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Responsabilidade e Liquidação (slides)

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Responsabilidade 
Patrimonial
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – CCJS
Unidade Acadêmica de Direito
DISCIPLINA: Direito Processual Civil III
PROFESSOR: Eligidério Gadelha
1. Obrigação e responsabilidade 
patrimonial
• Responsabilidade patrimonial: possibilidade de 
sujeição de determinado patrimônio à satisfação do 
direito substancial do credor;
❖ Instituto de direito processual.
• Obrigação: vínculo jurídico que confere ao credor o 
direito de exigir do devedor o cumprimento de 
determinada prestação;
❖ Instituto de direito material.
• O não cumprimento de uma obrigação implica no 
surgimento da dívida;
1. Obrigação e responsabilidade 
patrimonial
• O inadimplemento possibilita a sujeição do 
patrimônio de algum sujeito (geralmente o devedor) 
para assegurar a satisfação do direito do credor;
• A obrigação é estática, por gerar mera expectativa 
de satisfação;
• A responsabilidade patrimonial é dinâmica, pela 
possibilidade de efetiva satisfação do direito através 
da atividade jurisdicional;
• Dívida sem responsabilidade: dívida de jogo (art. 
814, CC);
1. Obrigação e responsabilidade 
patrimonial
• Responsabilidade sem dívida: responsabilidade do 
sócio por dívidas da sociedade;
• Fiador: coobrigado perante o credor no plano do 
direito material;
Responsabilidade patrimonial primária subsidiária do 
fiador;
Benefício de ordem: necessidade de não haver 
renúncia expressa; o fiador não pode ter se obrigado 
como principal pagador ou devedor solidário; o 
devedor não pode ser insolvente ou falido (arts. 827 e 
828, CC).
2. Inexistência de responsabilidade 
pessoal
• Impossibilidade de a pessoa do devedor responder 
por sua dívida na execução civil;
• Responsabilidade pela satisfação da dívida é 
meramente patrimonial;
• Prisão civil do devedor voluntário e inescusável de 
obrigação alimentícia: não constitui exceção ao 
princípio da reponsabilidade patrimonial; 
O encarceramento como mero meio de coerção 
para o cumprimento da obrigação.
3. Bens que respondem pela 
satisfação na execução
• Art. 789, CPC: indicação dos bens do devedor que 
respondem pela satisfação da dívida;
Bens do responsável patrimonial;
Ausência de indicação clara do “momento presente”;
✔ Surgimento da obrigação (?);
✔ Instauração da execução (?);
✔ Momento a ser considerado: o da instauração do 
processo executivo e para bens futuros aqueles que 
forem adquiridos durante o seu trâmite, não se 
excluindo os bens passados, quando tiver ocorrido 
alienação em fraude.
4. Impenhorabilidade de bens
• Patrimônio mínimo e dignidade humana:
A dignidade humana como limite à busca da 
satisfação do direito do credor na execução;
Direito Romano: possibilidade de privação 
corporal e até a morte do devedor;
Humanização da execução no Direito Romano: 
limites à atuação do exequente, mas persistindo a 
ideia de vingança privada;
Transição da responsabilidade pessoal para 
patrimonial: Lex Poetelia Papiria – 326 a.C.
4. Impenhorabilidade de bens
• Patrimônio mínimo e dignidade humana:
Preocupação com a preservação do mínimo 
necessário para a manutenção do devedor: a 
partir do período clássico, com a limitação 
patrimonial;
Impenhorabilidade de bens: prevalência da 
dignidade humana sobre a satisfação do direito 
do exequente;
❖ Fundamento: razões de cunho humanitário.
4. Impenhorabilidade de bens
• Hipóteses específicas de impenhorabilidade no 
direito brasileiro:
Rol de bens absolutamente impenhoráveis: art. 833, 
CPC;
Impenhorabilidade do salário e demais vencimentos 
(art. 833, IV, CPC);
✔ Possibilidade de penhora relativa à execução de 
alimentos, em percentual que possibilite a 
subsistência do executado-alimentante, no valor 
excedente a 50 salários mínimos mensais (art. 833, § 
2º, CPC), independentemente da origem do direito de 
alimentos.
4. Impenhorabilidade de bens
• Hipóteses específicas de impenhorabilidade no 
direito brasileiro:
Impenhorabilidade do salário e demais vencimentos 
(art. 833, IV, CPC);
✔ Réu condenado que percebe remuneração dos 
cofres públicos – art. 14, § 3º, Lei 4.717/65: a 
execução é feita por desconto em folha;
* Aplicabilidade a todas espécies de ação coletiva.
Penhora em execução de dívida relativa ao próprio 
bem (art. 833, § 1º, CPC);
4. Impenhorabilidade de bens
• Hipóteses específicas de impenhorabilidade no 
direito brasileiro:
Penhora em execução de dívida relativa ao próprio 
bem (art. 833, § 1º, CPC);
✔ Impenhorabilidade do bem de família: art. 3º, Lei 
8.009/1990;
❖ Súmula 449, STJ: vaga de garagem que possui 
matrícula própria no registro de imóveis;
❖ Súmula 364, STJ: o conceito de imóvel de 
família abrange o imóvel pertencente a 
pessoas solteiras, separadas e viúvas.
