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Aula 6 - Crime tributário (Lei nº 8 137_90)

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27/07/2021 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230234ABBF19DC2C87E007D5F6153FF91C553DDA5ED2521A2618A0734D69FBBC… 1/11
Investigação – Crimes do
colarinho branco
Aula 6 - Crime tributário (Lei nº 8.137/90)
INTRODUÇÃO
Entre os povos antigos, prevaleceu o costume de ofertar a décima parte dos bens da terra para o culto da
divindade ao rei e ao sacerdote que os representavam. Acredita-se que os tributos tiveram origem nas Cidades-
Estados que, para mantê-las, necessitavam arrecadar, e isso aconteceu por meio da tributação. A Igreja
participava da cobrança de impostos com o dízimo, pois havia uma separação entre a Igreja dotada de um poder
divino, e o reino dotado de poder temporal.
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Durante o século XVIII, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para Portugal. O imposto cobrado sobre todo o
ouro encontrado em suas colônias correspondia a 20%, ou seja, um quinto do metal extraído que era registrado
em "certi�cados de recolhimento" pelas casas de fundição, denominado "O Quinto". Apesar do rigor na criação de
uma estrutura administrativa e �scal, visando a cobrança dos quintos, o imposto era desviado.
Com a CRF/1988, �cou claro que os indivíduos são responsáveis por uma sociedade livre, justa e solidária, e disso
decorre a necessidade de proteger a arrecadação tributária e coibir as condutas dos que insistem em enriquecer
ilicitamente fraudando o Fisco. A CRF/1988 trouxe um título especial para o sistema tributário, que concentra
quase toda a matéria que regula o Código Tributário Nacional (CTN).
OBJETIVOS
Identi�car os crimes contra ordem tributária, e as condutas praticadas por particular contra ordem tributária.
Analisar a importância da arrecadação �scal, e considerações sobre a Lei nº 8.137/90.
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IMPORTÂNCIA DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA PELO ESTADO
O bem jurídico protegido pela Lei nº 8.137/90 é a ordem tributária, que consiste em prover e administrar os
recursos arrecadados para viabilizar as políticas públicas do Estado.
A existência econômica e política do Estado pressupõem o pagamento de tributos pelos cidadãos e, por isso, a
ordem tributária foi elevada à condição de bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. É sabido que os tributos são
necessários para a sustentação e manutenção do Estado.
» O Estado, por meio da arrecadação de tributos, consegue manter-se e desenvolver-se, a �m de melhorar as
condições do povo, prestando serviços que sejam cada vez melhores. Ao pagar tributos, todo cidadão
contribuinte espera que seu dinheiro seja revertido em proveito do bem comum.
» Sem o recolhimento de tributos, o Estado não existiria nem sob o aspecto econômico, nem sob o político.
Esse recolhimento torna viável o desenvolvimento nacional, que garante a execução das mais diversas políticas
públicas.
» A arrecadação é indispensável e, por isso, a necessidade de ser penalmente tutelada, tendo em vista o
interesse supraindividual resguardado. O Estado pune as condutas que fraudam e lesionam o Fisco e quem tenta
fugir da obrigação, pratica crime contra a ordem tributária.
LEI Nº 8.137/90 – CRIMES TRIBUTÁRIOS
O contribuinte inadimplente (simples devedor) não precisa ter a preocupação de responder criminalmente pois, o
não pagamento do tributo, diferente da sonegação, é apenas um descumprimento administrativo de caráter não
criminal, que será inscrito em dívida ativa.
Os crimes �scais são aqueles praticados contra o Fisco, ou seja, contra a Fazenda Pública. Para que esteja
con�gurado um crime contra a ordem tributária é imprescindível que haja fraude, comportamento ardil do
contribuinte em lesar a Fazenda Pública.
Os crimes tributários são a realização de condutas fraudulentas para o não pagamento de tributos em seu
sentido amplo: impostos, taxas, contribuições sociais e acessórios.
