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Como nossas células se dividem: Mitose e Meiose Células Todo ser vivo é composto por células: procariotos e eucariotos.. ❖ Uma célula só se forma a partir da duplicação de uma célula já existente: CRESCIMENTO ➔ DIVISÃO = CICLO CELULAR ✓ Mecanismo básico pelo qual os seres vivos se reproduzem. ✓ Modo como os organismos multicelulares se formam. ✓ Modo como as células são substituídas ❖ Características universais ✓ Cópia fiel do material genético dos cromossomos ✓ Transmissão da informação genética para as células filhas. Obs.: A duração do ciclo varia de acordo com o tipo de célula considerado e com o estado funcional em que ela se encontra. Em algumas células, ele pode ser completado em pouco mais de 30 minutos. Em outras, pode durar vários dias.. No embrião, por exemplo, as divisões celulares ocorrem com grande rapidez. Ciclo celular (G1 → S → G2 → M) (G = gap/intervalo; S = síntese; M = mitose) _ G1, S, G2 É o intervalo entre duas divisões celulares sucessivas e representa, via de regra, cerca de 95% do tempo de duração do ciclo celular. Nesse período, a célula se encontra em grande atividade metabólica, realizando, praticamente, todos os processos de síntese necessários ao seu desenvolvimento. Durante a interfase, os filamentos cromossômicos (“cromossomos interfásicos”), que constituem a cromatina, apresentam-se bastante alongados e emaranhados no interior do núcleo, não sendo facilmente distinguíveis. Utilizando-se marcadores radioativos, constata-se que eles se duplicam no período S da interfase. Desse modo, onde havia um fio cromossônico (cromátide), passam a existir dois, unidos por um único ponto denominado centrômero (sequencia especial de nucleotídeos), formando, consequentemente, um “cromossomo” duplicado. : antecede à duplicação do DNA, indo, dessa forma, do final da divisão celular até o início da duplicação do DNA. Nele, cada “cromossomo” é formado por apenas uma dupla hélice de desoxirribonucleotídeos (DNA) denominada, cromátide, na qual se encontram enfileirados centenas ou milhares de genes. Lembramos que de acordo com a teoria uninêmica, a cromátide apresenta uma única dupla-hélice contínua de DNA, como mostra a figura abaixo. No período G1 ocorre: _ Crescimento acentuado da célula _ Preparação para a fase S _ Intensa Síntese de RNA (transcrição) e de proteínas diversas. _ Momento de decisão: • Continuidade da proliferação ou tornar-se quiescente Obs. 01: A produção de RNA mensageiro, que irá determinar a produção de proteína, permitirá o referido crescimento da célula. São, ainda, produzidas substâncias que estimulam ou inibem a duplicação do DNA, determinando a ocorrência ou não da divisão celular. Nele, vários inibidores e mutações são capazes de bloquear a proliferação. O período G1 é o mais variável na https://djalmasantos.files.wordpress.com/2015/07/unim.jpg https://djalmasantos.files.wordpress.com/2015/07/unim.jpg maioria das células de animais e vegetais e, via de regra, ocupa muitas horas, durante as quais as células crescem. Ele pode, em última análise, variar individualmente de célula a célula, em face de ser o que mais sofre influencia de fatores extracelulares. Há, entretanto, ciclos em que o período G1 é “ausente” ou tem pequena duração, é o caso das células embrionárias iniciais, que começam a se dividir logo após a fecundação. Nessa situação, entretanto, não ocorre crescimento celular entre as divisões Obs. 02: Ao longo do ciclo celular, existem momentos, denominados pontos de checagem (“checkpoints”), em que mecanismos celulares avaliam as condições da célula, antes de iniciar a fase seguinte. É nesses pontos que a célula “decide” se completa a divisão ou se interrompe o processo e, dependendo das condições, a alternativa pode ser até a apoptose (morte celular programada).. Nessas interrupções, são feitos reparos em DNA’s eventualmente danificados, evitando que moléculas lesadas sejam duplicadas e transmitidas às células-filhas. O principal ponto de checagem, denominado ponto de restrição (ponto de checagem G1), ocorre no final do período G1, antes de iniciar o período S. Nesse momento, a célula verifica, fundamentalmente, se o tamanho que atingiu está adequado, se o meio extracelular se encontra ideal à proliferação e se o DNA não está danificado. Se as condições não estão adequadas, o ciclo celular não prossegue, e a célula assume um estado pausado ou quiescente denominado G0, podendo permanecer nesse estado por longo