4. Impenhorabilidade de bens
• Hipóteses específicas de impenhorabilidade no 
direito brasileiro:
Penhora em execução de dívida relativa ao próprio 
bem (art. 833, § 1º, CPC);
✔ Impenhorabilidade do bem de família:
❖ A impenhorabilidade subsiste 
independentemente do valor do imóvel 
(Informativo 456, STJ);
❖ Imóvel desocupado pode ser penhorado ainda 
que seja o único do devedor (Informativo 453, 
STJ);
4. Impenhorabilidade de bens
• Hipóteses específicas de impenhorabilidade no 
direito brasileiro:
Renúncia da impenhorabilidade por ato processual:
✔ Qualquer impenhorabilidade absoluta não pode 
ser objeto de renúncia (ex. indicação de bem à 
penhora) – STJ;
✔ Possibilidade de renúncia, desde que contemple 
patrimônio disponível e tenha sido indicado à 
penhora por livre decisão do executado, 
ressalvados os bens inalienáveis e os bens de 
família (STJ, 4ª Turma, REsp 1.365.418/SP).
4.1 Bens inalienáveis e os declarados, por 
ato voluntário, não sujeitos à execução
• Penhora como ato preparatório da expropriação;
• Inalienabilidade direta: decorrente da lei – bens fora do 
comércio; bens públicos, etc.
• Inalienabilidade indireta: decorrente de um acordo de 
vontade e eficaz perante terceiros – bens doados ou 
alienados com cláusula de inalienabilidade;
❖ A cláusula de inalienabilidade não afasta a permissão de 
penhora sobre o bem na satisfação de dívidas do de cujus 
(STJ, 3ª Turma, REsp 998.031/ SP).
• Sem previsão expressa em lei, a cláusula de 
inalienabilidade só vincula as partes do negócio jurídico 
(Informativo 625, STJ).
4.2 Móveis, pertences e utilidades 
domésticas
• Art. 833, II, CPC e arts. 1º, parágrafo único e art. 2º, Lei 
8.009/90;
• Exclusão dos bens, pertences e utilidades domésticas de 
elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades 
comuns correspondentes a um padrão de vida médio;
• As restrições patrimoniais do CPC não visam a garantia da 
manutenção do padrão de vida do executado;
• O que não se admite é a agressão demasiada à própria 
dignidade humana do executado;
• O limite da legitimidade da impenhorabilidade de 
determinado bem;
4.2 Móveis, pertences e utilidades 
domésticas
• Bens necessários ao lazer do executado, embora não 
sejam imprescindíveis ao funcionamento da residência 
(STJ, 3ª Turma, Resp 198.370/MG);
❖ Fundamento constitucional: direito social ao lazer (art. 6º, 
CF);
❖ Lazer mínimo: geladeira, fogão, televisores, aparelhos de 
som, etc., desde que não se mostrem com característica 
de suntuosidade.
• Proposta doutrinária de fixação de dados objetivos sobre 
quais bens móveis que guarnecem a residência podem 
ser penhorados, com base no padrão médio da 
sociedade brasileira.
4.3 Vestuários e pertences de uso pessoal
• Proteção das roupas e bens necessários à própria 
sobrevivência digna do devedor;
• Necessidade de se afastar uma interpretação literal do 
dispositivo, para alcançar apenas aquilo que for essencial 
à manutenção da dignidade mínima do devedor;
• Bens de uso pessoal com valor sentimental – ex. anel de 
núpcias;
• A análise quanto ao valor elevado do vestuário e dos 
bens pessoais cabe ao juiz no caso concreto; 
❖ Terno de elevado valor que o devedor utiliza para o 
exercício de sua profissão.4.4 Ganhos aptos a manter a subsistência 
do executado
• Amplitude de proteção do dispositivo: abrange a 
proibição da penhora do salário, vencimentos, subsídios, 
soldos, remunerações, proventos de aposentadoria, 
pensões, pecúlios, montepios, quantias recebidas por 
liberalidade de terceiros e destinadas ao sustento do 
devedor e de sua família, os ganhos do trabalhador 
autônomo e os honorários do profissional liberal;
❖ Envolve as verbas utilizadas para garantir o sustendo do 
devedor e de sua família;
❖ Natureza alimentar;
❖ Inaplicabilidade do dispositivo para o pagamento de 
prestações alimentícias (art. 833, § 2º, CPC).
4.4 Ganhos aptos a manter a subsistência 
do executado
• A penhora admitida para pagamento de prestação 
alimentícia (art. 833, § 2º, CPC) alcança também a 
gratificação de férias e o décimo terceiro salário 
(Informativo 417, STJ);
• Inadmissibilidade da penhora do saldo do FGTS 
(Informativo 614, STJ);
• Desconto em folha de pagamento do réu que perceber 
dos cofres públicos, condenado em ação popular – art. 
14, § 3º, Lei 4.717/65;
• Valores referentes a restituição do IR: necessidade de 
análise concreta do destino dos valores recebidos – 
Informativo 409, STJ;
4.4 Ganhos aptos a manter a subsistência 
do executado
• Honorários advocatícios podem ser penhorados quando 
a verba devida ao advogado ultrapassar o razoável para o 
seu sustento e de sua família (Informativo 553, STJ);
• Saldo do salário não gasto pelo devedor no momento em 
que recebe o salário seguinte – perda do caráter 
alimentar: possibilidade de penhora (Informativo 554, 
STJ);
❖ Noutro sentido, de manutenção da natureza 
alimentar do salário mesmo quando aplicado em 
poupança ou outro fundo de investimento: STJ, 1ª 
Turma, REsp 1.164.037, j. 20/02/2014.
