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SNA Simpático: Agonistas dos receptores adrenérgicos

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Marianna Matos – PLE – 20.2 
Aula 4 –Farmacologia Neuroendócrina 
SNA Simpático: Agonistas dos receptores adrenérgicos 
 
Nós vimos que os receptores adrenérgicos são subdivididos em receptores α e β adrenérgicos. Os receptores 
α1 são ainda subdivididos em α1 e α2. E os receptores β são subdivididos em β1, β2 e β3. 
(OBS: DC = débito cardíaco/ RVP = resistência vascular periférica/ FC = frequencia cardíaca) 
 
PARTE I 
 
Essa classe farmacológica é bastante importante porque nós temos antagonistas seletivos. Então, nessa 
figura nós temos a representação dos receptores α e β adrenérgicos, mais especificamente, os antagonistas, 
que já estão disponíveis na clínica para uso como bloqueadores desses receptores adrenérgicos. Então, nós 
podemos ver que nos temos os receptores α : Não seletivos; α1-seletivos (os mais importantes na aula) e α2-
seletivos. Com relação aos β, como nós sabemos, no caso dos bloqueadores ou antagonistas, os receptores 
β1 são os mais importantes. 
Como se dá na clínica de fato? Nós temos uma 
primeira geração chamada de não seletivos 
(como por exemplo, o propranolol); depois 
veio a segunda geração, os antagonistas β1-
seletivos (metoprolol e esmolol); e nós temos 
ainda os fármacos chamados de terceira 
geração, que além de serem β1 seletivos, eles 
são também, vaso dilatadores porque eles 
possuem uma outra propriedade farmacológica 
que vai conferir a ação vasodilatadora 
 
 
 
ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL. 
Vamos relembrar o conceito de que a PA depende do DC x RVP. 
Nesse esquema, nós vemos que o sistema cardiovascular tem 
seu componente venoso, seu componente arteriolar e ainda 
nós temos a importante participação do Rim. Porque o rim é 
o órgão que vai filtrar o sódio e definir o volume extracel. E 
esse volume vi ser responsável por regular o controle do 
retorno venoso. Nós sempre falamos que, fisiologicamente, 
se tudo estiver funcionando corretamente, o retorno venoso 
regula o débito cardíaco. 
 
Então, na verdade, esse DC depende: da FC e da força de 
contração, mas também depende do RV. Quando o RV 
aumenta, o DC precisa aumentar para bombear todo aquele 
sangue que está retornando. E da mesma forma, se o RV 
diminui, o DC pode ser reduzido, afinal, o coração terá 
menos sangue para bombear. 
 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
 E qual é o contexto do SNAutônomo Simpático no controle da PA? 
 
Nessa imagem, nós temos a representação da fibra pré 
ganglionar (tem origem a nível de SNC), e a fibra pós 
ganglionar (fibra eferente/periférica) que vai liberar a 
noradrenalina. E a noradrenalina liberada por esse neurônio vai 
atuar nos receptores adrenérgicos, sejam eles α1 e α2 ou β1. 
 
E uma vez que noradrenalina tenha sido liberada, nós teremos 
vasoconstricção via α1; taquicardia; secreção de renina via 
receptores B1 e, secundariamente á ativação do sistema Renina 
Angiotensina Aldosterona, nós teremos a retenção de sódio que 
vai aumentar a volemia, aumentando o retorno venoso (RV) e 
aumentando débito cardíaco (DC). 
 
Ora, se faz vasoconstricção, aumenta o DC por aumento de FC, de força de contração e de volume, então nós 
já podemos imaginar que os receptores α e β adrenérgicos são muito importantes dentro do contexto da doença 
chamada Hipertensão. 
 
Bom, a hipertensão arterial é denominada como uma elevação da PA acima dos valores ditos de normotensão 
que seria de uma PA sistólica (máxima) de até 120mmHg, e uma PA diastólica (mínima) de até 80mmHg. 
 
 Bom, e porque é importante conhecermos esses limites de pressão arterial? 
Porque segundo vários dados clínicos, quando a PA começa a aumentar para além desse limite, nós 
começamos a aumentar o risco de AVC. E aí, qualquer aumento acima desses limites, será denominado como 
um estágio de pré hipertensão (se for um aumento discreto), ou um estágio de hipertensão estabelecida, e nesse 
caso, nós temos o estágio 1 (hipertensão leve a moderada) e o estágio 2 (severo). 
 
Quanto maior o nível pressólico, maior o nível de ter um AVC. Quais seriam esses tipos de acidentes? Nós 
temos com a hipertensão há um aumento do risco de infarto agudo do miocárdio, ou seja, de doenças 
coronarianas e até mesmo infarto; há um risco maior de AVC e um risco maior ao rim. 
 
