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Medida provisória Está localizada na CF, no art. 59, inciso V e art. 62 A medida provisória é dispositivo com origem na Itália, onde recebe a denominação de decreto-legge. No pós 2° guerra mundial, a constituição italiana de 1947 trouxe em seu art. 77. Com a entrada em vigor das medidas provisórias desapareceram os decretos-leis, a MP não possui projeto. A MP começa com a publicação que já entra imediatamente em vigor e somente “após” (durante sua vigência) é que o parlamento fará sua análise e controle (controle repressivo de constitucionalidade), logo não existe controle preventivo de constitucionalidade na MP. Os demais projetos, dependem “antes” de entrar em vigor, de uma prévia analise do parlamento (controle preventivo de constitucionalidade), somente entrando em vigor após sua publicação. Durante todo o tempo em que a MP está em vigor, ela gerará efeitos jurídicos, salvo se houver uma decisão judicial em contrário. Art. 62 da CF → Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. → Relevância e urgência são requisitos objetivos constitucionais para a criação de uma MP, quem decide pela existência de relevância e urgência? R: O presidente da república, é uma questão subjetiva. No caso do legislativo há previsão expressa na CF quanto à possibilidade Direito Constitucional e até dever de, antes de analisar o próprio mérito da MP, analisar antecipadamente a presenta da relevância e urgência. Poder judiciário? R: Também pode. Conforme entendimento consolidado do STF, os requisitos constitucionais legitimadores da edição de medidas provisórias, vertidos nos conceitos jurídicos indeterminados de 'relevância' e 'urgência' (art. 62 da CF), apenas em caráter excepcional se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força da regra da separação de poderes (art. 2º da CF). (ADI 2.213, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 23-4-2004; ADI 1.647, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 26-3-1999; ADI 1.753-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 12-6-1998; ADI 162- MC, Rel. Min. Moreira Alves, DJde 19-9- 1997). MP arquivada não pode ser reapresentada no mesmo ano, salvo de por iniciativa de projeto de lei por maioria absoluta dos membros de uma das casas do CN. Uma MP quando de transforma em lei, será em lei ordinária. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê- las de imediato ao Congresso Nacional. Competência: O presidente da república poderá adotar medidas provisórias. E os governadores e prefeitos? Governadores: Também os governadores de estado poderão adotar tal medida, devendo para tanto constar expressamente na constituição de seu estado esta possibilidade, conforme entendimento do supremo tribunal federal STF - ação direta de inconstitucionalidade: adi 2391/sc - ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 51 e parágrafos da constituição do estado de Santa Catarina. Adoção de medida provisória por estado- membro. Possibilidade. Estados que adotam MP aos seus governadores - Santa Catarina, Tocantins e Paraíba. Prefeitos: Da mesma forma os prefeitos municipais poderão adotar medidas provisórias, desde que haja previsão expressa na lei orgânica do município. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê- las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: III - reservada a lei complementar; - Este dispositivo está se referindo a uma lei formalmente e materialmente complementar. - Existe a possibilidade de revogar ou suspender uma lei complementar? - Nos casos de leis apenas formalmente complementares, mas não materialmente complementar ela poderá ser suspensa e posteriormente revogada por uma MP. