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Aula - 1 - Unidade - 3

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Economia e administração rural
UNIDADE 3
Teorias dos custos e receitas
Profa: Francimara Costa
Seja bem vindo (a) à terceira unidade do nosso estudo!
Na Unidade 3 conheceremos as Aplicações das Teorias dos custos e receitas, 
subdividas nos seguintes tópicos:
▪ Conceitos, classificação e importância dos custos;
▪ Comercialização agrícola: conceitos e margens; 
▪ Lei da vantagem comparativa; 
Estas abordagens nos trarão o conhecimento de ferramentas para a análise
econômico-financeira de atividades agropecuárias, nos ajudando a compreender
quais os custos necessários para vender o produto (custos de produção) e
quanto lucro o empresário/agricultor poderá obter, a partir de suas vendas
(receitas).
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS CUSTOS
O estudo dos custos é uma etapa muito importante para análise da
viabilidade de um negócio, pois permite ao empresário/agricultor
determinar os custos de produção, além de:
b) selecionar e combinar linhas de exploração; 
a) identificar atividades mais rentáveis;
c) expandir linha de exploração;
d) apontar falhas de procedimentos;
e) determinar o preço de venda;
f) determinar a viabilidade de um investimento.
Para começar a compreender a
importância e como são determinados os
custos, imaginemos que você iniciará um
cultivo de banana.
➢ Agora, liste aí tudo que seria
necessário para cultivar a banana e
fazê-la chegar até o consumidor (até a
venda).
Listou?
Bastante coisa, não?
Então...
Tudo isso aí que você listou, e que tem provavelmente a ver com: quem
cuidará do plantio e colheita? (mão de obra), mudas, adubos, produtos para
controle de pragas e doenças, transporte etc (insumos), além de outras
despesas, precisam ser calculados para a determinação dos custos de
produção.
E não esqueça!
Os fatores necessários para produção de bens e serviços são chamados de
fatores de produção: capital, terra, tecnologia e mão de obra.
Assim, os CUSTOS DE PRODUÇÃO podem ser definidos:
Custos de produção - compreendem todos o gastos
realizados na produção de bens e/ou serviços.
Custo de produção (Hoffman) – envolve a compensação
que os donos dos fatores de produção
(empresários/agricultores) devem receber, para que eles
continuem fornecendo bens e serviços.
Para facilitar o estudo dos custos de produção, os
principais custos são divididos em:
▪Custos totais, custos unitários
▪Custos fixos e variáveis
▪Custos médios
▪Custos marginais
Os custos de produção dependem da quantidade de bens e
de serviços que são obtidos no processo produtivo.
Para maiores quantidades produzidas, maiores são os gastos.
CUSTOS TOTAIS E UNITÁRIOS DE PRODUÇÃO
CUSTO DE PRODUÇÃO = f (Q)
Veja alguns exemplos que vão te ajudar a compreender melhor para que serve o 
cálculo dos custos totais e unitários!
Uma empresa A produziu
500 unidades de um
produto e teve um custo
total de R$ 1.000,00.
✓ Qual empresa foi mais eficiente? 
✓ Qual a empresa que produziu mais, gastando menos? 
✓ Quem teve o menor custo unitário?
A empresa B produziu
8.000 unidades de um
produto e teve um custo
total de R$ 4.000,00.
Usando a equação
Temos que:
Empresa A
Custo unitário=1000/500 
Custo unitário =R$ 2,00
Empresa B
Custo unitário= 4000/8000
Custo unitário = R$ 0,50
Pelos cálculos, podemos observar que apesar do custo
total da empresa B ter sido maior, ela foi mais eficiente
que a empresa A, pois seu custo unitário foi menor!!!
CUSTO TOTAL (CT)= CUSTO FIXO TOTAL (CFT) + CUSTO VARIÁVEL TOTAL(CVT)
No longo prazo - todos os custos são variáveis, ou seja, não
existem custos fixos.
No curto prazo – os custos totais de produção são compostos por
parcelas de custos fixos e de custos variáveis.
Em função da quantidade produzida eles podem ser classificados em:
FIXOS E VARIÁVEIS
CUSTOS TOTAIS (Classificação)
CUSTOS FIXOS TOTAIS (CFT)
São aqueles cuja variação
não é afetada pelo volume
total da produção ou vendas
da empresa.
Não importa se a empresa
está vendendo pouco ou
muito, eles permanecem os
mesmos.