 
 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES BETA ADRENÉRGICOS: EFEITOS BLOQUEIO B1. 
Nós estudamos que temos o nodo sinoatrial onde temos a célula marcapasso que dá o ritmo dos batimentos 
cardíacos; nós temos o sistema de condução átrio-ventricular e o Purkinje; e nós temos a musculatura 
esquelética cardíaca que é o tipo celular envolvido na contração, ou seja, no processo de bombeamento do 
sangue. Nós temos o momento de sístole quando o coração 
bombeia sangue que estava contido nas suas câmaras e em 
seguida temos a diástole que é quando essa musculatura 
cardíaca relaxa, as câmaras se abrem e o sangue volta a 
preencher essas câmaras. 
 
 
Cronotropismo, dromotropismo e inotropismo, ou seja, 
frequencia cardíaca, velocidade de condução e força de 
contração, todos esses parâmetros são estimulados pela 
ativação de B1, quer por noradrenalina quer por 
adrenalina. 
Então, o bloqueio de receptores B1 no coração, vai 
promover uma redução da FC, velocidade de condução e 
força de contração. 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
 
Aqui, nesse gráfico nós temos então no eixo Y a 
escala em milivolts, de -60 a +10 mV. E no eixo X o 
potencial de repouso que gira em torno de -70mv. 
 
Nós temos um traçado preto e um vermelho. Na 
ativação do nodo sinoatrial, ela prevê então a geração 
de um primeiro potencial de ação. (primeira subida 
em preto) e um segundo potencial de ação que está 
registrado em vermelho. Entretanto, na vigência de 
um fármaco bloqueador do receptor B1 adrenérgico, 
esse próximo potencial de ação cardíaco, ele é atrasado/adiado, então, o intervalo entre cada frequencia 
cardíaca aumenta. Então isso vai responder pelo efeito bradicardizante dos bloqueadores B1 adrenérgicos ou 
o mesmo o chamado efeito cronotrópico negativo. 
 
Ora, se nós temos uma redução da FC e uma diminuição da força de contração, voltando na fórmula do débito 
cardíaco, nos já sabemos que haverá uma redução do DC, logo, uma redução da PA. 
 
Quando o coração tem sua FC reduzida, a cada minuto o numero dos batimentos diminui, e se diminui a cada 
minuto, a demanda metabólica desse miocárdio também estará diminuído. E se essa demanda metabólica está 
diminuída, isso significa dizer que o consumo de oxigênio por esse tecido será menor e isso é um efeito 
extremamente benéfico pro coração porque diminui muito o risco de quadro isquêmicos. 
 
Bom, então esse é o efeito cardíaco do bloqueio B1 adrenérgico e no momento em que houver o bloqueio do 
receptor B1 na cél justaglomerular, nós teremos a redução da secreção de renina que vai ajudar a evitar que o 
volume extracel aumente, evitando assim o aumento do RV. 
 
Nessa figura nós temos o fluxo sanguíneo 
coronariano em 2 momentos no coração: sístole 
e diástole. 
Se o intervalo entre cada batimento cardíaco 
aumenta, por unidade de tempo, o coração terá 
um numero de batimentos menor, diminuindo o 
consumo de oxigênio. Além disso, se nós 
pensarmos na sístole, o que vai acontecer com os 
vasos coronarianos (artéria coronária e seus 
vasos de ramificação) que são responsáveis por 
perfundir todo o coração? Se a musculatura 
contraiu, ela vai obstruir mecânica/fisicamente 
os vasos sanguíneos. Então durante o momento em que o coração está contraindo (momento da sístole), ele 
bombeia mas quase não recebe sangue oxigenado. E no momento em que ele relaxa, o fluxo sanguíneo 
coronariano é reestabelecido, vai ao máximo e a medida em que uma próxima sístole se aproxima, esse fluxo 
coronariano começa a cair até que ele bastante reduzido novamente. 
Então na verdade o fluxo coronariano vai em ondas de maior valor de fluxo e valores menores de fluxo. E é 
no momento de sístole que a gente evita que o coração seja bem perfundido. E por outro lado, é no momento 
da diástole, quandoo coração está relaxado que ele consegue receber uma melhor perfusão. 
Então, a redução da frequencia cardíaca é 
extremamente benéfica porque ela diminuí a 
FC, diminui a força de contração e diminui 
a demanda de oxigênio. E diminuindo a 
demanda de oxigênio, leva a diminuição do 
risco de infarto e isquemia. 
 
 
 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
CLASSIFICAÇÃO: 
Nós temos algumas gerações, e essas gerações foram 
divididas e caracterizadas em formas de seletividade, 
então nós temos fármacos seletivos ou não a B1; nós 
temos alguns fármacos que é chamada de atividade 
simpaticomimética intrínseca (ASI) que na verdade são 
fármacos chamados de agonistas parciais; e nós temos 
os fármacos de terceira geração, que além de serem B1 
seletivos ou não, tem um efeito vasodilatador 
 
Como fármaco de primeira geração, nós temos como 
por exemplo, o Propanolol e um segundo fármaco que 
usado apenas em formato de colírio, o timolol. 
Os de segunda geração são B1 seletivos representados 
inicialmente pelo Metoprolol e com maior destaque 
para o Atenolol. 
 
