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DORMIR BEM É POSSÍVEL AUTOCONHECIMENTO PARA UM SONO MELHOR GEORGE DO LAGO PINHEIRO o autor Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Otorrinolaringologista pelo Hospital Regional de Presidente Prudente - SP Especialização em Medicina do Sono pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP Membro Titular da Associação Brasileira do Sono - ABS Médico de serviço de Medicina do Sono de três grandes hospitais de São Paulo - SP Professor de cursos de insituições formadoras de profissionais do sono em São Paulo - SP Idealizador do Portal Tudo Sobre Sono Médico apaixonado pela medicina que transforma e impacta a qualidade da vida e acredita que o sono tem um papel fundamental nesse processo. Formação: sumário Introdução ----------------------------------------------- 03 Conheça seu corpo ---------------------------------- 06 Conheça o seu ambiente -------------------------- 17 Conheça sua rotina ----------------------------------- 22 Conheça o que você come ----------------------- 27 Conclusão ------------------------------------------------- 33 O autoconhecimento é poder. Acordar para si mesmo é um desafio e, claramente, não estamos preparados para esta jornada. Reproduzir padrões, expectativas, conceitos é sensivelmente mais confortável. Isso fica ainda mais evidente quando observamos o meio externo: cobranças, acúmulo de funções, conflitos, trânsito, rotina pesada, competição, entre outras situações. E apenas seguimos o fluxo disso tudo, como se fosse a ordem natural. introdução “Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta” Carl Jung 3 Conhecer a si mesmo é muito mais do que adquirir informações objetivas sobre o próprio corpo. Fazemos isso com outros seres. Conhecemos, por exemplo, como vírus se replicam, como agem e o que causam em seus hospedeiros. Sabemos também da fisiologia humana: como o coração bombeia o sangue oxigenado para o restante do corpo ou como um estímulo recebido perifericamente é conduzido ao sistema nervoso central e a seguir forma-se uma resposta a ele. O autoconhecimento é maior, profundo, mais intrigante. Trata-se de um processo envolvido com a desconstrução em primeiro plano para em seguida construir um “novo eu”, de forma dinâmica e progressiva. Mas como o sono relaciona-se a este contexto? Não é simples compreender essa interligação. Há uma espécie de névoa que não nos permite identificá-la. 4 Você está disposto a enfrentar a jornada do autoconhecimento na busca de um sono melhor? Está preparado a deixar pelo caminho idéias pré-formadas e mergulhar em busca do verdadeiro “eu”? Para dormir, é necessário um despertar para o próprio corpo e compreender os sinais que se apresentam não só a noite, mas durante as horas que se apresentam no nosso ritmo biológico. Vamos construir esse caminho de autoconhecimento juntos? 5 conheça seu corpo “Se o que tu procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não achará em lugar algum” Sócrates Quantas horas de sono diárias você necessita? Parece uma pergunta simples, óbvia. Mas vou provar que não. A maior parte da população desconhece o quanto precisa dormir para satisfazer o próprio corpo. Vivemos em uma sociedade que nos estimula a produzir sempre: metas para atingir a promoção no trabalho, a melhor nota na escola ou faculdade, serviços funcionando initerruptamente, variadas opções de lazer nas 24 horas. Inconscientemente, construímos a ideia de que podemos tudo para dar o nosso melhor em nome da coletividade. Mesmo que para isso eu sacrifique algumas horas de sono. 6 Dormir é visto por muitos como sinônimo de derrota ou, até mesmo, um pecado. Quando ouvimos de alguém a clássica frase “enquanto você dorme, seu concorrente trabalha”, compreendemos a dimensão do desvirtuamento do sono na sociedade. Este é apenas um dos clichês que escutamos diariamente e que nos moldam a não reconhecer o dormir como uma necessidade fisiológica. Mesmo a palavra “sonho” deixou a conotação onírica para ressignificar meta, algo a ser conquistado. 