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê- las de imediato ao Congresso Nacional. (...) devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. - A primeira casa a analisar uma MP será o Congresso, ou seja, Câmara e Senado juntas. Ou seja, a primeira análise é realizada de forma unicameral, através de uma comissão mista. E deverá emitir um parecer. - Parecer: - O parecer deve ser emitido em até 14 dias da publicação no D.O.U - Comissão Mista, trata-se Comissão formada por Deputados Federais e Senadores. Artigo 2º, §2º, Serão 12 (dozes) Deputados e 12 (doze) Senadores (art. 2º, §2º - Resolução nº 01/2002). § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. - O parecer vai ser emitido depois que for publicado no diário oficial da união estando a MP em plena vigência, gerando efeitos e obrigações jurídicas. § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. - O parecer é meramente opinativo. § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. - Quando ocorrer a análise das MPs nas casas do Congresso Nacional, separadamente, ai sim ela poderá ser rejeitada. Primeiro na Câmara dos Deputados, e se por ela passar, após no Senado. - Na câmara dos deputados a MP poderá: * Ser rejeitada (arquivada), desta forma, nem encaminhada ao Senado. * Aprovada, com ou sem emendas parlamentares. - O que entra em vigor é a MP, eventuais emendas parlamentares, ficam suspensas dentro da MP. Exemplo do salário mínimo, na MP está 1.030, mas nas emendas parlamentares está escrito 1.050. - Mas e se a MP fosse rejeitada? A empregada teria que devolver esse dinheiro? Depende. - As Emendas parlamentares recebem o nome de "projeto de conversão". São as Emendas Parlamentares dado em uma MP, buscando alterar a sua originalidade. - Não se admite MP para matérias orçamentárias - Aprovada, com ou sem emendas parlamentares, a MP será encaminhada ao Senado Federal para que faça tudo o que foi feito na Câmara. - Uma vez no Senado a MP poderá: 1. Ser rejeitada: arquivada (EX: MP 168 - Fechamento dos bingos). 2. MP Aprovada: Se a MP foi aprovada na CD e no SF sem qualquer emenda, ou seja, com seu texto original. Neste caso MP se converte em lei ordinária - vai para publicação MP aprovada no senado mantendo a alteração da CD - Neste caso a MP será encaminhada ao Presidente da República para SANÇÃO ou VETO DO PROJETO DE CONVERSÃO. Ou se, verificar se o PR concorda com a alteração (emenda proposta); MP aprovada no senado com alteração ao feito da CD. - Quando houver uma divergência entre o que foi decidido pela CD e o que foi decidido pelo SF, a MP deverá retornar a câmara dos deputados para que esta avalie "apenas" o projeto de conversão, qual seja, a emenda do SF. Neste caso a câmara dos deputados poderá: A) Manter a emenda do senado: MP deverá ser encaminhada para sanção ou veto. B) Retirar a emenda do senado: MP deverá ser encaminhada para sanção ou veto. OBS: Apenas em uma hipótese a MP aprovada em ambas as casas (CD e SF) não retornará ao PR para sanção ou veto, será na hipótese de aprovada em ambas as casas e nenhuma delas apresentaremendas parlamentares. OBS: Qualquer alteração que MP venha a sofrer durante a sua análise pelas casas (CD e SF) mesmo que ao final o texto volte ao original, ela deverá voltar ao presidente da república para sanção ou veto. → O que o PR irá sancionar ou vetar será o projeto de conversão, mesmo que o texto esteja original, após a tramitação nas casas, mas desde que tenha sofrido alteração (emenda parlamentar) durante a sua análise. - No veto o PR poderá vetar TUDO (MP e Projeto de Conversão)? R: Se ele quiser sim. A MP possui prazo de validade, são 60 dias, podendo ser prorrogada uma vez por mais 60, ou seja, com o total de 120 dias. Uma MP poderá perder a sua validade pelos seguintes motivos: 1) Rejeitada na câmara dos deputados. 2) Rejeitada no senado federal; 3) Vetada totalmente pelo Presidente da república quando houver projeto de conversão (emenda parlamentar) mesmo que a MP esteja com seu texto original. 