tempo sem se dividir. Estando as condições ideais, a célula entra na fase S e, em seguida, no período G2. Nesse período, um pouco antes de a célula iniciar a divisão, ocorre um outro ponto de checagem (ponto de checagem G2), no qual tem lugar uma nova verificação quanto ao crescimento da célula e à correta replicação do DNA. Tendo havido crescimento adequado e correta duplicação do DNA, tem início a divisão celular. Se, por outro lado, as condições não são satisfatórias, a prófase não é iniciada, e a divisão não se processa. Um terceiro ponto de checagem, denominado ponto de checagem da mitose, ocorre durante a divisão celular, entre o término da metáfase e o início da anáfase. Ele tem por objetivo detectar defeitos na formação do fuso mitótico (fuso de divisão ou acromático) e na adesão dos cinetócoros aos microtúbulos. Dessa forma, as células só entram em anáfase, via de regra, quando todos os cinetócoros se encontram perfeitamente ligados aos microtúbulos do referido fuso. Estudos recentes, feitos com células de mamíferos, detectaram uma proteína denominada p53, que participa da interrupção do ciclo celular. Foi constatado que essa proteína é produzida em grande quantidade sempre que moléculas de DNA são danificadas. No caso de esses danos serem muito grandes, essa proteína ativa a apoptose da célula danificada. Se a proteína p53 não funcionar corretamente, células com o DNA danificado podem se multiplicar e se transformar, eventualmente, em células cancerosas. Assim sendo, o câncer não é mais frequente graças à proteína p53, que desencadeia a apoptose das células portadoras de DNA lesado, as quais poderiam originar tumores malignos. Para se ter uma ideia, em 50% dos tumores humanos, observa-se mutações no gene que codifica essa proteína. intervalo no qual ocorre a replicação das proteínas da cromatina e a duplicação do DNA, processo fundamental para a divisão celular, já que garante que as células- filhas recebam todas as informações genéticas responsáveis pelas suas características. Em função dessa duplicação, cada “cromossomo interfásico” fica constituído por duas cromátides (cromátides-imãs), unidas pelo centrômero.. (Essa condição, duplicada, permanece durante a divisão célular até a metáfase, quando, na anáfase, em função da duplicação do centrômero, ocorre a separação das cromátides-irmãs.) Ou seja, essa Replicação/Duplicação é: • Semiconservativa – fitas como moldes • Bases pareadas – complementaridade de W&C • Acurada, bidirecional e semidescontínua _Durante o período S, uma célula diploide passa a tetraploide • Seres humanos: 46 cromossomos (2n) • Ao final da fase S: 92 cromossomos (4n) : ocorre após a síntese de DNA e antes da divisão celular [entre o período S e o início da divisão celular]. Embora ocorra crescimento da célula durante esse período, ele é menos intenso do que no G1. Durante o período G2, a célula sintetiza, principalmente, moléculas relacionadas diretamente com a divisão, como as fibras do fuso acromático, que exercem importante papel na duplicação celular e ocorre a Checagem e reparo do genoma → É importante destacar que durante todas as etapas da interfase estarão ocorrendo a síntese de proteínas e a produção das estruturas celulares._ : Fase M (Divisão Celular) • Preparo e divisão dos cromossomos (4n) • Simbolizada por E! • Encerra-se com a citocinese _ Divide a célula em duas metades, cada uma com um núcleo idêntico • A mitose começa após a fase S e divide-se em quatro fases: . Prófase . Metáfase . Anáfase . Telófase Prófase: _ Os cromossomos replicados, cada um consistindo em duas cromátides-irmãs intimamente associadas, se condensam... Fora do núcleo, o fuso mitótico se forma entre os dois centrômeros, que se replicaram e se distanciaram. _ É, via de regra, a fase mais longa da mitose. _ Condensação dos cromossomos impede que eles se quebrem ou se embaracem Prometáfase: Nesta fase o invólucro nuclear fragmenta-se e desaparece. Os microtúbulos que aparecem vindos dos centrossomas localizados nos pólos alcançam os cromossomas, agora condensados. Metáfase: nessa etapa, os cromossomos posicionam-se no plano equatorial da célula (placa metafásica) com as cromátides-irmãs ainda unidas pelos centrômeros (CINETÓCORO); é nela que os cromossomos atingem seu grau máximo de condensação. _ Condensação máxima dos cromossomos e seu alinhamento no equador da célula : Em face de a metáfase ser a fase de máxima visibilidade cromossômica, ela é a mais utilizada para a obtenção de fotografias