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DISLIPIDEMIA Fisiopatologia: lipoproteínas facilitam transporte plasmático de lipídios (insolúveis) *LDL- “mau”- adição risco aterosclerose pois é mo- lécula pequena e rica colesterol, e fica na circulação por bastante tempo; HDL- “bom”- proteção ao risco de aterosclerose Transporte para tecidos periféricos - Quilomícron (via exógena- intestinal à linfa)- mo- lécula grande e por isso não participa formação ate- rosclerose – apoproteína B48 - VLDL, IDL e LDL (via endógena- fígado-circula- ção)- apoproteína B-100 Remoção dos tecidos ao fígado (compor novas lipo- proteínas ou secretado na bile) – HDL (apoproteína A) Distúrbios metabolismo lipídico Primário- causa genética (mais comum é hiperlipi- demia familiar combinada) e rara. HFam dislipidemia e DAC precoce em parentes 1ºgrau - Hipercolesteronemia isolada (LDL) - Hipertrigliceridemia isolada - Dislipidemia mista (LDL e TG) - HDL reduzido Sinais clássicos - depósito cutâneo colesterol Xantelasmas (pálpebras) Xantomas (tendões extensores-Aquiles e meta- carpofalangiana) Arco córneo Doença arterial isquêmica precoce Secundário: FR - ↑TG: alcoolismo (+↑HDL), HAS, IR avançada ACO, retinoides - HDL: tabagismo, ACO - ↑TG + HDL: DM, Sínd. Metabólica (obeso) Corticóide, b-bloq, anti-psicóticos HIV e inibidores protease (exceto Atazanavir- melhor perfil metabólico) - ↑LDL: hipotireoidismo, sínd. nefrótica Anorexia, colestase Tiazídicos, ciclosporina (autoimunes) Doenças associadas hipercolesterlemia: anorexia, hipotireoidismo, sínd nefrótica, colestase Doenças associadas hipertrigliceridemia: DM2, Sind Cushing, Etilismo Lipodistrofia, AIDS Mas existe colesterol bom? - Doenças associadas LDL: desnutrição, sind. disa- bsortiva, hepatopatia grave, infecção crônica, hiperti- reoidismo, doença Gaucher - Doenças associadas ↑HDL: álcool e estrogênio. Colesterol relação mais forte risco CV que TG Diagnóstico: de rotina lipidograma completo (coleste- rol total e frações, TG) não necessário mais jejum, re- petir c/ jejum 12h se TG muito alto (>440mg/dl) - Sociedades de cardiologia: todo paciente >20 anos Ausência alterações: repetir 5/5anos VR jejum: CT-<190; HDL-H>40 ou M>50; LDL-<130; TG-<150; não-HDL >30mg/dl acima LDL Não jejum: mesmo, exceto TG<175 *TG é mais sensível a dieta LDL pode ser dosado diretamente plasma, porém maior variabilidade e custo, por isso usa- se cálculo - LDL= CT – HDL – (TG/5) -confiável se não TG>400mg/dl (usar não-HDL = CT - HDL) *Colesterol não-HDL: VLDL, IDL e LDL- quantifica to- das partículas aterogênicas (não só LDL), estimando melhor volume total lipoproteínas aterogênicas Resultados equivocados: DM descompensado, NPT, doença hepática aguda e medicação EV contendo gli- cerol (insulina humana). Classificação laboratorial Hipercolesterolemia isolada: apenas LDL-c >=160 Hipertrigliceridemia isolada: TG (refere ↑lipopro- teínas ricas TG- VDLD, IDL, quilomicrom) Hiperlipidemia mista: LDL + TG HDL baixo: H<40mg/dl M<50mg/dl; isolado ou as- sociado ao aumento LDL ou TG Considerar hipercolesterolemia familiar- LDL>190mg/dl +/- CT>310mg/dl Iniciar dose máx estatina + rastreio lipidograma todos parentes 1º grau Estratificação risco CV - AHA: recomenda ASCVD - MS: recomenda Escore Framingham Classificação risco- Risco CV Global (ASCVD ou ERG)- eventos CV fatais/não e I. vasc. periférica