4) Pelo decurso do tempo. O prazo de validade de uma MP não se conta durante o período do recesso (férias) parlamentar. O parlamento possui 02 (dois) períodos anuais: I) 02/02 >>>>>>>> 17/07; II) 01/08 >>>>>>>>>> 22/12. Férias dos parlamentares (recesso) – art. 57 da CF: I) 18/07 >>>>> 31/07 = 14 dias no meio do ano; II) 23/12 >>>>>> 01/02 = 41 dias de início de ano Como ficam as situações dos atos praticados durante uma MP que perdeu a sua validade, deixando de existir? R: As medidas provisórias, perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dia, OU REJEITADA PELAS CASA ou VETADA PELO PRESIDENTE DS REPÚBLICA, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. Limitação circunstancial Foi criada na CF em 1934 e mantida em todas as demais até os dias atuais, é o “para onde está”, suspende de modo a voltar (retornar) de onde estava. Limitação temporal § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa Art. 3° do ADCT, onde a revisão constitucional foi prevista para 05 (cinco) anos após a promulgação da Constituição. Mutação constitucional Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgarem a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. Referidas ações foram ajuizadas na Corte, respectivamente, pela Procuradoria- Geral da República e pelo governador do Rio de Janeiro. Na oportunidade, os Ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso, bem como as Ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie, acompanharam o entendimento do Ministro Ayres Britto, pela procedência das ações e com efeito vinculante, no sentido de dar interpretação conforme a Constituição Federal para excluir qualquer significado do artigo 1.723 Mutação constitucional foi o inciso LXVII, do artigo 5º, da Constituição Federal, que trata da possibilidade de prisão do depositário infiel. Poder constituinte decorrente ART. 11 DO ADCT Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. Constituição estadual de 05 de outubro de 1989 Poder constituinte decorrente é aquele dado aos estados membros para criarem as suas próprias constituições. Não se poder copiar literalmente todo o texto da cf para uma estadual. Normas simétrica e norma assimétricas. Normas simétricas são aquelas regras ou dispositivos que podem ser transcritas da CF para a constituição estadual sem que ocorra inconstitucionalidade. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. CONSTITUIÇÃO PAULISTA Artigo 5º - São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Assimétricas são aqueles dispositivos da CF que não podem ser repetidos nas constituições estaduais. Saco isto ocorra haverá inconstitucionalidade. Controle de constitucionalidade Qual o motivo da existência do controle de constitucionalidade? R: Para fazer valer a supremacia da constituição. O objetivo da criação do Controle de Constitucionalidade dentro do ordenamento jurídico é manter a Supremacia do Texto Constitucional, tendo em vista que é na Constituição que se encontram as normas de organização e estruturação de um Estado, razão pela qual, não se admite a criação de dispositivos normativos que contrariem o Texto Constitucional. O controle de constitucionalidade é de dispositivos infraconstitucionais. Não existe controle de constitucionalidade de dispositivos da própria CF originária. O texto Constitucional não pode ser contrariado e toda vez que uma norma não esteja em consonância ou harmonia com este texto será uma norma inválida (ineficaz). INVALIZ = INEFICÁCIA Pode-se se dizer que doutrinariamente existem 04 (quatro) formas para a realização do controle de constitucionalidade, conforme estudado nas limitações ao poder constituinte derivado. No entanto agora o estudo será mais ampliado para abordar outros aspectos e formas de controle. O controle de constitucionalidade basicamente será de 04 tipos: 1) Formal: Formalidade na criação da norma 1.1) Objetiva - Ritualística 1.2.) Subjetiva: A pessoa que pode apresentar o projeto ou a norma 2) Material: As matérias descritas na CF 3) Ação ou omissão: Fazer e um NÃO fazer 4)Omissão Quem faz o controle: I. Político; Ii. Jurisdicional; Iii. Misto. 