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Intervenção fonoaudiológica em queimaduras Queimadura: lesão dos tecidos orgânicos em decorrência de um trauma de origem térmica. Os fatores etiológicos podem ser por agentes físicos (térmicos, eletricidade, radiantes), ou agentes químicos (ácidos, álcool, etc). As queimaduras podem ser classificadas quanto ao grau: ● Lesão de primeiro grau: Atinge a camada mais externa da pele, a epiderme. Não provoca alterações clínicas significativas. ● Lesão de segundo grau: Atinge tanto a epiderme quanto a derme, poupando uma parte desta. O tecido terá condições de se recuperar, mas muitas vezes o resultado estético não é satisfatório. ● Lesão de terceiro grau: Acomete a totalidade das camadas da pele (epiderme e derme), e em muitos casos, outros tecidos, como tecido muscular subcutâneo, músculo e tecido ósseo. As principais sequelas de queimaduras são: ● Cicatrizes hipertróficas ou quelóides extensos; ● Mobilidade restrita dos músculos da mímica facial. Normalmente, as cicatrizes podem evoluir com retrações, o que implica a limitação funcional do sistema estomatognático. Podem apresentar dificuldades de mastigação, deglutição, e por vezes, articulação da fala. As sequelas das queimaduras geralmente estão relacionadas às contraturas cicatriciais, que decorrem do processo cicatricial. As cicatrizes, nesses casos, são classificadas como hipertróficas ou queloides. Diferença entre uma cicatriz hipertrófica e um quelóide: a cicatriz hipertrófica apresenta a característica de regredir espontaneamente dentro do período de um ano, e a hipertrofia ocorre dentro dos limites da lesão. Os quelóides são cicatrizações definitivas, que não apresentam melhora espontânea, e sua formação fibrosa estende-se além dos limites da lesão. No entanto, as massagens e exercícios são realizados independentemente de serem as cicatrizes hipertróficas ou queloides. A característica esfincteriana da musculatura dos lábios e suas estruturas adjacentes proporcionam o desenvolvimento de retrações cicatriciais que podem determinar graus variados de microstomia. A microstomia é uma redução na abertura oral decorrente do processo de cicatrização hipertrófica, principalmente em região de comissura, que pode resultar em alterações na habilidade de se alimentar, na articulação, na simetria, no controle de saliva, na higienização oral, dificuldades nos procedimentos odontológicos, além de deformidades estéticas, associadas ao comprometimento dental e esquelético. Ao mesmo tempo em que o fonoaudiólogo se dedica à aplicação de massagens nos tecidos aderidos e retraídos, ele deve trabalhar com as funções estomatognáticas comprometidas, como as sequelas de queimaduras. O tratamento das funções estomatognáticas segue os mesmos princípios da reabilitação na terapia miofuncional oral. Pode se trabalhar com a mímica facial, para a manutenção da capacidade de expressão do paciente. Obs: Splints orais ou órteses: dispositivos capazes de aplicar forças que possam parar ou inverter essa situação, mantendo a comissuras labial em constante tensão contrária à força de retração cicatricial e estabilizando o músculo orbicular.