7 Há uma pressão social para dormimos menos do que precisamos. Fato indiscutível. Segundo a literatura cientifica, perdemos cerca de 1h30 de tempo de sono nos últimos 100 anos. A chegada da energia elétrica aos lares, as tecnologias como televisores, computadores, tablets e celulares, impactaram significativamente no início do sono. Soma-se a isso a jornada intensa de trabalho, os inúmeros compromissos sociais, a cobrança por uma performance cada vez mais efetiva. Está montado o cenário perfeito para dormirmos cada vez pior. 8 Saber as horas de sono necessárias para o próprio corpo é o ponto de partida da nossa jornada do autoconhecimento. Há uma orientação universal de que precisamos, em média, 7h30 a 8h de sono noturnas para satisfazer o que precisamos em nossa fisiologia. Mas a palavra “média” não foi aqui empregada sem propósito. Pela matemática, significa a soma de um conjunto de valores numéricos cujo resultado dividido pelo número de elementos somados. Ou seja, a média não representa de forma clara os valores extremos. Vamos entender melhor quando aplicamos esse conceito ao sono. 9 Fisiologicamente, estas pessoas funcionam de forma saudável seja dormindo menos, seja dormindo mais que a média, conforme o perfil biológico próprio. O transtorno passa a existir quando são obrigados a encaixar-se no padrão social determinado pela média. Dessa forma, o dormidor curto pode ter sempre a impressão de que não dorme o quanto gostaria, se comparado com outro de padrão diferente do seu. Esse comportamento, em logo prazo, pode gerar uma frustração com o próprio sono, pois o indivíduo atribui a si uma necessidade maior do que a real. A maior parte das pessoas precisa dormir a média de 7h30 a 8h por noite para um sono reparador. Porém, há alguns perfis que fogem a essa orientação geral: os que precisam menos e aqueles que precisam mais que essa média. São conhecidos como dormidores curtos os indivíduos que necessitam menos que 6h de sono. Aos que precisam de mais de 8h30, são chamados de dormidores longos. 10 Na contramão, os dormidores longos precisam de ter mais horas de sono durante a noite. Mas é uma tarefa quase impossível para a imensa maioria deles. Diante das múltiplas atividades, dormir 8h já um desafio diário. Mais do que isso, torna-se impraticável. E, dessa forma, este perfil biológico está sempre em debito com suas horas de sono. Despertar pela manhã exige um esforço descomunal. A questão extrapola simplesmente dormir o suficiente. Há estigmas sociais e problemas de saúde associados a cada perfil. De forma geral, o dormidor longo é quem mais sente esses impactos. Socialmente, ele é por vezes classificado como preguiçoso ou sonolento. Há redução da sua performance geral e, frequentemente, estende seu sono por muitas horas no fim de semana numa espécie de compensação. 11 Agora que conhecemos que nem todos tem a mesma necessidade diária de sono, entraremos em outro conceito importante para o autoconhecimento: os cronotipos. Nada mais são do que tipos de ritmos biológicos que determinam a organização cronológica das funções do corpo. Desde o momento da fome, funcionamento do intestino, temperatura corporal, liberação de hormônios, por exemplo, são regulados de acordo com o próprio perfil. 12 Há diversos espectros de ritmos biológicos, mas três merecem ser destacados: matutinos, intermediários e vespertinos. Cada um com características peculiares, permitindo diferenças individuais bem definidas. Variáveis como performance mental, disposição, horários para dormir e acordar irão colabora a definir a que grupo o indivíduopertence. Na prática, os matutinos são as pessoas que acordam cedo, dispostas, produtivas, mas necessitam dormir cedo. Funcionam muito bem durante o dia, mas a performance reduz sensivelmente durante à noite. Os vespertinos, ao contrário, tem o ápice de atividade mais atrasado em relação aos matutinos. Preferencialmente, dormem mais tarde e desejam também estender o horário do sono. Para este grupo, acordar cedo é comparável a uma tortura. Mesmo que isso ocorra, a produtividade é muito baixa pela manhã, aumentando progressivamente no decorrer do dia e atingindo o máximo no período noturno. 13 Você deve estar se perguntando neste exato momento: “- Por que preciso conhecer o meu cronotipo?” A resposta é simples: o momento de maior produtividade física e mental deveria coincidir com suas atividades diárias. Por exemplo, o vespertino idealmente deveria iniciar e terminar suas tarefas mais tarde. Antagonicamente, o matutino pode ser melhor aproveitado mais cedo. Quando há um descompasso entre o ritmo biológico e a atuação social, temos um distúrbio do ritmo circadiano. Irritabilidade, queda na produtividade, acidentes de trabalho e de trânsito, sonolência excessiva diurna, são algumas das consequências do desrespeito ao próprio cronotipo. Os intermediários ou indiferentes dispõem-se entre estes extremos, sem uma clara preferência e correspondem à maior parte da população. 