1): Político. É o controle realizado fora do poder judiciário. Legislativo e o executivo Nele está fora o judiciário (EX. FRANÇA. Não existe controle jurisdicional, mas somente POLÍTICO) II. Jurisdicional: Realizado pelo Poder Judiciária, sua origem vem do direito norte americano. III. Misto: É o controle que pode ser realizado tanto pelos POLÍTICOS quanto pelo JUDICIÁRIO (EX. BRASIL.) Quanto ao momento: A) Preventivo: Quando é realizado antes que o dispositivo adentre o ordenamento jurídico. Em regra de projetos. B) Repressivo: Se faz após o dispositivo adentrar o ordenamento jurídico. Para se entender o controle de constitucionalidade, há a necessidade de se fazer um cruzamento ente "quem exerce" e o "momento em que se exerce". 1) Preventivo. Em regra quem primeiro faz o controle de constitucionalidade é o modelo preventivo, ou seja, o parlamento. Através das comissões. (ex: CCJ). No controle preventivo político a projeto nem sequer se converte em lei (EX: Não se fala de controle preventivo de MP). O poder executivo é através do veto jurídico. Como pode o poder judiciário fazer controle preventivo de constitucionalidade? 1º Regra: Somente após ser provocado; ou seja, nunca pode agir de ofício. O controle preventivo de constitucionalidade no poder judiciário somente poderá ocorrer se provocado. Ou, deve se proposta uma ação. 2ª regra. Quem pode promover esta ação? Apenas o parlamentar onde tramita o projeto. Ou seja, se estiver na cd, somente dep, federais; se estiver no senado, somente senador.; Se estiver em assembleia legislativa apenas o dep. Estadual daquela assembleia;E se for na câmara de vereadores, apenas o vereador daquela casa. Dá-se a isto o nome de "legitimidade ativa" processual. De quem é a legitimidade ativa processual para poder barrar um projeto de lei manifestamente inconstitucional no poder judiciário? R. Apenas o parlamentar pertencente a casa onde tramita o projeto. Qualquer ou outra pessoa que promover a ação, deverá o magistrado extinguir a ação sem julgamento do mérito, por ilegitimidade de parte Carência da ação ou ação carecedora. 3ª REGRA. Qual é a ação que deve ser proposta? Mandado de segurança O STF fixou entendimento de que a ação cabível para pode barrar projeto de lei manifestamente inconstitucionais no poder judiciário será o mandado de segurança. Ação de cerecedora ou carência da ação por falta de interesse processual pelo modo adequação, ou seja, a via (ação) escolhida foi a errada. Quando se diz "o parlamentar" entrar com a ação, estou dizendo através de seu advogado, salvo se ele próprio for advogado. Deverá pedir ao parlamentar uma "certidão" da secretaria da casa constando a informação de ser ele membro daquele parlamento. 4º. O que pedir no mandado de segurança: I. Liminar para suspender a tramitação do projeto, a suspensão até o julgamento final da ação (MS). II. Pedir que quando do julgamento final do MS seja declarado e reconhecida a inconstitucionalidade do projeto. 5º. Contra que impetrar o mandado de segurança? Quem será o réu do processo? Quem figurará no pólo passivo? R.: O MS deverá ser impetrado contra o presidente da casa legislativa (presidente da câmara dos deputados; presidente do senado; presidente da assembleia legislativa; presidente da câmara de vereadores). Porque cabe ao presidente determinar a suspensão de tramitação dos projetos inconstitucionais. 6°. Juízo competente A) Projetos na câmara dos deputados e senado – Competência do STF. B) Projetos nas assembleias legislativas tribunais de justiça dos estados. C) Projetos nas câmaras de vereadores, juiz estadual da comarca. Controle de constitucionalidade posterior 1) Poder legislativo. O controle de constitucionalidade RECAI: a) Lei b) Ato normativo Ex: MP 168 – Bingos: Nesta o senado através do controle repressivo entendeu não estar presente a relevância e urgência. 2) Poder executivo 3) Poder judiciário Um dos defensores quando a impossibilidade de controle repressivo via Poder Judiciário, foi Emmanuel Joseph Sieyès, ou simplesmente Abade de Sieyès. Carl Schmitt também defendia a impossibilidade de um controle de constitucionalidade, via Poder Judiciário, pois, segundo ele, o controle caberia ao Presidente da República, que era eleito por todo o povo, concluindo que o Poder Judiciário não pode estar acima do legislador e da lei. Carl Schmitt (Plettenberg, 19 de julho de 1888 — 7 de abril de 1985) foi um jurista, membro do Partido Nazista, filósofo político e professor universitário alemão. PRIMEIRO CASO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. 