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Nome: Gabriel Silva Andrade
R.A. : 22100141
Turma: A
Texto: BONAVIDES, Paulo. “8 - Legalidade e legitimidade do poder político”, em Ciência Política. 10ª edição. São Paulo: Malheiros, 2000
	A legalidade faz referência àquilo que é lei, e o que é lei faz referência àquilo que está no campo do Direito.  Segundo o autor Paulo Bonavides, a legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a observância das leis, ou seja, o Estado deverá sempre atuar de conformidade com as regras jurídicas vigentes. (BONAVIDES, 2000, p. 1)
	A legalidade surgiu como uma garantia aos governados tendo a lei como sua forma de expressão. O princípio da legalidade é citado na constituição brasileira no artigo 5, inciso II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei;
	É mais fácil entender o conceito de legitimidade através de um exemplo: um deputado federal vai apresentar um projeto de lei em plenário, e em seguida ocorre um debate que vai legitimar ou não essa lei, ou seja, dar aceitação aà ela ou não. Porém, essa aceitação não é necessariamente eterna. No código civil brasileiro de 1916 existia um dispositivo contra o divórcio, caso a mulher não fosse virgem, o noivo poderia pedir a anulação do casamento em até 10 dias. Essa lei permaneceu no código civil até 2003, porém já não era legitimada pela sociedade. Logo, legitimidade é aquilo que é visto como algo correto pela maioria naquele momento.
	O princípio da legalidade nasceu do anseio de estabelecer na sociedade humana regras permanentes e válidas, que fossem obras da razão, e pudessem abrigar os indivíduos de uma conduta arbitrária e imprevisível da parte dos governantes. Isso era necessário para que o povo conseguisse confiar nos governantes e deixar para trás o medo que tinham do poder absolutista, trazendo assim, como queria Montesquieu, a liberdade. Segundo o princípio da legalidade, não há nada acima da lei (nem mesmo um rei está acima dela), e o princípio visa substituir o governo dos homens pelo governo das leis. (Ibidem, pp. 2-3)
	O autor faz uma abordagem histórica, partindo da relação entre legalidade e legitimidade, cuja diferença foi ignorada pela antiguidade romana e pelo direito canônico. A cisão entre os termos veio após a Revolução Francesa, com a divisão entre os liberais (sustentavam a legalidade da monarquia constitucional) e os conservadores (questionavam a legitimidade da monarquia constitucional). Durante o nacional-socialismo a crise chega ao seu auge. Onde temos concretizado um exemplo de um partido político, cujos chefes, sem quebra da legalidade, tomaram o poder e se serviram do modo que se nos afigura mais ominoso em toda a história humana, e cuja legitimidade parecia irrepreensível. (Ibidem, pp. 4-5)
	Quanto ao ponto de vista filosófico, a legitimidade está ligada às crenças pessoais e ideologias da sociedade, ela não responde aos fatos e à ordem estabelecida (o que seria âmbito da legalidade). No dia a dia, ao se indagar porque uns mandam e outros obedecem, estamos levantando proposições de cunho filosófico pertinentes à legitimidade do poder no seu aspecto social. (Ibidem, pp. 6-7)
	Segundo Duverger, o povo sempre adere, em determinada época, à uma teoria dominante do poder. Logo o governo erguido com base nessa doutrina é visto como legítimo. Exemplo disso foi Hitler, que virou Führer legitimamente, representando a revolta do povo alemão, que se sentia injustiçado com o Tratado de Versalhes. (Ibidem, p. 8) 
	Do ponto de vista sociológico, Max Weber cita 3 formas de manifestação da legitimidade: carismática, tradicional e legal. A carismática assenta sobre as crenças tidas em profetas, heróis guerreiros, ou demagogos. O poder carismático está totalmente ligado à lealdade dos seguidores com seus profetas, e apresenta em suas formas mais puras o caráter autoritário e imperativo. A tradicional é baseada no ordenamento e na obediência, sendo sua forma mais pura o patriarcalismo, onde quem manda é o senhor e quem obedece é o súdito. Já na legal, temos o poder fundado no estatuto, e sua forma mais pura é a autoridade burocrática. A obediência se presta não à pessoa, mas à regra. (Ibidem, pp. 9-10)
Segundo Carl Schmitt, a posse do poder legal em termos de legitimidade requer sempre uma presunção de juridicidade, de exequibilidade, e obediência condicional e de preenchimento de cláusulas gerais. Já segundo Hauriou, “o princípio de legitimidade não é em si outra coisa senão o princípio da transmissão do poder conforme a lei”. (Ibidem, p. 10)
A legitimidade abrange por último duas categorias de problemas distintos. A primeira se relaciona com a necessidade e a finalidade mesma do poder político que se exerce na sociedade através de uma obediência consentida e espontânea, e se complica quando a questão versada entra a ser a do exercício legítimo do poder. Atualmente essa legitimidade se encontra na democracia, na relação entre os governados e o governante. (Ibidem, p. 12)
O segundo problema é o de saber se todo governo é legal e legítimo ao mesmo tempo. Um governo pode ser ilegal mas legitimo, desde que seja abraçado pelo sentimento nacional de aprovação ao exercicio do seu poder. Mas também pode ser legal e ilegítimo, como ocorreu na França no governo de Pétain, que governou em desencontro com os sentimentos e esperanças do povo francês. (Ibidem, p. 13)

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