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Trabalho e subjetividade Mundo do trabalho: dimensões e constituição histórica · ( Governo (filósofos) )Sociedades primitivas e sem estado: • Sociedade da abundância se caracterizam pelo não trabalho, porque não era necessário ficar acumulando, fazendo estoques de riquezas porque tudo o que eles precisavam estavam na natureza. • Todos os membros tinham suas necessidades satisfeitas com um esforço relativamente pequeno “tive necessidade, vou lá e pego.” • As atividades realizadas para subsistência não eram executadas individualmente, pois era algo coletivo. • Não tinha retribuição material e não se realizava para o benefício pessoal e sim grupal. Antiguidade: • Na Grécia Antiga, o trabalho era servil e braçal, pois era considerado uma atividade inferior, que impedia as pessoas de possuírem uma virtude. • Nessa sociedade havia uma valorização do ócio – porque os filósofos precisavam desse tempo para pensar e abstenção de atividades mecânicas – limitava o homem intelectualmente. • Para Aristóteles, o homem digno dedicava-se a atividades políticas. • O trabalho inadequava a mente para práticas superiores como política e filosofia. • Para os filósofos, o escravo não estaria apto para as descobertas e para os inventos e seria esta condução que determina a perda da liberdade – a escravidão seria como um fenômeno natural. ( Proteção: guardiões e soldados. ) ( Provi são de serviços: trabalhadores, escravos e fazendeiros. ) Idade média: • O trabalho ganha a conotação de esforço, de atividade penosa, porém necessária – “tu comerás o pão com o suor de teu rosto.” Para Santo Agostinho, Adão fazia o trabalho com uma expressão feliz, pois trabalhava com Deus para cuidar do que foi criado. • Agostinho dizia que o bom ou mal profissional depende de cada um e não da classe que ele pertence. O comércio ganha valor. • São Tomaz de Aquino dizia que o trabalho é útil de três maneiras: defesa do espírito contra os males da ociosidade; meio de submeter o corpo e suas faculdades mentais; meio de obtenção do sustento. • Qualquer tipo de trabalho contribui para a busca da salvação. • O trabalho ganha um papel essencial. • Transição de uma economia autossuficiente para uma economia de troca – com o declínio da escravidão e o desenvolvimento do comércio. • Objetivo do trabalho: alcançar a vida virtuosa servindo a Deus – passaram a se preocupar com uma justificativa religiosa para suas atividades, a fim de alcançar dignidade e respeito. • Além disso, não tinha um conceito de valor material do trabalho, pois este era um meio de obter salvação e de se aproximar de Deus. Humanismo renascentista: • Trabalho era uma forma de revelar a sua essência: se importavam com a experiência e o prazer de realizarem um bom trabalho. • Ideal do oficio do artesão: o produtor é livre para controlar o seu trabalho, aprender com ele e tem consciência do conjunto da produção mesmo que ele seja proprietário do produto. • Não há separação do trabalho com o lazer e nem divisão da vida pessoal e profissional – mundo interno e externo estão ligados pela ponte do trabalho. Surgimento do capitalismo: • O capitalismo é um sistema econômico e social baseado na propriedade privada e na acumulação de capital. • Surgiu no século XV, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, a partir da decadência do sistema feudal e do nascimento de uma nova classe social, a burguesia. • Eliminação das diferenças individuais. • Riqueza está relacionada ao acúmulo de mercadorias. • Ocupação pelo mesmo capital individual de um grande número de operários, fornecendo em grande quantidade. • Emprego assalariado: trabalho econômico (que pressupõe remuneração) regulado por um acordo contratual (de caráter jurídico). - Redução do trabalho a um valor de troca, portanto em mercadoria. • Fusão entre o homem moral, religioso e econômico – mundo antigo, medieval e renascentista não havia isto. • Trabalho é obrigação moral de todos; o ócio é condenado como sinal de fraqueza moral. • O ideal protestante incentivou a produção e o comportamento