4.4 Ganhos aptos a manter a subsistência 
do executado
• Requisitos para as exceções à impenhorabilidade do 
salário (de acordo com a jurisprudência do STJ):
A constrição não deve afetar a dignidade humana do 
devedor (STJ, 3ª Turma, REsp 1.658.069);
A medida deve decorrer de obstáculos criados pelo 
próprio executado ao bom andamento da execução e 
consequente frustração da satisfação do direito do 
exequente (STJ, 3ª Turma, REsp 1.285.970).
• Desconto consignado em contratos bancários – 30% da 
verba salarial;
❖ Inaplicabilidade à penhora de salário (STJ).
4.4 Ganhos aptos a manter a subsistência 
do executado
• Possibilidade de penhora de salários excedentes a 50 
salários mínimos mensais (art. 833, § 2º);
Compatibilidade com a preservação do princípio 
do patrimônio mínimo.
• Impenhorabilidade do saldo de depósito em fundo 
de previdência privada complementar (Informativo 
535, STJ).
4.5 Bens necessários ou úteis ao exercício 
profissional
• Preservação dos instrumentos que gerem uma 
receita mínima para a sobrevivência do executado;
• Realização pessoal como outra razão para a presente 
garantia;
• A proteção contida no dispositivo permite que o 
executado continue a trabalhar, recebendo 
naturalmente os proventos de sua atividade;
• Generalidade da previsão legal – risco de excessiva 
proteção do executado em detrimento do 
exequente;
4.5 Bens necessários ou úteis ao exercício 
profissional
• Ausência de limitação da impenhorabilidade aos bens 
necessários e úteis ao exercício da atividade laboral;
• Limitação da abrangência do dispositivo às pessoas 
físicas;
❖ Possibilidade de microempresas e empresas de pequeno 
porte serem beneficiadas, quando a atividade 
desenvolvida se confundir com a do próprio sócio (STJ, 2ª 
Turma, AgRg no REsp 1.381.709/PR).
• Critérios objetivos para a determinação dos instrumentos 
necessários ou úteis não sujeitos à penhora (Araken de 
Assis): uso total, quantidade razoável, utilidade ou 
necessidade e trabalho pessoal.
4.5 Bens necessários ou úteis ao exercício 
profissional
• Critérios objetivos :
Necessidade de os instrumentos serem utilizados no dia a 
dia profissional, e não esporadicamente;
❖ Bibliotecas de profissionais liberais, quanto às obras de 
elevado valor e pouca utilidade prática diária;
Quantidade razoável;
Necessidade de relação dos bens com a profissão exercida 
pelo devedor: os bens devem se prestar à realização das 
tarefas compreendidas em seu trabalho, de forma direta;
❖ Televisores e aparelhos de som em escritórios de 
advocacia ou consultório médico.
4.5 Bens necessários ou úteis ao exercício 
profissional
• Critérios objetivos :
O trabalho deve ser o principal meio de sustento do 
devedor;
❖ Bico exercido por funcionário público como músico, 
quando a remuneração do cargo público já seja 
suficiente para a manutenção de seu padrão de vida.
• A limitação da responsabilidade patrimonial só pode 
atingir os bens adquiridos antes do surgimento da 
dívida.
4.6 Seguro de vida
• Constituição de um fundo alimentar em favor do 
beneficiário;
• Natureza alimentar;
• Não integra o patrimônio do de cujus;
• STJ: proteção patrimonial limitada a 40 salários 
mínimos (Informativo 628).
❖ Aplicação analógica do art. 833, X, CPC.
4.7 Materiais necessários para obras em 
andamento
• Necessidade de que o material já esteja afetado à 
obra, isto é, que haja demonstração clara e 
inequívoca de que os materiais serão utilizados 
na obra;
• Exceção: quando a própria obra tiver sido objeto 
de penhora;
• Possibilidade de penhora na hipótese de dívida 
contraída para a aquisição do próprio material 
(art. 833, § 1º, CPC).
4.8 Pequena propriedade rural trabalhada 
pela família
• Pequena propriedade rural: área compreendida 
entre um e quatro módulos fiscais (Lei 8.629/1993);
❖ Módulo fiscal: definido pelo Incra para cada 
município;
• Propriedade familiar: imóvel rural que, direta e 
pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, 
lhes absorva toda a força de trabalho, 
garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e 
econômico, com área fixada para cada região e tipo 
de exploração, e eventualmente trabalho com ajuda 
de terceiros (Estatuto da Terra, art. 4º, II);
4.8 Pequena propriedade rural trabalhada 
pela família
• Agricultor familiar e empreendedor familiar rural: 
art. 3º, Lei 11.326/2006 (Política Nacional da 
Agricultura Familiar e Empreendimentos 
Familiares Rurais);
• A impenhorabilidade independe de o imóvel 
constituir a moradia do executado, ou de a dívida 
não estar associada à atividade produtiva (STJ, 
Informativo 616).
4.9 Recursos públicos ligados à aplicação 
compulsória em educação, saúde e assistência social
• Impenhorabilidade dos recursos públicos recebidos 
por instituições privadas para aplicação compulsória 
em educação, saúde ou assistência social;
• Proteção de sujeitos indeterminados que são 
favorecidos pela aplicação dos valores recebidos nas 
áreas de educação, saúde e assistência social;
❖ Prevalência do interesse coletivo.
• Impenhorabilidade de recurso público recebido por 
instituição de ensino privada vinculado ao FIES (STJ, 
Informativo 614).
