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Miocardite e Endocardite: Referência Bibliográfica: Livro: PATOLOGIA BOGLIOLO, 8º edição Livro: PATOLOGIA, 9º edição Relembrar: 3 camadas que compõe o coração: endocárdio (camada mais interna, também compõe as válvulas cardíacas), miocárdio (parte muscular responsável pela contração) e o epicárdico (mais exter- na formada por um pericárdio visceral e parietal que tem um es- paço entre eles com o liquido que diminui o atrito das contrações Livro: PATOLOGIA BÁSICA, 10º edição Endocardite: infecção infecciosa ou não na camada do endocár- dio Miocardite: infecção infecciosa ou não na camada do miocárdio Estenose é o estreitamento, com dificuldade da valva de abrir e a Insuficiencia é a dificuldade em se fechar totalmente Endocardite: Homem de 31 anos apresenta-se com história de febre Caso Clínico: durante os últimos 3 dias, calafrios e fadiga. Paciente saudável, sem doenças associadas. Há 10 dias passou por um procedimento odontológico necessitando de extração do segundo molar. Paciente admite o uso es- porádico de heroína intravenosa. Febre: resposta inflamatória onde temos liberação de mediadores quimicos e células migrando para o local da lesão Infecção (devido a microrganismos) das valvas car- Conceito e fatores de risco: Endocardite pode ser infecciososa ou não díacas ou do endocárdio mural, que leva a formação de vegetações compostas de fragmentos trombóticos e mi- crorganismo frequentemente associados à destruição - - - - vou dos tecidos cardíacos subjacentes – além das colônias bacterianas teremos a formação de trombos 1. Bacteremia, onde as bacterias transportadas atraves da corrente sanguinea até o coração 2. Invação (colonização) microbiana das valvas cardiacas ou do endocárdio mural 3. Com destruição dos tecidos cardiacos subjacente – facilita a formação dos trombos 4. Produzindo vegetações volumosas e friaveis Vegetações são compostas de fragmentos necrosados, trombo e microosganismo Normalmenta acontece com a parte que tem mais contato com o sangue, tipo na tricuspide ocorre mais na face atrial Focos de microorganismos: Procedimentos dentarios e cirurgicos Drogas injetaiveis Lesão do trato genital inferior, urinarios, orofaringe e pele Tipos de bacteremia: transitória ou duradoura: Continuação do caso clinico: Exame físico: O exame físico revela temperatura de 39 °C (102 °F), frequência cardíaca regular de 110 bpm, PA de 110/70 mmHg e FR de 16 rpm. Seu exame cardiovascular revelou um sopro ho- lossistólico de grau 2/4 em foco mitral Características clinicas: INÍCIO ABRUPTO, com rápido desenvolvimento de FEBRE, CALAFRIOS, FRAQUEZA e CANSAÇO Febre: pode ser leve ou ausente em idosos e na doença subaguda SOPROS: presentes em 90% dos pacientes Outras caracteristicas, principalmente da endocardite aguda temos sintomas relacionados com: Nodulo de osler (nódulos doloridos nas pontas dos de- micoêmbolos: Petéquias Manchas de Roth (hemorragias retinianas) Lesão de Janeway (lesão eritomatosas indoleres nas pal- mas das maões ou sola dos pés) dos) Exames laboratorias: Hemocultura (sangue) Ecocardiograma (vegetação intracardiaca) Biópsia (exame histológico) • • • • Continuação caso clinico: Hemograma: Hemoglobina = 10g/dL (12-17,5) Leucócitos = 16.500 mm3 (5.000 - 11.000 mm3) com 87% de neutrófilos Proteina C-reativa: 20 mg/dL (< 1,0 mg/dL); Bactéria gram +, streptococcos Ecocardiograma transtorácico: Laudo: presença de vegetações móveis nos folhetos an- teriores e posteriores da valva atrioventricular esquerda * * * * * * - - - - - • i Critérios diagnósticos: Para fechar o diagnóstico vamos