CUSTOS VARIÁVEIS TOTAIS (CVT)
Características:
. Correspondem aos gastos/despesas com os fatores variáveis de
produção;
. Variam com alterações na quantidade produzida.
Exemplos: combustíveis, matéria prima, mão de obra, impostos, energia,
etc.
São efetivados num determinado período (mês, semestre, ano) de acordo
com o objetivo do negócio/empresa.
Q CFT CVT CT
0 10 0 10
2 10 6 16
4 10 12 22
6 10 18 28
8 10 24 34
10 10 30 40
Exemplificando a representação matemática e gráfica dos CT, CFT e CVT,
temos que:
CFT = 10
CVT = 3Q
CT = 10 + 3Q
➢ Observe que o custo fixo não varia e o CT e CVT se deslocam conjuntamente,
de certo modo, paralelos.
CFT
Q/t0
CVT, CT, CFT 
(R$)
.
4
.
2
.
10
1
0.
3
0.
2
0.
4
0.
.
8
.
6
CV
T
CT
CVT
CF
T
*Q= quantidade produzida
CUSTOS MÉDIOS
*q= quantidade produzida
• É dado pela variação do custo total em resposta a uma
variação da quantidade produzida.
CMg = ΔCT/ΔQ
CMg = (CT1– CT0)/(Q1 – Q0)
Custo marginal (CMg)
CUSTO MARGINAL
Custo marginal (CMg): corresponde ao valor
que aumenta nos custos totais, devido um
acréscimo de uma unidade na quantidade
produzida.
CMg = ΔCT/ΔQ
Q CT CMg
0 10,00 -
1 15,00 5,00
2 18,00 3,00
3 20,00 2,00
4 21,00 1,00
5 2300 2,00
6 26,00 3,00
7 30,00 4,00
8 35,00 5,00
9 41,00 6,00
10 48,00 7,00
11 56,00 8,00
Q/t
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
CT
CT (R$)
15,00
Δ CT
Δ Q
Δ CT
Δ Q
Δ CT
Δ Q
18,00
26,00
35,00
Δ Q
Δ CT
Cma 
0 2 4 6 8 10 
10.
5.
4.
3.
2.
1.
Q/t
Compreendido o cálculo dos custos, agora
vamos refletir sobre como podemos obter
RECEITA suficiente para que o negócio
tenha viabilidade (lucro).
A Renda Bruta (RB) equivale ao valor de tudo que foi obtido no aparelho
produtivo. Compreende a soma dos valores monetários referentes:
a) À venda dos produtos obtidos na empresa (propriedade);
b) Aos produtos produzidos e consumidos na propriedade,
armazenados, doados ou utilizados para pagamento em espécie;
c) A outras receitas decorrentes de arrendamento de terra,
aluguel de máquinas ou outra forma de receita;
d) Ao aumento do rebanho, decorrente da engorda/crescimento.
RENDA BRUTA
Exemplo do cálculo da Renda Bruta
A Renda Bruta pode referir-se a uma determinada linha de exploração ou
a empresa como um todo.
Como o exemplo acima trata-se de uma empresa diversificada que trabalha
com milho, aves e suínos, a Renda Bruta será referente a somatória
dessas três linhas de exploração.
1) Venda de ovos = R$ 35.000,00; 
2) Venda de aves = R$ 2.000,00; 
3) Ovos produzidos e consumidos na propriedade = R$ 3.000,00.
RENDA BRUTA = 35.000 + 2.000 + 3.000 = R$ 40.000,00 
LUCRO/PREJUÍZO 
➢ Para saber se a empresa está dando lucro ou prejuízo
(L/P), calculamos a renda líquida, subtraindo a receita bruta
(RB) dos custos totais (CT).
L/P = RB – CT
Exemplo do cálculo da Renda Líquida (RL)
1) Venda de ovos = R$ 40.000,00; 
2) Venda de aves R$ 2.000,00; 
3) Ovos produzidos e consumidos na propriedade = R$ 3.000,00.
Renda Bruta = R$ 45.000,00 (40.000 + 3.000 + 2.000)
1) Compra de Ração = R$ 21.000,00; 
2) Mão de obra = R$ 5.000,00; 
3) Compra de Medicamentos = R$ 4.000,00.
