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( ) Epidemiologia Relevância Urgência médica Altos índices de morbimortalidade (2ª causa de morte) Principal causa de incapacidade do adulto no mundo No Brasil: principal causa da morte e incapacidade Custo para o SUS: média de R$ 6 mil (3 a 5 dias: R$ 640; mais de 30 dias de internação: R$ 32 mil) É um enorme desafio para a saúde pública pois só é possível enxergar os óbitos, mas por traz disso tem as internações múltiplas, infecções de repetição, prejuízo laboral, demência vascular, incapacidade, demência funcional É uma causa importante de incapacidade física (50% de óbito x 50% requerem cuidados) Conceito A apresentação clínica do AVC caracteriza-se pelo início súbito de um déficit neurológico focal de instalação súbita com duração maior do que 24h, com alteração nos exames de imagem. Porém, alguns paciente apresentam progressão gradual dos sintomas ou evolução em “degraus” A lesão cerebral isquêmica ocorre por uma cascata de eventos que se inicia com a falta de suprimento sanguíneo para o tecido cerebral, levando a um déficit de glicose e oxigenação (hipóxia), que culmina na disfunção e subsequente morte celular. A região central do infarto, com mais baixa perfusão, é a que primeiramente sofre necrose tecidual, e ao seu redor encontra-se chamada zona de penumbra isquêmica, que contém tecido cerebral pouco funcionante, mas potencialmente recuperável, a depender do fluxo sanguíneo tecidual, duração da isquêmica e ocorrência de reperfusão tecidual O quadro neurológico pode ser composto por sintomas como: afasia, cefaleia, hemiparesia, disartria, alterações sensitivas, ataxia, hemianopsia e negligência, dependendo do território encefálico acometido. O rebaixamento do nível de consciência costuma estar presente em lesões supratentoriais extensas e também quando há acometimento do tronco encefálico AVC x AIT AVC: possui alteração de exame de imagem e déficit neurológico AIT (ataque isquêmico transitório): ocorrência de sinais ou sintomas neurológicos focais transitórios, sem lesão tecidual detectável, por meio dos modernos métodos de imagem, independentemente do tempo de duração do evento. O déficit neurológico melhora em 24h Score ABCD²: utilizado como preditor de risco de AVC isquêmico, durante os primeiros sete dias após a ocorrência de um AIT; útil para identificar e orientar a conduta clínica nos pacientes com AIT na emergência, se precisam, por exemplo, de investigação emergencial ou monitorização mais intensiva Age ≥ 60 1 ponto Blood pressure (pressão arterial) 1 ponto - PS ≥ 140mmHg 1 ponto - PD≥ 90mmHg 1 ponto Clinical features (sintomas clínicos) - Hemiparesia/ fraqueza unilateral 2 pontos - Distúrbios de linguagem 1 ponto Duration os TIA (Duração do AIT) - ≥ 60min 2 pontos - 10-59min 1 ponto É necessário saber Seguir a escala de Cincinnati: é um protocolo de procedimento padrão pré- hospitalar, a qual é uma escala usada para não médicos É necessário (1/3 sinais anormais é 72% de chance de ser AVC): Alteração na face Anormalidade da fala Queda do braço (pede para o paciente fechar os olhos e o braço cai sem ele perceber) Há dois tipos de paralisia facial: Periférica: Paralisia de Bell (quando há lesão do nervo fácil após a saída do crânio, ou seja, quando é lesionado há paralisa no andar superior e inferior/paciente tem dificuldade para sorrir e fechar o olho) Central: AVC (há uma lesão do homúnculo de Penfield então há uma paresia contralareal, ou seja, se teve uma lesão do lado direito, vai ter uma paralisia do lado esquerdo, porém vai acometer só o região inferior da face, pois a região superior é inervada pelos dois lados (por mais que tenha lesão de um lado, o outro lado consegue inervar mesmo assim: paciente tem desvio de rima mas consegue ocluir o olho) Etiologia x Fatores de risco Modificáveis: hipertensão arterial; tabagismo; sedentarismo; dislipidemia; diabetes; abuso de álcool; obesidade; contraceptivos hormonais Não modificáveis: incidência dobra a cada 10 anos; 1,2 homens e 1 