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ACIDENTE POR PICADA DE ABELHA

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Os acidentes por picada de abelha é um 
problema comum e importante tanto na 
Medicina Humana quanto na 
Veterinária, pois a abelha possui um 
aparelho inoculador de veneno. 
Pode-se ter envolvimento das abelhas 
africanas (Apis mellifera scutellata), 
europeia (Apis mellifera mellifera) e 
africanizadas. 
Uma grande preocupação nesse tópico 
é devido à alta frequência de 
enxameações, ocorrendo de três a 
quatro vezes ao ano, o que aumenta 
muito o risco de acidente, junto ao fato 
de que as abelhas se adaptaram muito 
bem ao ambiente urbano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar de ser frequente esse tipo de 
acidente, relatos no meio científico não 
são comuns, podendo ser em virtude 
das apresentações leves, na maioria 
das vezes, e por causa dos pelos do 
animal que mascaram os sinais locais, 
fazendo com que nem sempre o 
 
proprietário leve o animal ao 
veterinário. 
As principais espécies de abelha 
envolvidas são as africanas, europeia e 
africanizadas, sendo que as primeiras 
são consideradas mais agressivas e 
consequentemente, com casos mais 
graves. 
Apesar de a maioria dos casos ocorrer 
em áreas rurais, pois o animal se 
encontra mais próximo do ambiente 
natural das abelhas, essas possuem 
uma diversidade de abrigos em 
ambientes urbanos, ocorrendo os 
acidentes quando animais entram em 
contato com esses abrigos ou locais 
próximos a eles. 
Ocorrem mais frequentemente em cães, 
pelo seu comportamento curioso e 
muitas vezes após ataque, esses 
tentam morder as abelhas, piorando o 
caso. Locais comuns de picada são 
região de cabeça e pescoço. 
As abelhas possuem um aparelho 
inoculador de veneno (ferrão 
verdadeiro) que é dividido em duas 
partes, a glandular responsável pela 
produção do veneno e a quitinosa com 
função de inocula-lo. 
O ferrão é separado da abelha quando 
ocorre a picada e essa morre logo após. 
A gravidade do quadro clínico depende 
da quantidade de veneno inoculado por 
peso vivo, que é determinado pela 
quantidade de picadas que o animal 
teve, sabendo que mais de 20 
ferroadas/kg torna o caso grave e com 
prognóstico reservado. 
O animal pode apresentar 
sintomatologia devido à 
@naaramedvet 
ACIDENTE POR PICADA DE 
ABELHA 
INTRODUÇÃO 
hipersensibilidade por apenas uma 
picada (reação alérgica) ou à toxicose 
por poucas (reação tóxica local) ou 
então por várias (reação tóxica 
sistêmica). Essa última é uma anafilaxia 
e é considerada uma reação alérgica 
grave, de evolução rápida e com grande 
chance de óbito. 
O veneno da Apis mellifera possui cerca 
de 50 componentes, sendo que muitos 
desses são tóxicos para animais. 
O veneno possui ação tóxica devido a 
enzimas, como fosfolipases e 
hialuronidases, a grandes peptídeos, 
como metilina e fator degranulador de 
mastócitos, e também a pequenas 
moléculas como aminas biogênicas. 
Já a hipersensibilidade ocorre pelas 
enzimas que possuem fatores 
alergênicos. Além dessas duas ações, o 
veneno também pode ter efeito 
hemolítico. 
Os sinais clínicos principais são edema, 
eritema e dor no local da picada e 
prurido, sendo que em casos leves só se 
observa esses sinais e muitas vezes são 
autolimitantes, resolvendo-se em 24 
horas. 
Já nos casos graves, em que ocorre 
reação tóxica sistêmica, o animal 
apresenta êmese, hipertermia, diarreia, 
dispneia, hipotensão, taquicardia e 
insuficiência renal aguda. 
Os sinais do choque anafilático ocorrem 
rapidamente, geralmente cerca de dez 
minutos após a picada. 
 
 
O diagnóstico de acidente por picada de 
abelha é, basicamente, baseado na 
anamnese e sinais clínicos, sendo 
facilitado pelo fato do ferrão ou sua 
marca permanecer no local da picada. 
No hemograma, pode-se encontrar 
leucocitose com neutrofilia e também 
trombocitopenia, principalmente em 
casos que cursam com coagulação 
intravascular disseminada. 
Na urinálise, pode-se encontrar cilindros 
granulares e hemoglobinúria. 
 
 
Como não existe antídoto, o tratamento 
é feito para aliviar os sinais clínicos. 
Deve-se estabelecer uma via 
respiratória patente e realizar 
oxigenoterapia e também um acesso 
venoso para fluidoterapia. 
Recomenda-se remover os ferrões com 
o auxílio de uma lâmina de bisturi, mas 
nunca com pinça, pois a pressão pode 
liberar mais o veneno. 
Em casos leves com apenas uma 
picada e sem anafilaxia, pode-se aplicar 
anti-histamínicos e gelo para aliviar o 
edema e desconforto. 
Já em casos com várias ferroadas, 
recomenda-se utilizar um 
corticosteroide, como o succinato 
sódico de prednisolona (IV) seguido de 
prednisolona (VO). 
Se o animal apresentar hipotensão, 
aplicar bolus de cristaloides o mais 
rápido possível e caso ocorra hemólise, 
deve-se realizar a transfusão 
sanguínea. 
Como septicemia é uma possível 
complicação, a antibioticoterapia de 
amplo espectro é preconizada. 
Em caso de anafilaxia, deve-se aplicar 
epinefrina 1:1000. 
Os animais devem ficar em observação, 
pois a evolução de anafilaxia ocorre 
rapidamente e o animal pode vir a óbito. 
 
Referências Bibliográficas 
DIAGNÓSTICO 
TRATAMENTO 
FIGHERA R. A.; SOUZA T. M.; 
BARROS C. S. L. Acidente provocado 
por picada de abelhas como causa de 
morte de cães. Ciência Rural, v. 37, n. 2, 
p. 590-593, 2007 
JERICÓ M. M.; KOGIKA M. M.; NETO J. 
P. A. Tratado de medicina interna de 
cães e gatos. v,1, 1 ed. Rio de Janeiro: 
Roca, 2015, 1229p. 
MARASCHIN D. K. Intoxicação em 
cães. Trabalho de Conclusão de Curso 
em Medicina Veterinária. Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto 
Alegre, 2015. Disponível em: 
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183
/127062. Acesso em: 19 de novembro 
de 2017.

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