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Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 1 Anatomia e fisiologia do nariz, seios da face e tuba auditiva NARIZ Localização: Segmentos da pirâmide nasal. No exame físico é importante descrever alterações anatômicas nessas localizações. Porção externa: Esqueleto ósteo-cartilaginoso: ossos e cartilagens que conferem a forma piramidal carcterística do nariz: pirâmide nasal. Sistema músculo-aponeurótico: malha músculo-aponeurótica que recobre toda a pirâmide nasal, localiza-se imediatamente abaixo da pele e acima do esqueleto ósteo-cartilagíneo, tem função na mimica facial, estabilidade da pirâmide e fluxo aéreo nasal. Ex: paralisia facial periférica: asa nasal sofre redução, diminuindo passagem de ar. Ossos: ossos próprios nasais; processos frontais da maxila. Cartilagens: laterais superiores; laterais inferiores ou alares; sesamóides. A porção óssea e as cartilagens laterais superiores e inferiores formam uma linha de continuidade da pirâmide nasal. A depressão devido à perda dessa continuidade, por exemplo um trauma, causando dissociação da cartilagem e osso, é chamada de “sela”. Alguns indivíduos possuem ‘giba’: cartilagem em excesso, causando elevação dessa linha de continuidade. Músculos do nariz: Musculo nasal: - transverso (1a) -alar (asa do nariz) Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 2 Prócero: - medial (2a) - lateral (2b) Elevador do lábio superior e da asa nasal Depressor do septo Orbicular da boca Dilatador da narina Nasolabial Porção interna: inicia-se pela abertura narinária anterior e termina na posterior ou coana – cavidade nasal. As cavidades nasais são preenchidas por um conjunto de estruturas que formam reentrância e saliências ósseas contiguas com cavidades ósseas aeradas, denominadas seios paranasais. As cavidades nasais ou fossas nasais são em número de duas e no seu limite medial encontra-se o septo nasal (cavidades nasais trabalham de formas separadas). Didaticamente as fossas nasais podem ser divididas em 4 paredes ou limites: Superior: lâmina crivosa (possui crivos para passagem das terminações nervosas do nervo olfatório, lembrar que quando a lâmina crivosa é lesionada pode causar alterações no olfato) e teto do etmoide. Inferior: processo maxilar do palatino e osso palatino. Medial: septo nasal. Lateral: parede lateral do nariz. Parede superior: constitui o limite da cavidade nasal e a base do crânio. A inserção superior da concha média a divide anatomicamente em teto do etmoide (fóvea etmoidal) e lâmina crivosa. Parede inferior: constitui o assoalho das fossas nasais formado pelo osso palatino e processo maxilar palatino (malformação – fenda palatina; se prolongado – lábio palatino. Septo nasal – parede medial: constitui-se o septo nasal que divide uniformemente as duas fossas nasais. Septo membranoso: da columela até o bordo caudal da cartilagem quadrangular. Septo cartilaginoso: cartilagem quadrangular do septo. Septo ósseo: lâmina perpendicular do etmoide, vômer, crista maxilar. Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 3 Ossos próprios nasais (seta) e ao lado processo frontal maxilar. A abertura óssea para a cavidade nasal é chamada de abertura piriforme. Na segunda imagem: septo ósseo (fraturado), conchas inferiores e médios (mais atrás). Parede lateral: formada por estruturas ósseas salientes ou conchas nasais em número de 4 – inferior (mais anterior); média (pouco mais atrás); superior (mais posterior); e suprema (poucos indivíduos possuem). As conchas nasais dividem a parede lateral em espaços denominados meatos. Os meatos são muito importantes por são locais de drenagem dos seios paranasais e do ducto nasolacrimal. Meato médio: espaço delimitado entre concha nasal média e parede lateral. Drenagem: Seio frontal, etmoide anterior e maxilar. Meato inferior: espaço delimitado entre concha nasal inferior e parede lateral. Drenagem: ductos lacrimal. Meato superior: “ “ “ concha nasal superior e parede lateral. Drenagem: etmoide posterior e esfenoide. Obs: as células etmoidais guardam estreita relação com a órbita e dela é separada por uma delgada lâmina óssea chamada lâmina papirécea (muito fina). Isso tem relação direta com processos sinusais/tumores nasais, que podem invadir e destruir essa parede, acometendo a órbita. Septo nasal, concha inferior, meato inferior. Ao fundo: concha média. Concha média, com inserção no teto do nariz, porção medial é onde estão localizadas as céls. Etmoidais. Entre o septo e a concha, localiza-se a lâmina crivosa. Ex: pacientes que cursam com anosmia súbita, congestão nasal – realizar nasofibroscopia para avaliar se não existe tumores no teto do nariz, causando esses sintomas. Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 4 Revestimento epitelial: Epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado (epitélio respiratório): reveste cavidades nasais e seios paranasais, além da tuba de Eustáquio e orelha média (por isso, processos rinossinusais, como sinusite/rinite, repercutem em ouvido tampado; isso porque a tuba auditiva que é responsável por levar ar da cavidade nasofaringea para o ouvido médio está edemasiada/obstruído, causando pressão negativa na orelha média; essa relação também explica otites médias, advindas de sinusites). Células caliciformes: muco Células submucosas (serosas, mucosas e sero-mucosas). Epitélio escamosos estratificado (região da columela). Epitélio olfativo (teto nasal) (edema da mucosa explica perda olfativa em processos de rissinusites). (seios paranasais, trompas de Eustáquio). Vascularização: O nariz recebe vasos da carótida interna e carótida externa. Carótida externa: ramos da artéria facial, artéria nasosseptal e nasal lateral posterior. Carótida interna: artéria etmoidal anterior e posterior (ramos da artéria oftálmica). Inervação: Motora: nervo facial (ramo bucal) – inervação dos músculos nasais. Sensorial: nervo trigêmeo – inervação sensitiva. Sensorial especial: nervo olfatório. Autônoma: Simpático: ação tônica vasoconstritora. Parassimpático: secretomotor e vasodilatador. Epitélio respiratório - células ciliadas na porção mais alta, entremeado pelas células caliciformes e glândulas submucosas. Batimento das céls ciliadas é na mesma direção para realizar a drenagem do muco para cavidade nasal e posteriormente para porção posterior (nasofaringe). Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 5 As funções parassimpáticas e simpáticas caminham por vias diferentes, mas entram pelo canal nasal pelo mesmo nervo, o nervo vidiano – nervo responsável pela desobstrução nasal. Ocorrem de forma alternada (enquanto um atua na cavidade nasal direita, o outro atua na esquerda – alterna cerca de 2 em 2h; por isso um lado é mais obstruído que o outro). Funções do nariz: reflexógena; corredor de drenagem; tubular – fluxo aéreo nasal; aquecimento; umidificação; filtração; olfato; fonação; via de acesso de tumores de base de crânio; estética. Reflexógena: I- reação vasomotora e secretora nasal 1) Sistema Nervoso Autônomo: ciclo nasal Alfa e beta-adrenérgico Colinérgico Mediado por neuropeptídios (subst. P, neuropeptídeo Y, peptídeo vasoativo intestinal (VIP), etc) – mediadores de inflamação – por isso tratamento de rinite necessita anti-inflamatório. 2) Controle Neuroendócrino da mucosa nasal: Peptídeos vasoativos Neurotransmissores Hormônios das gônadas (estrógenos, progestágenos e andrógenos): ativam o parassimpático, aumentando batimento ciliar aumenta produção de secreção e vasodilatação: rinite gestacional acontece devido à elevação hormonal. II- fatores que influenciam na resposta vasomotora nasal 1) Reflexos nasais (espirros) – arco reflexo: n. trigêmeo e vago: Irritantes nasais, como vírus, fumaça, alergenos, etc. ativa o sistema parassipático. 2) Reflexo nasopulmonar: Decúbito, enfisema/bronquite crônica, vestimentas. 3) Aspectos psicossomáticos: Hipotálamo-hipofisário. Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 6 Função de drenagem: Cavidade paranasal: azul de metileno ascendendo para orifício natural de drenagem do seio maxilar. Função Tubular: fluxo aéreo nasal laminar x turbilhonamento: Nariz direciona ar para via aérea inferior. O meato médio é a porção onde mais passa o ar que respiramos, alterações obstrutivas nessa região são as mais sintomáticas. Quando o ar entra, ele possui um fluxo laminado. Ao passar pela porção mais estreita, a válvula nasal interna, ocorre um turbilhonamento do ar. Isso é importante, pois as partículas pesadas aderem ao muco e é drenado, impedindo que cheguem ao pulmão. Função de aquecimento do ar: vasos do nariz fazem o ar se aquecer Temperaturas extremas 50/-50 graus C. Aquecimento necessário: 31-35 graus C. Se o ar está quente, ao entrar em contato com o muco, é resfriado por condensação. Função de umidificação: ocorre por Condensação do ar quente – 2/3 água inspiração. Secreções glandulares. Lágrima. Água do ar ambiente. Função de filtração: Pelos, deposição de partículas (turbulência), neutralização IgA secretória, mucina etc. Função de olfato: Bloqueios nasais, rinossinusites, lesão direta ao nervo danificam esta função. Função de fonação: Ressonância: comunicação da cavidade nasal/oral. Consoantes nasais: N,M,Ñ. Voz hipernasal (sai muito ar pelo nariz)/hiponasal Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 7 SEIOS PARANASAIS Desenvolvimento: Seio frontal – 4 mês gestacional; 2-4 anos desenvolvimento; 6 anos radiologicamente visível. Seio maxilar – 65-70 dias vida fetal; ao nascer 2-4mm; desenvolvimento bifásico 0-3 anos e 7-14 anos. Otorrinolaringologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Prof. Dr. Ricardo Lessa 8 TUBA Tuba de Eustáquio: canal osteocartilaginoso que faz parte de um sistema contíguo de órgãos que incluem nariz, nasofaringe, orelha média e mastoide. 30-36mm no adulto e 18mm na criança. 30 a 40 graus de inclinação no adulto x 10 graus de inclinação na criança (quase no mesmo plano, por isso criança possui mais otites). Revestida com mesmo epitélio nasal – influência de processos inflamatórios do nariz e dos seios da fase. Em repouso está sempre fechada. Abre apenas na deglutição e manobra de Valsalva. Se abre para equilíbrio da pressão com a pressão atmosféricas. É por isso que voar com obstrução nasal causa dor e pode causar até hemotímpano, pois causa uma pressão positiva dentro do ouvido médio por falta de equilíbrio com a pressão atmosférica. Musculatura adjacente: -m tensor do véu do palatino. -m. elevador do palato. -m. salpingofaringeo. -m. tensor do tímpano. Fisiologia da tuba: Lei de Boyle: o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão quando a temperatura permanece constante. Mergulho e voo: Subida: difusão passiva. Descida: abertura voluntária da tuba (valsalva ou deglutição).
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