Ainda dentro dessa primeira e segunda geração, nós podemos ter aqueles fármacos antagonistas 
plenos/clássicos, ou seja, aqueles que se ligam ao receptor e não promovem nenhuma sinalização, bloqueando 
a ação do agonista endógeno, ou nós podemos ter fármacos que são agonistas parciais, mas que tem uma 
eficácia muito pequena, o que significa isso? São fármacos que ao se ligarem ao receptor B1 adrenérgico 
podem até promover um aumento do AMPc, só que esse 
aumento da sinalização celular é muito menor se 
comparado ao da noradrenalina ou o da adrenalina. 
Então, nesses casos, esses fármacos estão sim fazendo 
um antagonismo aos agonistas endógenos. E um 
exemplo é o Pindolol e Acebutolol. Clinicamente, esses 
fármacos tem uma aplicação muito restrita. 
 
E aí vem os fármacos de terceira geração, que estão cada vez mais substituindo os antagonistas não seletivos 
ou os B1 seletivos, porque? Porque esses fármacos além de atuarem nos receptores B1 do coração, também 
tem efeito vasodilatador. E nós temos 2 formas de um fármaco pertencer a essa categoria de terceira geração: 
a primeira forma está representada através do Labetolol, ele tem na sua 
estrutura 2 centros quirais, e com isso então ele tem 4 esteroisomeros; 
ele é denominado como fármaco dual , porque além dele bloquear o 
receptor B-adrenérgico, e aí nesse caso sendo um antagonista B não 
seletivo, um dos isômeros do labetolol bloqueia o receptor A1 
adrenérgico. Ou seja, além de ele exercer um efeito no coração por 
bloquear B1, o labetolol também tem um efeito vasodilatador por 
bloquear receptores A1 adrenérgicos, que como estudado, esses 
receptores são muito encontrados nos vasos sanguíneos controlando, 
portanto, a resistência vascular periférica. 
 
Bom, a segunda forma de um fármaco ser classificado como de terceira 
geração, será novamente ter o bloqueio B1 e exercer um efeito 
vasodilatador, mas existem fármacos como o Nebivolol, cujo efeito 
vasodilatador está relacionado não ao efeito em outro receptor 
adrenérgico, mas sim por ativar a via do óxido nítrico (NO) endotelial. 
Então, esses fármacos, por algum motivo atuam na célula endotelial e 
promovem a liberação do NO endotelial que é vasodilatador. E além disso, 
eles também bloqueiam os receptores B1 adrenérgico. 
 
Se nós pensarmos que além do bloqueio B1, aumenta o NO, será que a intensidade dos dois fenômenos são 
equiparáveis? Ou seja, ele é um potente antagonista B1 e um potente indutor do NO? Não. Então, o Nebivolol, 
a sua principal propriedade é ser um antagonista B1 adrenérgico, mas adicionalmente, esse aumento do NO é 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
muito favorável, ainda que não seja ainda o maior aumento possível, mas é sim uma produção de NO que 
agrega valor ao fármaco porque dá a ele alguma ação vasodilatadora. 
 
CARACTERÍSTICAS FARMACOCINÉTICAS 
Visto então esses principais fármacos, nós vamos dar ênfase ao: Propanolol (antagonista não seletivo), 
Atenolol e metoprolol (antagonista B1 seletivo), Labetolol (terceira geração - antagonista B não seletivo e 
A1 adrenérgico) e Nebivolol (B1 seletivo e aumenta a disponibilidade de NO endógeno). 
 
Uma característica importante dos bloqueadores B-adrenérgicos é a sua lipossolubilidade, porque fármacos 
mais lipofílicos atravessam melhor a BHE do que fármacos menos lipofílicos. E nesse sentido então, nós 
temos o propanolol como o mais lipofílico de todos, enquanto nebivolol, labetolol e atenolol tem uma 
lipossolubilidade menor e o metoprolol tem uma lipossolubilidade moderada. 
 
Esses fármacos de alta lipossolubilidade, a exemplo da classe, o Propanolol, eles tem uma grande limitação 
porque o bloqueio de receptores B-adrenérgicos no SNC pode causar alguns efeitos adversos. 
E se o fármaco é mais lipofílico, ele vai depender de um metabolismo hepático mais pronunciado de forma a 
tornar o seu metabólico mais hidrofílico para ser eliminado na urina. 
 
No que diz respeito a biodisponibilidade por via oral, ela é variável, mas nós podemos ver que pelo menos 
pros fármacos mais antigos (do propanolol até o labetolol na tabela) nenhum fármaco tem uma 
biodisponibilidade absoluta. E o nebivolol sofre, assim como os demais bloqueadores B-adrenérgicos, o efeito 
de primeira passagem. E esse efeito do nebivolol é muito variável, então nós temos pacientes que não 
respondem bem a ele porque a biodisponibilidade por via oral é baixa, enquanto outros tem uma ótima resposta 
terapêutica ao uso do mesmo. Logo, ele precisa ter sua dose titulada começando com a menor dose possível e 
observando se o efeito anti hipertensivo que o paciente via desenvolver vai ser suficiente para o controle da 
PA. 
 