racional. Consolidação do capitalismo: • Trabalho = valor humano fundamental. • Marx e Hegel atribuem ao trabalho a função de auto realização pessoal, expressão de criatividade e autonomia do eu. • Trabalho é um meio de aumentar riquezas do capitalista e do trabalhador. • Energia humana é direcionada para o trabalho desenvolvimento do sistema industrial. • Estado social: em troca do esforço do trabalhador, há uma crescente do bem-estar e de mais garantias sobre o seu emprego. • Reduzida intervenção política da economia. • Emprego: acesso a riquezas, formação, proteção e bens sociais. • Sucesso = trabalho duro! • Economia liberal e iniciativa privada: desvalorização do trabalho público em favor do trabalho privado. Capitalismo e trabalho: • Conceito de trabalho: lugar privilegiado graças ao surgimento do capitalismo. • Os meios de produção pertencem ao capitalista. O indivíduo desprovido não tem como reproduzir sua existência e vende sua força de trabalho como mercadoria – proletariado. • Mercadoria: valor de uso – qualidade do objeto para satisfazer uma necessidade e valor de troca – medida determinada pelo tempo abstrato (tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-las). • O capitalismo compra o trabalho humano (objeto) como mercadoria para dar prosseguimento à produção de outras que permite crescer o seu capital. Modernidade: • Mais-valia: é o prolongamento do processo de formação e valor, ou seja, resulta de uma excedente quantidade de trabalho na duração prolongada do processo de produção – disparidade entre o salário pago e o valor produzido pelo trabalho (trabalho não pago) - Relativa: menor quantidade de trabalho; divisão do trabalho e introdução da máquina/trabalhador em uma única tarefa (especialização). - Extensiva: prolongamento da extensão da jornada de trabalho. Funções que o trabalho cumpre: • Sociedade capitalista: se organiza entorno do trabalho e da produção que qualquer um que queria comer precisa trabalhar. 1. Função integrativa ou significativa: O trabalho dá sentido à vida, dado que permite aos cidadãos se realizarem pessoalmente e formarem sua autoestima e sua identidade. 2. Função de proporcionar status e prestígio social: o status e o prestígio social dependem do trabalho que se realiza. Ex: Zé do BANERJ 3. Função econômica: o poder aquisitivo é tudo. A maioria das pessoas obtém seus ganhos financeiros e, portanto, seu sustento assim como sua capacidade de gastar e comprar coisas, de seu salário, do dinheiro obtido pelo seu trabalho, o que faz com que a função econômica do trabalho seja básica. 4. Fonte de oportunidades para a interação e os contatos sociais: as sociedades industriais socializam quase que exclusivamente para o trabalho, de tal maneira que, quando as pessoas deixam de trabalhar, por motivos como desemprego, aposentadoria ou pré-aposentadoria, não sabem o que fazer com o tempo livre. Como consequência, não é raro que os desempregados se sintam sozinhos ou deprimidos e com poucas relações sociais. 5. Função de estruturar o tempo: nas sociedades industriais o trabalho é o principal marcador do calendário (dias de trabalho/dias de não trabalho), inclusive do horário diário. 6. Fonte de identidade pessoal: vemo-nos muito e, principalmente, os outros nos vêem por meio da profissão que exercemos. 7. Função de ser uma fonte de oportunidades para desenvolver habilidades e destrezas: a sociedade está organizada de modo que, quando alguém não tem oportunidade de trabalhar, muitas vezes também não tem oportunidade de colocar em prática e desenvolver suas habilidades e conhecimentos. 8. Função de transmissão de normas, crenças e expectativas sociais: o mundo do trabalho é uma das principais instâncias socializadoras em nossa cultura, sendo um dos principais emissores de normas sociais, crenças, etc. 9. Função de proporcionar poder e controle: esta função é uma consequência lógica de tudo que foi exposto anteriormente. Quem não tem trabalho perde muitasoportunidades de ter e exercer poder e, portanto, de defender seus interesses.
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