14 O relógio biológico é regulado por mecanismos endógenos (expressão de genes, liberação hormonal, temperatura corporal, como exemplo) e, outros, exógenos (ciclo claro-escuro, atividades sociais, entre outros). Dar as dicas temporais corretas para o nosso sistema nervoso central é imprescindível para manter o ritmo do corpo organizado. É como se esse relógio tivesse uma tendência a atrasar ou adiantar, mas diariamente sofre ajustes que impedem a sua desregulação. 15 Neste momento, começa a ficar claro que o sono noturno é uma construção das atividades que praticamos desde o despertar pela manhã até o momento de ir pra cama à noite. Trata-se de uma espécie de maratona 4x100, em que tudo deve ocorrer sincronicamente para um resultado satisfatório. Nosso corpo tem a capacidade de se ajustar a mudanças que eventualmente ocorram. Mas quando essas alterações são recorrentes e duradouras, o prejuízo no ritmo biológico é mais robusto, diminuindo a capacidade de adaptação do indivíduo. Neste ponto, consistem alguns prevalentes distúrbios do sono. 16 Uma melhor qualidade de sono passa por uma análise minuciosa do ambiente ao qual pertencemos. Não basta ter sono para dormir bem. É necessário ter condições favoráveis para ele acontecer. A dificuldade para iniciar ou manter o sono pode estar em sua volta, sem sua percepção clara. conheça seu ambiente “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós” José Saramago 17 Cada vez mais descaracterizamos o quarto. Muitos recém-nascidos nem o utilizam, mas o compartilham com seus pais. Hoje se conhece que o quarto compartilhado é permitido nos primeiros meses do bebê, facilitando seu cuidado. Quando maior, ele eventualmente passa até ser utilizado como local de castigo após a criança aprontar algo que desagrade seus cuidadores. O fato é que estamos criando uma relação conflituosa com um ambiente que deveria ser o mais agradável e aconchegante possível. A nenhum outro ambiente da casa você dedica tanto tempo de permanência. Só temos memória do que vivemos acordados. Tendemos a ter um cuidado especial com a sala de estar ou de jantar, mas negligenciamos o espaço em que passamos cerca de 8 horas por dia. Não é apenas uma questão de conforto. O quarto precisa ter aparência de quarto. Parece uma afirmação óbvia, mas na prática, esse compartimento tem adquirido conformações cada vez mais distantes da original. 18 Um exemplo clássico é o uso de televisor no quarto. Quem não gosta de assistir um bom filme envolto a travesseiros confortáveis? É um hábito tão frequente que nos imprime a ideia de ser normal. Mas transformar o local do sono em sala de tv pode ter influência negativa ao ato de dormir. Usar o quarto como sala de jantar ou extensão da faculdade, por exemplo, promove uma associação negativa com a cama. Cria-se involuntariamente a ideia de que tudo pode ser feito ali: estudar, fazer relatório do trabalho, programar o dia seguinte, repensar o dia que passou, assistir filme, enfim. A verdade é uma só: quarto do adulto é exclusivo para dormir e namorar. Qualquer atividade diferente dessas, deve ser realizada em outro ambiente da casa. É como se fosse um ambiente sagrado para sono e que não pode ser profanado. 19 Além de ajustar a representação de quarto ideal, alguns fatores externos precisam ser observados com rigor. Uma iluminação inadequada pode parecer inofensiva. Mas para dormir bem, não é assim. Um pequeno facho de luz externa atravessando um estreito espaço da janela pode ser um estímulo poderoso para inibir um hormônio importante para o sono: a melatonina. A principal dica para o cérebro,mais especificamente para uma glândula chamada pineal, é a ausência de luz captada pelas células da retina, A partir de então, há liberação progressiva deste hormônio, atingindo o pico de concentração no corpo durante a madrugada. 