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FARMACOCINÉTICA – DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS A distribuição dos fármacos depois que são injetados ou absorvidas depende de alguns fatores que são fisiológicos, fisiopatológicos, de propriedades físico químicas do próprio fármaco. A distribuição de um fármaco é a transferência de um fármaco da circulação sistêmica para os tecidos alvo(ex:inflamado, neoplásico). Absorção: passa de um local para o plasma sanguíneo. As flechas que estão saindo do plasma e chegando em outros locais representam a distribuição. Por ex: se eu fizer uma administração oral, ele pode ser absorvido no plasma e agir posteriormente nos músculos. O que é a biodisponibilidade de um fármaco? Fração absorvida nos tecidos alvos(circulação sanguínea. A intravenosa é uma das únicas vias que o fármaco chega 100%, ou seja, não tem perda gerada pelo metabolismo de primeira passagem. 20% = 40/200 Baseia-se no fato de a maioria dos fármacos alcança seus locais de ação moleculares e celulares diretamente a partir da circulação sistêmica Quantidade de fármaco administrado = 200 mg Aciclovir porque ele está com herpes, ele é administrado por via oral, ele passa pelo Tgi absorvido pelo intestino, passa pelo fígado e ocorre metabolismo de primeira passagem, na circulação sistema chega em média 40 mg de aciclovir. Chegando ao número de 20% e pode ser distribuído para as outras regiões do corpo. A bio pode ser por porcentagem. Por via intravenosa vai ser 250 que vai chegar na circulação sistêmica. Tendo 100% de biodisponibilidade. Principais compartimentos corporais expressos em porcentagem do peso corporal Compartimentos aquosos O primeiro é o que tem água plasmática, lá dentro 5% do líquido do corpo se encontra ali. Segundo é a água intersticial – onde 16% é desse líquido. Terceiro compartimento intracelular – o volume total representa 35% do peso total de um individuo. Quarto é o compartimento transcelular – existe a união de líquido encefaloraquidiano, líquido intraocular, peritoneal, pleural, sinovial, secreções digestivas e no caso de gravidez o o liquido do feto pode estar nesse compartimento – 2% Líquido extracelular = plasma + líquido intersticial + linfa Em cada um desses compartimentos existem proteínas com afinidade pelo fármaco onde existe a capacidade de ligação. Essas formas coexistem. Somente o fármaco na forma livre é capaz de mover-se de um compartimento a outro. Forma ligada = bolinha B Forma livre = bolinha sem nada Por conta do equilibro dinâmico fármacos que estão ligados a proteínas ficam livres e passam para o compartimento intersticial e vai acontecendo sucessivamente. A medida que tem fármaco livre no compartimento aquoso vai se desligando Nesses compartimentos podem haver fármacos e pode ir de um para o outro se o fármaco estiver na forma livre. Parte do fármaco absorvido estará ligada às proteínas plasmáticas e parte na forma livre. A passagem dos livres ocorre através dos transportes ativos e passivos, ex: difusão. O fármaco ele se desliga(para de ser ligado às proteínas plasmáticas) e fica da forma livre, e nela é que o fármaco pode agir no nosso corpo, estando assim em equilíbrio com o mesmo. O que é volume (aparente) de distribuição de um fármaco? É o volume aparentemente necessário de um líquido para que eu coloque a quantidade total de fármaco que eu tenho no corpo de modo à alcançar a concentração do fármaco no plasma. Resumido: vai dizer a proporção de fármaco nos tecidos extravasculares e a proporção de fármaco no plasma. Se eu tenho um volume grande de distribuição significa que eu tenho menor concentração, ou seja, que ficou pouco no plasma e maior a distribuição do fármaco nos tecidos, ou seja, eficiente e com quantidade de fármaco no corpo ok. Ocorre uma elação inversão entre volume de distribuição e concentração de fármaco no plasma. Toda vez que o fármaco estiver em baixa concentração no