4.10 Valores depositados em caderneta de 
poupança
• Impenhorabilidade relativa: limitada a 40 salários 
mínimos;
• Existência de mais de uma poupança ou outra 
forma de investimento: a limitação só alcança 40 
salários mínimos resultante da some de todas 
elas (STJ, Informativo 501);
• Afastamento da impenhorabilidade para 
satisfação de execução alimentar (art. 833, § 2º, 
CPC).
4.11 Recursos públicos do fundo partidário 
recebidos, nos termos da lei, por partido político
• Natureza pública desses recursos;
• Prevalência do interesse coletivo;
• A impenhorabilidade não alcança outras fontes 
de recursos dos partidos políticos, como 
contribuições de seus filiados e doações de 
pessoas físicas e jurídicas.
4.12 Créditos oriundos de alienação de unidades 
imobiliárias, sob regime de incorporação 
imobiliária, vinculados à execução da obra
• Proteção do direito dos consumidores 
adquirentes de imóveis em regime de 
incorporação imobiliária;
• Os pagamentos recebidos são vinculados à 
execução e regularização da construçãono 
Registro de Imóveis;
• A penhora acarretaria a interrupção da obra ou a 
inviabilização de sua regularização, em 
detrimento dos interesses dos consumidores.
5. Responsabilidade patrimonial de imóvel 
submetido ao regime do direito de superfície
• Direito real de superfície (art. 1.369, CC);
• Existência de dois direitos reais sobre o imóvel:
direitos e obrigações vinculados ao terreno 
(proprietário como titular);
direitos e obrigações vinculados à construção ou à 
plantação (superficiário como titular);
• Art. 791, CPC: penhora de imóvel sujeito ao 
regime do direito de superfície – autonomia do 
direito de propriedade e do direito de superfície;
5. Responsabilidade patrimonial de imóvel 
submetido ao regime do direito de superfície
• Penhora do terreno, na hipótese de ser o proprietário o 
sujeito passivo da obrigação objeto da execução;
• Penhora da construção ou plantação, na hipótese de ser 
o superficiário o sujeito passivo da obrigação objeto da 
execução;
• Individualização da responsabilidade patrimonial do 
proprietário e do superficiário: art. 791, § 1º, CPC;
• Aplicação da responsabilidade patrimonial limitada do 
titular do direito de propriedade e do direito de 
superfície à enfiteuse, à concessão de uso especial para 
fins de moradia e à concessão de direito real de uso.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
• Responsabilidade daquele que não participou da 
relação de direito material obrigacional;
• Responsabilidade patrimonial secundária: art. 790, 
CPC:
Bens do sucessor a título singular (art. 790, I, 
CPC):
▪ Tutela das ações fundadas em direito real e 
das obrigações reipersecutórias;
▪ Responsabilidade limitada ao próprio bem, 
objeto da demanda.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do sócio, nos termos da lei (art. 790, II, CPC):
▪ Responsabilidade primária da sociedade 
empresária pelas dívidas da própria sociedade;
▪ Excepcionalmente, os sócios respondem pelas 
dívida sociedade com o seu próprio patrimônio;
▪ Responsabilidade patrimonial do sócio definida 
em leis societárias: sociedade em nome 
coletivo (art. 1.039, CC), sócio comanditado na 
sociedade em comandita simples (art. 1,045, 
caput, CC);
❖ Responsabilidade primária subsidiária.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do sócio, nos termos da lei (art. 790, II, CPC):
▪ Sociedade irregular e sociedade de fato: 
responsabilidade solidária e ilimitada do sócio 
(art. 990, CC);
❖ Responsabilidade primária subsidiária.
▪ Desconsideração da personalidade jurídica (art. 
50, CC e art. 28, CDC);
❖ A execução contra os sócios não se limita às 
suas quotas sociais;
❖ Benefício de ordem: art. 795, § 1º, CPC.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do devedor, ainda que em poder de 
terceiros (art. 790, III, CPC):
▪ O local ou com quem o bem esteja não 
interfere na propriedade;
▪ Os bens permanecem no patrimônio do 
devedor;
▪ Se o bem penhorado estiver no exercício de 
posse contratual legítima (locação, por 
exemplo), o adquirente do bem se sub-roga na 
posição do executado, devendo respeitar o 
contrato.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do cônjuge e do companheiro, nos casos em 
que os seus bens próprios, reservados ou de sua 
meação, respondem pela dívida (art. 790, IV, 
CPC):
▪ Constituição de dívida por ambos os cônjuges 
ou companheiros;
▪ Dívida contraída para a compra de coisas 
necessárias à economia doméstica ou de 
empréstimos para a aquisição dessas coisas 
(arts. 1.643 e 1.644, CC);
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do cônjuge e do companheiro, nos casos em 
que os seus bens próprios, reservados ou de sua 
meação, respondem pela dívida (art. 790, IV, 
CPC):
▪ Dívida contraída por apenas um dos cônjuges ou 
companheiro: legitimidade para figurar no polo 
passivo da execução;
✔ Art. 842, CPC: intimação do cônjuge não 
devedor, no caso de penhora de imóvel do 
casal, salvo se casados em regime de 
separação de bens.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do cônjuge e do companheiro, nos casos em 
que os seus bens próprios, reservados ou de sua 
meação, respondem pela dívida (art. 790, IV, 
CPC):
▪ Dívida contraída por apenas um dos cônjuges ou 
companheiro: legitimidade para figurar no polo 
passivo da execução;
✔ Art. 842, CPC: intimação do cônjuge não 
devedor, no caso de penhora de imóvel do 
casal, salvo se casados em regime de 
separação de bens;
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do cônjuge e do companheiro, nos casos em 
que os seus bens próprios, reservados ou de sua 
meação, respondem pela dívida (art. 790, IV, 
CPC):
▪ Dívida contraída por apenas um dos cônjuges ou 
companheiro:
✔ Condição de parte e de terceiro, 
simultaneamente: legitimidade para opor 
embargos à execução e embargos de terceiro 
(Súmula 134, STJ);
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do cônjuge e do companheiro, nos casos em 
que os seus bens próprios, reservados ou de sua 
meação, respondem pela dívida (art. 790, IV, CPC):
▪ Dívida contraída por apenas um dos cônjuges ou 
companheiro:
✔ Embargos à execução: prazo de 15 dias da 
juntada do mandado de citação – matérias 
típicas de defesa do executado (art. 917, CPC);
✔ Embargos de terceiro: prazo de 5 dias da 
arrematação, adjudicação ou remição (art. 917, 
CPC) – proteção exclusiva da meação.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do cônjuge e do companheiro, nos casos em 
que os seus bens próprios, reservados ou de sua 
meação, respondem pela dívida (art. 790, IV, 
CPC):
▪ Embargos de terceiro: discussão da 
responsabilidade secundária do cônjuge ou 
companheiro não devedor;
❖ Só haverá responsabilidade se o produto da 
dívida tiver beneficiado o casal ou família.