20 Outras fontes de luz não tão obvias podem de alguma forma interferir no sono. O hábito de deixar o celular ao lado da cama pode expor-nos a frequentes picos luminosos e vibrações durante a notificações de mensagens de grupos e redes sociais. Essa situação pode gerar despertares recorrentes que não registramos na memória, mas são responsáveis por fadiga e sensação de sono não reparador ao acordar. Uma medida simples e eficaz para esse problema é utilizar o modo “não perturbe” que os smartphones disponibilizam. Experimente! Seu sono agradecerá. 21 conheça sua rotina “Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito.” Pitágoraso Há muitas formas de sinalizarmos ao cérebro o momento de estarmos acordados ou dormindo: exposição à luz do sol, redução de luminosidade à noite, horários regulares para as alimentações e atividades sociais, são as principais delas. Isso reforça a ideia de que para dormir bem não devemos nos restringir somente as atividades noturnas. O sono desta noite começou a ser “construído” a partir do momento em que você levantou da cama. Partindo desse princípio, podemos compreender a importância da rotina para esses sinalizadores que darão fundamentais dicas ao cérebro. 22 Quando pensamos em rotina, facilmente a relacionamos com tédio, algo que executamos costumeiramente da mesma forma sempre. É frequente encontrarmos alguém querendo “sair da rotina” para sentir-se mais desafiado ou estimulado a realizar uma determinada tarefa. O fato é que sono e rotina tem uma relação muito mais íntima do que se pensa. Vamos entender as razões a seguir. Coordenar o tempo acordado para executar as múltiplas tarefas que nos compete, é uma tarefa nada fácil. Facilmente abrimos mão do café da manhã para não chegarmos atrasados nos compromissos. Atrasamos o horário do almoço porque não terminamos todas as atividades matutinas. O café da tarde fica praticamente para o inicio da noite. E assim seguimos dia a pós dia. 23 O fato é que nossa rotina é um poderoso sincronizador para o nosso cérebro. Os horários regulares das refeições, atividades sociais (trabalho, estudo e lazer) e exercício físico, são estímulos necessários para o corpo executar as tarefas características do momento. É mais fácil de entender essa mensagem quando analisamos a nova vida de alguém que mudou consistentemente suas atividades, por exemplo, um aposentado. No novo contexto social em que vive, ele começará gradualmente a desajustar seus horários.Com o passar do tempo, será inevitável a troca do dia pela noite. 24 Rotina não precisa ter uma conotação negativa. Ela é necessária à saúde. O corpo sofre quando a desrespeitamos continuadamente. Dormir e acordar nos mesmos horários, tomar sol pela manhã, fazer todas as refeições, momentos de lazer e interação social trazem muito mais proveito quando organizados. Assumimos cada vez mais responsabilidades e nos privamos de benefícios próprios para dar conta de tudo. O momento é de refletir: por quanto tempo suportarei este ritmo frenético? Quais sinais meu corpo está demonstrando de que algo não vai bem? O sono pode ser uma das primeiras dicas corporais de que precisamos mudar. 25 Se você quiser modificar esse cenário, há um caminho simples a tomar: organização. É lógico que nem tudo na vida pode ser colocado numa relação de tarefas. Mas aquelas atividades que são diariamente executadas, podem ser organizadas para melhor performance do seu dia. Programe o seu dia seguinte, mas não o faça na cama. Ao chegar em casa, após um banho e o jantar, enumere tudo o que precisará ser feito e determine uma ordem racional para o próximo dia. Deixe espaço para as eventualidades. Mas não desmereça o que é fundamental à sua saúde. Às vezes, a desorganização da vida está tão acentuada, que não sabemos por onde começar. Inicie, então, por dormir e acordar praticamente nos mesmos horários. Será uma construção diária. Com a persistência, você terá dias mais produtivos e noites de sono de qualidade. Invista em si mesmo! 26 conheça o que você come “Diz-me o que comes, dir-te-ei o que és.” Eça de Queiróso Alimentação saudável, exercício físico e sono de qualidade formam o tripé essencial para a qualidade de vida. A falha em qualquer um destes pilares pode interferir ou, até mesmo, comprometer os outros. Destacando sono e alimentação, a ciência já demonstrou uma relação bidirecional, ou seja, um influencia o outro como uma via de mão dupla. Já sabemos que dormir não é um processo isento de atividades. Ao contrário, determinados hormônios, neurotransmissores e funções especificas só ocorrerão durante o sono. A grelina, que atua no apetite, e a leptina, responsável pela