mulher; fatores raciais; hereditariedade Classificação do AVC A classificação do AVC era baseada nas características clínicas que prediziam o tamanho e o local da lesão isquêmica, mas não consideravam etiologia do AVC, porém, notaram que a etiologia do AVC influenciava o prognóstico e que a recorrência era maior em pacientes com AVC cardioembólico (maior mortalidade em um mês) Tanto O AVCI quanto o AVCH podem ser classificados em subtipos que possuem causas, apresentações clínicas, desfechos e tratamentos distintos AVC Isquêmico (AVCI) Ocorre uma diminuição do suprimento sanguíneo e, consequentemente, do aporte de oxigênio e nutrientes para uma determinada área do encéfalo Mecanismo fisiopatológico pode incluir trombose, embolia ou hipoperfusão. Por exemplo: um infarto cerebral é, inicialmente, pálido e, de horas a dias, a substância cinzenta fica congesta com a microvasculatura dilatada, podendo ocorrer hemorragias petequiais. Quando ocorre recirculação para a área infartada, pode acontecer transformação hemorrágica, que pode agravar o edema em razão da quebra da barreira hematoencefálica 80% dos casos AVC Hemorrágico (AVCH) Caracterizado pelo extravasamento de sangue para o interior da cavidade craniana fechada 20% dos casos Nessa classificação o sangue extravasado danifica o encéfalo no local da hemorragia por causa da compressão de estruturas locais (hemorragia intracraniana pode acontecer tanto no parênquima cerebral quanto no espaço subaracnoide). Exemplos de mecanismos fisiopatológicos: oclusão de veias intracranianas, trombose venosa cerebral (ocorre uma dificuldade de retorno venoso, o que leva ao edema, podendo cursas tanto com isquemia quanto com hemorragia intracraniana) A avaliação clínica não é capaz de distinguir entre a injúria isquêmica e a hemorrágica, fazendo-se necessário o uso de exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou a imagem por ressonância magnética (RM) do crânio. Entretanto, a presença de cefaleia importante, vômitos ou rebaixamento do nível de consciência torna mais provável o diagnóstico de AVCH; já a cefaleia súbita (que atinge seu pico máximo de intensidade em cerca de 1 minuto a partir de seu início) é um sintoma característico da hemorragia subaracnóidea (HSA), embora esteja presente também em várias outras enfermidades Tomografias: AVC isquêmico: área cicatricial/de gliose é escura (da mesma tonalidade do líquor) AVC hemorrágico: área fica da mesma cor do sangue/do osso (branca) Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVCI) Doença heterogênea, podendo ser classificado etiologicamente em cinco subtipos (classificação TOAST): Doença aterosclerótica de grandes vasos 15 a 40% Pode acometer as artérias extracranianas (carótidas e vertebrais), assim como as intracranianas (polígono de Willis) Critérios diagnósticos: presença de oclusão ou estenose, com redução do diâmetro vascular superior a 50% causado por aterosclerose O processo que leva à ateromatose nas artérias intracranianas e cervicais é idêntico ao que acontece na aorta e nas artérias coronárias. Apesar de esse processo se iniciar precocemente na infância, geralmente, apenas na vida adulta acontecem suas manifestações clínicas Fatores de risco para aterosclerose: hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, tabagismo As lesões ateroscleróticas se desenvolvem de forma lenta e, normalmente, tornam-se sintomáticas na presença de um processo trombótico associado, que leva à oclusão arterial completa (um trombo, diferente de um êmbolo, não oclui totalmente uma artéria quando se forma explica o perfil temporal da apresentação clínica do AVCI aterotrombótico,muitas vezes cursando com flutuações do quadro clínico até que o déficit máximo seja atingido. Em metade dos pacientes podem acontecer sintomas transitórios precedendo a instalação de déficits – AIT. Por exemplo, nos casos de uma doença aterosclerótica carotídea, a amaurose fugaz (perda de visão momentânea) pode ser um importante sinal de alerta, sendo uma oportunidade para