Custos = R$30.000,00 (21.000 + 5.000 + 4.000)
RENDA LÍQUIDA = 45.000,00 – 30.000,00 = R$ 15.000,00
Como a renda líquida foi positiva, podemos dizer que a empresa obteve R$
15.000, 00 de lucro. O prejuízo ocorre quando a receita líquida é negativa.
Agora que aprendemos a calcular os custos de produção e a receita, vamos 
conhecer os indicadores utilizados para medir os resultados econômicos. 
Os principais indicadores de viabilidade econômica são:
Custo total
Receita bruta = Quantidade produzida x preço 
unitário
Receita líquida = RB - CT
Lucro operacional (LO) = RB - CT
Margem bruta = (PV - Custo unitário/PV) x 100
Índice de lucratividade = (LO/ RB) x 100
Ponto de equilíbrio = CT/ PV
Índice de rentabilidade= RB/CT
Indicadores de viabilidade econômica
Indicadores Aplicação
Margem bruta 
(PV - Custo unitário/PV) x 100
Mede a rentabilidade do negócio e indica o percentual de
retorno do investimento realizado na empresa. É o quanto
a empresa ganha com a venda de um produto ou serviço
após subtrair os custos para produzi-lo e armazená-lo.
Índice de lucratividade 
(LO/ RB) x 100
Previsão de percentual de retorno sobre o lucro
Ponto de equilíbrio 
CT/ PV
Ponto mínimo que o negócio precisa atingir para que seus
custos de produção sejam pagos. Nesse ponto não há
lucro, nem prejuízo.
Índice de rentabilidade 
RB/CT
Retorno previsto para cada 1,00 investido.
O IR é obtido pela entre a razão entre a RB e o CT
IR = RB/CT
Se IR > maior ou igual a 1, a empresa estará em situação boa; 
Se IR < menor do que 1, a situação é de prejuízo. 
Indica o quanto retorna em renda para cada R$ de custo.
Supondo-se IR = 1,10, indica que para cada real investido em custos 
retorna dez centavos a mais em renda.
Vejamos a aplicação do índice de Rentabilidade (IR):
Renda bruta (RB) = R$ 40.000,00
Custo total (CT) = R$ 39.300,00
IR = 1,02 (40.000/39.300)
Significando que para cada real de custo retorna R$ 0,02.
Agora vamos conhecer os principais conceitos e margens que norteiam o
estudo da comercialização agrícola!
✓ Vender e comprar – não é uma tarefa trivial.
✓ A adoção de um mecanismo de comercialização inapropriado
fatalmente implicará prejuízo à empresa, mesmo sendo ela
competitiva em termos de eficiência produtiva.
✓ A competitividade global de uma empresa depende profundamente de
sua eficiência na comercialização de seus insumos e produtos.
Por que estudar comercialização?
29
✓ A comercialização é parte essencial da produção agropecuária. É nela que
os esforços de aumento de produtividade e redução de custos obtidos
na produção, podem ser ou não realizados.
✓ As perdas decorrentes de uma comercialização deficiente podem ser
grandes o suficiente para inviabilizar uma atividade produtiva, o que
coloca as decisões de comercialização entre as principais atividades
gerenciais.
Por que estudar comercialização?
30
Conceitos
31
• O setor agrícola por natureza é diferente dos outros setores da economia.
Todo o processo produtivo depende de um único fator maior, que é o
biológico.
• É delimitado pelas condições e disponibilidades dos recursos naturais
(solo, clima e água) que determinam às atividades (lavoura e criação) e as
práticas de cultivos e criação.
Especificidades da comercialização agrícola
Fornecedores de insumos
Sistema de Produção
Agentes da Comercialização
Comércio (Atac. e Varejo)
Mercado Consumidor
Representação esquemática de uma cadeia produtiva.
➢ As figuras do
produtor e do
consumidor
dissociam-se, e se
estabelece um fluxo dos
produtos agrícolas das
empresas rurais para os
consumidores.
➢ A comercialização
agrícola estuda este
fluxo, as atividades e
os indivíduos nele
envolvidos.
Os mecanismos de apoio à
comercialização consistem no esforço
contínuo de garantir preços aos
produtores, de forma assegurar que
mantenham-se na atividade rural, e,
ao mesmo tempo, assegurar um
abastecimento que atenda às
necessidades da sociedade.
Especificidades da comercialização nas comunidades rurais 
da Amazônia
Agentes da comercializaçãoPequenos 
agricultores
Consumidor 
final
Garantem os fluxos comerciais entre estes 
extremos.