1797 e 1801, os EUA foi presidido por John Adams (2º Presidente do País), que acabou perdendo as eleições para Thomas Jefferson. Adams tinha como Secretário de Justiça Willian Marshall. ADAMS NOMEIA WILLIAN MARSHAL JUIZ DA SUPREMA CORTE ENTRE OS AGRACIADOS POR ADAMS ESTAVA William Marbury TOMA POSSE O JEFFERSON E ELE NOMEIA COMO SEU SECRETÁRIO DE JUSTIÇA James Madison MARBURY vs MADISON 1803 – Ano do Julgamento Hoje no sistema jurídico há duas formas de controle de constitucionalidade repressiva: 1. Controle difuso, via de exceção, indireto, norte americano; 2. Controle concentrado, via de ação, direta, europeu. Controle difuso, via de exceção, indireto e norte-americano Denomina-se controle norte- americano: origem eua, caso Madson vs Marbory Precursor: Juiz da suprema corte - Willian Marshal Controle difuso: trata-se de controle aberto Trata-se de controle que pode ser realizado por qualquer magistrado Está se dizendo que ele poder ser feito desde aquele magistrado que ingressou no dia de hoje da magistratura (juiz substituto) bem como pelo próprio presidente do STF. Basta que exista dentro do processo em que ela está presidindo matéria constitucional que deve ser analisada. Ao se dizer que no controle difuso o judiciário não deve agir de ofício, está se dizendo que ele (poder judiciário através de seus membros) não pode iniciar a ação de ofício, mas estando a ação proposta mesmo que as partes não se manifestem sobre uma matéria de ordem constitucional, ele (magistrado) poderá reconhecer a matéria. ****** Logo ele não necessita de que se peça a ele na ação, mas não pode ele dar início a ação. O grande problema que pode ocorrer no controle difuso ao possibilitar que todos os magistrados façam este controle é a possibilidade de decisões diferentes sobre assunto da mesma matéria. Em havendo decisões conflitantes, caberá a ultima palavra ao STF. O STF ele pode fazer o controle difuso de 02 (duas) formas: 1. Em processos originários dele. 2. AGIR POR VIA RECURSAL, Ou seja processo que começam nas instância inferiores e chegam ao STF através de recurso interposto pela parte interessada. Porque se denomina "via de exceção" - "indireta". Porque a matéria constitucional não é o objeto principal do processo, mas sim, uma matéria secundária ou prejudicial. QUESTÃO INCIDENTAL, QUESTÃO PREJUDICIAL - É aquela que está presente em um processo e que prejudica a análise do objeto principal discutido nos autos. NO EXEMPLO, QUAL O OBJETO DA AÇÃO: receber alimentos. Ao apresentar sua defesa Felisberto alega que não é pai da criança. Questão prejudicial do exemplo: paternidade. Antes do juiz decidir se Felisberto é ou não devedor de alimentos, há a necessidade de decidir se ele é o pai. Dependendo do resultado da questão prejudicial, ela pode até mesmo fazer com que o objeto principal da ação perca seu objetivo. No controle difuso obrigatoriamente haverá a necessidade de que exista nos autos uma questão constitucional que impeça a discussão e a decisão sobre matéria principal antes da análise da matéria constitucional. QUESTÃO PREJUDICIAL CONSTITUCIONAL:- Tributo inconstitucional Porém, uma questão prejudicial pode também ser alegada pelo autor desde o início em que ele protocolou a ação. Objetivo principal:- receber o benefício da licença maternidade. Objeto secundário - prejudicial:- a necessidade de se reconhecer em seu favor a matéria constitucional da igualdade. É fundamental neste 1º ponto do controle difusa que você saiba que neste controle há obrigatoriamente 02 (dois) abjetos processuais: 1. OBJETO PRINCIPAL: Objeto qualquer. 