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Erros inatos e triagem neonatal

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e triagem neonatal 
 GIOVANA NUNES 
 
 
 
Conceito 
 Os erros inatos do metabolismo (EIM): São 
distúrbios de natureza genética que 
geralmente correspondem a um defeito 
enzimático capaz de acarretar a 
interrupção de uma via metabólica. 
 Ocasionam, portanto, alguma falha de 
síntese, degradação, armazenamento ou 
transporte de moléculas no organismo. 
 
Histórico 
Os estudos sobre os EIM iniciaram-se na 
primeira década do século XX quando Archibald 
Garrod descreveu a Alcaptonúria, e depois 
Albinismo, Porfiria e Pentosúria . 
 Um indivíduo tem ou não uma doença 
metabólica, inexistindo formas 
intermediárias; portanto, os desvios da 
normalidade são marcantes; 
 
 
 As doenças metabólicas são congênitas ou 
surgem muito cedo na vida; essas doenças 
tendem a aparecer nos irmãos, mas não 
nos genitores de afetados; 
 Ocorrem em famílias cuja consanguinidade 
parental está aumentada; 
 Não estão sujeitas a grandes flutuações 
quanto à sua gravidade; 
 Essas doenças são decorrentes de 
alterações enzimáticas. 
Genética 
 
EIM a maioria é de herança autossômica 
recessiva: 
 Alguns são determinados por genes 
recessivos ligados ao X (Ex., sindrome de 
Lesch-Nyhan e síndrome de Hunter), 
 São raros os de herança autossômica 
dominante (Ex., várias formas de porfiria e 
uma forma de hipercolesterolemia familiar) 
 Dominante ligada ao X (deficiência de 
ornitina- transcarbamilase), vários 
mostrando, também, heterogeneidade 
genética. 
Quando as proteínas envolvidas são receptores 
ou proteínas estruturais, seu padrão de 
herança é dominante, causando doenças 
mesmo quando o gene está em heterozigose, 
conforme se verifica entre doenças 
hereditárias como a síndrome de Marfan. 
Prevalência EIM 
 Acumulativa: 
 1:3.500 a 1:5.000 recém-nascidos 
vivos 
 Individual: 
 Muito variável 
 Exemplos: 1:500 -hipercolesterolemia 
1:100.000 - homocistinúria 
 No Brasil: 
 Dados isolados: 1:11.500 a 1:15.000 -
fenilcetonúria 
1:43.000 - doença do xarope de 
bordo 
1:125.000 - deficiência de biotinidase 
 
Classificação- 500 EIM 
Categorias: 
1. Afetam um único sistema orgânico ou 
apenas um órgão, como o sistema 
imunológico ou o fígado. 
2. Abrange um grupo de doenças cujo defeito 
bioquímico compromete uma via metabólica 
comum a diversos órgãos, como as doenças 
lisossomais, ou restrito a um órgão apenas, 
porém com manifestações humorais e 
sistêmicas, como a hiperamonemia nos 
defeitos do ciclo da ureia. São 3 grupos: 
 
 Grupo 1: 
 
 Grupo 2: 
 
 Grupo 3: 
 
