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Distúrbios da Hemostasia > O que é hemostasia?? - É o equilíbrio entre as forças pró-coagulantes e anticoagulantes de modo a que se mantenha o sangue no seu estado líquido circulando nos vasos e impedindo que haja extravasamento em caso de lesões do sistema vascular. Nas forças pro-coagulantes temos a adesão e agregação plaquetária, formação do coágulo e fibrina. E nas forças anticoagulantes temos os inibidores naturais da coagulação e a fibrinólise. Tudo isso são sistemas endógenos. Quando a gente tem um desequilíbrio das forças pró-coagulantes e anticoagulantes a hemostasia está em desequilíbrio quando predominam os fatores pro-coagulantes e tendendo a trombose. E a sangramento quando predominam os fatores anticoagulantes. ETAPAS DA HEMOSTASIA - Hemostasia primária - Formação do coágulo - Antitrombose - Fibrinólise Quando falamos em HEMOSTASIA PRIMÁRIA estamos falando das primeiras reações quando temos um sangramento. ⮚ Quais as primeiras reações após um sangramento??? - Vasoconstricção na tentativa de reduzir o volume de sangue que chega na área lesada e consequentemente reduzir a perda. - Formação do trombo plaquetário- plaquetas são as linhas de frente da hemostasia primária para coagulação. Dentro da formação do trombo plaquetário temos algumas etapas: adesão, ativação e agregação das plaquetas. Na verdade, é tudo tão concomitante que é difícil dizer quando começa um e termina a outra. ADESÃO Para ter adesão das plaquetas precisa ter exposição de algum fator com proteínas e substâncias, pois só terá adesão de plaquetas se tiver alguma lesão no endotélio. E tendo a lesão endotelial vai expor fatores subendoteliais aos quais as plaquetas se ligam. Em condições anormais, pode-se ter um corpo estranho no organismo, como: marcapasso e válvulas cardíacas. Em condições normais, estamos falando de uma lesão que houve que o endotélio permitiu que fatores subendoteliais sejam expostos. Quais fatores estamos falando?? Colágeno (ancoragem), fibronectina, Fator de Von Willebrand (FwB), laminina, trombospondina. Colágeno e fibronectina não temos muita falha na prática. Nessa fase de adesão quem é realmente importante para a prática clínica é o fator de Von Willebrand. As plaquetas têm algumas glicoproteínas nas suas membranas que são importantes: glicoproteínas IB e glicoproteínas 2B/3A. Logo, tem que ter o fator da matriz subendotelial onde a plaqueta se adere, como tem que ter a integridade da glicoproteína da membrana da plaqueta que vai se aderir no endotélio. ATIVAÇÃO A plaqueta quando circula tem a forma discoide amarelada e quando elas aderem a substância que estão na matriz extracelular ela sofre o processo de ativação e sofre a mudança de conformação e adere ao formato estrelado que aumenta a área de superfície da plaqueta e vai favorecer que ela encontre mais ponto de ancoragem no subendotélio e na fase seguinte de agregação uma com as outras. E acontece um outro fenômeno que a própria plaqueta começa a liberar fatores que são: ADP e tromboxana2 (txA2) que promovem a adesão e agregação de outras plaquetas. Temos também: - Exposição de mais receptores de membrana que são mais expostos - Degranulação do conteúdo liberando ADP e tromboxano 2. E temos mais expressão de FwB, Tromboxano 2 e ADP (aceleram a própria ativação plaquetária) e liberação de cálcio, fosfolipídios da membrana (fatores ativos na cascata de coagulação). - Tromboxano 2 e ADP são os mais importantes nessa fase, porque os medicamentos antiplaquetários agem inibindo TxA2 e receptor de ADP . AGREGAÇÃO Mudança na conformação da glicoproteína 2B/3A e ela se torna de alta afinidade para o fibrinogênio circulante e esse fibrinogênio fica aderido e se torna um elemento que é importante para a etapa seguinte que é a formação do coagulo, já que o fibrinogênio é o precursor de fibrina que forma o coágulo. FORMAÇÃO DE COÁGULO DE FIBRINA O tromboplaquetário que temos as plaquetas que mudaram de conformação e nelas se ligou o fibrinogênio que se aderiram e formaram essa trama que é o coágulo de fibrina. A formação do coágulo pode ser chamada de Hemostasia secundária. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA Depende dos fatores de coagulação. Temos uma série de proteínas plasmáticas que circulam na forma inativa e não formam coágulo dentro do sangue em qualquer momento. A imensa maioria dos fatores de coagulação são produzidas pelo fígado, com exceção do fator VIII que é produzida no endotélio, e a maioria desses fatores produzidos no fígado dependem de vitamina K para serem produzidos. A insuficiência hepática e deficiência de vitamina K tem grande importância clínica. A ativação dependerá de: - Lesão endotelial - Produtos da ativação plaquetária - Vitamina K VIA EXTRÍNSECA - Endotélio lesado libera o fator tecidual - Produto final: Fator X ativado - Para avaliar sua função: TAP VIA INTRÍNSECA - Contato do sangue com moléculas de carga elétrica negativa: COLÁGENO - Produto: Fator X ATIVADO - Para avaliar sua função: PTT VIA COMUM - FATOR X ATIVADO: dispara reações que culminarão na deposição de FIBRINA, consolidando o coágulo. Na hemostasia secundária nós temos uma subdivisão em 3 vias: via extrínseca, via intrínseca e via comum que compartilha ambas. A via extrínseca recebe esse nome porque depende de um fator externo a circulação- > depende de lesão endotelial. Temos como fator final o fator X ativado e a função dessa via é ativada primariamente pelo tempo de atividade de protrombina. Na prática clinica, avaliamos essa via pelo exame TAP. A via intrínseca ela depende de contato, porque em laboratório ela é ativada quando o sangue entra em contato com o vidro devido a carga elétrica do vidro. Na prática clínica, a via intrínseca ela é importante em condições nas quais ocorre um quadro infeccioso e bactérias liberam substâncias na circulação que fazem a ativação dessa via. Também pode ocorrer a ativação da via intrínseca quando se tem contato com colágeno. E também terá como fator final o fator X ativado, ou seja, é o inicio da via comum porque é o final das duas vias. E na pratica clinica o exame que fazemos para avaliar essa via é o PTT, tempo de tromboplastina parcial. A via comum inicia com o final das outras, com o fator X ativado e o final dela é o objetivo da coagulação que é a formação de fibrina. Só temos distúrbios na prática clínica e via intrínseca e via extrínseca. VIA EXTRÍNSECA- VIA DE LESÃO O final sendo a produção do fator X ativado. E para chegar no fator X ativado, temos a formação do fator VII ativado. Tem outra forma além da via direta para ativar o fator X que é a via indireta na qual o fator VII ativado se utilizada de fatores da via extrínseca para chegar a ativação do fator X. Se tiver algum fator da via extrínseca, temos a cooperação da via intrínseca para chegar ao fator X. É necessária a lesão e temos que ter a ativação do fator VII. VIA INTRÍNSECA- VIA DE CONTATO Na via intrínseca, tem-se uma sequência de fatores que culminam a ativação do fator IX e esse vai ativar o fator X. Na via comum começa com o fator X. Esse ativado ativada a protrombina (fator 2) em trombina. A trombina vai ativar o fibrinogênio (fator I) em fibrina que é objetivo final já que a fibrina é o elemento primordial do coágulo. O QUE LIMITA OU REVERTE A FORMAÇÃO DE UM TROMBO? ⮚ Temos fatores que inibem a homeostasia primária. Óxido nítrico e prostaciclina que são secretados pelo endotélio. E indivíduos com disfunção endotelial tem um distúrbio pro-coagulante (aumento de coagulo plaquetário e de fibrina). Tem a formação de ADPases na membrana do endotélio que inibem a função plaquetária- são enzimas que degradam a o ADP que é um elemento importante na fase de agregação plaquetária e vao limitar a agregação e ativaçãoplaquetária. ⮚ Temos fatores que inibem a homeostasia secundária - A trombomodulina que ativa a proteína C que em conjunto com a proteína S inativam os fatores V, VIII e X. - Sulfato de Heparan secretado pelo endotélio que ativa a antitrombina III que degrada diversos fatores de coagulação - Inibidor da via do fator tecidual que bloqueia a ativação do fator X pelo fator VII. Temos o fator VII que se ativou em contato com a matriz subendotelial ele forma um complexo com o fator subendotelial, e esse complexo VII ativado com o fator tecidual ativa o fator X. Na prática, temos indivíduos com deficiência na proteína C e S, temos indivíduos com deficiência de antitrombina III e indivíduos com mutação do fator V. Geram estado que não temos controle da homeostasia secundária e esses indivíduos estão predispostos a trombose. FIBRINÓLISE Teve homeostasia primária, adesão, agregação, ativação e formação de coagulo com a rede de fibrina e aumenta a captura de hemácias e forma um trombo vermelho, inibidores da homeostasia e, por fim, a fibrinólise. Tem que dissolver esses trombos após a regeneração do vaso, pois eles não terão mais utilidades. Temos fatores fibrinolíticos endógenos