saciedade são reguladas durante o sono. 27 Basta uma única noite sem dormir bem para que você sinta vontade de consumir alimentos mais calóricos, como carboidratos. Repetindo o sono de má qualidade, a longo prazo aumenta o risco de doenças metabólicas como dislipidemia, diabetes e obesidade. Agora que já entendemos como o sono pode interferir nos horários de alimentação, dieta e metabolismo, chegou a hora de raciocinarmos o inverso: como a alimentação pode influenciar o sono? Vamos começar por uma bebida quase unanimidade entre os brasileiros: o café. Diversos estudos demonstram o impacto positivo desta bebida na saúde. Mas você conhece a dose de cafeína recomendada para o uso diário? Pesquisas demonstram que a dose diária segura de cafeína está em torno de 400mg. Em termos práticos, corresponde a 3 a 4 xicaras pequenas de café. A concentração de cafeína depende do tipo de café e do processamento 28 (filtrado ou expresso, por exemplo), podendo variar em uma xicara de 150mL entre 70-140mg. Vale lembrar que a cafeína é encontrada também em outros alimentos como chocolate, refrigerantes do tipo cola e tipos de chá. E por que devemos nos preocupar com a dose de cafeína ingerida? Essa substância tem efeito estimulante e, portanto, pode atrasar o início do sono. Além do mais, algumas pessoas podem ser mais sensíveis ao seu efeito. De forma geral, deve-se evitar consumir alimentos à base de cafeína após as 16h, haja vista que sua ação no corpo pode durar entre 6 a 8h. Não há problema em tomar seu cafezinho, desde que na dose e horário certos. Moderação é a palavra de ordem. 29 É também hábito de muitas pessoas tomar uma xícara de chá para dormir. Antes de tudo, é preciso ficar claro que não há nenhuma bebida milagrosa para resolver todos os problemas do sono, mas algumas podem criar um grau de relaxamento que facilitará o início do sono. Não basta apenas tomar chá para dormir melhor, é necessário conhecer seus componentes e toxicidade. Algumas bebidas podem contribuir para uma noite de sono mais agradável, como exemplo, camomila, passiflora, erva cidreira e valeriana. Entretanto, outros chás costumeiramente utilizados à noite, podem causar excitação, como os chás preto, verde, canela e gengibre. Fique atento porque certos chás podem comprometer sua noite de descanso. 30 Há também quem faça de consumo de bebida alcóolica para dormir melhor. De fato, o álcool reduz a latência do sono, ou seja, ele facilita o seu início. Mas ingerir vinhos, cerveja ou destilados à noite pode trazer alguns problemas. O primeiro e, sem dúvida, mais sério, é a dependência química e tendência ao abuso de dose. O segundo é que este tipo de bebida provoca relaxamento muscular aumentando a chance de eventos respiratórios durante o sono. Por último, o álcool inibe o sono REM, importante fase responsável pela consolidação da memória e atenção. 31 Outro cuidado importante antes de dormir é com relação à porção e tipo de alimentos ingeridos. Refeições com maior quantidade de gordura demoram mais para serem digeridas, causando desconforto para dormir e até pesadelos, em casos extremos. Opte por alimentos mais leves e em menores porções, como saladas e carnes brancas. Evite jantar próximo ao horário de ir pra cama, para que uma parte da digestão já tenha acontecido e assim haja menor interferência no sono. Hidratação é importante, mas não exagere na quantidade de água ingerida durante a noite. Dessa forma, você diminuirá a frequência de idas ao banheiro durante a madrugada. 32 conclusão Conhecer seu corpo. os tipos de alimento e suas necessidades são requisitos fundamentais para dormir melhor. Não há um caminho para saúde que inicialmente não passe pelo autoconhecimento. As orientações devem ser sempre particularizadas, buscando o melhor equilíbrio para aquele indivíduo. Boas noites de sono são possíveis, sim! Identificar maus hábitos, adaptar o ambiente e intensificar a rotina são medidas que exigem dedicação, mas que certamente são a forma mais segura para um sono de qualidade. Não espere mais! Comece hoje a investir em seu sono e em sua saúde. 33 DORMIR BEM É POSSÍVEL AUTOCONHECIMENTO PARA UM SONO MELHOR GEORGE DO LAGO PINHEIRO São Paulo - SP 2020 Todos os di re i tos desta obra per tencem ao seu autor e ao Por ta l Tudo Sobre Sono drgeorgepinhei ro www.tudosobresono.com.br
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