Quando suspeitar? 
Em neonatos 
1. História Familiar: 
 Pais consanguíneos. 
 Abortos espontâneos, neomortos, 
hidropsia fetal não imune inexplicada, 
óbitos neonatais. 
 Familiares afetados por algum EIM. 
 Fenicetonúria materna. 
 Irmãos com doenças inexplcadas 
(encefalopatia, sepsis, síndrome da 
morte súbita do lactente). 
2. História gestacional: 
 Síndrome HELLP: hemólise, alteração 
de enzimas hepáticas e 
plaquetopenia. 
 Esteatose hepática aguda da 
gravidez. 
 Trabalho de parto prolongado: pode 
ser consequente à deficiência de 
esteroide sulfatase no feto, 
ocasionando diminuição da produção 
de estrogênio placentário. 
 EIM que cursa com alterações renais 
pode levar a olgodramnia como por 
exemplo na síndrome Smith-Lemi-
Optiz. 
3. Manifestações Clínicas: 
 Hipoglicemia injustificada. 
 Alcalose respiratória em bebê a 
termo e sem intercorrências 
perinatais. 
 Acidose metabólca persistente. 
 Cetonúria. 
 Síndrome séptica sem fator de risco 
para infecção. 
 Cardiomiopatia hipertrófica. 
 Disfunção hepática injustificada. 
 Odores incomuns. 
 Manifestações neurológicas 
precoces não justificadas por 
intercorrências na gravidez, parto e 
período neonatal. 
 Discrasias sanguíneas inexplicadas. 
 Instabilidade térmica. 
 Catarata congênita. 
 Dificuldades alimentares. 
Principais EIM- Tratamento 
 Principais modificações dietéticas 
 Quantitativas modificação na 
proporção ofertada de nutrientes 
 Qualitativa → restrição de certos 
nutrientes específicos 
 Suplementação → administração de 
coenzimas especificas (Q10, Vit. do 
complexo B, Vit. C etc). 
Erros inatos dos Carboidratos 
Intolerância a frutose 
 Ocorre devido à ausência de uma enzima 
do fígado, a aldolase B, responsável pela 
quebra do substrato frutose-1-fosfato; 
 Os sinais e sintomas são decorrentes do 
acúmulo desse substrato, das inibições 
enzimáticas secundárias a esse acúmulo e 
da diminuição do nível de fósforo inorgânico 
dentro das células; 
 A transmissão se dá através da herança 
autossômica recessiva; 
 Estima-se que sua prevalência é 
subestimada devido à dificuldade diagnóstica; 
Tipos de intolerância a frutose 
1. Deficiência da Aldolase B (Frutose 1,6 
bifostato aldolase), que é responsável pela 
divisão da frutose-1-fosfato. 
 Características: os níveis de 
frutose-1-fosfato tendem a 
aumentar, e os níveis de fósforo 
serão diminuídos. 
2. Inibição secundária ocorre um acúmulo de 
frutose-1-fosfato, 
 Características: eleva a frutose no 
sangue e a eliminação urinária, 
ocorrendo bloqueio da atividade da 
fosforilase e da frutose-1,6-
difosfato-aldolase, ocasionando 
hipoglicemia intensa. 
 
Estabelecido o diagnóstico da doença, o 
tratamento realizado é uma dietoterapia 
restrita de frutose e sacarose. Paciente pode 
ter vida normal excluindo frutose e proteínas 
de imediato. 
 
 
 É estabelecido quando o exame de uma 
amostra de tecido hepático revela a 
ausência da enzima. 
 Avaliação a resposta do organismo à 
administração intravenosa de frutose e de 
glicose. 
 Os portadores podem ser identificados 
através da análise do DNA e de sua 
comparação com o DNA de portadores e de 
não portadores do distúrbio. 
 Biópsia hepática para a determinação da 
atividade da aldolase. 
 A microcospia eletrônica demonstra áreas 
esburacadas entre as organelas 
citoplasmáticas, conhecidas como “buracos" 
de frutose. 
Galactosemia 
 Trata-se de um erro inato do metabolismo 
pertencente ao grupo 2 da Classificação de 
Saudubray & Charpentier (1995). 
 É um defeito no metabolismo intermediário. 
 A galactosemia é uma doença rara do 
metabolismo da galactose. Trata-se de um 
EIM caracterizado pela inabilidade em 
converter galactose em glicose (via de 
Leloir). O resultado imediato é o acúmulo de 
metabólitos da galactose no organismo. 
Herança autossômica recessiva, determinada 
por um gene localizado no cromossomo 9p13, a 
qual resulta da deficiência da enzima galactose-
1- fosfato-uridiltransferase, que normalmente 
converte a galactose-1-fosfato em glicose-1- 
fosfato. Acumula-se galactose sangüíneas, no 
fígado, no cérebro e nos rins. 
 
 
Enzimas: GALE, GALT e GALK o indíviduo pode 
ter defeito só em uma. Duas ou em todas. 
 Autossômico recessivas 
 Incidência de 1: 20.000 nascidos vivos 
 Efeitos tóxicos, agudos e crônicos, no fígado 
e em outros órgãos 
 Início após introdução de dieta láctea 
QUADRO CLÍNICO: hepatomegalia, icterícia, 
vômitos, hipodesenvolvimento, distensão 
abdominal, convulsões, hipoglicemia e catarata. 
LABORATÓRIO: Aumento da galactose sérica e 
urinária, bilirrubinas e aminotransferases; 
acidose hiperclorêmica; presença de 
substâncias redutoras na urina; coagulopatia; 
hipoalbuminemia. 
 