▪ Art. 843, CPC: havendo penhora de bem indivisível 
o bem será inteiramente alienado;
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do cônjuge e do companheiro, nos casos em 
que os seus bens próprios, reservados ou de sua 
meação, respondem pela dívida (art. 790, IV, CPC):
▪ Art. 843, § 2º, CPC: não se admite a expropriação 
do bem por preço inferior ao da avaliação que não 
seja capaz de garantir ao coproprietário ou 
cônjuge “alheio” o correspondente à sua 
cota-parte calculado sobre o valor da avaliação;
▪ O ônus da prova dos beneficiados pelo produto da 
dívida é o credor (STJ);
▪ Uso de um embargo por outro.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens alienados ou gravados com ônus real em 
fraude à execução (art. 790, V, CPC):
▪ Hipótese de fraude à execução.
Bens cuja alienação ou gravação com ônus real 
tenha sido anulada em razão de reconhecimento, 
em ação autônoma, de fraude contra credores (art. 
790, VI, CPC:
▪ Ato praticado em fraude contra credores anulável 
ou ineficaz; considerando-o ineficaz, o bem de 
propriedade do adquirente, responde pelas 
obrigações do devedor.
6. Responsabilidade patrimonial 
secundária
Bens do responsável, nos casos de 
desconsideração da personalidade jurídica (art. 
790, VII, CPC):
▪ Responsabilidade do sócio já tratada no inciso II;
▪ Aplicabilidade para as espécies atípicas de 
desconsideração da personalidade jurídica: 
desconsideração entre sociedades do mesmo 
grupo econômico e desconsideração inversa.
Bibliografia utilizada
NEVES, Daniel Amorim Assumpção Neves. 
MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL, vol. 
único. 13 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2021.
Responsabilidade Patrimonial: 
Fraudes do devedor
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – CCJS
Unidade Acadêmica de Direito
DISCIPLINA: Direito Processual Civil III
PROFESSOR: Eligidério Gadelha
1. Fraude contra credores
• Instituto disciplinado pelo direito material (CC, arts. 
158 a 165);
• Reflexos processuais na definição da 
responsabilidade patrimonial;
• Requisitos:
Objetivo: alienação provoque diminuição patrimonial 
do devedor, piorando ou criando um estado de 
insolvência;
Subjetivo: intenção do devedor de provocar sua 
reduçãopatrimonial até o estado de insolvência.
1. Fraude contra credores
• O intuito fraudulento é presumido (de forma absoluta) 
quando o ato de disposição do devedor for de caráter 
gratuito;
• Tratando-se de atos onerosos, é preciso demonstrar o 
potencial conhecimento do devedor de que seu ato 
poderia o levar à insolvência;
❖ Não se exige a intenção deliberada do devedor de 
fraudar;
• Exige-se ainda, quanto aos atos onerosos, que o 
terceiro adquirente tenha conhecimento, efetivo ou 
presumido, de que a alienação levaria o alienante à 
insolvência.
1. Fraude contra credores
• Necessidade de que a alienação que provoque a 
insolvência do devedor se dê após o inadimplemento 
da obrigação;
❖ STJ: a fraude pode ser reconhecida mesmo antes do 
inadimplemento quando se mostrar predeterminada 
em detrimento de futuros credores (REsp 
1.324.308/PR, 3ª Turma, j. 26/08/2014).
• Natureza do vício praticado em fraude contra credores:
Ato anulável: a sentença de procedência na ação 
pauliana desconstitui o negócio jurídico, com o 
retorno do bem ao patrimônio do devedor.
1. Fraude contra credores
• Natureza do vício praticado em fraude contra credores:
Ato ineficaz em relação ao credor: não gera efeitos 
em relação a este, mas mantém-se a validade do 
negócio jurídico entre o devedor e o terceiro 
adquirente.
• STJ: a ação pauliana tem como objetivo a declaração de 
ineficácia do ato fraudulento (REsp 1.100.525/RS, 4ª 
Turma, j. 16/04/2013);
• STJ: o ato é anulável, mas a invalidade só aproveita ao 
credor que for autor da ação pauliana (Inf. 467);
1. Fraude contra credores
• Ação pauliana ou revocatória: ação autônoma que visa 
a anulação do ato cometido em fraude contra 
credores;
❖ Desnecessidade de o autor provar a ocorrência do 
concilium fraudis e do eventus damni.