em 10 anos. Metas- LDL nível ideal (evitar aterosclerose e reduzir risco eventos clínicos- AVC, IAM, DAP, ICC); além con- trole TG (se >500mg/dl) na prevenção pancreatite - (risco de quilomicronemia) EM TERAPIA HIPOLIPEMIANTE: ajuste no ERG se já usa estatina - CT x 1,43; logo recalcular LDL e/ou não- HDL e rever a categoria de risco - Nova categoria de risco pior que anterior: ↑dose - Nova categoria risco melhor que anterior: manter dose atual (não reduza-pois é ela que está reduzindo o risco) MUITO ALTO RISCO – meta 1º LDL <50 Meta 2º não-HDL <80 - Doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica)- mesmo se assintomático * Vale para Hipercolesterolemia familiar - Obstrução arterial >=50% qualquer território ALTO – meta 1º LDL <70, 2º não-HDL <100 - Aterosclerose subclínica - Aneurisma aorta abdominal - DRC (TGF<60mgl/min) - LDL >=190mg/dl - LDL 70-189mg/dl + ERG H>20% ou M>10% - DM1/2 + LDL 70-189mg/dl + FR ou ateroscle- rose subclínica INTERMEDIÁRIA – meta 1º LDL <100 Meta 2º não-HDL <130 - ERG H de 5-20% e M de 5-10% - DM que não preenchem critérios de alto risco BAIXA- meta 1º LDL <130, 2º não-HDL <160 - ERG < 5% (H ou M) + LDL 70-189mg/dl Metas TG <150mg/dl HDL >=50 (M e DM) e H>=40 FR no DM: Tabagismo H >=48 anos ou M>=54 anos DM>= 10 anos Sind metabólica HAS HFam 1º grau cardiopatia prematura Retinopatia Microalbuminúria (>30mg/g) TFG<60ml/min Aterosclerótica subclínica USG carótidas c/ placa >1,5mm ou espessamento médio-intimal ITB <0,9 Escore de cálcio arterial >100 Placas na AngioTC coronárias Tratamento: - Não farmacológica: todos com dislipidemia Hipercolesteronemia: terapia nutricional (ácidos graxos saturados (industrializados-sintetizados pro- cessamento alimentos que ↑LDL e TG, HDL) *colesterol alimentar- pouca influência mortalidade DV; risco maior é colesterol endógeno (sangue) Hipertrigliceridemia: ingesta carboidratos (açúca- res), ingesta álcool, controle peso e exercícios- me- lhor resposta na TG que colesterol ↑ ingesta fibratos solúveis (10g/dia)- TG e ↑HDL Filosterois- análogas colesterol (vegetal), reduz coles- terol por competir com absorção no intestino. Adju- vante na hipercolesteronemia. 3-4g/dia Proteína da soja- 25g/dia - Farmacológica: depende do subtipo da dislipidemia (escolha classe terapêutica) e ERG (quando iniciar). Principal continua sendo estatina, e escolha depende da meta (quanto mais longe da meta, maior a potên- cia necessária) Muito alto e alto risco: não farmacológica + farmacológica Intermediário e baixo risco: não farmacológica por 3-6 meses, e farmacológica após se meta LDL não al- cançada Hipercolesteronemia 1º linha- Estatina dose única diária contínuo (à noite-colesterol é produzido mais a noite;1/2 vida maior pode qualquer horário) MUITO ALTO e ALTO RISCO – redução LDL >50% Atorvastatina 40-80mg ou osuvastatina 20-40mg Sinvsatatina 40mg + Ezetimiba 10mg INTERMEDIÁRIO RISCO- redução LDL 30-50% Sinvastatina 20-40mg (40mg estabiliza placa) Atorvastatina 10, 20, 40mg Rosuvastatina 5-10mg Outros: Lovastatina 40mg, Fluvastatina 80mg Pitavastatina 2-4mg BAIXO RISCO – redução LDL até 30% Lovastatina 20mg Sinvastatina 10mg Pravastatina 10-20mg Fluvastatina 20-40mg Pitavastatina 1mg *Sinvastatina- SUS 1cp-20mg- 10-80mg 1cp/dia Após dose máxima estatina e LDL permanece acima da média - Ezetimiba 10mg 1cp/dia Zetsim ou Vytorin (+ sinvastatina)- 2º linha SN Ezetrol ou Zetia (monoterapia)- 1º linha se into- lerância estatina - Colestiramina (Questran light- sachês de 4g) 4-24g 2-3x/dia diluído em água ou na comida - Probucol (Lesterol) 500mg 1cp de 12/12h Ácido nicotínico- alternativa ou associado Hipertrigliceridemia:1 linha- Fibrato – refratário medicação se TG>500 Bezafibrato (1cp-200mg) 100-200mg - 12/12h ou 8/8h contínuo Ciprofibrato (1cp-100mg) 100mg- 1cp/dia contínuo Fenofibrato (1cp-160mg ou 250mg)- interação com estatinas 160-250mg- 1cp/dia contínuo Genfibrozila (1cp- 600mg ou 900mg) 600mg - 1cp 12/12h contínuo ou 900mg - 1cp/dia contínuo *Se 2cp/dia recomendado 30min antes café e jantar *AB prescrito geralmente- Ciprofibrato, Fenofibrato (250mg), Bezafibrato 2º linha- Associar SN ácido nicotínico como alterna- tiva ou associado Niacina- liberação prolongada (1cp-500mg) 1cp/dia contínuo Ajuste mensal- dose final até 1-2g/dia *Evitar consumo álcool, tomar durante refeições Usar AAS 30min antes (quando indicado) Ácidos graxos ômega 3 altas doses- 4- 10mg/dia- se condições econômicas desde alto (asso- ciado fibrato) e intermediário risco. Discreto ↑HDL e podem também LDL Hipercolesteronemia mista: níveis TG orientam como iniciar o tratamento farmacológico <500mg/dl: prioridade iniciar estatina - colesterol (+ Ezetimiba SN). Meta risco CV, com LDL ou não-HDL >500mg/dl: iniciar hipertrigliceridemia (fibrato, e SN adicionar ácido nicotínico e/ou ômega 3)- meta prio- ritária reduzir risco pancreatite. Após reavaliação, SN redução adicional colesterol pode-se adicionar esta- tina (evitar associação com Genfibrozila) e outros re- dutores colesterol. HDL baixo isolado: ácido nicotínico- ↑eficácia Fibrato- útil no paciente diabético associado Genfibrozila Fenofibrato ACOMPANHAMENTO: DOSAR CK (creatininoquinase) e transaminases (TGO e TGP) apenas no início tratamento e durante tratamento apenas se sintomas musculares (CK) ou sintomas hepatotoxicidade (transaminases) REPETIR perfil lipídico - 3/3 meses após iniciar tratamento até atingir metas - 6/6 meses para controle tratamento ENCAMINHAR nutricionista - pessoas sem resposta às medicações em doses ha- bituais - casos de doença coronariana sintomática - crianças com alterações laboratoriais importantes FÁRMACOS ▪ Estatinas- inibe enzina HMG-CoA, síntese hepá- tica de colesterol (conteúdo intracelular e ↑nº receptores LDL hepatócitos) LDL (15-55%) e TG (7-28%); ↑HDL (5-10%) ↑potência e ½ vida- Atorvastatina e Rosuvastatina Média potência- Sinvastatina potência- Pravastatina e Fluvastatina RA: raros hepatotoxicidade - % casos há elevação transami- nases- monitorizar; se >3x LSN ou sintomas disfunção hepática – retirar miotoxicidade- miosite (mialgia- comum 12º sema- nas dor proximal e simétrica piora com esforço e me- lhora repouso, fraqueza, câimbra c/s alteração cl. ou lab; suspensão regride até 4 semanas); raro rabdo- mlise - miotóxica é Pravastatuba>Fluvastatina GI- dor abdome, constipação Insonia CI: hepatopatias agudas, gravidez e lactação Interação medicamentosa: aumenta concentração estatina (amiodarona, azitromicina verapamil, varfa- rina, fluoxetina, inibidores protease-rintonavir), dimi- nui concentração (carbamazepina, fenitoína, rifampi- cina). Risco miopatia grave com fibratos, antifúngicos, macrolídeo, ciclosporina FR miopatia com uso estatina >80 anos Baixo IMC