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Em todos os casos, a intenção da referida lei é reprimir as manobras fraudulentas e arti�ciosas que objetivam a
evasão �scal. O dolo, o propósito de não pagar tributos mediante ardil, é imprescindível para a con�guração dos
delitos �scais.
OS TRIBUTOS
Código Tributário Nacional (CTN)
Art. 3º (glossário): “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.
Vamos analisar cada termo e expressão do artigo:
Toda prestação
Prestação, juridicamente, signi�ca aquilo que o devedor está obrigado a entregar ao
credor. É o objeto de uma obrigação jurídica.
Pecuniária
Vem do latim “pecus” signi�cando rebanho, riqueza, fortuna, representada por dinheiro.
Assim, prestação pecuniária é o dinheiro que o cidadão é obrigado a entregar ao Estado.
Compulsória
O tributo é obrigatório, não é pago voluntariamente pelo contribuinte, mas exigido pelo
Estado.
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.
O tributo sempre é uma prestação em dinheiro, em moeda, não havendo no sistema
brasileiro, tributo pago in natura, ou seja, em cabeças de gado, em ouro, em sacas de café
etc.
Que não constitua sanção de ato ilícito
Sanção de ato ilícito é a multa ou con�sco, que embora sejam receitas tributárias, não são
tributos. O tributo não poderá ter caráter penal, ou caráter repressivo, pois multa não é
tributo, ou seja, o tributo não poderá ser visto como uma punição ao contribuinte.
FATO GERADOR
O fato gerador do tributo é a ocorrência em si, que traz à tona a exigência do respectivo ônus para o contribuinte.
A lei descreve situações que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que se �xe o momento do nascimento da
obrigação tributária.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
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Conforme art. 5º do CTN (glossário), as espécies tributárias são:
Impostos
Art. 16 “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal especí�ca, relativa ao contribuinte.”
Por esse pagamento, o contribuinte não recebe nenhuma contraprestação direta ou imediata, ou seja, o Estado
não �ca vinculado a nenhuma contraprestação para o contribuinte que pagou aquela importância.
Taxas
Art. 77 “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço publico especí�co e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.”
Ao contrário do que se disse anteriormente com relação ao imposto, as taxas são tributos vinculados, ou seja, o
fato gerador está atrelado a alguma contraprestação estatal.
O Estado presta um serviço ao contribuinte e este �ca com a obrigação de pagar, por exemplo, taxa de iluminação
pública, taxa de limpeza, taxa de licença, taxa de publicidade, taxa de coleta de lixo entre outros.
Contribuição de melhorias
Art. 81 “A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel bene�ciado.”
Assim também, conforme a CRF/1988, art. 145, inciso III, a contribuição de melhoria é correspondente às obras
públicas, enquanto as taxassão para os serviços públicos, e terá que ocorrer uma valorização imobiliária, sob
pena de, se não houver essa valorização, ser declarada inconstitucional.
A INCIDÊNCIA, A NÃO INCIDÊNCIA, A IMUNIDADE E A ISENÇÃO DE
TRIBUTOS
Incidência
Diz-se que há incidência tributária quando a hipótese prevista na lei tributária instituidora do tributo se realiza em
concreto. Ou seja, se o fato ocorrido corresponde à hipótese prevista na lei como fato gerador do tributo, há a
incidência do tributo.
Para que haja incidência tributária sobre determinado fato ou situação é necessário que esse fato ou situação
esteja dentro do modelo dado pela lei.
Exemplo
, A lei diz que quem possui veículo paga IPVA. Portanto, se tenho um carro, ocorreu o fato gerador, isto é, há incidência.
Não Incidência
É a situação em que o fato ocorrido não corresponde à hipótese de incidência ou ao fato gerador previsto na lei
tributária. Não há adequação entre o modelo descrito na lei tributária e o fato ocorrido em concreto. Nesse caso, o
fato está fora do campo de incidência da lei tributária.