plasma o volume de distribuição do fármaco vai ser alta. Se a droga fica presa no plasma o volume de distribuição vai ser baixo. Não saindo do compartimento intravascular. Se o fármaco esta muito ou pouco concentrado nos tecidos extracelulares consegue-se dizer se ele saiu ou não do plasma. É necessária essa distribuição para que o fármaco vá para diferentes tecidos do corpo Quando a molécula é muito grande as moléculas tendem a ligar nas proteínas plasmáticas ele pouco sai para os tecidos extravasculares. Se não tem muito fármaco sendo distribuído o VD vai ser baixo. O VD dele é pequeno, qual a referência? O vd é semelhante ao volume de plasma que é em torno de 3 L e se o volume de plasma é aproximadamente 3L precisa ser percebido que o fármaco ficará no plasma. Se a molécula é muito grande não vai conseguir sair do plasma. Volumes físicos (em L/kg de peso corporal) de alguns compartimentos corporais dentro dos quais fármacos podem ser distribuídos Qual dos dois fármacos abaixo está presente em maior quantidade nos tecidos extravasculares? Cloroquina tem um volume de distribuição mt alto no extracelular e não no plasma, tendo mais concentração nos tecidos extravasculares. Clorpropamida tem volume de 6,8 que se aproxima mt do volume plasmático, tendo mais concentração no plasma do que nos tecidos extravasculares. Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas Ex: a albumina, que é a mais abundante no plasma. Ela se liga ao fármaco e percorre a circulação, e predominantemente à fármacos ácidos, mas não é uma regra já que pode se ligar à fármacos básicos. A glicoproteína ácida a1 se liga normalmente à fármacos básicos A Globulina se liga normalmente à fármacos esteroidais(lipossolúveis que não se dissolvem com facilidade no plasma sanguíneo e por isso se liga Farmaco se liga as proteínas plasmáticas para que se torne como transportadora, chegando nos órgãos alvo. Ligações irreversíveis: Fármacos alquilantes são os que fazem essas ligações, e são fármacos neoplásicos Ligação covalente(bem forte) de um fármaco com a proteína plasmática. É equivalente à eliminação. Depende de 3 fatores: concentração de fármaco livre,afinidade do fármaco pelos locais de ligação, concentração de proteínas plasmáticas. Se for irreversível ocorre a eliminação do fármaco, não fica da forma livre e não consegue ultrapassar as barreiras biológicas. Somente se o fármaco estiver livre chega no tecido alvo e posteriormente depurado, ou seja, filtrado pelos glomérulos. Se eu tiver menos albumina, os fármacos estarão livres e o transporte se fará com maior quantidade, conseguindo assim mais fármacos livres conseguem passar pelos tecidos, causando toxicidade ao paciente. se o fármaco ter muita afinidade com a albumina ela não vai soltar tão fácil o fármaco, não ficando na forma livre não consegue se soltar para ir no órgão alvo e não consegue ser depurado. Albumina fornece componentes químicos que ficam presos e soltando gradativamente o fármaco de forma livre. Albumina - Reservatório temporário da droga, a albumina não passa pelo glomérulo, tendo uma excreção menor. CASO CLÍNICO Após 2 anos sem consultar-se, um executivo de 45 anos passou por um exame médico no qual foi detectado que ele apresentava um fígado ligeiramente aumentado. Ele tinha queixas discretas de má digestão e dor abdominal. Os testes revelaram bilirrubina 15 μmol/L (0,9 mg/dL), AST 434 U/L, ALT 198 U/L, ALP 300 U/L, GGT 950 U/L e albumina 32 g/L (3,2 g/dL). • Os testes bioquímicos mostram evidência de dano hepatocelular? • Como um dano hepatocelular poderia interferir na distribuição de um fármaco? Os testes bioquímicos mostram evidência de dano hepatocelular? Sim, AST, ALT, ALP, GGT e albumina apresenta uma deficiência na sua síntese, todos estão alterados.Bilirribina no limite máximo. Gera diminuição da albumina circulante, o farmaco fica de forma livre pois não tem albumina para se ligar. Tendo maior mobilidade, chegando