investigar o paciente antes que uma catástrofe neurológica aconteça) Infarto de pequenos vasos 15 a 30% Lesões com diâmetro entre 3 e 14mm, decorrente da oclusão de pequenas artérias e arteríolas perfurantes, originárias das artérias cerebrais médicas, vertebrais, basilares ou demais vasos do Polígono de Willis: A aterosclerose de grandes vasos, levando à trombose local ou à tromboembolia, e a cardioembolia são as principais causas de AVCI Umas das apresentações clínicas clássicas das síndromes lacunares Sem disfunção cortical (pois é AVC pequeno/lacunar, ou seja, não pode ter sintoma de córtex: não pode ter afetada atenção, negligência, afasia, sonolência) História de DM ou HAS TC/RM podem estar normais ou haver lesões <1,5cm na TC é possível ver coisas grandes, mas coisas muito pequenas devem ser vistas na RM É causado pela lipo-hialinólise dos vasos já citados ou por ateromatose na origem destes, sendo a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes melitos (DM) seus principais fatores de risco Como a ateromatose de grandes vasos no ponto de origem dos vasos perfurantes ou a cardioembolia podem ser a causa dessas lesões, faz-se necessária a investigação complementar arterial e cardíaca Cardioembolia 15 a 30% Ocorre por causa da migração de um trombo de origem cardíaca ou de aorta ascendente (principalmente placas de ateroma de aorta >4mm) para circulação cerebral, levando a uma oclusão arterial que cursa com sintomatologia variável, a depender a área acometida Apresentação clínica: início abrupto, embora, por vezes, possa ter flutuações, e a disfunção neurológica, geralmente, tem grau máximo já no início do quadro Pode-se observar acometimento de múltiplos territórios vasculares encefálicos em um mesmo momento Esse tipo de isquemia apresentação maior propensão à ocorrência de transformação hemorrágica Exemplo: pelo fato de o trombo ser muito grande só pode ter vindo do coração (sabe-se que é trombo pois o sangue está dentro do vaso – artéria cerebral média direita; se fosse o hemorrágico, o sangramento estaria dentro do parênquima ) - seta azul Principais fontes de cardioembolia: Outras causas 15 a 30% Categoria que engloba diversas condições que não podem ser incluídas em um grupo homogêneo de doenças Entre as principais causas: vasculopatias não ateroscleróticas, distúrbios hematológicos (como distúrbios de hipercoagubilidade), dissecção arterial, doenças infecciosas ou inflamatórias de vasos intracranianos ou extracranianos, displasia fibromuscular, síndrome de Sneddon, infarto relacionado a enxaqueca ou drogas, entre outras, AVC em jovens (exemplo: hipercoagulobilidade por distúrbio hematológico) Etiologia indeterminada/criptogênico Até 40% Não foi possível determinar uma causa para o AVC com qualquer grau de confiança Investigação incompleta Duas ou mais causas potenciais sem conclusão final Avaliação clínica O AVCI é uma emergência médica com curta janela terapêutica, sendo fundamental a obtenção rápida e objetiva da história clínica realizando-se simultaneamente o diagnóstico diferencial com enfermidades que podem mimetizar essa situação O paciente ou o acompanhante devem ser questionados sobre o tempo de início dos sintomas (considera-se tempo inicial a última vez que o paciente foi visto acordado ou sem déficits), doenças associadas, ocorrência de crises epilépticas (após as crises epilépticas pode ocorrer a paralisia de Todd/paralisia pós-ictal, que apresenta reversão espontânea em até 48h), trauma, gravidez, sinais infecciosos, uso de drogas e medicações em uso Exame físico geral é indispensável: necessário buscar arritmias na ausculta cardíaca, sinais de trauma craniano ou cervical, mordedura de língua (comum em crises convulsivas), ausculta de sopro carotídeo, lesões de pele que possam sugerir moléstias infecciosas, como meningite, além de aferição de sinais vitais Exame neurológico deve ser breve devido a estreita janela terapêutica mas ao mesmo tempo deve ser detalhado para um bom diagnóstico diferencial: localização topográfica