Do ponto de vista do tempo de ½ vida, todos tem um tempo de ½ vida baixo, mas em geral são usados apenas 
1x ao dia. E o nebivolol, uma vez que a sua biodisponibilidade pode variar muito, e essa variação está ligada 
a capacidade de metabolização da CYPD6 que pode variar muito de paciente para paciente, então é esperado 
também que o tempo de ½ desse fármaco possa variar. 
 
Como comentado, nós temos fármacos mais lipofílicos como o propanolol, menos lipofílico ou mais 
hidrofílicos como o atenolol. Então, resgatando o conceito de que se o fármaco é mais lipofílico ele precisará 
desse metabolismo hepático mais pronunciado e isso é importante porque se eu estiver usando o propanolol 
(que é metabolizado pelo sistema microssomal hepático) e eu fizer alguma interação medicamentosa com 
outro fármaco que iniba esse sistema microssomal hepático, então o tempo de ½ do propanolol vai aumentar 
e com isso eu teria um efeito adverso. 
E outra coisa importante, é que se eu sei que o fármaco depende muito do metabolismo hepático e se esse meu 
paciente tiver uma insuficiência hepática ou cirrose, seria um fármaco que eu iria evitar, e aí eu daria 
preferencia a fármacos mais lipofílicos como o atenolol, que não dependem tanto de metabolização para serem 
eliminados. 
Por outro lado, se o paciente tiver uma insuficiência renal, esses fármacos mais hidrofílicos (atenolol, nadolol, 
sotalol, carteolol) que podem ser eliminados na forma inalterada, seriam contra-indicados nesse paciente. 
 
 Quais são os usos clínicos? 
O principal uso clínico sempre a chamar atenção, será sempre o tratamento da hipertensão arterial. Tanto da 
HÁ leve a moderada, quanto da HA mais severa, embora nos casos de hipertensão mais graves será necessário 
fazer uma associação medicamentosa. 
 
O labetolol e o esmolol podem ser usados por via intravenosa no caso da emergência hipertensiva. Como 
eles, os antagonistas B1 adrenérgicos, diminuem a FC e a velocidade de condução através do sistema de 
condução; se o paciente tiver uma arritmia associada a uma taquicardia ele poderá ser tratado com esses 
antagonistas B1 adrenérgicos, é uma condição que chamamos de taquiarritmia. 
 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
Se o paciente tem a chamada Angina; aquele paciente que tem do no peito quando seestressa, ou quando faz 
atividade física. Essa situação de angina é uma situação que pré dispõe ao infarto agudo do miocárdio, então 
os bloqueadores B-adrenérgicos são bastante úteis porque diminuem a FC aumentando o tempo em diástole 
nesse coração, e nesse momento em que há o aumento da diástole, diminui o consumo de O2, aumenta a 
perfusão cardíaca ou coronariana e com isso então, diminuímos o risco de isquemia. 
 
E no caso do Timolol, a indicação clínica dele mais importante é o seu uso em gotas com uma condição clínica 
que não se relaciona com a PA, e sim com o glaucoma. Porque lá no corpo ciliar que tem o componente 
glandular responsável pela secreção do humor aquoso; aquela secreção de humor é dada pelo receptor B1 
adrenérgico. E com isso então, se eu bloqueio o receptor B1, eu diminuo a produção do humor aquoso. 
Com isso então, nós já sabemos duas formas de tratar o glaucoma, ou aumentar a drenagem estimulando 
receptor muscarínico, ou diminuindo a produção do humor aquoso através do bloqueio dos receptores B 
adrenérgicos. 
 
 Quais seriam os efeitos adversos? 
Então, se houver bloqueio B1 muito intenso, nós teremos uma quedada FC muito grande, uma queda da força 
de contração levando a uma redução do DC muito acentuada, e, portanto, hipotensão arterial. Então, o 
tratamento de um indivíduo hipertenso é para regular a PA e não para induzir a hipotensão. 
 
E a classe de antagonistas B, principalmente a classe não seletiva, ou seja, que bloqueia todos os sub tipos de 
receptores B-adrenérgicos, está relacionado ao aumento da glicemia e ao aumento do colesterol 
(principalmente do LDL). 
 
 Quais são as contra-indicações? 
Gravidez – ao diminuir o DC, vai diminuir a perfusão placentária, então isso vai diminuir a chegada de sangue 
oxigenado para o feto. 
 