mais no tecido e podendo causar efeitos colaterais. Ligação tecidual: partição na gordura corporal e em outros tecidos Reservatórios ou ligação tecidual Lig tecidual: alguns órgãos tem bastante afinidade pelo fármaco, se o meu fármaco tem caráter lipossolúvel, terá afinidade a se dissolver fisicamente no tecido adiposo, e como ele é pouco perfundido, a saída desse fármaco da gordura é lenta, ficando extremamente concentrado até ser lentamente excretado. No músculo, você tem uma massa, há uma densidade maior, e o fármaco fica armazenado lá por isso, por ter propriedade físico-química, se liga nas proteínas dentro desse tecido. Hidrofobico se liga a outros moléculas também hidrofóbicas. Essas moléculas lipossolúveis estão em tecido adiposo. Os órgãos e os tecidos variam acentuadamente na sua capacidade de captar diferentes fármacos, bem como na proporção de débito cardíaco e fluxo sanguíneo sistêmico que recebem BARREIRAS: Distribuição Seletiva Barreiras:Distribuição seletiva. A permeabilidade do endotélio em vasos do cérebro é praticamente 0. No cérebro temos a barreira hematoencefálica, sendo células juntinhas(junções justapostas) não passando nada. Se o fármaco quiser passar nas junções oclusivas, ele precisa ser fininho e lipossolúvel. Nesse local temos os astrócitos que protegem para não passar, a não ser que ele seja muito pequeno, lipossolúvel e sem sua forma iônica . Pode ocorrer por transporte ativo ou difusão lipídica. CASO CLÍNICO 1-)Levando em consideração o grau de ionização do diurético furosemida que é um ácido fraco (pka=3,9). O que ocorrerá com o grau de ionização deste fármaco para excreção renal num paciente com acidose metabólica? Furosemida é um ácido fraco e seu pka=3,9. O paciente evoluiu para um quadro de acidose metabólica, portanto o pH plasmático está ácido, reduzindo o grau de ionização do diurético que permanecerá em sua forma molecular. Ao passar pelo rim, estando em sua forma molecular, a furosemida será reabsorvida (retorna a circulação pois atravessa facilmente membranas biológicas), sendo portanto prolongada sua permanência no organismo. Esta interferência favorecerá o tratamento de um paciente com insuficiência renal. Considerando o pH da urina ser ácido e a furosemida ser um ácido fraco a chance de ionizar na urina é pequena ocorrendo maior reabsorção - DIMINUI A EXCREÇÃO DO FÁRMACO POIS AUMENTA A REABSORÇÃO. 2-)Dentre as manifestações neurológicas desta intoxicação o paciente poderá convulsionar. O Diazepam pode reduzir crises convulsivas, sendo uma base fraca (pka=3,0), portanto, o que ocorrerá com o grau de ionização deste fármaco para excreção num paciente com acidose metabólica? Diazepam é uma base fraca e seu pka=3,0. O paciente evoluiu para um quadro de acidose metabólica, portanto o pH plasmático está ácido, aumentando o grau de ionização do ansiolítico Diazepam (base assume forma protonada em meio ácido, formando íon). Havendo concentração maior da fração ionizada (protonada) deste fármaco na circulação, ao passar pelos rins sua reabsorção será comprometida (não atravessa com facilidade membranas biológicas), havendo maior excreção do fármaco. Este evento poderá comprometer o controle das crises convulsivas no paciente, sendo necessária uma reformulação na posologia. Já que o diazepan é uma base fraca, seus metabólitos irão ionizar na urina ácida, e não sofrerá o processo de reabsorção, sendo eliminado mais rápido. AUMENTA EXCREÇÃO DO FÁRMACO REFERENCIA Rang & Dale: Farmacologia, Capítulo 8: Absorção e distribuição de fármacos e Capítulo 10: Farmacocinética. https://www.evolution.com.br/epubreader/978 8535265002 Katzung, B.G.; Trevor, A.J. Farmacologia Básica e Clínica. Porto Alegre: AMGH. 13 ed. 2017. CAPÍTULO 3. Golan, D. E. et al. Princípios de Farmacologia - A Base Fisiopatológica da Farmacologia. CAPÍTULO 3: Farmacocinética. 3 ed. Guanabara Koogan, 2014.
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