Na não incidência, não ocorreu o fato gerador. A situação prevista na lei, como dando origem ao tributo, não se
realizou. O fato ocorrido foi diferente.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
27/07/2021 Disciplina Portal
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Exemplo
, A lei diz que quem possui veículo paga IPVA. Eu não tenho carro, logo, não devo o tributo IPVA.
Imunidade
Imunidade é uma forma quali�cada ou especial de não incidência por supressão na Constituição, da
competência impositiva ou do poder de tributar, quando se con�guram certos pressupostos, situações ou
circunstâncias previstas na CRF/88.
A imunidade é uma forma de não incidência pela supressão de competência impositiva para tributar certos fatos,
situações ou pessoas, por disposição constitucional.
Exemplo: A lei diz que o imposto de circulação de mercadorias incide na saída de mercadorias de
estabelecimento comercial.
Como regra geral, toda vez que saírem mercadorias do estabelecimento comercial, em decorrência de circulação
econômica, o tributo é devido. Algumas operações estão excluídas do campo de incidência por força da
Constituição que vedou, proibiu essa incidência. É o caso dos livros, jornais e periódicos (art. 150, VI, “d” da
CRF/88 (glossário)). Se não fosse essa vedação, o tributo normalmente incidiria.
Isenção
É a dispensa do pagamento do tributo devido em virtude de disposições expressas de lei do poder competente
para criar esse tributo.
A isenção exclui o credito tributário. O fato gerador da obrigação tributária ocorre, isto é, a situação prevista na lei
tributária acontece e o fato não foi excluído do campo de incidência pela Constituição.
Entretanto, no momento do nascimento da obrigação, o crédito tributário é excluído. Não será objeto de
lançamento, porque a lei que criou o tributo dispensou o seu pagamento.
LANÇAMENTO DEFINITIVO DO TRIBUTO (SÚMULA VINCULANTE 24)
Segundo a Súmula Vinculante 24, o termo inicial para a contagem do prazo prescricional, nos delitos do art. 1º, I a
IV, da Lei 8.137/1990, é a data do lançamento de�nitivo do crédito tributário.
Súmula Vinculante 24 (glossário): “Não se tipi�ca crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,
incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento de�nitivo do tributo.”
O lançamento tributário é o procedimento administrativo privativo de autoridade administrativa, tendente a
veri�car a ocorrência do fato gerador e a matéria tributável. Por isso, a de�nição do montante devido e a
identi�cação do sujeito passivo, denominado de contribuinte do débito tributário.
Após ser noti�cado, o contribuinte terá o prazo de trinta dias para apresentar impugnação por escrito, instruída
das provas documentais e suas alegações, contados da data da noti�cação.
Se não apresentar a defesa, ou apresentando-a intempestivamente, estará constituído o crédito tributário em
de�nitivo, o qual será exigido mediante inscrição em dívida ativa e cobrança em execução �scal. Este momento é
o primeiro a ser considerado para �ns do surgimento da materialidade que sustenta os tipos previstos na Lei nº
8.137/90, em conformidade com a Súmula Vinculante n. 24.
Constam três espécies de lançamento no Código Tributário Nacional (glossário) (CTN):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
27/07/2021 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48432230234ABBF19DC2C87E007D5F6153FF91C553DDA5ED2521A2618A0734D69FBBC… 7/11
1. Lançamento de ofício (art. 149).
2. Lançamento por declaração (art. 147).
3. Lançamento por homologação ou autolançamento (art. 150), as quais se distinguem conforme o grau de
colaboração do sujeito passivo.
Lançamento de ofício
O Fisco agirá sozinho, já que possui as informações e�cazes para constituir o crédito tributário, embora haja a
possibilidade de agir de ofício, supletivamente, quando o contribuinte é incumbido a declarar o débito e não o faz,
assim como quando deve pagar a quantia já conhecida e declarada, e não paga.