precisar da cultura do san- gue, achados ecocardiográficos e informação laboratorial Patogênese: A vegetação quando cresce muito, acaba facilitando a sua Patogênese: Células endoteliais ativadas pelas bactérias ou lesão começam a depositar fibronectina no local, facilitan- do a colonização de algumas bactérias que se aderem a essa proteína como o Staphylococcus aureus, as bactérias são in- ternalizadas e as células endoteliais liberam fatores teciduais e citocinas (devido a inflamação), ativando a cascata de coa- gulação e a vegetação cresce fragmentação e esses pequenos pedaços de trombos mais ba- ctérias, podem se disseminar pela corrente sanguínea atingindo outros órgãos- êmbolo séptico Na maioria das vezes precisam trocar as valvas atingidas O ritmo e a variação da gravidade definem se a doença será aguda ou subaguda Endocardite Aguda: Microrganismos muito virulentos, não precisam de uma lesão prévia eles mesmos colonizam o local e causam a lesão - Staphylococcus aureus Normalmente são lesões: necrosantes, ulceradas, perfuran- tes que se infiltram nas cúspides Vegetações valvares volumosas de 0,5 - 2,0 cm repleta de microrganismos Óbito precoce devido ao inúmero dano tecidual: dias ou semanas * * * * * * * * I Tratamento com antibiótico consegue resolver na maioria Endocardite subaguda: Microrganismos menos virulentos - Streptococcus viridans Normalmente os indivíduos já apresentam valvas previamen- te danificadas Lesões brandas de pequenas dimensões Vegetações valvares pequenas (0,5cm) Menor taxa de letalidade Difícil visualização até serem grandes e causar estenose de Morfologia: Vegetações: massas avermelhadas, friáveis de tamanho varia- dos valva por obstrução mecânica * * * * * * * * Consequências: disfunção valvar e embolia Endocardite não infecciosa ou marânticas: Endocardite trombótica não bacteriana (ETNB) Caracterizada pela deposição de pequenos trombos estéreis nos folhetos das valvas cardíacas Lesões de 1 a 5mm (macroscopia), vegetações isoladas ou múltiplas na linha de fechamento dos folhetos ou cúspides Mecanismo: estado de hipercoagubilidade, devido a deposi- ção de pequenas massas de fibrina, plaquetas, ausência de agente infeccioso e ausência de agente infeccioso e ausência de inflama- ção Microscopia: trombos e fibrina sem inflamação Microscopia: fibrina, células mononucleadas principalmente Endocardite de Libman-Sacks (ELS): Não trombótica e não bacteriana Ocorre em pacientes com Lúpus eritematoso Mecanismo: provável deposição de imunocomplexos (ac. Antifosfolipídico e ac. Anticardiolipina) Vegetações estéreis, pequenas, fibrinosas dos dois lados das valvas Associadas a necrose fibrinóide e inflamação Consequências: pode levar a deformação e cicatriz semelhan- te a doença reumática Microscopia: vegetações de 1 a 5mm na borda de fechamento das valvas normais plasmócitos R: Procedimento odontológico levando a uma bacteremia e Continuação do caso clínico: 1. Qual a hipótese diagnóstica? R: Endocardite subaguda 2. Qual o agente etiológico envolvido na doença? R: Streptococcus viridans 3. Descreva sucintamente o mecanismo fisiopatológico da doença? colonização de valva R: Trombos e bactérias, infiltrado inflamatório 4. Cite as alterações encontradas na MICROSCOPIA? Infiltrado neutrofilico Paciente masculino, 38 anos apresentou os sintomas de Miocardite: Caso clinico: COVID19 e procurou por assistência médica. Após a con- firmação pelo teste rápido o paciente foi atendido. Durante o atendimento o médico explicou que por ele não se encai- xar em nenhum grupo de risco e estar apresentando apenas sinais leves da doença, o