do agravo e quantificação do déficit por meio da aplicação da escala do National Institutes of Health (NIH) Métodos para o diagnóstico Características clínicas Exames de imagem encefálica (RM/TC) e cárdica (eco) Doppler de artérias extracranianas, arteriografia Exames laboratoriais (estado pró-trombóticos) Diagnóstico clínico Déficit neurológico focal de instalação súbita Antecedentes e hábitos Antecedentes familiares Exame físico: frequência e ritmo cardíaco, sopros cervicais, fundo de olho Necessidade de imagem: é obrigatória (não é possível classificar em isquêmico ou hemorrágico sem a imagem) 17/02 Fisiopatologia Zona central: necrose isquêmica – lesão neuronal irreversível (neurônios já morreram); é por onde começou a isquemia (primeira imagem abaixo: coloração mais forte) Zona de penumbra isquêmica: neurônios funcionalmente inativos, viáveis por 3-4h (demoram um pouco mais para morrer pois ainda tem algum tipo de irrigação). Caso não trate o paciente rapidamente, a zona de penumbra é transformada em zona de necrose Imagens em sequência diferentes e são comparadas entre si na RM: imagem do meio há restrição da difusão das moléculas de agua (área branca); área com sofrimento (terceira imagem). Faz-se uma subtração das duas imagens e calcula o volume de danos Imagem abaixo: 50min de déficit neurológico não é possível ver nada/ tomografia normal (apenas possível ver sinal neurológico precoce: artéria cerebral média hiperdensa/seta branca imagem de cima). Em 3h é possível observar Ou seja, se o paciente dá entrada com 2h de déficit neurológico a tomografia exclui o sangramento (AVCh) mas não confirma o AVCi. Não se pode dar alta para o paciente pois o diagnóstico é clínico, ou seja, até que se prove ao contrário, o paciente tem AVC (nesses momentos o exame de imagem não vai dar 100% de certeza do diagnóstico). Caso exista a presença de sangue: chamar neurocirurgião pois a conduta é diferente Após 3h: pode haver sinais indiretos. Seta preta: região onde tem menos sulcos e giros do que o outro lado do hemisférico e tomografia normal (começa a sofrer edema). Também é possível ver a perda de diferenciação corticosubcotical pois o cérebro vai edemaciar (seta branca) Após 5h: isquemia está bem delimitada. Toda região virou área isquêmica (não salvou área de penumbra). Porém, não se pode esperar para tratar o paciente (diagnóstico clínico). Pela delimitação e tonalidade do cinza é possível perceber que o AVC tem mais de 4h30. Caso resolvesse tratar, o risco de sangramento seria muito maior, então por isso não trata Exames complementares A avaliação complementar na fase aguda deve incluir hemograma, glicemia, provas de atividade inflamatória, função renal, eletrólitos, coagulograma, enzimas cardíacas, ECG e RX de tórax Hemograma e as provas de atividade inflamatória: detectam quadros infecciosos como meningite ou acesso intracraniano ECG e enzimas cardíacas: ocorrência concomitante de infarto agudo do miocárdio, presença de arritmias Glicemia capilar: identifica distúrbios glicêmicos, os quais podem mimetizar um AVCI Os exames não devem ser aguardados para que seja administradaa terapia trombolítica endovenosa, exceto em caso de dúvida diagnóstica ou ao tratar-se de paciente em uso de anticoagulante, quando o coagulograma definirá se existe contraindicação para sua realização. A grande importância destes exames é no diagnóstico diferencial com outras doenças, na avaliação atual de comorbidades presentes e na investigação etiológica Avaliação por imagem/diagnóstico por imagem Imprescindível para diferenciar entre lesões isquêmicas ou hemorrágicas, podendo-se utilizar a TC sem contraste ou a RM de crânio TC de crânio Método mais amplamente utilizado: maior disponibilidade, menor custo e mais rapidez para realização A maioria dos centros utiliza a TC como método inicial para guiar a terapêutica de AVCI, por isso, é o primeiro exame a ser feito Pode manter-se inalterada por um período de aproximadamente 24h do início dos sintomas, sendo importante nessa situação