Lançamento por declaração
O contribuinte fornecerá informações ao Fisco para que este apure o crédito tributário e noti�que-o para proceder
ao pagamento da quantia em questão.
Súmula 436 do STJ (glossário): “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito �scal constitui o
crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do �sco”.
Lançamento por homologação
O trabalho de apurar e pagar o crédito tributário cabe unicamente ao contribuinte, restando ao Fisco, somente, por
meio da homologação expressa ou tácita, rubricar a referida apuração.
Em termos de homologação do pagamento do crédito tributário por parte do contribuinte, em regra, o Fisco não
se pronuncia expressamente, mas sim de forma tácita, quando passado o prazo prescricional quinquenal
contado do fato gerador para realização da cobrança da dívida ativa em processo de execução �scal, impedindo
que o sujeito ativo lance eventual diferença da quantia satisfeita da que realmente era devida.
Em todas as modalidades, constata-se que a autoridade competente para efetuar o lançamento age, seja para
constituir o tributo no ato de lançar seja para homologar tacitamente o valor declarado e pago pelo contribuinte.
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
27/07/2021 Disciplina Portal
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São crimes contra a ordem tributária:
• Não recolher os tributos e contribuições devidos dentro do prazo legal;
• Sonegação;
• Fraude;
• Omissão de informações;
• Declarações falsas à fazenda.
Tais crimes encontram-se disciplinados na Lei nº 8.137/90 (glossário). Esta lei também de�niu os delitos contra a
ordem econômica e as relações de consumo.
A Lei nº 8.137/90, em seus arts. 1º e 2º, procurou de�nir os crimes de sonegação �scal, e as penas aplicáveis
quando do seu não cumprimento. Os legisladores procuraram alcançar as mais diversas formas conhecidas de
se efetuar a sonegação �scal, objetivando, assim, impedir o comportamento, por meio do desestímulo e da
repressão, daqueles que buscam o descumprimento das obrigações tributárias.
As condutas de�nidas na lei em análise só serão puníveis quando praticadas com dolo, isto é, quando o sujeito
ativo da conduta descrita na norma penal age com a intenção de produzir o resultado previsto na referida norma,
ou assume o risco de produzi-lo.
Os crimes contra a ordem tributária são crimes materiais que requerem produção de um resultado. A lei não pune
a simples falta de recolhimento de tributo, mas a falta que decorre de meios fraudulentos para supressãoou
redução do tributo devido.
Art. 1º “Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas:
I. Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II. Fraudar a �scalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em
documento ou livro exigido pela lei �scal;
III. Falsi�car ou alterar nota �scal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à
operação tributável;
IV. Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; e
V. Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota �scal ou documento equivalente, relativa a venda de
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.”
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 2º “Constitui crime da mesma natureza:
I. Fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-
se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II. Deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm
27/07/2021 Disciplina Portal
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qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III. Exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte bene�ciário, qualquer percentagem sobre a parcela
dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo �scal;
IV. Deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo �scal ou parcelas de imposto liberadas
por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V. Utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação
tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.”
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
EXERCÍCIOS
Questão 1: FEPESE 2010 - Em relação aos crimes contra a ordem tributária (Lei 8137/90) é correto a�rmar:
a) A ação penal em relação aos crimes que tipi�ca é pública incondicionada.
b) A supressão ou redução de tributo" contemplado no art. 1º da lei compreende impostos, taxas, contribuições de
melhoria e contribuições sociais, não se referindo às mesmas condutas praticadas em relação aos empréstimos
compulsórios.
c) Entre as condutas tipi�cadas pela lei como crimes contra a ordem tributária e equiparados (art. 2º), há crimes nas
modalidades culposa e dolosa.
d) As condutas de utilizar ou divulgar programas de processamento de dados que permitam ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública, não
constituem crime contra a ordem tributária.
e) Nos crimes previstos na Lei 8.137/90, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe que, por meio de
con�ssão espontânea, revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida pela
metade.
