dados a fundo”. (ADAPTADO) Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 6). Tema: Mapear para pensar ou pensar para mapear? A importância da teoria para um estudo empírico “Boa parte do que fazemos em trabalhos cientí ficos e testar hipo teses desenvolvidas com base em teorias, com te cnicas desenvolvidas para avaliar sua plausibilidade, contribuindo para a construça o desse corpo teo rico. Contudo, diante da ause ncia de teorias que deem conta de feno menos que analisamos, tambe m e possí vel utilizar o trabalho cientí fico para criar novas (Creswell, 2014)”. De acordo com livro base da disciplina, “Uma maneira de refletir sobre a inclusa o da geografia em teorias que explicam feno menos polí ticos esta na distinça o entre “mapear para pensar” ou “pensar para mapear”, levantada por Rodrigo Rodrigues-Silveira (2013, p. 21). Quando na o temos muitas expectativas teo ricas sobre a influe ncia do espaço nos objetos, “mapeamos para pensar”. Mapear, portanto, pode auxiliar a pensar indutivamente sobre a construça o de teorias ou a identificar dina micas sociais ou mecanismos causais – na o dependentes do espaço – que teorias ja existentes sobre o feno meno em questa o ainda na o vislumbraram (Rodrigues-Silveira, Estudo dirigido de Geografia Polí tica 17 2013). Ao “pensar para mapear”, fazemos o caminho inverso: partimos de teorias que sugerem a incorporaça o do espaço/geografia na explicaça o do feno meno para, enta o, usarmos dados espaciais em seu estudo (Rodrigues-Silveira, 2013)”. Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e territo rio: uma abordagem a partir da cie ncia polí tica. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capí tulo 6).
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