buscar alguns sinais precoces tomográficos (apagamento dos sulcos corticais, perda de diferenciação, corticossubcortical, perda de diferenciação nos núcleos da base ou hipersensibilidade da artéria cerebral média) – esses sinais precoces não contraindicam a realização da terapia trombolítica RM Maior custo, menor disponibilidade e mais restrições à realização Maior sensibilidade para detectar quadros hiperagudos corticais ou subcorticais (imagens precoces), como também para visualizar lesões no tronco encefálico, AVCI agudo, infartos lacunares Possui maior sensibilidade para as alterações isquêmicas precoces Pode ser avaliado o mismatch radiológico, ao observar-se a discrepância entre o volume de tecido cerebral com hipoperfusão e o volume de tecido com alteração na difusão, estimando a chamada penumbra isquêmica, que corresponde ao tecido recuperável com a terapia de reperfusão – técnica que pode ser considerada para o tratamento do AVCI ao acordar Angiografia digital Método padrão ouro para o estudo da vasculatura cervical e cerebral é importante no esclarecimento etiológico, como também no planejamento da terapia endovascular Apesar de ser padrão-ouro, atualmente são usados métodos menos invasivos como angiotomografia ou angiorresonância. Diante de um AVCI em janela terapêutica para trombólise endovenosa (EV), ou seja, admissão em até 4h30 do início dos sintomas, a realização dessa avaliação vascular pode ser considerada, desde que não atrase a realização da trombólise EV Ultrassom Doppler: Doppler de carótidas e vertebrais e Doppler transcraniano são métodos não invasivos que também permitem a visualização da circulação cervical e cerebral (decisão de qual método usar: disponibilidade dos aparelhos e possíveis contraindicações do paciente) Diagnóstico clínico Déficit neurológico focal de instalação súbita Antecedentes e hábitos Antecedentes familiares Exame físico: FC, sopros cervicais, fundo de olho Necessidade de imagem Diagnóstico laboratorial Primeira coisa a se fazer quando o paciente chega: glicemia (normalmente é capilar) Diagnóstico diferencial Paralisia de Todd após convulsão Paciente pode ter déficit neurológico focal e isso pode ser secundário somente à convulsão (período pós-ictal), ou seja, o paciente pode ter uma hemiparesia depois de uma convulsão (ela pode melhorar em até 1 semana) Não tem indicação de tratamento (espera melhorar), mas se quando o paciente chefa há dúvidas pode-se tratar (não vai causar danos para ele se tratar e não for AVC) Hipoglicemia e hiperglicemia: podem se apresentar como déficit neurológico focal (não é comum), então o paciente chega hemiparético Tumor ou metástase cerebral com hemorragia Hematoma subdural: necessário de operação após TC (exemplo: paciente cai e bate a cabeça, formando um coágulo) Encefalite Enxaqueca com sinais focais: (paciente com enxaqueca: aura) Intoxicação exógena Encefalopatia hipertensiva: se o paciente chegar com pressão muito alta (ex: 240x120mmHg) é necessário primeiro controlar a pressão. Se conseguir controlar, o paciente melhora se for encefalopatia hipertensiva; caso não seja possível controlar ele deve entrar no protocolo de AVC para prosseguir o tratamento Esclerose múltipla com apresentação em surtos Outras encefalopatias metabólicas (urêmica, hepática) Tratamento específico AVCi Dois tipos de tratamentos específicos: 1ª coisa decidir se vai usar “desentupidor líquido” ou “desentupidor mecânico” Nome do tratamento: trombólise intravenosa (medicação alteplase/Actilyse/rTPA). Critérios de inclusão de rTPA: Paciente é tratado quando se apresenta no hospital até 4h30 do início dos sintomas 4h30: iniciar trombólise intravenosa rtPA 0,9mg/kg: 10% em 1 minuto e o restante em 59min Não realizar sondagem vesical, enteral, punção arterial ou cateterização venosa profunda nas 24h (ou seja, nenhum procedimento invasivo) Não prescrever anti-agregantes (AAS, clopidogrel) ou profilaxia (heparina) de TVP (trombose venosa profunda) nas 24h (deixa o paciente sem nada). Se for necessário