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Neuropsicologia do desenvolvimento A alteração neuropsicológica na infância se deve a influência de fatores genéticos e estruturais, especialidade das áreas cerebrais associadas ao comportamento (linguagem e memória). Segundo Piaget O desenvolvimento é uma condição de possibilidades de responder ao meio, de potencial para assimilar e estruturar novas informações. No recém nascido → as estruturas cerebrais do Sistema Nervoso Central envolvida nos padrões de comportamento estão localizadas nas estruturas subcorticais. Processo de mielinização A mielina é uma camada lipoproteica que envolve e protege a condução nervosa dos axônios (parte do neurônio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até o ,local mais distante, como um músculo ou outro neurônio) e dos neurônios (células nervosas que estão relacionadas com a propagação do impulso nervoso). Circuitos subcorticais São os predominantes em relação aos corticais na modulação dos movimentos, refletindo o comportamento essencialmente sensório-motor da criança pequena. No lactente → o sistema responsável pela modulação dos movimentos voluntários ainda não está totalmente mielinização e somente a partir do sétimo mês é que terá sua maior eficiência. A mielinização nas meninas → é mais precoce em áreas referentes à linguagem. A mielinização nos meninos → a maturidade do hemisfério direito pode ser mais prolongada. O desenvolvimento neuropsicológico se refere também a uma interação dinâmica das experiências sociais e ambientais. É necessário identificar os fatores que interferem nesse processo, mas também sua influência. A avaliação neuropsicológica da criança tem pelo menos três momentos: Diagnóstico - O objetivo da avaliação é estabelecer o perfil do déficit e de sua extensão funcional e como se dá na criança o processo global do pensamento. É importante determinar se há predomínio sensório-motor, operatório, em um nível mais concreto ou se atingiu uma fase com predomínio dos processos simbólicos e abstratos. Prognóstico - Quando se desenha o perfil evolutivo do distúrbio aliado ao perfil evolutivo da criança em relação às funções cognitivas, psíquicas, comportamentais e mentais. Pode ser útil na delimitação de sequelas potenciais da capacidade de recuperação de crianças que irão passar por procedimentos invasivos ou que envolvem áreas cerebrais significativas. Reabilitação - Objetiva verificar estratégias que seriam mais efetivas para o processo de reabilitação cognitiva. É importante delimitar qual o impacto que a lesão ou disfunção localizada possui e quais são os mecanismos compensatórios e adaptativos. Deve mostrar uma dimensão da reserva funcional, pois, poderá permitir estratégias cognitivas dentro de uma realidade neuropsicológico efetiva no processo de reabilitação. PERSPECTIVA MATURACIONAL Perspectiva Maturacional 3º mês de vida: Movimentação mais dirigida, principalmente das mãos. Integração entre as áreas sensoriais e motoras – coordenação dos movimentos mão-boca, mão-objeto. Início da preensão voluntária relacionando-se com a maior mielinização das áreas pré-centrais do lobo frontal. 6º mês de vida: Grande desenvolvimento das áreas motoras corticais (ênfase na preensão manual e ao equilíbrio estático). Maior integração associativa entre os estímulos visuais, auditivos e somestésicos. 2º ano de vida: Desenvolvimento da fala contribui para a organização das sequências motoras. 3º ano de vida: A criança começa a imitar movimentos das mãos do observador (abrir e fechar), porém ainda não é capaz de realizar tais movimentos de forma alternada ou simultânea. Pode reproduzir canções, mas ainda não é capaz de reproduzir ritmos complexos com as mãos – coordenação audiomotora. Reprodução de um traço ou círculo, porém sem identificar ângulos (confunde círculo com quadrado). 4º ano de vida: Maturação da região pré-frontal – a criança é capaz de programar as atividades com maior precisão. Já pode diferenciar formas geométricas abstratas, mas os erros com ângulos podem persistir. 5º ano de vida Capaz de reproduzir ritmos complexos com as mãos. 6º e 7º anos de vida: Maior desenvolvimento das noções de lateralidade, orientação direita e esquerda. Grande desenvolvimento das áreas associativas específicas e das conexões inter-hemisféricas do córtex motor e sensorial.