• Natureza da sentença proferida na ação pauliana:
Sentença de improcedência: declaratória negativa;
Sentença de procedência:
✔ Constitutiva negativa – para aqueles que 
consideram o ato de fraude contra credores 
anulável;
1. Fraude contra credores
• Natureza da sentença proferida na ação pauliana:
Sentença de procedência:
✔ declaratória – para aqueles que consideram o 
ato de fraude contra credores ineficaz em 
relação ao credor;
✔ Constitutiva – Dinamarco.
2. Fraude à execução
• Instituto de natureza processual;
• Espécie de ato fraudulento que gera prejuízo ao 
credor e atenta contra o Poder Judiciário;
• Constitui ato atentatório à dignidade da justiça 
(art. 774, I, CPC) – multa de até 20% do valor do 
débito exequendo;
• Necessidade de alienação ser realizada pelo 
devedor; a alienação judicial não constitui fraude 
à execução;
2. Fraude à execução
• Não constitui fraude à execução a alienação de bem 
impenhorável (STJ, 4ª Turma, REsp 1.227.366, j. 
21/10/2014);
• O ato praticado em fraude à execução é ineficaz 
perante o credor (art. 792, § 1º, CPC);
• Desnecessidade de ação autônoma para o 
reconhecimento da fraude;
❖ Basta simples petição no processo em curso;
❖ Exceção: quando a fraude à execução ocorrer após a 
alienação judicial do bem – necessidade de ação 
anulatória (Inf. 494, STJ).
2. Fraude à execução
• Intimação do terceiro adquirente para, se quiser, 
opor embargos de terceiro no prazo de 15 dias (art. 
792, § 4º, CPC);
❖ Praxe forense: a intimação do terceiro adquirente só 
ocorre após a penhora do bem (contraditório 
diferido);
• O Juiz não pode determinar a penhora do bem antes 
do prazo de 15 dias, nem durante o trâmite dos 
embargos de terceiro;
• Não apresentação dos embargos de terceiro no prazo 
de 15 dias: aplicação do art. 675, caput, CPC;
2. Fraude à execução
• Desnecessidade de prova do elemento subjetivo do 
consilium fraudis;
❖ A intenção fraudulenta é presumida.
• Necessidade de prova do eventus damni;
• Proteção do terceiro adquirente de boa fé: eficácia 
do ato praticado em fraude à execução se o 
adquirente demonstrar sua boa-fé no negócio 
jurídico;
❖ Necessidade de prova de que o adquirente sabia da 
existência da ação ou apresente razões que 
demonstrem ser impossível ignorá-la.
2. Fraude à execução
• Súmula 375, STJ: o reconhecimento da fraude à 
execução depende do registro da penhora do bem 
alienado ou da prova de má-fé do terceiro 
adquirente;
❖ Averbação em registro público (incisos I, II e III do art. 
792 do CPC);
❖ Protesto da sentença (art. 517, CPC).
• Art. 792, § 2º, CPC: o ônus de provar a boa-fé é do 
terceiro adquirente;
• Não se aplica a Súmula 375 do STJ às execuções 
fiscais, tendo em vista o art. 185 do CTN;
2. Fraude à execução
• Hipóteses configuradoras de fraude à execução (art. 
792, CPC) – A alienação ou a oneração de bem é 
considerada fraude à execução:
quando sobre o bem pender ação fundada em direito 
real ou com pretensão reipersecutória, desde que a 
pendência do processo tenha sido averbada no 
respectivo registro público, se houver;
quando tiver sido averbada, no registro do bem, a 
pendência do processo de execução, na forma do art. 
828;
2. Fraude à execução
• Hipóteses configuradoras de fraude à execução (art. 
792, CPC) – A alienação ou a oneração de bem é 
considerada fraude à execução:
quando tiver sido averbado, no registro do bem, 
hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial 
originário do processo onde foi arguida a fraude;
quando, ao tempo da alienação ou da oneração, 
tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à 
insolvência;
nos demais casos expressos em lei.
❖ Rol meramente exemplificativo.
2. Fraude à execução
• Conceito clássico de fraude à execução: iInciso IV, art. 
782, CPC – fraude à execução quando, ao tempo da 
alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor 
ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
É o ato de alienação que é capaz de levar o devedor à 
insolvência, e não a existência de demanda;
Possibilidade de o ato de fraude à execução ocorrer 
no processo de conhecimento, no processo cautelar 
antecedente e na ação probatória autônoma;
O reconhecimento da fraude à execução só ocorre na 
execução, tendo caráter declaratório e eficácia ex 
tunc.
2. Fraude à execução
• Conceito clássico de fraude à execução: iInciso IV, art. 
782, CPC – fraude à execução quando, ao tempo da 
alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor 
ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
A fraude à execução somente se configura após a 
inequívoca ciência do demandado da existência de 
ação judicial, através da citação;
Os atos fraudulentos praticados antes da citação são 
considerados fraude contra credores, em regra;
Possibilidade de se provar a ciência inequívoca do 
demandado da existência da ação por outros meios, 
independentemente de citação;
2. Fraude à execução
• Conceito clássico de fraude à execução: iInciso IV, art. 