sondagem vesical de demora (SDV), realizar após 30min (o máximo de tempo possível para evitar o sangramento) TC de controle em 24h antes de iniciar antiagregantes (avaliar se teve sangramento pois é comum AVC isquêmico evoluir para AVCh) O braço escolhido geralmente é o que não está parético, mas como são necessários dois acessos, tem que fazer (faz o trombolítico no braço que não está par ético pois esse tem alto risco de trombose) Manter PAS <185 e PAD <110, T<37,5ºC e glicemia <180mg/dL Monitorar PA: A cada 15min por 2h A cada 30min nas 4h A cada 1h nas 18h restantes NIHSS (escala de avaliação do AVC): na admissão, antes de infundir droga, durante e após. Após 6-6h nas 24h e diário. A tendência é ir diminuindo (é usado para quantificar a melhora); mas se tiver piora (de mais de 4 pontos no score) é necessário retomografar Complicações 6% apresentam sangramentos Sangramento depende: Dose utilizada (é fixa) Tempo de início do tratamento (não tratar se não tiver certeza do início dos sintomas pois quanto mais tempo de isquemia, maior o risco de sangramento) Níveis elevados de PA (é necessário abaixar pois com ela alta há risco de sangramento) Gravidade do déficit neurológico Hiperglicemia (necessário diminuir) >80 anos, TC com isquemia grande/muito definida pois não se sabe se é antiga ou nova. Pode escolher não tratar se tiver mais de 1/3 da a. cerebral média esquemiada Caso o paciente fique sonolento e com alteração na consciência: suspender rtPA (trombolítico), TC de controle, NCR, crioprecipitado e plaquetas Análise da imagem abaixo: Transformação petequial tipo 1 (Ecass 1): petéquias (pequenos sangramentos); sangramento discreto que é benigno, muitas vezes nem é suspendido AAS pois esse sangramento desaparece em poucas horas Transformação petequial tipo 2 (Ecass 2): sangramento maior que do Ecass 1. São petéquias mais coalescentes. Indicado começar AAS no outro dia Hematoma tipo 1 (Ecass 3): hematoma maior, que pode ocorrer pós-trombólise Hematoma tipo 2 (Ecass 4): hematoma com ameaça à vida pois há desvio de linha média. Ou está indo para cirurgia ou em morte encefálica 0-6h: trombólise mecânica Coágulos grandes e proximais Critérios de exclusão para rtPA venoso 4,5-6h de evolução Terapêutica de resgate pós rtPA venoso Também faz parte do tratamento específico do AVCi Corticosteroides: contraindicação para AVCi Antiagregação: AAS 100-300mg/dia Anticoagulação Dissecção arterial cerebral com embolia arterio-arterial Trombose venosa cerebral (TVC) Escore CHADS2 FA, IAM com trombo em VE, doença vascular Anticonvulsivantes: conduta antiga do AVCh através de antiepiléticos. Hojeem dia não se inicia a não ser que o paciente tenha mais de uma crise HIC: 2-5, hemicraniectomia descompressiva nas primeiras 24-48h (única indicação cirúrgica para AVCi). Trata-se da retirada de metade da calota craniana Imagem abaixo: considerado AVC maligno (muito grande e pode levar ao óbito em poucas horas). A: TC ainda com a calota criniana, onde é possível ver os ventrículos comprimidos; já em B, depois da cirurgia, os ventrículos estão aliviados, aliviando também a hipertensão intracraniana Tratamento de fase aguda Abordagem inicial: Avaliação, manejo das funções primordiais (ABC: airway, breathing, circulation) Adequada oxigenação cerebral para vitalidade da região de penumbra isquêmica (algo principal da terapia aguda) – importante garantir a proteção de vias aéreas realizando a intubação orotaqueal, caso exista rebaixamento importante do nível de consciência ou lesões do tronco encefálico que comprometam essa função protetora O local preferencial para manejo desses pacientes são as unidades de AVC, onde o tratamento especializado leva a uma redução da mortalidade Não é indicado o uso de drogas antiepilépticas profiláticas, sendo recomendado seu uso somente caso ocorram crises epilépticas Profilaxia trombose venosa profunda: pode ser iniciada desde a admissão naqueles com mobilidade reduzida e, caso indicada a trombólise endovenosa, seu uso somente pode ser iniciado após 