cromossômicas, com as quais são montados os cariótipos, sendo por essa razão que ela é conhecida como a fase do cariótipo. Na metáfase, portanto, os cromossomos exibem uma máxima condensação e se dispõem no “equador” da célula, formando a placa metafásica Anáfase: _ Inicia-se no momento em que o centrômero de cada cromossomo duplicado divide-se longitudinalmente, separando as cromátides- irmãs. Assim que separam, as cromátides passam a ser chamadas de cromossomos- irmãos, e são puxados para os polos opostos da célula, orientados pelas fibras do fuso. Quando os cromossomos-irmãos atingem os polos da célula, termina a anáfase. Assim, cada polo recebe o mesmo material cromossômico, uma vez que cada cromossomo-irmão possui a mesma informação genética. _Movimentação das cromátides-irmãs e sua segregação Telófase: _ É a última fase da mitose. _ Nela ocorre praticamente o inverso do que ocorreu na prófase e início da prometáfase. A carioteca se reorganiza, os cromossomos se descondensam, o cinetócoro e as fibras cinetocóricas desaparecem e o nucléolo se reorganiza (com a descondensação dos cromossomos inicia-se a síntese de RNA e consequentemente o núcleo reaparece). Os dois núcleos adquirem ao final da telófase o mesmo aspecto de um núcleo interfásico. _ Reconstrução dos núcleos e início da citocinese. Citocinese Também conhecida como citodiérese ou plasmodiérese, é o processo que leva à formação de duas células filhas. Ela termina, portanto, quando essas células se separam. A citocinese pode ser de dois tipos: centrípeta e centrífuga. (Célula Vegetal) Na citocinese centrípeta, que ocorre nas células animais, a membrana plasmática se invagina, determinando uma divisão celular de “fora para dentro” (da periferia para o centro), por estrangulamento da célula na região equatorial. A invaginação está associada a um anel de microfilamentos (anel contrátil) formados por actina e miosina, que são proteínas contráteis. A interação entre essas proteínas cria uma força de contração, que leva, progressivamente, à redução do diâmetro do anel, acarretando o estrangulamento da célula. Fuso mitótico ❖ Estruturas de microtúbulos que se encaixam aos cinetócoros, nos centrômeros de cada cromátide-irmã ❖ Permite a separação das cromátides-irmãs durante a anáfase ❖ Nos polos, organiza-se o centrossomo, de onde partem os microtúbulos em direção ao centro ❖ Proteínas motoras controlam a montagem e a função do fuso ❖ O início do ciclo celular estimula a divisão do centrossomo ❖ Para que o fuso complete sua montagem, é necessário que o núcleo seja desintegrado _ O sinal positivo não indica carga, nesse contexto. Ele indica o sentido da polimerização das fibras do fuso. Durante a interfase, em equilíbrio dinâmico, os microtúbulos ficam em constante polimerização, indicada por esse sinal de mais, e em despolimerização, indicada por um sinal de menos. Durante o processo mitótico, para a criação dos fusos, o “saldo” dessa dinâmica precisa ser positivo, por isso o sinal. Obs.: Falhas de disjunção levam a anomalias cromossômicas. _ Não-disjunção é um defeito de segregação de cromossomos homólogos ou cromátides- irmãs, resultando na produção de gametas com mais ou menos cromossomas que a normalidade. Esta alteração é um mecanismo comum, ocorre quando os cromossomos pareados ou cromátides-irmãs não se separam na meiose I, meiose I I ou mitose. _ a divisão que permite a reprodução sexuada • Simbolizada por R! • Processos: • Reprodução sexuada: fusão de dois genomas geneticamente distintos • Envolve, geralmente, indivíduos diploides • Meiose produz células haploides, os gametas. • Os gametas se fundem e formam um zigoto diploide. • 1 ciclo de duplicação dos cromossomos + 2 ciclos de segregação • Meiose I + Meiose I I = a meiose I é reducional e a I I é equacional. • Segregação dos cromossomos homólogos + segregação das cromátides-irmãs Meiose I compreende prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I. ❖ Prófase I: o emparelhamento [sinapse cromossômica] dos cromossomos homólogos (um fornecido pelo pai e outro pela mãe, que convivem nas células diploides) e a troca de pedaços entre cromátides homólogas [“crossing- over” (permutação ou recombinação gênica)], formando cromátides recombinadas ✓ Leptóteno: condensação e pareamento de homólogos; início da recombinação ✓Zigóteno: formação do complexo sinaptotênico ✓ Paquíteno: homólogos em sinapse ao longo do comprimento ✓ Diplóteno: desorganização dos complexo sinaptotênicos; condensação e