Bradicardia – Se o paciente já tem bradicardia, o uso desses fármacos irá piorar a situação 
 
Asma – O receptor b2 adrenérgicos presentes no brônquio é importante para fazer broncodilatação. O paciente 
asmático de vez em quando tem a crise caracterizada pelo broncoespasmo. E se bloquearmos esse receptor B2 
adrenérgico, como é o caso do propanolol, então nós podemos desencadear uma crise asmática simplesmente 
por bloqueio não seletivo desse receptor 
 
Pacientes que tem a doença vascular periférica – essa doença se caracteriza por uma vasoconstricção de 
extremidades, então esses indivíduos tem uma perfusão sanguínea dificultada nas exterminadas dos dedos, e 
se nós fizermos o bloqueio de receptor B2 vascular, essa vasoconstricção será ainda maior, levando ao caso 
de gangrena. 
 
Diabetes – Como nós vimos, o bloqueador B-adrenérgico tende ao longo dos anos promover um aumento da 
glicemia, e além disso, nós estudamos que receptores B2-adrenergicos hepáticos são importantes para 
estimular a glicogenólise (em resposta a adrenalina) e com isso aumentar a glicemia. O paciente diabético usa 
insulina como hipoglicemiante, ou algum medicamento oral, mas que tem o mesmo efeito. E o que acontece 
com o paciente se ele errar a dose de insulina e ele se autoadministrar uma dose maior? Ele entraria em um 
quadro hipoglicêmico, e num quadro assim, o mecanismo de defesa que o organismo tem para tentar se 
reestabelecer na glicemia é estimular a secreção de adrenalina pela adrenal, que vai até o fígado, estimula B2 
e o receptor ativado, vai promover a glicogenólise hepática. Se esse receptor B no fígado estiver bloqueado, 
essa adrenalina não consegue induzir a glicogenólise hepática então esse mecanismo importante para a 
recuperação da glicemia, fica comprometido. 
 
Depressão – O propanolol, que é o fármaco mais lipofílico, é contra indicado e para pacientes que tenha um 
distúrbio do metabolismo de colesterol (Hiperlipidemia). No caso da hiperlipidemia, se o uso do bloqueador 
B for mandatório, então, nós podemos associar com uma classe farmacológica, as estatinas, que vão 
normalizar esses níveis de colesterol. 
 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
 Quais são as interações medicamentosas? 
Essa classe dos antagonistas β-adrenérgicos como comentado, alguns fármacos precisam de uma 
metabolização hepática pelo sistema microssomal hepático para se tornarem mais hidrofílicos e serem 
eliminados. Então nós temos uma característica farmacocinética importante e que é passível de sofrer interação 
medicamentosa. 
 
Se nós usarmos o propanolol, por exemplo, associado com a cimetidina ou omeprazol (fármacos usados para 
tratar gastrite ou úlcera), o tempo de meia vida do propanolol vai aumentar, e por outro lado, se usarmos o 
propanolol associado ao fenobarbital (anticonvulsivante e que tem a capacidade de induzir a atividade dessas 
enzimas do metabolismo hepático), faz o tempo de ½ vida do propanolol diminui. 
 
Isso é importante ressaltar porque o paciente hipertenso faz a medicação anti-hipertensiva de forma contínua, 
e vez ou outra, algum fármaco pode entrar no tratamento desse indivíduo por uma doença que ele tenha 
pontualmente, por exemplo, gastrite. E esse novo fármaco introduzido no tratamento, pode vir a causar uma 
interação medicamentosa e interferir na eficácia e segurança do tratamento. 
 
Na relação de medicamentos essenciais nós temos alguns desses antagonistas: Atenolol e metoprolol 
(antagonistas B1 seletivos); propanolol (não seletivo) e um terceiro fármaco que é da terceira geração, 
carvedilol (antagonista A e B adrenérgico) 
 
 
PARTE II 
 
RECEPTORES A ADRENÉRGICOS: 
Nós precisamos relembrar que os receptores A são divididos em a1 e a2 adrenérgicos. Embora a gente tenha 
um fármaco antagonista a2, a Ioimbina, esse fármaco tem uso clínico considerado obsoleto. 
Por outro lado, os receptores A1 adrenérgicos tem uma grande relevância no controle da pressão arterial e no 
controle de uma doença chamada hiperplasia prostática benigna, então são fármacos que tem uma relevância 
do ponto de vista de aplicabilidade de prescrição de antagonista mais pronunciando. E relembrando que os 
receptores A1 são subdivididos em: A1A, A1B, A1D. 
 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES A ADRENÉRGICOS 
Considerando receptores α1 e β1, o que nós 
sabemos sobre a farmacologia desses 
receptores? Ambos são ativados pela nora que 
por sua vez é liberada pela fibra pós ganglionar 
simpática. E essa nora, além de ativar a1 e b1 
pós sináptico, ela pode também ativar a2 
inibitório (pré sináptico) que faz um feedback 
negativo. Lembrem que esse α2 é aquele 
receptor acoplado a ptn Gi, que além de inibir 
adenilato ciclase, também hiperpolariza a 
membrana, e com isso, esse é o mecanismo importante para o freio na liberação de noradrenalina. 
 