Sintomas: Danos cerebrais, catarata, icterícia, 
crescimento hepático e danos renais. 
Glicogenoses 
 
 HEPATICAS 
 GSD I 
 Apresentações hepáticas de GSD III 
De cori 
 GSD IV De Andersen 
 GSD VI Doença de Hers 
 Formas hepáticas de GSD IX GSD O 
 MUSCULAR 
 Grupo A GSD III De cori 
GSD IV De Andersen 
 Grupo BGSD V McArdle 
GSD VII Tarui 
GSD IX GSD XI Fanconi -Bikel 
 GENERALIZADA - GSD II Pompe 
Glicogenoses hepáticas: 
 Autossômicas recessivas (tipo IX - ligado 
ao cromossomo X); 
 Histopatologicamente indiferenciáveis; 
 Os principais sinais são: hipoglicemia, 
hepatomegalia e atraso no 
desenvolvimento; 
 Os tipos mais graves são o l e o lII; 
 O tipo I apresenta comprometimento 
renal e hiperlipidemias; 
 Os tipos VI e IX são os mais brandos, nos 
quais o tamanho do fígado normaliza 
com idade e os pacientes alcançam a 
altura normal do adulto. 
 
Glicogenose Tipo 1: 
 Hipoglicemia 
 Hipercolesterolemia 
 Hipertrigliceridemia 
 Aumento do ácido urico 
 Tratamento: Amido cru 3/3 horas 
 Criança encaminhada pelo nefrologista: 
 TG: 1600mg/dL 
 Colesterol: 1000mg/dL 
 Síndrome nefrótica- alto ácido úrico 
 
Glicogenoses musculares: 
 Todas são autossômico recessivas; 
 Grupo A → miopatias e fraqueza; 
 Grupo B → intolerância à atividade física 
(sintomas reversíveis com o descanso); 
 A participação de outros órgãos 
(eritrócitos, sistema nervoso central ou 
periférico, coração, fígado) é possível, visto 
que a maioria destas enzimas não estão 
confinadas ao músculo esquelético, em 
especial, nas GSD Illa, IV e 0 
Glicogenose generalizada: 
 Autossômica recessiva; 
 Doença de depósito lisossômico (LSD); 
 Sintomatologia grave e generalizada 
muscular, hepato-esplenomegalia e 
CARDIOMEGALIA; hipotonia e fraqueza 
 Duas formas de apresentação: uma rápida 
e fatal que se manifesta já nos primeiros 
anos de vida e outra lentamente 
progressiva que afeta mais os músculos. 
Doença de Pompe: 
-É uma forma rara e mais grave das 
glicogêneses, levando à morte no primeiro ano 
de vida 
-Caracteriza-se pelo acumulo de glicogênio no 
coração, fígado, rim, músculos, glândulas 
endócrinas, cérebro e medula espinhal, devido à 
ausência da alfa 1,4 glucosidase (maltose ácida) 
Erros inatos dos lipídeos 
Deficiência da Acil-CoA 
desidrogenase 
 Deficiência no metabolismo de oxidação dos 
ácidos graxos, onde os indivíduos não 
conseguem quebrar as gorduras dos 
alimentos que ingerem, ou a armazenada 
para formação de energia. 
 Herança autossômica recessiva 
 Caucasianos: 1:6.500 a 1:17.000 
 
 Sinais e sintomas: crises metabólicas – 
sonolência, fraqueza muscular, mudança de 
comportamento, irritabilidade e perda de 
apetite. 
 Pode ocorrer: febre, diarreia, 
vômito, hepatomegalia e hipoglicemia. 
 Se não tratada pode levar a sérias 
complicações – sist. Nervoso 
central, fígado, coração, mm 
esqueléticos e retina. 
 Síndrome da morte súbita - ela é 
definida como o óbito inesperado de 
um bebê no qual a autópsia não 
consegue apontar a causa -2 a 4 
meses de idade. 
 Manifestações clínicas entre 3 a 24 meses. 
 Desmame, jejum e infecções 
 Diagnóstico: 
 Teste do pezinho 
 Ácidos graxos plásmicos livres 
 Ácidos orgânicos na urina 
 Genética molecular – gene 
MCAD(média), VLCADD (longa), 
SCADD (curta). 
 Tratamento: Evitar jejum prolongado (4-6h), 
refeição a base de amido antes de dormir 
(mingau), ingerir quantidade mínima de 
gorduras e proteínas, suplemento com L-
carnitina quando necessário. 
Lipoproteínas: 
 
Hiperlipoproteínemias: 
É uma elevação dos níveis plásmicos de 
lipoproteínas, que pode ser primária ou 
secundária. 
 