2. OBJETO SECUNDÁRIO/PREJUDICIAL: Aquela questão apresentada pelo réu em defesa, ou pelo autor já na petição inicial a demonstrar que determinado pedido por ele formulado deve passar ANTES pela análise da constitucionalidade do assunto. Regra do controle difuso que a decisão do caso é apenas "inter pars" mesmo que a decisão tenha sido prolatada pelo stf Não gera efeito vinculante. Quem pode alegar uma matéria constitucional no controle difuso? No controle difuso há um fato "in concreto" (discutindo um caso). Qualquer pessoas sendo parte no processo: a) autor; b) réu Qualquer pessoa, não se está dizendo apenas o autor e réu, mas qualquer pessoa que possa ser atingida pelo resultado do processo, bastando demonstrar que tem interesse. Qualquer interessado. Pois controle de constitucionalidade é matéria de interesse público, muito mais quando provocado para analisar a questão. No controle difuso eminentemente norte americano, sua característica fundante é justamente o efeito vinculante da decisão da suprema corte (americana) No caso do Brasil a decisão do STF não gera efeito vinculante e qualquer poderá decidiro contrário, devendo apenas justificar (fundamentar) o por que de seu entendimento. "leading case" ou precedente jurisdicional / jurisprudencial Avalanche de ações que poderão mais cedo ou mais tarde desaguar no próprio STF que se verá julgamento o mesmo assunto por diversas vezes. HC Nº 82.959/SP HC foi impetrado diretamente por um preso (sem advogado) que cumpria pena por atentado violento ao pudor requerendo a progressão de regime. Com o pedido negado pelo juízo da Vara de Execuções, e nas seguidas medidas, novamente chegou ao STF, que tinha que julgar mais um caso, declarando novamente o artigo inconstitucional e concedendo a progressão de regime. A Corte, por ter percebido que já havia julgado inúmeras vezes a mesma questão e que muitos Magistrados insistiam em julgar de forma diferente, através de Mutação Constitucional, determinou no corpo desse acórdão determinaram que a partir daquela decisão o efeito seria vinculante para todos os Magistrados do Brasil. O STF fez constar no corpo do acórdão do hc nº 82.959/sp que aquela decisão deveria ser acatada por todos os demais magistrados e tribunais no brasil, qual seja, não se poderia negar a progressão do regime prisional em crime hediondo ou equiparado pelo argumento da constitucionalidade do art. 2º da lei 8.072/90 Mas se poderia caso o preso não cumprisse os requisitos exigidos pela lei de execuções penais (lei 7.210/84). Mutação constitucional Imediatamente após a decisão, a defesa do preso promoveu uma Reclamação contra o Juiz diretamente no STF (Reclamação de n. 4.335/AC, Rel. Min. Gilmar Mendes), sem passar sequer pelo TJ do Estado, com base no artigo 102, inciso I, alínea “l” da Constituição Federal. Destaque no julgamento para o voto do Ministro Eros Grau acerca da invalidade da decisão do Juiz da Vara de Execuções do Estado do Acre, onde é o caso de devolução do processo para que fosse corrigida a sentença conforme a determinação. Art. 102, CF – Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I – processar e julgar, originariamente: [...] l – a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; Houve a cassação da decisão do juiz da vara de execuções do acre e determinação que ele prolatasse outra sentença, reconhecendo a constitucionalidade do art. 2ª da lei 8.072/90e devendo analisar se estão presentes ou não os requisitos exigidos para a progressão do regime Outro caso foi o do reconhecimento do casamento e da união homoafetiva. Objetivação do controle concentrado no controle difuso. Não confundir: 1. Ainda permanece a regra de que no controle difuso, a decisão não gera efeito vinculante, ainda que prolatava pelo STF. 2. Todavia poderá o STF em determinados casos, a seu critério de entendimento, dar efeito vinculante a sua decisão, de modo a determinar que os magistrados e tribunais sigam o seu entendimento, qual seja, proíbe julgamento com entendimento em contrário. EX. HC Nº 82.959/SP RCl. 4.335/AC. Qual a medida cabível contra a decisão que desrespeitar a determinação de feito vinculante dada pelo STF em determinado caso de controle difuso? R. Reclamação ao próprio STF (art. 102, inciso i, alínea 'l' da cf). Reclamação Súmula vinculante - Foi criada com uma emenda