paciente deveria reforçar ainda mais o isolamento e que enquanto não tivessem uma piora dos sintomas seria monitorando pelo aplicativo e também através de contatos diários pelo telefone feitos pela equipe médica. O paciente questionou sobre o uso de cloroquina e por mais que o médico tivesse explicado todos os efeitos * * * * * * * * * * * * * * * - colaterais e a não comprovação científica para o tratamento de COVID19, principalmente em casos de sintomas leves, ele insis- tiu em fazer o uso do medicamento Tipos de miocardite: Definição: Processo inflamatório multifatorial que causa lesão dos car- diomiócitos (lesão inflamatória a cardiomiócitos com necrose e/ ou degeneração dos miócitos adjacentes), com fases evolutivas de atividadee remissão Inflamação é a causa da miocardite Por causa de uma infecção viral (por exemplo), vamos ter o 1. Infecciosa: por um agente infeccioso: vírus, helminto, bactéria, fungo protozoário – principal vírus é o coxsackie B e na améri- ca latina o principal causador é o protozoário Trypanosoma cruzi (doença de chagas)- atualmente o SARCOV-2 também pode cau- sar essa inflamação nas fibras do miocárdio 2. Imunitária: reações de hipersensibilidades principalmente de- vido a fármacos ou em doenças de colágenos, rejeições pós trans- plante, doença reumática ou idiopática Fisiopatologia: acometimento dos cardiomiocitos pelo vírus que se proliferam nessas células, levando a ativação do sistema imune e devido a endocitose mais a junção do material viral com o DNA da nossa célula (cardiomióctos) teremos a produção inadequado de distro- fina porque o vírus está usando a maquinaria da célula para fazer a replicação e não produzir mais proteínas próprias levando a dis- função contrátil do miócito. Nosso sistema imune começa atacar essas células, principalmente linfócitos T (CD4+) e a produção de anticorpos antimiocardio pelos plasmócitos. Em paralelo também teremos os macrófagos e NK aumentando a resposta inflamatória afim de combater o patógeno. 2. Recuperação total sem sequelas ou com disfunção ven- Fases da miocardite: Fase aguda: • 1º ao 4º dia • Alta viremia • Invasão dos miócitos pelo vírus • Ação direta e ativação do sistema imune – disfunção contrátil Fase subaguda: • 4º ao 14º dia • Desenvolvimento da resposta imune (NK degrada as cé- lulas infectadas e linfócitos T e B) e do sistema inflamató- rio – ação indireta • Receptores de histocompatibilidade e ataque aos mióci- tos • Causando lise a apoptose – disfunção contrátil Fase crônica: • 14º a 90º dias • Coração começa a sofrer consequências: 1. Cardiomiopatia dilatada progressiva ou estável (fibrose) tricular leve * * * Critérios diagnósticos: Caso clinico continuação: Cinco dias após a primeira consulta, o paciente procurou o pronto atendimento porque há dois dias vem sentindo dores no corpo, febre e palpitações, acreditando que essa piora fosse devido ao agravamento do quadro de COVID. Exame clinico: Ao exame físico não foi observada nenhuma alteração pulmonar, ou qualquer outro sintoma relacionado a in- fecção pelo coronavírus. Entretanto, o médico evidenciou pre- sença de disfunção cardíaca. Questionado sobre isso o paciente relatou estar em uso de cloroquina. Características clínicas: Assintomático Febre, dor, arritmias de início súbito Insuficiência cardíaca de início súbito Define-se miocardite como um infiltrado inflamatório no miocárdio com necrose e/ou degeneração dos miócitos adjacen- tes não decorrentes de dano isquêmico associado a doença arteri- al coronariana As setas verdes estão apontando para um edema e fibrose Esse critério não contempla a forma