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PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO SEMINÁRIO 3 Definição: Capacidade de realizar funções cada vez mais complexas, aquisições de competências e refinamento de habilidades que promoverão autonomia. Mudanças são sistemáticas – ordenadas, padronizadas e relativamente permanentes. Domínios: Divisão didática e irreal Físico - crescimento do corpo e do cérebro, capacidades sensoriais, habilidades motoras e saúde Cognitivo - aprendizagem, atenção, memória, linguagem, pensamento, raciocínio e criatividade Psicossocial - emoções, personalidade e relações sociais Visão cronológica: Período pré-natal - concepção ao nascimento Primeira infância - primeiros 2-3 anos Pré-escolar / segunda infância - 3 a 6 anos Meninice / terceira infância - 6 a 12 anos (início da puberdade) Adolescência - 12 a 20 anos (ou independência dos pais) Adulto jovem - 20 a 40 anos Meia-idade - 40 a 65 anos Velhice - a partir de 65 anos. Características: Processo contínuo e cumulativo “ a única constante é a mudança” Processo holístico – a divisão em domínios é um pouco equivocada Mudanças em um aspecto do desenvolvimento tem importantes implicações nos outros aspectos! Influências importantes de um domínio em outro domínio. Plasticidade – capacidade de mudança em resposta a experiências positivas ou negativas Detecção do atraso de desenvolvimento (problema) x tratamento Criança muito reativa → o meio que ela convive influência. Contexto histórico e cultural Controvérsias: Natureza x educação Debate sobre importância das predisposições biológicas e as influências do ambiente “a criança é produto do meio” – ideário Machadiano Atividade x passividade Debate sobre se as crianças contribuem ativamente para o próprio desenvolvimento ou se são recipientes vazios influenciados pelo ambiente (tábua rosa) Continuidade x descontinuidade PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO SEMINÁRIO 3 Principais teorias Psicanalítica: se concentra nas emoções e nos impulsos inconscientes; Aprendizagem: estuda o comportamento observável; Cognitiva: analisa os processos do pensamento; Contextual: enfatiza o impacto do contexto histórico, social e cultural; Evolucionista/sociobiologia, que considera as bases evolucionistas e biológicas do comportamento. Teoria psicanalítica: A maturação do instinto sexual fundamenta as fases do desenvolvimento da personalidade e a maneira com a qual os pais lidam as posições instintivas das crianças determinam os traços no decorrer do desenvolvimento. Freud (1856-1939) acreditava que as pessoas nascem com impulsos biológicos que devem ser redirecionados para tornar possível a vida em sociedade. Id x Ego x Superego Mente: Consciente x inconsciente Sexualidade infantil: pulsões instintivas Fase oral (até 1 ano) → colocar tudo na boca Fase anal (1 a 3 anos) → controles de esfíncter Fálica (3 a 6 anos) Latência (6 a 11 anos) Genital (12 anos em diante) Contribuições e críticas: Freud mostrou a: Importância do inconsciente; O papel das experiências infantis; epigenética Gene: fenótipo + genótipo (Ex: menina com traumas, na gravidez, produz menos ocitocina). A ambivalência das respostas emocionais; O papel das representações mentais do eu e dos outros no estabelecimento das relações íntimas; e O curso do desenvolvimento normal partindo de um estado imaturo e dependente para um estado maduro e independente. Não há evidências que os conflitos descritos predizem a personalidade adulta. Alguns conceitos não podem ser testados (id/ego/superego), outros tornaram-se obsoletos (Complexo de Édipo). Sua ênfase na influência dos impulsos sexuais e nas primeiras experiências não levou em conta influências posteriores sobre a personalidade. Erikson – Teoria psicanalíticas: Erik Erikson (1902-1994), psicanalista alemão, modificou e ampliou a teoria freudiana As crianças são exploradores ativos e curiosos que buscam adaptar-se a seu ambiente Erikson dá menor ênfase às pulsões sexuais e enfatiza as influências culturais (da sociedade) Enquanto Freud sustentava que as primeiras experiências na infância moldavam permanentemente a personalidade, Erikson afirmava que o desenvolvimento do ego se estende por toda a vida Estágios psicossociais: Confiança X desconfiança (até um ano) - virtude esperança O bebê desenvolve o senso de perceber se o mundo é um lugar bom e seguro Precisa desenvolver um equilíbrio entre confiança (que lhe permite formar relacionamentos íntimos) e desconfiança (que lhe permite proteger-se) Virtude: esperança (crença de que poderá satisfazer suas necessidades e desejos. Autonomia X vergonha e dúvida (1 a 3anos) - virtude vontade A criança desenvolve um equilíbrio de independência e auto-suficiência em relação à vergonha e à dúvida; marcado pela passagem do controle externo para o autocontrole. Iniciativa X culpa (3a 6 anos) - virtude propósito A criança desenvolve a iniciativa quando experimenta novas atividades e não é dominada pela culpa. Virtude: propósito (a coragem de imaginar e buscar metas sem serem indevidamente inibidas pela culpa ou pelo medo da punição) Produtividade X inferioridade (6 a 12 anos) - virtude habilidade A criança deve aprender as habilidades da cultura ou enfrentar sentimentos de incompetência. Virtude: habilidade/competência - visão de si mesmo como capaz d\e dominar certas habilidades e realizar tarefas Identidade X confusão de papéis (12 a 20 anos) - virtude fidelidade Ainda: intimidade X isolamento, generatividade X estagnação e integridade do ego X desesperança Contribuições e críticas: Erikson discute muitos dos conflitos sociais e dilemas pessoais que podem ser lembrados pelas pessoas. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO SEMINÁRIO 3 A teoria é vaga no que se refere às causas do desenvolvimento. Assim: Que tipos de experiências as pessoas devem enfrentar e resolver nas diferentes crises? Como a resolução de um estágio influencia na personalidade e em estágio posterior? Teorias da aprendizagem: As mudanças no comportamento resultam da experiência ou da adaptação ao ambiente. John Watson (1878-1958) - primeiro teórico da aprendizagem social. Criou o Behaviorismo (tábula rasa) As conclusões sobre o desenvolvimento humano devem-se basear em observações controladas em vez de especulações sobre motivos inconscientes ou fenômenos não observáveis. Watson via as crianças como tábula rasa, o que elas se tornarão depende inteiramente do ambiente e da maneira em que são tratadas Behaviorismo: Skinner (1904-1990) formulou os princípios do condicionamento operante - o indivíduo aprende com as consequências de sua “operação” sobre o ambiente Um organismo tenderá a repetir uma resposta que foi reforçada por consequências desejáveis e suprimirá uma resposta que foi punida – não há valor moral Reforço - consequência que aumenta a probabilidade de o comportamento acontecer novamente Punição - consequência que diminui a probabilidade de o comportamento acontecer novamente Teoria Sociocognitiva: Albert Bandura (1925-) enfatizou os aspectos cognitivos da aprendizagem social. O ser humano é capaz de processar informações ativamente e tende a pensar sobre as relações entre seu próprio comportamento e suas consequências - é mais influenciado pelo que acredita que vai acontecer do que pelos eventos que experimenta – crenças Aprendizagem social - pessoa aprende o comportamento social principalmente observando e imitando modelos (modelamento) Contribuições e crítica: As teorias da aprendizagemcontribuíram substancialmente para o conhecimento de muitos aspectos do desenvolvimento humano São bastante precisas e testáveis Levou à importantes descobertas clínicas e aplicações práticas Muitos autores vêem a abordagem da aprendizagem como perspectiva simplista do desenvolvimento Alguns críticos sustentam que os teóricos da aprendizagem dedicam pouca atenção às influências cognitivas do desenvolvimento Teoria Cognitiva: Jean Piaget (1896-1980) era biólogo e filósofo por formação, nossa compreensão de como as crianças pensam se deve muito ao seu trabalho As crianças constroem ativamente novos entendimentos do mundo baseadas nas próprias experiências Estágios de desenvolvimento: sensório-motor (até 2 anos), pré-operacional (2 a 7 anos), operacional concreto (7 aos 11-12 anos) e operações formais (11-12 anos em diante) Contribuições e críticas de Piaget: Foi um inovador, ousou estudar um conceito não observável - a cognição Grande impacto na educação. Muitas das suas ideias foram questionadas - subestimou as capacidades intelectuais dos bebês, pré- escolares e crianças - demonstraram maior capacidade na resolução de problemas se lhes forem apresentadas tarefas simples e mais familiares. Acreditava que se uma criança não tivesse chegado em um nível de desenvolvimento, ela não aprendia mais do que isso. O desempenho nas tarefas pode melhorar consideravelmente por meio de programas de treinamento. Outras teorias: Teoria sociocultural: Vygotsky via o crescimento cognitivo como um processo colaborativo. As pessoas aprendem por meio da interação social. Atividades compartilhadas ajudam a criança a internalizar os modos de pensar da sociedade, cujos hábitos passam a ser os seus Processamento de informação - procura explicar o desenvolvimento cognitivo analisando o processo A (atecedente) B (behavior -> comportamento) C (consequência) PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO SEMINÁRIO 3 envolvido na compreensão da informação recebida e no desempenho eficaz de tarefas: processos como atenção, memória, estratégias de planejamento, tomadas de decisão e estabelecimento de metas Primeira Infância: Fase marcada principalmente pelo desenvolvimento sensório- motor Direção da mielinização: vai do lobo occipital ao lobo pré-frontal Necessário maturação neurológica e estabelecimento de relações afetivas satisfatórias Ao nascimento o RN prefere a voz feminina e preferência inata por rostos do que objetos. Olfato e paladar também parecem estar desenvolvidos desde o nascimento Nos primeiros dois meses têm-se fixação de rotinas alimentares e ciclo sono-vigília Não há rotina até 3 meses. Pesquisadores descrevem quatro padrões de apego: seguro, evitativo, ambivalente (resistente) e desorganizado-desorientado. Os padrões de apego podem depender do temperamento do bebê, bem como da qualidade da educação dos filhos, e podem apresentar implicações de longo prazo para o desenvolvimento Desenvolvimento emocional é ordenado, emoções complexas