encurtamento dos cromossomos ✓ Diacinese: homólogos prontos para serem segregados; quiasmas visíveis; transição para a metáfase I ❖ Metáfase I Os cromossomos homólogos pareados (tétrades) dispõem-se na zona equatorial da célula, formando a placa equatorial ou placa metafásica. Os cromossomos atingem sua máxima condensação, e cada componente do par de homólogos se encontra ligado, pelo seu centrômero, às fibras cromossômicas que “emergem” de centríolos opostos. Obs.: Na mitose, os homólogos duplicados não estão pareados na placa metafásica, sendo cada um deles formado por duas cromátides-irmãs, unidas pelo centrômero. Na meiose I, por outro lado, eles se encontram pareados, formando as tétrades ou bivalentes. Além das cromátides- irmãs e homólogas, a figura também evidencia o quiasma, o cinetócoro e as fibras cinetócoricas (fibras cromossômicas). ❖ Anáfase I Na anáfase I, os cromossomos homólogos separam-se e são puxados para polos opostos da célula, sendo guiados pelas fibras do fuso. É importante deixar claro que, na anáfase I, os centrômeros não se separam e as cromátides irmãs permanecem unidas. A separação é observada exclusivamente nos homólogos. ❖ Telófase I Caracteriza-se pela chegada dos homólogos aos polos da célula, graças ao encurtamento das fibras cromossômicas, pela desespiralização (descondensação) dos cromossomos e pela reorganização do nucléolo e da carioteca. Após a reorganização nuclear, ocorre a primeira citocinese [citodiérese ou plasmodiérese (divisão citoplasmática)], fazendo surgir duas células haploides, sendo por essa razão que a meiose I é considerada uma divisão reducional. Não devemos esquecer que, embora o número de cromossomos tenha sido reduzido à metade, cada um deles está duplicado. Assimsendo, as células filhas haploides, ao final da meiose I, possuem duas cópias de cada molécula de DNA. Com a segunda divisão da meiose, essa situação irá se modificar Meiose II É muito semelhante à mitose, sendo, inclusive, uma divisão equacional (ocorre apenas a separação das cromátides) ❖ Prófase II Na prófase II, verificam-se a formação das fibras do fuso, a desorganização do envoltório nuclear, caso ele tenha sido reconstruído, e o desaparecimento do nucléolo. Os cromossomos, os quais ainda estão formados por duas cromátides irmãs, iniciam sua movimentação em direção à placa metafásica. Nessa etapa, os cromossomos voltam a se condensar. Obs: A exemplo da mitose e da meiose I, alguns biólogos consideram o fim da prófase II como sendo uma fase denominada prometáfase II. Nela, os cromossomos duplicados se ligam às fibras do cinetócoro e migram para o “equador” da célula, fenômenos que costumam ser englobados na prófase I I. ❖ Metáfase II Na metáfase II, os cromossomos estão alinhados na placa metafásica e os cinetocoros (complexo formado por proteínas e localizado no centrômero) das cromátides irmãs estão ligados aos microtúbulos dos polos opostos. ❖ Anáfase II Na anáfase II, os centrômeros separam-se, e as cromátides, agora separadas, migram para os polos opostos. As cromátides, a partir desse momento, ficam como cromossomos individuais. ❖ Telófase II Na telófase II, última etapa da meiose, há uma reorganização da célula. O envoltório nuclear e o nucléolo reaparecem, os cromossomos começam a se descondensar e, ao mesmo tempo em que a telófase ocorre, o citoplasma divide-se (citocinese). Nessa etapa, formam- se duas células-filhas para cada célula que iniciou a meiose I I. Obs.: Erros de disjunção são comuns durante a meiose _ Em humanos: 92 cromátides que devem ser distribuídas em 4 células – cada uma com um conjunto completo de 23 _ Erros são mais comuns em mulheres → interrupção da meiose após o diplóteno que persiste por anos _ Falha na separação: não-disjunção. Resulta em aneuploidia (número anormal de cromossomos) e é a principal causa de abortos • Troca de segmentos de informação genética entre dois cromossomos diferentes • Ocorre em regiões onde as sequências são similares (homólogas) • Pareamento de bases complementares entre as duas fitas • Proteína RecA (procariotos) ou Rad51 (eucariotos) • Mantém uma fita simples e uma dupla hélice unidas • Fita simples “invade” a dupla-fita • Gera diversidade genética • Segregação independente dos cromossomos • Recombinação genética ou crossing-over • Proporciona vantagem adaptativa • Auxilia na eliminação de genes deletérios • Prole geneticamente diversa: aumenta a chance de sobrevivência da espécie
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