782, CPC – fraude à execução quando, ao tempo da 
alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor 
ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
Os registros e averbações referidos nos incisos I, II e III 
do art. 792 constituem exemplos de atos que se 
prestam a provar a ciência ao devedor da existência 
de processo em tramitação.
• Os demais incisos do art. 792 admitem fraude à 
execução independentemente do eventus damni:
Inciso I: espécie de fraude à execução dissociada do 
eventus damni; 
2. Fraude à execução
• Os demais incisos do art. 792 admitem fraude à 
execução independentemente do eventus damni:
Inciso I: espécie de fraude à execução dissociada do 
eventus damni;
❖ A fraude independe da insolvência do devedor;
❖ A averbação não é um requisito indispensável 
para a configuração de fraude à execução;
Inciso II e III: A averbação também não é um requisito 
indispensável para a configuração de fraude à 
execução.
Bibliografia utilizada
NEVES, Daniel Amorim Assumpção Neves. 
MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL, vol. 
único. 13 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2021.
Liquidação de sentença
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – CCJS
Unidade Acadêmica deDireito
DISCIPLINA: Direito Processual Civil III
PROFESSOR: Eligidério Gadelha
1. Introdução
• A liquidez do título como requisito fundamental da 
execução;
• Necessidade de precisar o quantum debeatur;
• Título líquido como aquele que indica a quantidade 
de bens ou valores que constituem a obrigação;
❖ Pode indicar expressamente ou, ao menos, permitir 
a apuração por simples cálculo matemático.
• Liquidação de título executivo judicial;
Fase intermediária entre a fase de conhecimento e 
o cumprimento de sentença.
1. Introdução
• Só podem ser objeto de liquidação as sentenças 
que reconheçam obrigação, pois podem ser 
executadas;
❖ Sentenças cíveis, penais e homologatórias de 
transação são passíveis de serem liquidadas.
• Espécies de liquidação:
CPC de 2015: liquidação por arbitramento; pelo 
procedimento comum; liquidação de sentença 
genérica nas ações civis públicas para defesa de 
interesses individuais homogêneos (CDC).
2. Fase de liquidação
• Introdução do processo sincrético (Lei 
11.232/2005) – inexistência de processo 
autônomo de liquidação;
❖ Exceção: quando o título executivo consistir em 
sentença penal, arbitral ou estrangeira.
 Nestes casos, será necessária a citação do 
devedor.
• Requerimento de liquidação: pode ser feito pelo 
credor ou pelo devedor;
2. Fase de liquidação
• Requerimento de liquidação:
liquidação de sentença genérica nas ações civis 
públicas para defesa de interesses individuais 
homogêneos (CDC): necessidade de requerimento 
do credor, que deve comprovar esta qualidade.
• Natureza da liquidação: cognitiva; seu objetivo é 
eliminar a incerteza em relação ao quantum;
• Natureza da decisão proferida na fase de liquidação: 
provimento de natureza declaratória (Cândido 
Dinamarco);
• Recurso cabível: agravo de instrumento.
3. Intimação para a liquidação
• Liquidação como fase do processo sincrético: 
necessidade de intimação da parte contrária (arts. 
510 e 511, CPC);
❖ Parte contrária revel: prescinde de intimação (art. 
346, CPC).
• Intimação pela imprensa, com a publicação no Diário 
Oficial;
• Liquidação de sentença penal condenatória, arbitral 
ou estrangeira: necessidade de citação da parte 
contrária;
❖ Não há fase cognitiva cível antecedente.
4. Liquidação provisória
• Possibilidade de realização da liquidação na 
pendência de recurso (art. 512, CPC);
❖ Processa-se em autos apartados no juízo a quo, 
cumprindo ao liquidante instruir o pedido com 
cópias das peças processuais pertinentes; 
• Pendência de recurso com efeito suspensivo;
• Em caso de provimento do recurso, a liquidação 
ficará sem efeito;
• Uma vez liquidada a sentença, a execução não 
poderá ser iniciada, se ainda pendente recurso com 
efeito suspensivo.
5. Vedação de sentença ilíquida
• Vedação de sentenças ilíquidas – art. 491, CPC: Na ação 
relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que 
formulado pedido genérico, a decisão definirá desde 
logo a extensão da obrigação, o índice de correção 
monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a 
periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, 
salvo quando: 
não for possível determinar, de modo definitivo, o 
montante devido;
a apuração do valor devido depender da produção de 
prova de realização demorada ou excessivamente 
dispendiosa.
6. Sentença parte líquida, parte 
ilíquida
• Possibilidade de sentença em parte líquida e em 
parte ilíquida;
❖ Quando houver cumulação de pedidos na inicial.
• O autor pode promover a execução da parte líquida 
da sentença e a liquidação da parte ilíquida, 
simultaneamente (art. 509, § 1º, CPC);
• A liquidação far-se-á em autos apartados, a fim de 
evitar tumulto processual.
7. Cálculo do contador
• Extinção da liquidação por cálculo do contador (Lei 
8.894/94);
• Se o quantum depende de simples cálculo 
aritmético, o credor deve dar início à execução, 
independentemente de liquidação;
• O requerimento do credor deve conter 
demonstrativo discriminado e atualizado do cálculo, 
com indicação específica dos itens de cobrança, 
além dos acréscimos de correção monetária, juros e 
outros fixados na condenação;
7. Cálculo do contador
• Apresentação de valores indevidos pelo credor:
O juiz pode determinar de ofício a correção;
Poderá o juiz determinar que os cálculos sejam 
feitos por contador judicial;
❖ Não há homologação dos cálculos do contador 
judicial; o juiz deve ouvir o credor.