constitucional, n° 45/2004. - Art. 103-A – O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e a administração pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. - A lei que regulamenta a Súmula Vinculante é a Lei nº 11.417/2006. - Competência é exclusiva do STF. * LEI 11.417/06, Art. 2º O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. - A Súmula está relacionada a interpretação de dispostos da CF, mesmo que envolva lei, a interpretação é da lei frente a CF. - Quem pode provocar o STF para a edição de sumula vinculante? Pode agir de ofício ou por provocação. No caso de agir por ofício, qualquer um dos 11 Ministros pode solicitar aos demais membros da corte a edição da súmula. Além disso, o STF pode ser provocado, outras pessoas ou entes fixados em lei, também poderão provocar o STF para que ele analise e viabilize a criação da Súmula Vinculante. - CF, Art. 103-A § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. - Quem pode propor uma ação direta de inconstitucionalidade? Está no Art. 103. o Presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito Federal; o Procurador-Geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. - A Lei, em seu artigo 3°, repete todos os incisos da CF, acrescentando: o Defensor Público- Geral da União; os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. - Algumas pessoas começaram a achar que esse acréscimo seria inconstitucional, mas segundo o STF o que a lei não poderia é reduzir as pessoas constantes no Art. 103-a, mas pode aumentar. - Entendimento majoritário do STF = O Presidente da República pode provocar sozinho, sem a necessidade de estar acompanhado do AGU, tem legitimidade processual. Este entendimento não é corroborado pelo Ministro Marco Aurélio Mello que entende que o PR deve estar acompanhado do AGU, ou seja, que o AGU deve assinar a petição junto com o PR. - Já quanto a Mesa do Senado, é o presidente do Senado sem a necessidade de estar acompanhado do Procurador Geral do Senado. Porém ele costuma estar acompanhado do Procurador-geral do Senado. O Presidente do Senado possui também legitimidade processual. - Mesma coisa se dá com a mesa da Câmara dos Deputados. - Tanto a CF quanto a Lei falam em "mesa do Senado e mesa da Câmara". Atenção, pois, em nenhum momento se fala da mesa do congresso. - No caso da Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, também usamos o mesmo raciocínio do Presidente do Senado e do Presidente da Câmara. - Já o Governador de Estado ou do Distrito Federal; usar do mesmo raciocínio utilizado para o PR. - Quem também pode ser autor, é o Procurador-Geral da República; Chefe do Ministério Público Federal. Porém, quando não for o provocador da Súmula, ele obrigatoriamente deverá se manifestar sobre a provocação dos demais. O MPF sempre deverá através do procurador-geral emitir parecer sobre os pedidos de súmula vinculante. - Neste caso estará ele agindo como "custas legis" - fiscal da lei. O parecer do MPF (PGR) é meramente opinativo. - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; o Presidente da OAB Nacional. - O Defensor Público-Geral da União - Partido políticocom representação no Congresso Nacional; basta ter representantes em apenas uma das casas. A Comprovação da existência da representação se faz através de certidão expedida pela secretaria da casa onde o parlamentar exerce suas funções. * Se após a provocação o partido perder a sua representatividade, como fica a situação? Não mudará nada, pois a representatividade é analisada no momento em que o pedido foi protocolado. Se houver mudança posterior, isto não interferirá na questão. - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; quem promove o pedido no caso dos partidos é o Presidente Nacional do partido, através do advogado do partido. O presidente destas entidades, que o fará através de seus advogados. - Os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. A presidência dos tribunais que serão as responsáveis pela autoria da Súmula. - Análise das características da Súmula Vinculante: - Para se