Etilismo Exercício extenuante HAS, DM, DRC, disfunção hepática e renal Hipotireoidismo Cirurgia ↑demanda metabólica Fibratos (pcpl. Gemfibrozil) Definir- SMRE- mialgia relacionados estatina 1-Sintomas musculares + CK normal ou Assintomático + CK <7x LSN 2-Sintomas musculares + CK <7x LSN + melhora completa após suspensão estatina 3-CK 7-10x LSN, sintomático ou não + melhora completa após suspensão estatina 4-CK 7-50x LSN + sintomático + melhora completa após suspensão estatina 5-CK>50x SLN, sintomático ou não ou CK>10x LSN + sintomas + disfunção renal (RABDOMIÓLISE) 6-Clínico semelhante 4 ou 5, porém sem resolução sintomas após suspensão (MIOSITE NECROTIZANTE AUTOIMUNE) Afstar doença autoimune – TSH, VHS e FAN Anti-HMGCR (típico SMRE 6) *CK não normalizar- dosar anticorpo anti-HMGCR e/ou biópsia muscular. Tipo 6- necessário tratamento imunossupressor, ini- cialmente corticoide, e complementar metrotexato e/ou imunoglobulina **Redução temporária dose estatina é possível, ideal porém é a troca (prpcl evitar sinvastatina/lovastatina) e avaliar recidiva sintomas após 4 semanas. INTOLERÂNCIA estatinas- sintomas musculares com 2 estatinas diferentes. Associar terapia alternativa (Eze- timibe e/ou inibidores PCK9) ▪ Fibratos- estimula receptor envolvido na prolife- ração peroxissomos, que leva ativação LPL/lipo- proteína lipase - não reduz eventos CV TG (20-90%) e LDL (varia-10-15%) ↑HDL (10-20%) Indicado TG>500mg/dl (pcpl >1000mg/dl) RA: GI, litíase biliar, libido. CI: IR, IH e cirrose biliar primária Interação medicamentosa: risco alto de miopatia com estatina (pcpl associação com genifibrozil) potencializa efeito anti-coagulantes ▪ Quelante ácidos biliares/Resina de troca- ab- sorção intestinal sais biliares, e consequente- mente colesterol – Colestiramina LDL (15-30%), ↑HDL (3-5%). Pode ↑TG Indicado- adjuvante às estatinas na hipercolestero- lemia grave, crianças e mulher em fase reprodutiva. RA: GI (dificuldade aderência medicamentosa-náu- seas, distensão e meteorismo), obstrução intestinal, ácidose metabólica hiperclorêmica. CI: TG>400mg/dl Interação medicamentosa: absorção outras dro- gas- medicamentos devem ser administratos 1h antes ou 4h após ▪ Ácido nicotínico- vit complexo B, ação lipase tecidual (oferta ácidos graxos para síntese he- pática TG) ↑HDL (15-30%), TG (20-50%) e LDL (5-25%) Ideal dose baixa e de liberação lenta- para RA RA: rubor facial, urticária, hepatotoxicidade hiperglicemia, hiperuricemia, GI *evitar rubor- iniciar doses + AAS/AINE 30min antes CI: doença hepática, úlcera péptica, sangramento arterial, gota ▪ Ezetimibe- inibe absorção colesterol no intes- tino, potencializa redução colesterol intracelular Indicado- monoterapia ou associação c/ estatina dose máx para reduzir LDL. Poucos efeitos colaterais. LDL (15-20%) e TG (10%) Pode ↑HDL (2%) RA: hipersensibilidade, hepatite, dor abdominal, lombalgia, artralgia ▪ Ômega 3- reduz TG, propriedades anti-inflama- tórias. Boa opção crianças e gestantes. RA: dispepsia e eructação ▪ Alirocumab: anticorpo monoclonal que inibe PCSK9 (protease degrada receptores LDL hepa- tócito, e aumenta LDL circulação) 2-4 Suspender* Esperar CK normalizar Tentar outra estatina dose menor Nova falha- Terapia alternativa 5-6 Suspender* Estatina proibida Terapia alternativa 0-1 Trocar estatina**
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