Justi�cativa
Questão 2: FGV 2009. Com relação aos crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de
consumo, segundo a Lei nº. 8.137/90, analise as a�rmativas a seguir:
I. Extingue-se a punibilidade quando o agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive
acessórios, antes do recebimento da denúncia.
II. Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante a conduta do sujeito passivo de negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota �scal,
ou documento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou
fornecê-la em desacordo com a legislação.
III. Constitui crime contra a ordem econômica vender mercadorias abaixo do preço de custo com o �m de impedir
a concorrência.
IV. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorrer para os crimes nela de�nidos, incide
nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Assinale:
a) Se somente as a�rmativas II e IV estiverem corretas.
b) Se somente as a�rmativas I e III estiverem corretas.
c) Se somente as a�rmativas II e III estiverem corretas.
d) Se somente as a�rmativas II, III e IV estiverem corretas.
e) Se todas as a�rmativas estiverem corretas.
27/07/2021 Disciplina Portal
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Justi�cativa
Questão 3: Prefeitura MG – 2017. No que concerne aos ilícitos tributários e aos crimes contra a ordem tributária,
assinale a opção correta.
a) No caso de crime contra a ordem tributária, o coautor que, por con�ssão espontânea, revelar a trama delituosa à
autoridade judicial terá direito à extinção da punibilidade, condicionada ao pagamento do tributo.
b) Em caso de dúvida quanto às circunstâncias materiais do fato, a lei tributária que trata de infrações e penalidades
será interpretada da maneira mais favorável ao �sco.
c) Havendo omissão na apresentação de declaração exigida em lei, o inventariante responderá solidariamente pelas
infrações tributárias imputáveis ao espólio, excluídas as penalidades de caráter moratório.
d) A denúncia espontânea exclui a responsabilidade do agente que comete infração tributária, desde que esse ato seja
anterior ao início de qualquer procedimento administrativo ou medida de �scalização relacionada com a infração.
e) Nenhuma das alternativas acima.
Justi�cativa
ATIVIDADE
Leia a jurisprudência e responda se cabe o princípio da insigni�cância nos crimes contraordem tributária.
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1306425 RS 2012/0048970-6 (STJ) (glossário). Data de publicação: 01/07/2014.
Ementa: RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA.
INSIGNIFICÂNCIA. PARÂMETRO. DEZ MIL REAIS. INCLUSÃO DE JUROS E MULTA. DESCABIMENTO.
1. De�nindo o parâmetro de quantia irrisória para �ns de aplicação do princípio da insigni�cância em sede de
descaminho, a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial
Representativo de Controvérsia nº 1.112.748/TO, paci�cou o entendimento no sentido de que o valor do tributo
elidido a ser objetivamente considerado é aquele de R$ 10.000,00 (dez mil reais) previsto no artigo 20 da Lei nº
10.522 /02, parâmetro que vem sendo utilizado para �ns de aplicação do princípio da insigni�cância nos crimes
contra a ordem tributária em geral.
2. A consideração, na esfera criminal, dos juros e da multa em acréscimo ao valor do tributo sonegado, para além
de extrapolar o âmbito do tipo penal implicaria em punição em cascata, ou seja, na aplicação da reprimenda
penal sobre a punição administrativa anteriormente aplicada, o que não se confunde com a admitida dupla
punição pelo mesmo fato em esferas diversas, dada a autonomia entre elas.
3. O valor a ser considerado para �ns de aplicação do princípio da insigni�cância é aquele �xado no momento da
consumação do crime, vale dizer, da constituição de�nitiva do crédito tributário, e não aquele posteriormente
alcançado com a inclusão de juros e multa por ocasião da inscrição desse crédito na dívida ativa.
4. Recurso improvido.
Resposta Correta
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/25187679/recurso-especial-resp-1306425-rs-2012-0048970-6-stj
27/07/2021 Disciplina Portal
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Glossário

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