parecem desenvolver-se de emoções anteriores mais simples. Por volta de 2 meses - sorriso social À medida que adquiri maior mobilidade aumenta sua autonomia e os riscos de acidente Permanência do objeto - entre 6 e 12 meses Ele entende que quando objeto sai do campo visual dele, o objeto permanece existindo (brincadeiras de esconde-esconde) Angústia de separação (descrita por Spitz por volta de 8meses, observada atualmente em lactentes mais jovens) O bebê é separado da mãe (separa conhecidos de desconhecidos) A independência é demonstrada pelo uso do "não" Segunda Infância: Período marcado pelo desenvolvimento da linguagem e pela exposição social cada vez maior Controle dos esfíncteres – treino de toalete Noção de certo e errado (rígida) A função simbólica permite que as crianças reflitam sobre as pessoas, objetos e eventos que não estão fisicamente presentes → abstração/subjetividade Fala sobre o vovô que está longe O que são esses “apegos”? PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO SEMINÁRIO 3 A teoria da mente - se desenvolve notadamente entre 3 e 5 anos Começa entender que a outra pessoa não tem a mesma informação que eu tenho, e a conclusão de que essas pessoas têm a partir de sua gama de informação É diferente de empatia: para empatia, deve ter a teoria da mente desenvolvida. A autoestima na segunda infância tende a ser global e irrealista, refletindo a aprovação dos adultos As crianças aprendem os papéis de gênero bem cedo por meio da tipificação de gênero Os estereótipos de gênero atingem um ponto máximo durante os anos de pré-escola A identidade de gênero é um aspecto do autoconceito em desenvolvimento Cinco importantes perspectivas sobre o desenvolvimento do gênero são a biológica, a evolucionista, a psicanalítica, a cognitiva e a da aprendizagem social Brincar: a principal atividade da segunda infância O brincar contribui para todos os domínios do desenvolvimento. Permite que as crianças se envolvam com o mundo à sua volta, usem imaginação, descubram formas flexíveis de usar objetos e solucionar problemas e preparem-se para papéis adultos. Níveis cognitivos do brincar: jogo funcional, jogo construtivo, jogo dramático e jogos com regras. Brincar: Em um clássico estudo Parten (1932) identificou seis tipos de brincadeiras, variando da menos à mais social Ela verificou que quando a criança fica mais velha, seus jogos tendem a se tornarem mais sociais A princípio as crianças brincam sozinhas, depois ao lado de outras crianças e finalmente juntas Muitos pesquisadores consideram simplória a caracterização de Parten. Crianças de todas as idades se envolvem em todas as categorias do brincar Terceira infância: Grande maturação das funções motoras, linguísticas, psicológicas, sociais e cognitivas Transição do pensamento concreto para o simbólico e capacidade de abstração Aumento progressivo das habilidades atencionais O autoconceito torna-se mais realista A empatia e o comportamento pró-social aumentam O grupo de pares torna-se mais importante O grupo de pares ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais, permite que ela teste e adote valores independentemente dos pais, proporciona um senso de afiliação e ajuda a desenvolver seu autoconceito e a identidade de gênero. A criança que aprendeu confiar (0-1a), ser independente (1-3anos) e ter iniciativa (3-6anos) será potencialmente uma criança competente para iniciar o período escolar, sem ter complexo de inferioridade. Cognição: PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO SEMINÁRIO 3 O desenvolvimento moral está ligado ao amadurecimento cognitivo e se desenvolve em três estágios, à medida que as crianças passam do pensamento rígido para o mais flexível. As habilidades executivas, o tempo de reação, a velocidade de processamento, a atenção seletiva, a meta memória e o uso de estratégias mnemônicas melhoram durante os anos escolares Avaliação do desenvolvimento: CUIDADO COM “cada criança tem seu tempo” Sinais de alarme: 1-2 meses: Nunca segue a face humana Não sorri Não estabelece qualquer tipo de interação Não se mantém em situação de alerta. 3-4 meses: Não fixa nem segue objetos Não vira os olhos ou a cabeça para o som Chora sempre quando tocado Tem pobreza de movimentos •Reação de sobressalto ao menor ruído. 6 meses: Não olha nem agarra nenhum objeto Não reage a sons Não vocaliza Não manifesta interesse pelo meio PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO NASCIMENTO SEMINÁRIO 3 9 meses: Não estabelece relaçõespreferenciais 12 meses: Permanece imóvel e não procura mudar de posição Não pega brinquedos Não brinca nem estabelece contato 18 meses: Não responde quando a chamam Não vocaliza espontaneamente nem usa palavras soltas•Não estabelece contato Não se interessa pelo que a rodeia Joga fora objetos ou os leva sistematicamente à boca. 2 anos: Joga fora objetos Não contrói nada Não parece compreender o que lhe dizem Não pronuncia palavras inteligíveis Não estabelece contato nem se interessa pelo que está a seu redor Não procura imitar Atenção compartilhada: um bebê se interessa por criança muito precocemente Em autismo, não há tanto interesse Quais são as demarcações temporais da 1º, 2º e 3ª infância?
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