 
Hipercolesterolemia familiar 
(Hereditária): 
 É uma doença genética do metabolismo das 
lipoproteínas cujo modo de herança é 
autossômico codominante e que se 
caracteriza por níveis muito elevados do 
colesterol da lipoproteína de baixa densidade 
(LDL-c), e pela presença de sinais clínicos 
característicos, como xantomas tendíneos e 
risco aumentado de doença arterial 
coronariana prematura. 
 
 Autossômica dominante com dominância 
incompleta 
 É a doença mendeliana mais frequente 
 Decorrente de mutação no gene do 
receptor de LDL 
 PATOGENIA: 
 Diminuição do "clearance" de LDL 
(captação pelo fígado); 
 Aumento na produção de LDL (IDL 
→ LDL); 
 Aumento da captação de LDL por 
macrófagos e monócito- xantomas; 
 Aterosclerose precoce = enfarto do 
miocárdio. 
 Mais de 150 mutações descritas. 
 As mutações são categorizadas em cinco 
grupos: 
 Grupo I – Pouco comum, completo 
fracasso na síntese do receptor; 
 Grupo II - Comum, os receptores são 
produzidos, mas acumulam no retículo 
endoplasmático, porque não podem ser 
transportados ao complexo de Golgi; 
 Grupo III – Atinge o domínio do receptor 
que se liga ao LDL; 
 Grupo IV – O receptor liga-se ao LDL 
normalmente, mas não se forma a 
vesícula de endocitose; 
 Grupo V – Os receptores não 
conseguem se desprender da vesícula 
de endocitose para serem reciclados 
degradados juntamente com o LDL pelos 
lisossomos. 
Síndrome de Smith-Lemli-
Opitz 
(Colesterolopatia): 
 Também é conhecida como síndrome de 
SLO 
 É um defeito congênito da biossíntese do 
colesterol, causado pela deficiência da 
enzima 7- dehidrocolesterol redutase. 
Ocorre concentração elevada de 7-
dehidrocolesterol(7-DHC) e de outros 
precursores do colesterol nos liquidos 
biológicos e tecidos. 
 A confirmação diagnóstica é feita pelo 
estudo do metabolismo do colesterol nos 
fibroblastos dos doentes 
 O tratamento baseia-se na suplementação 
da dieta com colesterol sob a forma de 
produtos naturais (ovos, nata, vísceras, 
carnes) ou colesterol puro, por vezes, 
também com ácidos biliares (no jejum 
prolongado, por processos infecciosos ou 
intervenções cirúrgicas). 
 Sinais gerais pouco específicos: 
 Aborto espontâneo / natimorto 
 Falência de múltiplos órgãos logo 
após o nascimento Cardiopatia 
congênita 
 Vômitos, refluxo, inapetência 
 Surdez e/ou amaurose (cegueira 
total ou parcial) 
 
Síndrome de Smith-Lemli-
Opitz 
(Colesterolopatia): 
 Colesterol sérico muito baixo; 
 Incapacidade de sintetizar colesterol 
 Membranas, ácidos biliares, hormônios 
esteroides, componentes de mielina. 
 
Erro inato das Proteínas 
Fenilcetonúria 
 Herança autossômica recessiva; 
 A incidência de portadores da doença é de 
cerca de 2%; 
 Normalmente os indivíduos tem pele clara; 
 Resulta da deficiência da fenilalanina 
hidroxilase (FAL-OH) hepática que converte 
o aminoácido fenilalanina em tirosina 
(percursor da dopamina e noradrenalina) 
 