Feirante: atua nas sedes das cidades ou vilas, realizando
atividades que incluem a compra de produtos oriundos
da produção agrícola, visando sua venda no espaço
urbano.
Regatão: se apropria dos excedentes em maiores
quantidades, além disso é comum que venda a parte da
produção a outros intermediários, a fim de que chegue
ao consumidor final.
Patrão: é o que mais se apropria dos excedentes
gerados, pois possui estoques de produtos para o
consumo geral da comunidade.
Marreteiro: termo regional utilizado pelos caboclos-
ribeirinhos para designar os atores sociais proprietários
de pequenas embarcações, é o agente da
comercialização responsável pelo abastecimento de
mercadorias às famílias ribeirinhas.
Agentes de comercialização na Amazônia
Agricultor
Marreteiro FeiranteRegatão Patrão
Consumidor Final
Outros intermediários
Fluxo de comercialização da agricultura familiar na Amazônia
➢ Margem de comercialização é a diferença no preço dos produtos, nos diferentes níveis de mercado
expresso em unidades equivalentes. É definida como a diferença entre o nível superior e inferior de
mercado, com preços ajustados para as unidades de nível inferior.
Assim, a margem absoluta (M) é obtida por:
Margem de comercialização
* CP= custo do produto
Lei da vantagem comparativa
• A ideia original pertence a Robert Torrens, que a desenvolveu em
1815.
• David Ricardo formalizou em 1817, dando um exemplo numérico 
famoso, mostrado a seguir.
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.
Vantagem Comparativa
• O Comércio Internacional é o resultado de diferenças nos custos (preços)
relativos ou comparativos na produção de bens entre os parceiros
comerciais.
• Cada país tenderá a exportar produtos nos quais possui Vantagens
Comparativas e a importar produtos nos quais possui Desvantagens
Comparativas.
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.
Princípio da Vantagem Comparativa
Exemplo de Vantagem Comparativa
Custos Absolutos e Relativos
País 1 País 2
Têxteis 100 90
Vinho 120 80
Custo Comparativo Vinho/Têxteis=1,20 Vinho/Têxteis=0,89
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.
• Ricardo demonstrou que haverá comércio entre o País 1 e o País 2,
ainda que o País 2 tenha custos absolutos menores em ambos os bens.
• No País 1, o custo comparativo de produzir vinhos é maior do que no
País 2.
• Com comércio, o País 1 especializa-se em Têxteis e o País 2 em Vinhos.
Exemplo de Vantagem Comparativa
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.
• No exemplo anterior, na ausência de comércio, uma unidade de vinho no País 1 vale 1,2
unidades de tecido; no País 2, vale 0,89 unidades de tecido.
• Os produtores de tecidos no País 1 querem livre comércio com o País 2, onde poderiam
vender seus tecidos e obter mais vinho por unidade de tecido do que no mercado doméstico.
• Os produtores de vinho no País 2 querem livre comércio com o País 1, onde podem obter
mais tecido por unidade de vinho do que no mercado doméstico.
Exemplo de Vantagem Comparativa
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.
• Com livre comércio, dadas as relações de trocas pré-existentes dentro de
cada país, a tendência seria o País 1 se especializar em tecidos e o País 2
em vinhos – apesar do País 2 ter vantagem absoluta na produção de ambos.
• Com livre comércio, ambos os países terminariam consumindo uma maior
quantidade de bens do que em autarquia (há ganhos com o comércio).
Vantagem Comparativa
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.
• O País 1 tem uma vantagem comparativa na produção de tecidos: pode produzir tecidos
com um custo de oportunidade menor do que o outro.
• O custo de oportunidade é a quantidade de vinho que deve ser sacrificada para produzir
uma unidade adicional de tecido (há pleno emprego).
• País 1: o custo da unidade adicional de tecido é 100/120 unidades de vinho. No País 2, é de
90/80.
Exemplo de Vantagem Comparativa
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.
• Quando dois países se especializam na produção de bens nos quais têm vantagens
comparativas, ambos os países ganham com o comércio.
• O Princípio da Vantagem Comparativa tem uma dimensão temporal que não deve
ser esquecida (por exemplo, depende do estado da tecnologia em um determinado
momento).
• Teoria do desenvolvimento: vantagens comparativas podem ser construídas.
Conclusão
Fonte: https://www.marilia.unesp.br/Home/Instituicao/Docentes/.../Aula_Macro_5.

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