E como ficaria essa sinalização se agora nós utilizarmos um antagonista A adrenérgico não seletivo? Nós 
teríamos o bloqueio α1, mas também o α2, e no momento em que produzíssemos esse bloquei α 2 pré sináptico, 
aquele freio que a noradrenalina fazia na sua própria liberação estaria diminuído e assim haveria um aumento 
na liberação de noradrenalina e uma hiperatividade dos receptores B1 adrenérgicos nos tecidos alvos, que 
seria o coração (aumento da FC e da força de contração) e na cél justaglomerular (aumentando a secreção de 
renina, ativando o SRAA o que levaria a retenção de líquidos e sódio). 
 
Um fármaco para exemplificar um antagonista A não seletivo, temos a Fenoxibenzamina, que também é 
considerado um fármaco obsoleto. 
Bom, além disso, nós temos outra possibilidade de bloqueio farmacológico que seria o bloqueio do receptor 
A1 apenas, através dos chamados fármacos antagonistas α1 adrenérgicos seletivos, esses fármacos são usados 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
clinicamente porque eles promovem um bloqueio A1 desejado para o controle da hipertensão, por exemplo, 
mas eles não interferem na auto regulação da liberação de noradrenalina. 
 
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES A1 ADRENÉRGICOS: COMPETITIVOS REVERSÍVEIS. 
Os antagonistas dos receptores A1 adrenérgicos tem como característica serem fármacos com ação 
competitiva e reversível. E aí a principal classe química de antagonistasA1 adrenérgicos presentes na clínica 
seria a classe das quinazolinas, representada pela prazosina e pela terazosina. Ambos os dois fármacos são 
antagonistas A1 seletivos, entretanto esses dois fármacos não discriminam os subtipos de alfa. Então, eles 
bloqueiam o A1 e a sua principal atividade farmacológica é o efeito vasodilatador e anti-hipertensivo. 
Lembrando que nós temos 3 subtipos de A1 que são igualmente bloqueado por ambos os fármacos. 
 
 E aí qual seria a consequência farmacológica da ação desses dois fármacos? 
Nós temos, devido ao bloqueio A1 adrenérgico nós temos vasodilatação arterial, então com uma redução da 
RVP, e uma vasodilatação venosa, que vai aumentar o calibre dos vasos de capacitância e diminuir por unidade 
de tempo o volume de sangue que chega do coração, e com isso então nós dizemos que tem um efeito de 
redução da pré-carga. 
Se eu diminuo RVP, eu tenho efeito anti-hipertensivo; se eu diminuo a pré carga é porque eu estou reduzindo 
o RV, se o RV reduz, eu também reduzo o DC e com isso também, eu tenho o efeito anti-hipertensivo. 
 
Nós temos que além do efeito principal que é o de vasodilatação arterial e venosa, que contribui para o efeito 
vasodilatador, esses fármacos ainda ajudam ao paciente hipertenso porque diminui o LDL e aumenta o HDL. 
Essas lipoptns são muito importantes para o sistema cardiovascular, porque a formação de placa de ateroma 
propicia um maior risco de infarto. Então qualquer fármaco que venha a ajudar a produção de LDL, que é a 
lipoptn de baixa densidade envolvida nessa placa e obstrução vascular, vai ajudar no controle geral da 
hipertensão desse paciente. 
 
A vantagem da prazosina e terazosina: Elas causam o efeito vasodilatador e em particular, a redução da RVP; 
eles não alteram a glicemia e não aumentam o LDL. E além disso podem ainda aumentar o HDL. Esses efeitos 
farmacológicos são uteis em pacientes hipertenso e principalmente em paciente hipertenso com síndrome 
metabólica, (paciente que tem uma disfunção na glicemia, tendo hiperglicemia, e na maioria das vezes é 
diabéticos, e também tem uma dislipidemia. Então ele tem glicemia alto e colesterol alto); E esses fármacos 
serão uteis em pacientes hipertensos com a chamada HPB. 
 
A grande desvantagem: eles causam retenção hídrica. E isso significa que, pela sua ação vasodilatadora, 
quando a sua RVP cai, e que cai a PA, o organismo tenta disparar mecanismos compensatórios. E entre eles 
está a retenção de sódio e água, então aumentando a volemia, causando um edema no paciente que vai 
necessitar de associação com fármacos diuréticos. 
 
A prazosina em particular tem um efeito de primeira passagem bastante intenso, só para ilustrar, tem uma 
redução de cerca de 50% na biodisponibilidade do fármaco, mas isso não inviabiliza o seu uso clínico. 
 
ANTAGONOSTA DOS RECEPTORES A1A ADRENÉRGICOS: COMPETITIVO, REVERSÍVEL: 
Nós temos 3 subtipos de receptores α1: α1A, α1B e α1D. 
Nos vasos sanguíneos nós temos os 3 subtipos de 
receptores, porém, em alguns vasos, pontualmente o α1B 
pode ser mais importante. 
 