 Três formas de apresentações metabólicas 
são reconhecidas e classificadas de acordo 
com o percentual de atividade enzimática 
encontrado: 
 Fenilcetonúria clássica: quando a 
atividade da enzima fenilalanina 
hidroxilase é praticamente inexistente 
(atividade inferior a 1%) e, 
consequentemente, os níveis 
plasmáticos encontrados de Fen são 
superiores a 20 mg/dℓ. 
 Fenilcetonúria leve: Quando a atividade 
da enzima é de 1 a 3% e os níveis 
plasmáticos de Fen encontram-se entre 
10 e 20 mg/dℓ. 
 Hiperfenilalaninemia: Transitória ou 
permanente: quando a atividade 
enzimática é superior a 3% e os níveis 
de Fen encontram-se entre 4 e 10 
mg/dℓ; essa situação é considerada 
benigna, não ocasionando qualquer 
sintomatologia clínica. 
 Evidente por volta dos 6 meses; 
 Cheiro caracteristico na urina (urina de 
rato) e irritabilidade no primeiro mês de vida; 
 Pacientes com diagnóstico tardio: 
 Atraso do desenvolvimento 
neuropsicomotor (92%) 
 Distúrbio do comportamento (agitado ou 
"autista-like") (89%) 
 Atraso de fala e linguagem (86%) 
 Deficiência mental (81%) 
 Convulsões (25%) 
 Disfagia (18%) 
 Vômitos recorrentes (3%) 
 Microcefalia (1,6%) 
 Eczema de dificil tratamento (1,6%) 
 
 
 A doença é detectada pelo “teste do pezinho”, 
cuja obrigatoriedade para todo o território 
brasileiro consta no Estatuto da Criança e do 
Adolescente, inciso III do Art. 10 da Lei n. 8.069, 
de 13/07/1992.(PINTO 408). 
 
Enquanto um foi diagnósticado e tratado 
preocimente e adequadamente,o outro não. 
Doença do Xarope de bordo- 
LEUCIONOSE 
 A Doença da Urina do Xarope do Bordo 
(DXB), também conhecida como Leucinose, é 
uma aminoacidúria, um EIM causado pela 
deficiência da desidrogenase de cetoácidos 
de cadeia ramificada (BCKD, do inglês, 
branched chain ketoacid dehydrogenase), 
levando ao acúmulo de leucina, isoleucina e 
valina (BCAA). Este complexo enzima 
mitocondrial é dependente de tiamina. 
 A DXB é herdada de forma autossômica 
recessiva. Incidência: 1:200.000 – em 
Aracajú tem 1 caso. 
 A urina dos pacientes com DXB apresenta 
um odor semelhante ao do xarope de bordo 
(maple syrup), cheiro adocicado parecido 
com açúcar queimado ou caramelo. 
 Os sintomas mais comuns são: 
 Sucção débil (dificuldade para sugar), 
 Letargia (corpo rígido), 
 Perda de peso, 
 Falta de apetite, 
 Hpoglicemia, 
 Odor adocicado que lembre o odor do 
xarope do bordo presente na urina 
 A manifestação clínica - encefalopatia 
metabólica. 
 O odor inicia a partir de 12 horas de 
vida do bebê e torna-se mais intenso 
e aparente quando a urina seca na 
roupa ou na fralda. O odor fica mais 
evidente durante a descompensação 
metabólica, podendo ser percebido 
pelos cuidadores da criança. Quando 
isso ocorrer, é necessário realizar 
com urgência os exames 
laboratoriais de modo a evitar que o 
bebê tenha sérios danos 
neurológicos. 
 Diagnóstico: Confirmado pelos níveis séricos 
elevados de leucina, isoleucina e valina por 
análise quantitativa de aminoácidos. 
 Tratamento: Inibição do catabolismo 
proteico, manutenção da síntese de 
proteínas e prevenção da deficiência de 
aminoácidos essenciais, possível por meio de 
ingestão de proteína na forma de 
hidrolisado de aminoácidos SEM leucina, 
isoleucina e valina.
 
