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Experimento 01: Colisões Objetivos Demonstrar através de experimentos com colisões unidimensionais e bidimensionais se houve conservação da quantidade de momento linear e conservação de energia. Nas duas situações é necessário observar se a colisão foi do tipo elástica ou inelástica. Introdução teórica Colisões: Uma colisão é um evento isolado em que uma força relativamente intensa age em cada um de dois ou mais corpos que interagem por um tempo relativamente curto. Em nosso cotidiano, pode-se afirmar que uma colisão é um choque, o contato de dois ou mais corpos. m1v1i + m2v2i = (m1 + m2)vf Numa colisão elástica a energia mecânica e o momento linear dos corpos envolvidos permanecem os mesmos antes e depois da colisão. Diz-se que houve conservação de momento linear e energia. m1v1i + m2v2i = m1v1f + m2v2f Quando dois corpos colidem como, pode acontecer que a direção do movimento dos corpos não seja alterada pelo choque, isto é, eles se movimentam sobre uma mesma reta antes e depois da colisão. Se isso aconteceu, dizemos que ocorreu uma colisão unidimensional, Entretanto, pode ocorrer que os corpos se movimentem em direções diferentes, antes ou depois da colisão. Nesse caso, a colisão é denominada de colisão bidimensional. Colisões perfeitamente inelásticas são aquelas onde não ocorre conservação de energia mecânica, mas somente quantidade de movimento. Após o choque ambos os corpos seguem juntos, como um único corpo com a massa igual à soma das massas de todos os corpos antes do choque. Conservação da quantidade de momento linear: O momento de uma partícula se define como o produto da sua massa pela velocidade: O momento é uma grandeza vetorial. O momento de uma partícula pode ser imaginado como a medida da dificuldade de levar a partícula até o repouso. A conservação do momento é representada pela seguinte equação: Conservação da energia Em física, a lei ou princípio da conservação de energia estabelece que a quantidade total de energia em um sistema isolado permanece constante. Uma consequência dessa lei é que energia não pode ser criada nem destruída: a energia pode apenas transformar-se. Se não houver modificação da energia potencial interna do sistema, a energia cinética final é igual à energia cinética inicial. (1/2)m1v1i2 + (1/2)m2v2i2 = (1/2)m1v1f2 + (1/2)m2v2f2 Descrição do experimento Parte A Cronômetros na posição gate medem o tempo de passagem das bandeirolas, que permite determinar a velocidade “instantânea” dos flutuadores. 0.5 m Bandeirola com elástico Bandeirola Bandeirola sem elástico Lançar contra m2 com velocidade v1i. O trilho deve estar nivelado e o compressor na posição 4 Seguindo a montagem acima, lançamos o flutuador 01 em direção ao flutuador 02, sete vezes, sendo que no segundo lançamento adicionamos 40,0g e a partir do terceiro adicionamos 20,0g em cada lançamento, sempre no flutuador 02. Assim, conseguimos medir os tempos iniciais e finais de cada flutuador, que usamos para calcular as velocidades iniciais e finais de cada um, que usamos posteriormente para calcular os momentos lineares e as energias cinéticas. Para a parte A usamos os seguintes materiais: Bandeirola; Pesinhos; Flutuador; Elástico. Paquímetro; Trilho de ar; Cronômetro; Parte B Seguindo a montagem exposta no procedimento experimental, realizamos cinco lançamentos, onde fizemos as duas bolinhas colidirem transversalmente. Assim, medimos as distâncias em relação ao canhão de lançamento e os ângulos formados pelas trajetórias. Utilizamos os dados para calcular médias, desvios, conservação de energia cinética e de momento linear. Para a parte B usamos os seguintes materiais: Papel carbono (foi usado para marcar o local onde a bola caiu); Cartolina (para fazer as medições necessárias) Fita crepe; Duas bolas de borracha (objetos colididos); Parafuso suporte; Equipamento lançador de objetos; Prumo. Resultados e discussão Parte A A tabela a seguir (Tabela 01) expõe os dados coletados após a colisão unidimensional entre os dois flutuadores. Tabela 01 Colisão m₁ (g) m₂ (g) t₁i (s) v₁i (m/s) v₂i (m/s) t₁f (s) v₁f (m/s) t₂f (s) v₂f (m/s) 01 210,99 210,92 0,029 0,3759 0 0 0 0,030 0,3633 02 210,99 250,92 0,040 0,2725 0 0,682 -0,016 0,044 0,2477 03 210,99 270,92 0,060 0,1817 0 0,272 -0,0401 0,045 0,2422 04 210,99 290,92 0,032 0,3406 0 0,222 -0,0491 0,039 0,2795 05 210,99 310,92 0,045 0,2422 0 0,248 -0,0440 0,056 0,1916 06 210,99 330,92 0,032 0,3406 0 0,153 -0,0712 0,043 0,2535 07 210,99 350,92 0,034 0,2206 0 0,143 -0,0762 0,083 0,1313 Onde: m₁ é a massa do flutuador 1; m₂ é a massa do flutuador 2; t₁i é o tempo inicial do flutuador 1; v₁i é a velocidade inicial do flutuador 1; v₂i é a velocidade inicial do flutuador 1; t₁f é a o tempo final do flutuador 1; v₁f é a velocidade final do flutuador 1; t₂f é a velocidade final do flutuador 2 e v₂f é a velocidade final do flutuador 2. A tabela a seguir (Tabela 02), expõe as quantidades de energia cinética, as