Meios de impugnação do devedor: exceção de 
pré-executividade e impugnação, que dispensam 
a penhora prévia;
7. Cálculo do contador
• Apresentação de valores indevidos pelo credor:
Se o demonstrativo do débito apresentado pelo 
credor aparentar exceder os limites da condenação, 
o juiz determinará que a penhora se realize pelo 
valor que entender adequado;
Conhecimento da cobrança a maior de ofício pelo 
juiz: matéria de ordem pública; a parte excedente 
não estará fundada em título executivo, faltando 
interesse do credor para cobrá-la;
Cálculos dependentes de dados em poder do 
devedor ou de terceiros: arts. 524, §§ 3º a 5º.
8. Liquidação por arbitramento
• Aplicada quando necessário apurar o valor de um 
bem ou serviço;
• Satisfaz-se com a avaliação, nem necessidade de 
apuração de fato novo, mas de conhecimentos 
técnicos;
• O juiz determina a intimação das partes para 
apresentação de pareceres ou documentos 
elucidativos a respeito do valor do bem ou serviço;
❖ Não sendo possível, nomeará um perito.
8. Liquidação por arbitramento
• Art. 509, I, CPC: a liquidação por arbitramento 
determinada pela sentença, convenção das partes ou 
por exigência da natureza do objeto da liquidação;
❖ Ainda que a liquidação por arbitramento seja 
determinada pela sentença, a liquidação será pelo 
procedimento comum quando houver a 
necessidade de provar fato novo;
• Inadmissibilidade de prova oral;
• Havendo nomeação de perito, as partes poderão 
formular quesitos e indicar assistentes técnicos;
8. Liquidação por arbitramento
• Nomeado perito, o juiz fixará prazo para a 
apresentação do laudo;
❖ Apresentado o laudo, as partes terão 15 dias para 
se manifestarem e apresentarem os pareceres de 
seus assistentes técnicos.
❖ Em seguida, o juiz proferirá decisão.
• Não são devidos honorários advocatícios na 
liquidação.
9. Liquidação pelo procedimento 
comum
• Liquidação que se dá pela necessidade de alegação 
e comprovação de um fato novo, relacionado ao 
quantum debeatur (art. 509, II, CPC);
• As sentenças penais condenatórias exigem 
liquidação pelo procedimento comum;
• A petição inicial deve indicar os fatos novos (causa 
de pedir da liquidação);
• O procedimento da liquidação é o procedimento 
comum, mesmo que a fase anterior tenha corrido 
por procedimento especial;
9. Liquidação pelo procedimento 
comum
• Intimação do requerido: através do advogado ou 
sociedade de advogados;
❖ Contestação em 15 dias, sob pena de revelia;
❖ São admitidos todos os meios de prova do 
procedimento comum.
• Ao final, o juiz proferirá decisão interlocutória, 
verificando se os fatos novos restaram provados;
provados, o juiz declarará líquida a obrigação, 
indicando o quantum debeatur;
Recurso cabível: agravo de instrumento.
• Danos supervenientes: nova liquidação.
10. Decisão final
• Decisão interlocutória que põe fim à fase de 
liquidação;
• Insuficiência de provas ou negligência do autor: o 
juiz extingue a liquidação sem decidir sobre o 
quantum;
❖ O interessado poderá ajuizar outras liquidações.
• Liquidação com montante da condenação zero: 
possibilidade nas liquidações de sentenças penais 
condenatórias.
11. Liquidação da sentença genérica em ação 
civil pública para a tutela de interesses 
individuais homogêneos
• CDC: terceira forma de liquidação;
• Tutela dos interesses individuais homogêneos;
• Sentença genérica, limitada a fixar a responsabilidade 
do réu pelos danos causados, sem indicar quais foram, 
nem identificar as vítimas;
❖ A sentença condenará o réu a ressarcir os prejuízos 
que tiver causado,conforme ficar apurado em 
liquidação.
• Cada vítima deverá promover a liquidação, 
demonstrando o quantum, comprovando a sua 
qualidade de vítima e o enquadramento na situação.
11. Liquidação da sentença genérica em ação 
civil pública para a tutela de interesses 
individuais homogêneos
• Necessidade de processo autônomo e de citação 
da parte contrária;
• Possibilidade de julgamento de improcedência;
❖ As liquidações por arbitramento e pelo 
procedimento comum não admitem julgamento de 
improcedência.
• Natureza constitutiva;
• Necessidade de liquidações individuais, uma vez 
que as vítimas deverão comprovar essa qualidade.
12. Liquidações no curso da fase de 
execução
• Necessidade de liquidação incidente, no curso da 
execução;
Exemplos: 
✔ conversão em perdas e danos de obrigação 
infungível;
✔ Execução de obrigação de entregar coisa, 
quando esta se perdeu ou deteriorou-se.
12. Liquidações no curso da fase de 
execução
• A liquidação incidente objetivará apurar as perdas 
e danos, convertendo-se a execução de obrigação 
de fazer ou não fazer, ou de entregar coisa, em 
execução por quantia;
• O juiz determinará as provas necessária para a 
apuração do quantum debeatur, fixando-o por 
decisão interlocutória;
• A execução prossegue na forma do art. 523 do CPC.
Bibliografia utilizada
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Curso de 
Direito Processual Civil, vol. 3: Execução, 
processos nos tribunais e meios de impugnação
das decisões. 13 ed. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2020.

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