criar uma súmula vinculante há a necessidade de que 2/3 dos membros do STF concordem, 8 ministros. - Devem ser reiteradas decisões sobre matéria constitucional. A Jurisprudência do STF diz que esse termo se entende por no mínimo 3 casos julgados de forma semelhante. - A súmula vinculante tem como pressuposto a existência do controle difuso de constitucionalidade. - A súmula deverá ser cumprida a partir de sua publicação na imprensa oficial. - Isto corre somente após a publicação na imprensa oficial, por até aquele momento qualquer dos ministros poderá alterar seu voto. - Todos os demais órgãos do Poder Judiciário serão atingidos pela vinculação da súmula. - O STF pode: aprovar, revisar ou cancelar. Se existe um ministro que não aprova a determinada súmula, ele poderia pedir para revisar ou cancelar, somente, mas não poderá descumprir. - Tanto para aprovar, revisar ou cancelar, dependerá de voto de 8 ministros no mínimo. - Se houver o pedido de cancelamento ou revisão da súmula vinculante e esta revisão ou cancelamento não atingir no mínimo 8 ministros, os ministros individualmente estão obrigados a cumpri-la. - Caberá reclamação ao STF contra qualquer magistrado, inclusive do STF que descumprir súmula vinculante - Art. 103, Inciso I, Alínea "L" da CF. Cláusula de reserva de plenário Órgão fracionado - Quando se tratar de controle de constitucionalidade este não pode ser feito pelo órgão fracionado. CF Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros (AQUELES ESCOLHIDOS PELOS PRÓPRIOS MEMBROS DO TRIBUNAL) ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. TSE;- 07 MEMBROS STF: 11 MEMBROS STJ: 33 MEMBROS TJSP: +- 380 MEMBROS Quando o art. 97 fala no termo "seus membros" ele está se referindo ao todo, ou seja, todos os magistrados do tribunal reunidos em uma sala, formando o chamado "pleno". Em tribunais com nº muito elevado de membros, em que se torna quase que impossível a participação de todos, apenas alguns terão o poder de fazer o controle de constitucionalidade. Estes alguns, em regra são escolhidos dentro do próprio tribunal e formarão um "órgão especial”. CF. ART. 93 XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. Divisor de águas é o nº 25 (ref. a 25 membros) Se o tribunal tiver "até" 25 membros, ele terá o pleno, ou seja, não constituirá um órgão especial, mas se o tribunal tiver "mais" de 25 membros (ou seja de 26 acima) ele pode criar um órgão interno, denominado "órgão especial". No caso do órgão especial, ele terá entre 11 (mínimo) e no máximo 25 membros. Órgão especial do TJSP - 25 membros Um tribunal pode ser formado por: a) Pleno e órgão fracionado; Ou b) Órgão especial e Órgão fracionado pleno; Órgão especial; Órgão fracionado. Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros (PLENO, NOS TRIBUNAIS COM ATÉ 25 MEMBROS) ou dos membros do respectivo órgão especial (PARA TRIBUNAIS QUE TENHAM MAIS DE 25 MEMBROS) poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Nunca o controle é feito e decidido exclusivamente pelo próprio órgão fracionado. Haverá situações em que o órgão fracionado não necessitará encaminhar um assunto de controle de constitucionalidade ao pleno ou órgão especial, isto se dará em: I) Quando o pleno o u o órgão fracionado já tiver julgado anteriormente; II) Quando houver decisão anterior do STF que gere efeito vinculante ao resto dos tribunais. O órgão fracionado não pode dar uma decisão em controle de constitucionalidade de tal modo a vincular toda a corte, mas apenas o pleno ou o órgão especial. Diante disto, o órgão fracionado deve encaminhar ao pleno ou órgão especial a matéria do controle de constitucionalidade, cf. Art. 97 da CF e art. 948 do CPC. Todavia se o assunto já tiver sido decidido pelo pleno ou órgão especial, ou mesmo pelo próprio STF, o órgão fracionado não necessitará remeter o processo ao órgão especial ou pleno, porém deverá aplicar o entendimento já firmado. Art. 93, xi e art. 97 ambos da CF Arts. 948 e 949 ambos do CPC Súmula vinculante nº 10
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