24h da administração do trombolítico endovenoso Controle glicêmico Hiperglicemia ocorre em mais da metade dos pacientes na fase inicial da isquemia – relação com maior mortalidade Correção da hiperglicemia com insulinoterapia, caso os níveis glicêmicos estejam superiores a 180 mg/dL Hipoglicemia pode mimetizar o quadro clínico do AVC, devendo ser corrigida imediatamente, quando presente com a administração de glicose EV Controle da temperatura A presença de febre na fase aguda do AVCI pode ser secundaria à causa da isquemia, como endocardite infecciosa, ou ser decorrente de complicações como pneumonia aspirativa A presença da febre correlaciona-se com um pior desfecho funcional, provavelmente em decorrência do aumento da demanda metabólica cerebral e na produção de radicais libres, Tratamento com uso de antipirético – caso a temperatura corporal seja superior a 37,8°C Hipotermia não está indicada na rotina do tratamento do AVCI Manejo pressórico É comum a presença de níveis pressóricos elevados, provavelmente decorrente de compensação fisiológica da isquemia cerebral ou aumento reativo da pressão arterial média (PAM), secundária à elevação progressiva da pressão intracraniana Hipotensão arterial é incomum na fase aguda, sendo geralmente decorrente de sepse, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva ou hipovolemia – tratamento com objetivo de manter uma PAM superior a 90mmHg, com expansão volêmica com solução salina isotônica e, se necessário, utilização de drogas vasoativas Hipertensão extrema e hipotensão são correlacionadas com pior prognóstico Tratamento da hipertensão: caso os níveis estejam superiores a 220 x 120mmHg – medicações endovenosas, objetivando uma redução de 15 a 25% do nível pressórico inicial nas primeiras 24h (nesse período não se deve utilizar anti-hipertensivo VO) Pacientes candidatos à terapia trombolítica: níveis pressóricos devem ser mantidos abaixo de 185 x 110mmHg durante as primeiras 24h Trombólise endovenosa (tratamento específico do AVCI) Tratamento com o uso do ativador de plasminogênio tecidual humano recombinante (rt- PA) na trombólise endovenosa - medicamento Actilyse A terapia trombolítica tem por objetivo a restauração do fluxo sanguíneo cerebral para a zona isquêmica Tratamento de escolha para pacientes admitidos dentro do período de 4h30 do início dos sintomas – dentro da janela terapêutica, aqueles que recebem mais precocemente o tratamento tem melhor desfecho funcional, de forma que a terapia deve ser iniciada o mais rápido possível (se passar das 5h não pode ser feito; na dúvida também não deve ser feito: mandar o paciente para a UTI e avisar o especialista) Principal complicação da trombólise: hemorragia intracraniana, que ocorre em torno de 6% dos pacientes tratados com rt-PA endovenosa. O melhor método para prevenir sua ocorrência é a seleção criteriosa de paciente de acordo com seus critérios de elegibilidade O doppler transcraniano pode ser utilizado durante a infusão do rt-PA com o objetivo de aumentar a chance de recanalização e para monitorar os efeitos da terapia trombolítica Critérios de elegibilidade para trombólise endovenosa AVC isquêmico em qualquer território encefálico Possibilidade de se iniciar a infusão do rt-PA dentro de 4h30 do início dos sintomas (para isso, o horário do início dos sintomas deve ser precisamente estabelecido. Caso os sintomas foram observados ao acordar, deve-se considerar o último horário no qual o paciente foi observado normal) Tomografia computadorizada (TC) do crânio ou Ressonância Magnética (RM) sem evidencia de hemorragia Idade superior a 18 anos Critérios de exclusão para uso de rTPA: Terapia endovascular Terapia de escolha para os pacientes com AVCI admitidos na janela terapêutica de 4h30 Não deve ser utilizada para substituir ou adiar a terapia endovenosa, mesmo em lesões de grandes vasos como artéria basilar ou tronco da artéria cerebral média Pode ser indicada para os pacientes que não preenchem os critérios de elegibilidade, se estiverem fora desta