Por outro lado, nos últimos anos, nós tivemos o 
desenvolvimento de fármacos com afinidade maior para 
o subtipo α1A adrenérgico, como por exemplo a 
Tamsulosina. Ou fármacos que quando administrados 
tenha a capacidade de se concentrar mais no tecido 
prostático como é o caso da Alfuzosina . 
Exemplo de 3 fármacos que tem aplicação terapêutica muito distinta da prazosina (sua principal indicação 
clínica era anti-hipertensivo), então Tamsulosina, Alfuzosina e silodosina não podem ser prescritas como 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
anti-hipertensivos porque elas não bloqueiam receptores no sistema cardiovascular como um todo, então eles 
não reduzem a RVP. 
 
Esses 3 fármacos vão atuar mais em receptores α1A adrenérgico, então seria numa condição clínica, que o 
receptor α1A seja o subtipo de receptor que está envolvido na complicação. 
 
Hiperplasia prostática benigna: 
A HPB vai ocorre em homens acima dos 40 anos; em muitos casos ela é totalmente assintomática, porém em 
alguns paciente essa hiperplasia é muito severa, e com isso obstrui a passagem da uretra causando no paciente, 
quadro de retenção urinária. Essa proliferação da próstata é mediada por receptores α1 e além disso, a 
contração prostática é dependente de receptores α1 adrenérgicos. Então isso significa dizer que se a próstata 
estiver hiperplásica, mas ela não contrai, ela não vai causar obstrução urinaria. Entretanto, na maioria dos 
casos, além de ela aumentar o tamanho, ela contrai, e nesse momento da contração maior então ocorre a 
obstrução da uretra prostática impedindo o esvaziamento. 
Então, os antagonistas α1 eles não vão impedir o aumento da próstata, entretanto, eles vão relaxar toda a 
musculatura lisa da próstata e uretra facilitando o esvaziamento. Tem alguns pacientes que podem ficar 
totalmente controlados apenas com esse bloqueio A1. Em outros casos não, aí o paciente precisará de um 
procedimento cirúrgico para desobstrução. 
 
 Quais os usos clínicos? 
Os antagonistas α1 adrenérgicos, no caso da prazosina e terazosina que bloqueiam os 3 subtipos de receptores 
(α1A, α1B e α1D), eles são usados no tratamento clinico da hipertensão arterial. E no caso da Tamsulosina, 
Alfuzosina e silodosina, que atuam mais a nível de próstata bloqueando os receptores A1, eles terão uso 
exclusivo para o controle do sintoma da hiperplasia prostática benigna, ou seja, para evitar a retenção urinária. 
 
 Quais são os efeitos adversos? 
Ao bloquear receptores A1, nós teremos uma vasodilatação generalizada, tanto do lado arterial quanto venoso. 
Então, isso pode causar a hipotensão postural (indivíduo deitado ou sentado se levanta abruptamente, porque 
quando nós ficamos de pé, as veias precisam contrair para manter o fluxo sanguíneo em direção ao coração, e 
ele bombear esse sangue para o cérebro. Se essas veias estão dilatadas, então o RV está diminuído e essa 
diminuição faz com que, quando o paciente se levanta abruptamente, faz com que temporariamente o fluxo 
sanguíneo para o cérebro diminua. E é isso que dá sensação de desmaio. Para evitar isso, o paciente precisa 
ser orientado para que toda vez que ele passe muito tempo deitado ou sentado, que ele fique um pouco na 
posição sentada e que depois ele levanta; e evitar fazer o movimento de abaixar para pegar alguma coisa. 
 
Pode ter taquicardia (reflexa), porque como falado, eles atuam diminuindo a RVP e com isso então, se a PA 
começa a cair, que é o objetivo terapêutico, mas essa queda de PA que o fármaco está induzindo, os 
barorreceptores podem estar entendendo essa queda como uma queda problemática e desencadear um 
mecanismo reflexo. E dentro desse mecanismo tem aumento de noradrenalina, que vai ativar B1 e causar 
taquicardia reflexa. 
 
Pode haver o edema periférico – essa vasodilatação generalizada, quando ocorre a nível de SNC, isso pode 
causar uma cefaleia pulsátil e também o bloqueio de receptores adrenérgicos no SNC pode dar um pouco de 
sedação. 
 
 
PARTE III 
 
FARMACOS SIMPATOLÍTICOS: INIBEM LIBERAÇÃO DAS CATECOLAMINAS 
Esses fármacos simpatolíticos são fármacos que inibem a liberação das catecolaminas endógenas, então eles 
não vão atuar nos órgãos alvos, eles vão atuar a nível pré-sináptico. 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
Então nós temos o esquema, relembrando, houve a 
formação da dopamina que foi vesiculada, e é dentro 
da vesícula que ela vai ser transformada em 
noradrenalina para sofrer exocitose. 
A Reserpina é um fármaco que foi bastante usado 
como anti-hipertensivo, hoje em dia ele é considerado 
um fármaco obsoleto, porque? O mecanismo de ação 
dele é inibir esse sistema de vesiculação e com isso 
impedindo que a dopamina entre na vesícula, e se a 
dopamina não entra na vesícula, ela não é 
transformada em noradrenalina; logo, no momento da 
exocitose a vesícula não tem teor de noradrenalina, 
pois ela está tão diminuída, que a sinalização dos 
receptores pós sinápticos vai estar comprometida. 
Entãoa Reserpina vai ter um efeito vasodilatador e vai 
diminuir o DC. 
O seu uso é considerado obsoleto porque ela pode causar um efeito adverso grave que é a depressão. Porque 
a Reserpina atravessa muito bem a BHE e ela vai inibir a liberação de noradrenalina a nível de SNC então, 
toda sinalização que a noradrenalina faria no SNC também estará comprometida. E com isso ela pré dispõe o 
paciente ao quadro de depressão. 
 