 
Erro inato dos Lisossomos 
 Enzimas (hidrolases ácidas) produzidas no 
Retículo Endoplasmático Rugoso e sinalizadas 
na face cis de Golgi com resíduo manose-6-
fostato. 
 Responsáveis por: 
 Digestão intracelular 
 Renovação de organelas 
(autofagocitose) 
 Autólise e Apoptose 
 Armazenamento 
 Disfunções: 
 Autossômicas recessivas – 
exceções 
 Incidência: 
Individual: 1:100.000 
Coletiva: 1:10.000 - 1:5.000 
 Defeito nas enzimas lisossomais, ou 
deficiência de seu co-fator 
 Multissistêmicas e progressivas 
 Diversas variações mutantes 
 Gravidade = atividade enzimática 
residual (ERA) 
 A sintomatologia = ERA < 20% 
 
 Clínica: 
 Heterogeneidade fenotípica 
-Maioria nos primeiros meses/anos de 
vida 
 Comprometimento neurológico 
-Quase todos os pacientes 
-Casos mais graves 
 Comprometimento mesenquimal 
-Mucopolissacarídeos 
 Tratamento: 
Terapia baseada em enzima: 
 BMT (Transplante de Medula Óssea) 
Vários graus de melhora, mas sem 
reversão completa. 
-Penetração tecidual inadequada 
(mesenquimal e neuronal) 
-Doença extensa anterior 
 ERT (Reposição Enzimática) 
-Doença de Gaucher, Fabry e MPS 
-Doença de Pompe, MPS II, VI 
-Niemann-Pick tipo B 
 SRT (Restrição de Substrato) 
-Gaucher tipo I 
-N-P tipo C, Tay-Sachs, Gaucher tipo III 
Mucopolissacaridoses 
 As mucopolissacaridoses (MPS) são 
desordens metabólicas hereditárias e 
progressivas causadas por erros inatos do 
metabolismo que levam à deficiência da 
função de enzimas que atuam nos 
lisossomos celulares. Tais enzimas estão 
envolvidas na degradação de 
glicosaminoglicanos (GAGs). 
 Os GAGs acabam por se acumular nos 
lisossomos de tecidos ósseos, cardíacos e 
nervosos, ocasionando alterações 
morfológicas e funcionais. 
 O tratamento é baseado em um 
acompanhamento multidisciplinar para 
acompanhar o indivíduo de forma a prevenir 
e tratar as complicações decorrentes das 
mucopolissacaridoses. Além de terapia de 
reposição enzimática –biotecnologia – 
síntese da enzima, a vantagem é o 
diagnostico precoce. Infusões semanais 
 OBS: Todas os tipos de MPS, menos o Lpo II 
são herdados de maneira autossômica 
recessiva, enquanto a Lpo II tem padrão de 
herança ligado ao cromossomo X. 
 
 
Mucopolissacaridose 1: 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – Síndrome de 
Hurler: 
 Baixa estatura, 
 Opacidade de córneas, 
 Perda audiLva, 
 Pigmentos na reLna, 
 Dificuldade respiratória, 
 Doenças cardíacas, 
 Aumento do fígado, 
 Constipação intestinal, 
 Aumento do baço, 
 Dificuldades no movimento, 
 Alterações no formato da coluna, 
 Limitação nas articulações, gengivas e 
dentes pequenos 
 Retardo mental; 
 
Mucopolissacaridose 2: 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Macrocefalia, Baixa estatura, 
 Aumento dos pelos, 
 Perda visual, 
 Voz grave, 
 Aumento do baço, 
 Alterações nos ossos, 
 Limitação nas articulação, 
 Lesões esbranquiçadas na pele, 
 Aumento das gengivas, 
 Dentes pequenos, 
 Distúrbio de comportamento com agitação, 
 Dificuldade de concentração, 
 Retardo e degeneração mental; 
 
Mucopolissacaridose 3: 
 De todas as MPS, a MPS III é a que produz 
anormalidades 6sicas mais leves 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Hiperatividade, 
 Dificuldade na alimentação, 
 Degeneração neurológica, 
 Intensa agitação 
 Diarreia; 
 