que culminam na formação de uma enzima chamada plasmina que é uma enzima fibrinolítica que atua na fibrina quebrando-a em produtos da degradação da fibrina – fatores liberados pelo endotélio, o plasminogênio que circulava de forma inativa se transforma em plasmina e faz a fibrinólise. Um dos produtos da degradação da fibrina é o D-dímero que é muito importante na clínica, pois pode ser dosado e elevações do D-dímero indica que tem um processo trombótico no corpo. Fibrinolítico se utilizam do plasminogênio para fazer a fibrinólise e ativar a plasmina. A dissolução do coagulo se inicia logo após a sua formação e temos 2 ativadores fisiológicos, tipos tecidual t-PA e u-PA, ativação do plasminogênio em plasmina, a plasmina ela se liga a fibrina e faz a clivagem e degradação dos produtos e atua sobre outros fatores da coagulação inativando eles. O QUE OCORRE SE A FORMAÇÃO DE TROMBINA SAIR DO CONTROLE?? Se um paciente esta com processo trombótico e a formação de trombina esta excessiva se entra num estado de CIVD (coagulação intravascular disseminada) que é muito importante na prática clínica (estado de sepse, grandes queimados, politraumatizados). Tanto a injúria tissular quanto a injúria endotelial resultarão no aumento do fator tissular, ativação do fator XII e ativação plaquetária e vai ter uma hiperprodução de trombina com falha no controle de processo, o paciente não vai ter condição, em um curto espaço de tempo, de produzir antitrombina III, proteína C, proteína S, plasmina, e assim, o paciente começa a coagular intravascular. Se ocorre coagulação intravascular de forma disseminada começa a ocorrer a oclusão do sistema intravascular e o paciente começa a ter isquemias/necroses por obstrução, a hemólise mecânica (o sangue é ejetado e bate nos trombos e a hemacias não tem por onde passar e se fragmentam). Quando se tem uma coagulação disseminada tem-se o consumo dos fatores de coagulação e plaquetas numa velocidade maior do que o fígado e o endotélio são capazes de produzir novos fatores de coagulação (V, VIII, fibrinogênio e plaquetas) e, assim, quando eles são necessários o paciente não eles e ocorre sangramentos. Na prática clínica, principalmente em contexto de terapia intensiva, porque se suspeita que o paciente está com coagulação intravascular disseminada? Primeiro, porque ele tem alguma daquelas condições que predispõem e começamos a ver lesões isquêmicas nas extremidades e sangramentos das mucosas. Porque são regiões mais frágeis e só a alimentação mais duro da uma lesão no TGI. O protótipo do paciente de CTI com microtrombos, microocclusões, sangramentos de difícil controle, as vezes com sangramento de punção, e tem que ficar fazendo transfusão de fator de coagulação. O QUE PODE CAUSAR UM RISCO AUMENTADO DE SANGRAMENTOS?? Patologias congênitas Hemofilia A: deficiência do fator VII Hemogilia B: deficiência do fator IX Doença de Von Willebrand: redução qualitativa e quantitativa. Pode ser autossômica dominante ou recessiva. Síndrome de Bernard- soulier: deficiência do receptor GP fb do fator de von Willebrand Trombastenia de Glanzmann: deficiência do receptor IIB/IIa do fibrinogênio Patologias adquiridas Uso de medicamentos: Anticoagulantes (cumarínicos, heparina), AÍNES (inibem a COX-1) Doenças sistêmicas: - Hepatopatias - Deficiência de vitamina K (desnutrição) - Insuficiência Renal-Uremia (disfunção plaquetária) - Coagulação intravascular disseminada Essas alterações congênitas (hemofilia) são vistas no teste do pezinho. Insuficiência renal- acúmulo de diversos fatores que deviam ser excretados e com o acumulo de ureia leva a uremia e ocorre a disfunção plaquetária. Disturbios da hemostasia primária Petéquias nos membros inferiores e coalescente (agrupar) chamamos de púrpura e sangramento gengival também é bastante sugestivo de distúrbios da hemostasia primária. Dengue causa baixa de plaquetas- distúrbio da hemostasia primária- a forma hemorrágica causa essas manifestações. Distúrbios da coagulação Nos distúrbios de hemostasia secundário nós temos as equimoses que são esses sangramentos mais extensos de subcutâneo. Paciente fez coleta de sangue e apareceu uma equimose. Os hematomas intracavitários ou intra-articulares -> pacientes com hemartrose (criança hemofílica que não faz reposição de fator de coagulação). A hemartrose de repetição danifica a articulação e leva a uma artrose precoce, as crianças ficam com perda da função da articulação
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