Existe outro fármaco que também tem ação inibitória sobre a liberação de noradrenalina que é a Clonidina. 
A clonidina pertence a família de fármacos chamados imidazolínico, porque ela apresenta o grupamento 
imidazol. 
A clonidina é um agonista de receptores A2 adrenérgicos e nesse neurônio simpático a ativação de receptores 
A2 adrenérgicos pré sinápticos inibem a liberação de noradrenalina. Então a clonidina também tem uma ação 
simpatolítica periférica. E, além disso, ela atravessa a BHE e também tem ações ao nível de SNC que vão 
culminar com a redução da sinalização noradrenérgica. 
E com isso então a clonidina exerce um efeito vasodilatador e também diminui o DC por diminuir a FC e a 
força de contração. Ela tem um efeito central e periférico e ambos convergem para a redução da sinalização 
de noradrenalina. Ela também é usada como anti-hipertensivo e ela é um fármaco que é reservado a pacientes 
que são refratados a outros fármacos anti-hipertensivos. 
 
Ainda olhando para o receptor pré sináptico, nós temos um outro fármaco chamado alfa metil dopa. Esse 
fármaco tem a capacidade de entrar no neurônio simpático e também é substrato para as enzimas da via de 
síntese de noradrenalina. Então a metildopa vai competir pela dopa e ela (metildopa) vai ser convertida em A-
metildopamina e posteriormente em a-metilnoradrenalina. Então esse neurônio que liberaria a noradrenalina, 
terá na vesícula cheia de A-metilnoradrenalina; e no momento da exocitose, esse metabólito gerado através 
da metildopa será liberado e esse metabólito é um agonista desse receptor A2. 
Então, clonidina e o metabólito da alfa metildopa tem exatamente o mesmo efeito no neurônio: Inibe a 
liberação de noradrenalina na fenda. 
 
 Qual seria a característica de ação desses fármacos (clonidina e α-metildopa)? 
Ambos os fármacos diminuem a liberação de noradrenalina e como consequência reduzem a RVP e a FC, 
logo diminui o DC e, portanto, reduz a PA. No entanto a α-metildopa tem a capacidade de atravessar a BHE, 
então assim como a clonidina, ela tem efeito periférico nos neurônios simpáticos. E também a nível de SNC 
diminuindo a ativação daquela fibra simpática que liberaria a noradrenalina. 
 
A α-metildopa tem um uso muito restrito, então, o seu uso clínico é anti-hipertensivo, mas não necessariamente 
naquele paciente que é refratário aos outros anti-hipertensivos, como foi o caso da clonidina. A α-metildopa 
é usada principalmente na gestante que tem associado um quadro de hipertensão arterial. Então, a paciente era 
hipertensa e ficou grávida e aí tem que mudar a medicação porque nos temos que ter um fármaco que não tem 
efeito teratogênico e que não comprometa a perfusão placentária. 
Marianna Matos – PLE – 20.2 
E aí nesse caso, a α-metildopa pode ser o fármaco de escolha para o controle da pressão arterial durante a 
gestação em paciente que apresente a hipertensão arterial ou um quadro chamado de pré-eclâmpsia, que é uma 
elevação da PA que ocorre somente na gravidez. 
 
 Os efeitos adversos mais comuns da α-metildopa são: 
Sedação 
Cefaleia - vasodilatação cerebral 
Hipotensão postural ou ortostática – porque faz venodilatação e diminui o RV 
Bradicardia – redução da FC muito exacerbada 
Boca seca – a α-metildopa assim como a clonidina também fazem esse efeito porque elas vão inibir a secreção 
salivar. 
 
 Quais as contraindicações da α-metildopa? 
Ela não pode ser indicada para pacientes com doença hepática e não pode ser indicada com fármacos inibidores 
da MAO, porque a MAO vai degradar parte do fármaco. Se eu inibir a MAO, toda dose do fármaco que for 
administrada ao paciente será convertida no metabólito ativo e com isso eu posso causar uma hipotensão 
severa no paciente. 
 
Nós já estudamos uma classe que atua diminuindo o DC : antagonistas B adrenérgicos 
Uma classe que diminui a RVP : vasodilatadores 
Fármacos que tem uma ação central e periférica diminuindo a liberação de noradrenalina no coração e nos 
vasos e com isso também tendo uma ação anti-hipertensiva.

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