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Papilomatose Bovina

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@marina.junqueiraa 
 
 
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Papilomatose Bovina 
 
 
A Papilomatose é uma doença causada por um vírus pertencente a família Papovaviridae, 
gênero Papillomavírus. Caracteriza-se pela formação de papilomas que se assemelham a tumores 
na pele e mucosa dos bovinos. Nestes, a doença acomete principalmente animais jovens, mas 
todas as idades podem ser afetadas. A doença acomete também outras espécies de animais 
domésticos como: caprinos, ovinos, equinos e cães. 
Os papilomas (verrugas) são espécies de tumores, na maioria das vezes circulares que 
ocorrem principalmente na epiderme (camada mais externa da pele). São tumores benignos, de 
tamanhos, cores e formatos variados. Além disso, os tumores apresentam superfícies 
pontiagudas, lisas, ásperas ou rugosas, chegando a assemelhar-se ao aspecto de uma couve-flor. 
 
 
 
 
 
Estão localizadas com maior frequência na cabeça, ao redor dos olhos, pescoço, barbela, 
úberes, tetos e pênis. Além do aspecto desagradável aos olhos, os papilomas são incômodos para 
os animais, provocando estresse e, consequentemente queda na produção de carne e leite, 
predispondo a ocorrência de infecções bacterianas secundárias e miíases (bicheiras), danificando o 
couro dos animais acometidos. 
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As lesões causadas pelo vírus distinguem-se tanto na forma, quanto na localização, com 
predileção para algumas áreas nos bovinos. Segundo a localização, são distinguidas em três formas 
distintas mais frequentes, sendo elas: 
 
• Papilomatose cutânea fungiforme: endêmica, 
observada mais frequentemente em bezerros ou 
bovinos mais jovens, acometendo, 
preferencialmente, a região da cabeça, pescoço e 
barbela. Este tipo de papiloma é facilmente 
arrancado, provocando sangramento no local. 
 
• Papilomatose filiforme: espalhada pelo corpo do 
animal, sendo que as regiões de perna e abdômen, 
incluindo o úbere, são as áreas mais afetadas. Este 
tipo de papiloma é de difícil retirada cirúrgica, e é 
mais frequente a observação em animais adultos. 
 
 
 
• Papilomatose plana: acomete o úbere, podendo ser 
retirada com certa facilidade, sendo observada em 
animais adultos. 
Ainda temos casos isolados da forma genital que 
afeta os bovinos jovens e da visceral (rara), esporádica, 
acometendo a região da faringe, esôfago, pré-estômagos 
e bexiga urinária. 
 
✓ Prevalência e disseminação: 
A doença ocorre em todos os países de pecuária de leite ou de corte, apresentando maior 
frequência nos de climas mais quentes. No Brasil, sua ocorrência é comum em todo o país, 
especialmente em determinadas regiões como: Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio 
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de Janeiro, Paraná e Rondônia, onde foi verificado alta incidência da doença, principalmente nos 
últimos anos. 
Os fatores responsáveis por este aumento ainda não foram confirmados, mas acredita-se 
que o comércio de bovinos, tanto de leite quanto de carne, aumentou muito no período, e pode 
ter contribuído para a disseminação da doença. 
A papilomatose é de fácil disseminação, sendo transmitida do contato direto de animais 
sadios com infectados, principalmente quando o animal apresenta ferimentos ou lesões na pele. 
Também pode ser transmitido pelo contato indireto com instalações, cercas, troncos, baias, 
moirões; com agulhas e seringas contaminadas; instrumentos de descorna ou castração 
contaminados; teteiras de ordenhadeira mecânica ou mãos dos ordenhadores, quando os 
papilomas localizam-se no úbere e tetos, e durante o coito, quando se localizam nos órgãos 
genitais. 
 
É BOM SABER! 
Picadas de carrapatos ou de outros insetos hematófagos contribuem para que os bovinos 
sejam afetados pela papilomatose. 
 
✓ Controle e prevenção: 
A melhor forma de se evitar a entrada da doença no rebanho é não comprar animais com 
papilomas, pois uma vez instalada no rebanho, o foco de contaminação dificilmente o deixará. 
Porém, a primeira providência a ser tomada, quando detectada a presença de algum animal com 
papilomas é separá-lo do restante do rebanho e combater a doença deste animal. Além disso, 
deve-se controlar carrapatos e moscas que se alimentam de sangue dos bovinos e sempre 
manejar os animais doentes por último. 
Como prevenção, a melhor solução está na intensificação dos controles gerais da 
propriedade. Animais que se coçam no mesmo cocho ou deitam na mesma cama, hábitos comuns 
entre os animais representam algumas das situações mais propícias para a disseminação. É por 
isso que as regiões de maior incidência situam-se no pescoço, barbelas, cabeça, tronco, tetos e 
pênis, pois quanto maior o contato com o foco de infecção, mais o vírus terá condições de se 
espalhar-se. 
 
 @marina.junqueiraa 
 
 
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✓ Tratamento: 
Por se tratar de uma virose, não existe antiviral ou receita milagrosa para o tratamento dos 
animais contaminados. A mutação do vírus causadores da doença não permite o desenvolvimento 
de um medicamento capaz de resolver todos os tipos de verrugas. 
Normalmente, recomenda-se a remoção dos tumores, que é traumática, e o uso de vacinas 
autógenas, isto é, preparadas com tecidos dos papilomas do próprio rebanho que receberá a 
vacina. Porém, em ambos os casos, os resultados apresentam inúmeras variações, mesmo quando 
realizados em animais de um mesmo rebanho. 
A remoção cirúrgica muitas vezes é empregada, entretanto, sendo um processo traumático, 
só deverá ser realizado em animais que possuam pequena quantidade de papilomas. 
A autocura, isto é, a regressão espontânea da doença, poderá ocorrer com determinados 
tipos de papiloma, quando o animal apresenta seu sistema de defesa reagindo bem, ou seja, 
quando recebe bom manejo, é criado em ambientes não estressantes e recebe uma boa 
alimentação.

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