janela terapêutica ou se não apresentarem melhora após o rt-PA EV Esta terapia pode ser realizada pela utilização de dispositivos (trombectomia mecânica), pelo uso do rt-PA intra-arterial ou pela combinação desses dois métodos Janela terapêutica para este método: 6h para a trombólise com rt-PA intra-arterial e 8h para a trombectomia mecânica Limitação: disponibilidade deste método de mais alta complexidade é restrita a grandes centros terciários Craniectomia descompressiva AVCI com acometimento extenso da artéria cerebral média (ACM), ou seja, mais de 50% do território da ACM na TC ou 145 cm³ na RM associados a rebaixamento do nível de consciência ao exame neurológico, é uma condição extremamente grave com mortalidade de cerca de 80%, denominada “infarto maligno da artéria cerebral média” – Pode ser realizada a cirurgia de craniectomia descompressiva Cirurgia bastante ampla (pelo menos 12cm) e associada à duroplastia, com o objetivo de reduzir a mortalidade e proporcionar um melhor desfecho funcional Critérios de inclusão: período de até 48h pós início dos sintomas, idade entre 18 e 60 anos, pontuação na escala de AVC do NIH maior que 15 e rebaixamento do nível de consciência Cranioplastia com colocação do flap ósseo removido ou prótese deve ser realizada no período entre 6 semanas e 6 meses, após a cirurgia descompressiva Terapia com antiagregantes plaquetários e anticoagulação na fase aguda A terapia antiplaquetária em monoterapia deve ser iniciada nas primeiras 48h do evento isquêmico Pode ser utilizado ácido acetilsalicílico na dose de 75 a 325mg/dia ou clopidogrel na dose de 75mg/dia. A terapia combinada pode ser utilizada no AVCI decorrente de estenose intracraniana, mas somente pelo período de 3 meses, devendo-se em seguida retornar à monoterapia com uma das medicações Sua utilização implica em menor risco de recorrência de eventos vasculares e melhor prognóstico Uso de anticoagulação em dose plana não é indicado de forma geral na fase aguda do AVCI, em virtude de ocasionar uma maior taxa de transformação hemorrágica da isquemia (pode ser usada na trombose venosa e na dissecção arterial de vasos cervicais) Suporte clínico e neurológico naEmergência Dois acessos venosos com soluções salinas: trombolítico necessita entrar no organismo sozinho em um acesso, não pode misturar com outra medicação, então é necessário fazer dois acessos (exemplo: analgesia, bomba de infusão) Avaliar critérios de exclusão para terapia trombolítica (medicamentos, hora de início) Monitorização contínua nas primeiras 48h: feita em UTI Sat O2 ≥94% (não é necessário colocar cateter como é necessário no IAM, só se tiver queda de saturação, abaixo de 94%) Hipertensão permissiva (hipertensão é sinal bom depois do AVC): PAS 180 e PAD 100/105 (quanto mais baixar a pressão do paciente menor será a penumba; enquanto está hipertenso é possível manter colaterais para o tecido não entrar em sofrimento. Se o paciente não for trombolisado depende da hipertensão permissiva: se não trombolisou tem que certificar de que a área de isquemia é a menor possivel). Não se pode baixar a pressão do paciente se AVCi (só se ficar acima de 180x105mmHg) Controle glicêmico (corrigir ≥200mg/dL e evitar hipoglicemia) Evitar hipertermia (≥37,5°C) pois é catastrófica para os neurônios Se trombólise evitar PAS > 185 e PAD > 110 Se necessário usar DVA e reposição volêmica Evitar hipertermia (>=37,5°C) Medicações antipiréticas Cobertores térmicos Antibióticos adequados Controle glicêmico (corrigir >= 200mg/dL e evitar hipoglicemia) Alimentação: avaliar deglutição Trombolíticos para IAM x AVC IAM: é necessário tratar 33 pacientes com IAM para evitar 1 morte AVC: A cada 2 pacientes com AVC tratados dentro da primeira hora é possível evitar 1 morte/incapacidade A cada 7 pacientes com AVC tratados dentro das primeiras 3 horas é possível evitar 1 morte/incapacidade A cada 14 pacientes com AVC tratados entre 3 e 4h30 horas é possível evita 1 morte/incapacidade
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