branda de miocar- Critérios de Dallas: padrão ouro Biopsia endo miocárdica Possuem um padrão do infiltrado inflamatório dependente da etiologia dite Pode haver algum grau de HIPERTROFIA, dependendo Normalmente miocardite virais, o padrão de infiltração e linfo-histocitários (mononucleares) Miocardite bacteriana: infiltrado neutrófilico (neutrófi- los). Temos a exceção do Micobacterium tuberculoses, pois ele forma o granuloma Fungos: padrão granulomatoso Protozoários: infiltrado linfo-histocitários (mononu- cleares) Reações de hipersensibilidade: infiltrado eosinofilicos Aspectos macroscópico: Pode ter um aspecto normal ou dilatado da duração da doença Estágios mais avançados: fla- cidez muscular e com frequência mosqueada com focos pálidos e diminutas lesões hemorrágicas Trombos murais também po- dem estar associados Caso clinico continuação: 1. Qual a hipótese diagnóstica? R: Miocardite infecsiosa ou imunitária 2. Qual o agente etiológico envolvido na doença? R: SARCOV ou Cloroquina 3. Quais os aspectos microscópico característicos dos subtipos de miocardite? R: SARCOV (infiltrado linfo-histocitários) e Cloroquina (infiltrado eosinofilico) * * * * * * * * * - - - - - - - - • OBS: para sabermos a hipótese diagnostica precisa será neces- 4. Qual desses aspectos é esperado na biopsia endomiocardica do nosso paciente? R: Se for vírus vai ser uma miocardite ativa (infiltrado inflama- tório + necrose), se a causa for o medicamento teremos uma mio- cardite Borderline (infiltrado sem necrose) sário a biopsia endomiocárdica Fibrose= dependendo do tempo da inflamação Aspectos microscópicos: Edema: infiltrado inflamatório intersticial (infiltrado difuso, mononuclear dependendo do agente ou linfocitário) Necrose focal dos miocitos Teremos a lesão da fibra cardíaca por causa da resposta Miocardite chagásica crônica: Protozoário: Trypanosoma cruzi Temos a inoculação do protozoário através da picada do bar- beiro que libera suas fezes enquanto suga o sangue e a pessoa ao coçar essa picada faz o com que o protozoário caia na circulação, se infectando e nas fibras musculares principalmente teremos a proliferação e infecção. 80% dos infectados já apresentam proble- mas cardíacos, estando na fase crônica Na biopsia cardíacas dos pacientes com chagas encontramos a forma amastigotas do trypanosoma dentro dos cardiomio- citos imune, que faz uma agressão as células infectadas causando lesões nas fibras cardíacas, que podem ocorrer em uma re- gião de inervação por exemplo, levando ao mau funciona- mento das fibras levando a dilatação e a insuficiência car- díaca Hipocontratilidade do miocárdio gera lentificação de Fase crônica: Dilatação global de todas as câmaras tomando contorno arredondado (moringa) Afinamento do miocárdio na ponta do VE, acompanha- do por fibrose fluxo e favorece trombose Microscopia: MIOCARDITE LINFO-HISTIOCITÁRIA Destruição direta de grande número de cardiomiócitos pelo T. cruzi → ICC FORMA AGUDA: presença da FORMA AMASTIGO- TA do parasita no interior do cardiomiócito, com INFIL- * * * * * * * * * * • • • FORMA CRÔNICA: LINFÓCITOS e EOSINÓFILOS, FI- TRADO DE NEUTRÓFILOS BROSE, SEM O PARASITA Quadro histológico: edema e infiltrado inflamatório misto: Reação a fármaco: Exemplos: enicilina, sulfonamidas, dobutamina, cloroquina eosinófilos, macrófagos e linfócitos Infiltrado inflamatorio: macrofagos, linfocitos e plas- Sarcoidose ou idiopaticas: Microscopia: miocardite de Fiedler, granulomas epite- liódides sem necrose e células gigantes multinucleadas mocitos extensa area de necrose * * * * *
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