quantidade de momento linear, os desvios percentuais da energia cinética e de momento linear. Tabela 02 Colisão 01 02 03 04 05 06 07 p(kg.m/s) 0,0766 0,0588 0,0572 0,0710 0,0503 0,0689 0,0300 Desvio de p(%) 3,4000 2,2600 49,350 1,2500 1,5700 4,1700 35,480 K₁(J) 0,0149 0,0104 0,0035 0,0122 0,0062 0,0122 0,0051 K₂(J) 0,0139 0,0078 0,0081 0,0116 0,0059 0,0111 0,0037 Desvio de K(%) 6,7100 25,000 131,43 4,9200 4,4100 8,7500 28,710 Onde: p é a quantidade de momento linear; K₁ é a quantidade de energia cinética inicial; K₂ é a quantidade de energia cinética final; Desvio de p é o desvio da quantidade de momento linear e Desvio de K é o desvio da quantidade de energia cinética. Algumas possíveis causas dos erros encontrados pode ser a dissipação de energia durante a colisão, que é inversamente proporcional a área de contato entre os elásticos, pois quanto maior a área de contato dos elásticos menor é a dissipação de energia e com a trepidação que ocorre durante a colisão, fato que decorre do possível atrito entre o flutuador e o trilho, pois a camada de ar pode não ser tão eficiente. Parte B A tabela a seguir (Tabela 01) expõe os dados obtidos após a colisão bidimensional entre duas bolinhas idênticas. Tabela 01 h = 0,245 tᵥₒₒ = (s) Lado 01 Lado 02 Colisão S₁ ( S₂ ( α₁ α₂ x y x y 01 51,30 44,50 53,910 44,460 30,40 41,70 32,00 31,40 02 49,30 45,80 53,800 44,210 29,20 39,90 32,90 32,00 03 49,60 45,30 53,410 46,130 29,70 40,00 32,40 33,70 04 50,40 46,00 52,860 45,530 30,60 40,40 32,30 32,90 05 48,20 47,60 51,410 46,950 30,00 37,60 32,70 35,00 Média 49,76 45,84 53,078 45,456 29,98 39,92 32,46 33,00 Onde: h é a altura do canhão lançador em relação à mesa onde fixamos a cartolina; tᵥₒₒ é o tempo que as bolinhas levaram para percorrer as distâncias S’s; S₁ é a distância percorrida pela bolinha que traçou uma trajetória na direção do lado direito; S₂ é a distância percorrida pela bolinha que traçou uma trajetória na direção do lado esquerdo; α₁ é o ângulo formado pela trajetória da bolinha que se dirigiu para a direita; α₂ é o ângulo formado pela trajetória da bolinha que se dirigiu para a esquerda e x e y são as coordenadas obtidas de acordo com eixos traçados como na figura a seguir: Esquerda (02) Canhão 0 y Direita (01) x A próxima tabela (Tabela 02) expõe os desvios dos ângulos e das trajetórias com relação à média dos mesmos. Sendo calculados da seguinte forma: Onde: ᾱ é a média dos ângulos; α é o ângulo; “a” indica o número da colisão; Ῑ é a média das distâncias e I é à distância. Tabela 02 Colisão 01 02 03 04 05 Média α₁ 53,91 53,80 53,41 52,86 51,41 53,078 Desvio α₁ 1,56 1,36 0,63 0,41 3,14 1,420 α₂ 44,46 44,21 46,13 45,53 46,95 45,456 Desvio α₂ 2,19 2,74 1,55 0,16 3,30 1,998 S₁ 51,30 49,30 49,60 50,40 48,20 49,760 Desvio S₁ 3,100,92 0,32 1,29 3,14 1,754 S₂ 44,50 45,80 45,30 46,00 47,60 45,840 Desvio S₂ 2,92 0,09 1,18 0,35 3,84 1,676 Com relação à conservação de momento linear no eixo x, a soma da quantidade de momento das bolinhas que assumiram a trajetória 01 (direita) e a 02 (esquerda) após a colisão deve ser nula. Teoricamente, seguindo a seguinte fórmula: Onde: <x> representa a média das coordenadas de x, medidas a partir do canhão; 01 representa direita e 02 representa esquerda. Substituindo os valores encontrados através das medições: Assim, encontramos um desvio percentual dado por: Já com relação à conservação de momento linear no eixo y a soma da quantidade de momento das bolinhas que assumiram a trajetória 01 (direita) e a 02 (esquerda) após a colisão deve ser igual ao momento linear do lançamento que efetuamos com uma bolinha sem ocorrer colisão, pois neste caso existe apenas a componente em y. Onde: P₀ é o momento linear do lançamento que efetuamos com uma bolinha sem ocorrer colisão; v₀ é sua respectiva velocidade; 01 representa direita e 02 representa esquerda. Onde: <y> representa a média das coordenadas de y; S₀ representa a média das distâncias alcançadas dos lançamentos sem colisão; 01 representa direita e 02 representa esquerda. Cancelando as massas e os tempos de voo da equação anterior: Assim, encontramos um desvio percentual dado por: Uma provável explicação para a diferença dos valores dos desvios com relação à x e a y deve estar relacionada ao ajuste do centro de massa em relação ao ponto de colisão. Conclusões A partir dos resultados obtidos através do experimento, concluímos que na colisão unidimensional tanto a energia cinética quanto o momento linear são conservados (colisão elástica). Os desvios ficarão dentro dos padrões aceitáveis, exceto na colisão 03 (em que acrescentamos 60g no flutuador 02) em que houve uma discrepância se comparada com os outros resultados, isso se deve a erros experimentais tais como, imperícias humanas e condições ambientais. Na colisão bidimensional notamos que o momento e a energia cinética foram conservados e os desvios apresentaram valores razoáveis dentro das condições experimentais.
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