Mucopolissacaridose 4: 
 Herança autossômica recessiva. 
 Incidência estimada em cerca de 
1:100.000 em todas as populações. 
 Dois tipos: 
 Tipo A é a deficiência da enzima 
N-acetilgalactosamino- 6-sulfato 
sulfatase. 
 Tipo B é a deficiência da enzima 
Beta-galactosidase. 
 O quadro clínico, embora semelhante, 
varia em gravidade com o tipo, sendo o 
tipo A mais leve que o B. 
 O diagnóstico se faz pela constatação 
da excreção urinária de queratan 
sultafo. 
 Síndromes: 
Síndrome de Morquio: 
 É causada pela mutação de dois genes 
diferentes, mas com manifestações clínicas 
e morfológicas similares. 
 As deficiências enzímicas que definem os 
subtipos da doença são: na MPS IV-A, a 
enzima galactose-6-sulfatase, cuja função é 
quebrar o GAG queratan sulfato, 
encontrado em grande quantidade em: 
cartilagem, esqueleto, coração e córnea; na 
MPS IV-B, a enzima betagalactosidase, 
também com função de quebra do GAG 
queratan sulfato, entretanto, esses 
indivíduos tendem a ser afetados mais 
levemente pela doença do que os indivíduos 
com MPS IV-A 
 Mnifestações clínicas: 
 Macrocrania 
 Dentes espaçados 
 Desenvolvimento anormal do 
esqueleto (nanismo) 
 Plastespondilia pincamento de nervos 
 Hipermobilidade de articulações 
 Dedos largos 
 Joelhos valgas 
 Peito carinado (em sino) 
 
Síndrome de Maroteaux-
Lamy: 
 Deficiência da enzima arilsulfatase B, que é 
essencial na quebra de dermatan sulfato e 
condroi8n sulfato. 
 Manifestações clínicas: 
 Baixa estatura, 
 Opacidade de córneas, 
 Aumento do volume da língua, 
 Diarreia crônica, 
 Perda auditiva, 
 Aumento do baço, 
 Alterações no formato da coluna, 
 Limitação nas articulações, doenças 
cardíacas, 
 Aumento de pelos, 
 Dentes pequenos, 
 Aumento da gengiva e depressão da raiz 
do nariz; 
 
 
Mucopolissacaridose 4: 
Síndrome de Sly: 
 A deficiência da enzima beta-glucoronidase, 
que degrada os GAGs dematan sulfato, 
condroi;na sulfato e heparan sulfato. 
 Mnifestacões clínicas 
 Baixa estatura – defeitos ósseos, 
 Perda visual, 
 Aumento do baço, 
 Limitação nas articulações, 
 Dentes pequenos, 
 Aumento nas gengivas, 
 Dificuldade respiratória, 
 Perda auditiva, 
 Leve retardo mental, 
 Morte prematura. 
 
Esfingolidoses 
São componentes normais dos lipídios nas 
membranas celulares; eles se acumulam nos 
lisossomos e causam alterações neuronais, 
ósseas e outras alterações extensas quando 
deficiências enzimáticas impedem sua 
decomposição. Embora a incidência seja baixa, a 
taxa de portadores de algumas formas é alta. 
Doença de Gaucher: 
A glicocerebrosidase normalmente hidrolisa o 
glicocerebrosídeo a glicose e ceramida. Os 
defeitosgenéticos da enzima causam acúmulo 
do glicocerebrosídeo em macrófagos por 
fagocitose, formando as células de Gaucher. 
Erros inatos dos Peroxissomos 
 Organelas celulares contendo enzimas que 
removem átomos de hidrogênio de 
substratos orgânicos (ex.: ácidos graxos, 
proteínas) em reações oxidativas, 
produzindo peróxido de hidrogênio (H,O2), o 
qual é convertido a água e oxigênio pela 
enzima catalase. 
 FUNÇÕES: 
 Desintoxicação; Peroxisomes 
 B-oxidação de ácidos graxos; 
 Oxidação de D-aminoácidos 
(bactérias); 
 Síntese de plasmalogênio (mielina) 
Adrenoleucodistrofia 
 Ligado ao cromossomo X (Xq28) 
 Acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito 
longa (VLCFA) 
 Quadro clínico: 
 Ataxia precoce (na infância); 
 Insuficiência adrenal; 
 Hiperpigmentação; 
 Alterações neurocomportamentais; 
 Convulsões; 
 Espasticidade muscular; 
 Demência precoce. 
 
 
 Existem três tipos de adrenoleucodistrofia: 
1. Adrenoleucodistrofia cerebral infantil 
afeta principalmente crianças entre 4 
e 10 anos e pode evoluir rapidamente 
se o distúrbio não for identificado 
precocemente. 
2. Adrenomielopatia afeta primariamente 
homens adultos. É mais leve do que a 
adrenoleucodistrofia cerebral infantil e 
evolui comparaLvamente mais 
devagar. 
3. Doença de Addison é também 
conhecida como insuficiência adrenal. 
Ocorre quando a glândula adrenal não 
produz hormônio suficiente 
Teste do pezinho

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