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Escolar
Princípios
e
de
Concepções
Gestão
Andréa Garcia Furtado
A
ndréa Garcia Furtado
DE
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6629-2
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 2 9 2
Código Logístico
59373
Princípios e 
concepções de gestão 
escolar
Andréa Garcia Furtado
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Envato Elements
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
F987p
Furtado, Andréa Garcia
Princípios e concepções de gestão escolar / Andréa Garcia Furtado. - 
1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
82 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6629-2
1. Escolas - Organização e administração. I. Título.
20-65066 CDD: 371.2
CDU: 37.07
Andréa Garcia Furtado Doutora e mestra em Educação pela Universidade 
Tuiuti do Paraná (UTP). Especialista em Psicopedagogia 
com magistério superior pelo Instituto Brasileiro de 
Pós-Graduação e Extensão (IBPEX). Licenciada em 
Pedagogia pela UTP. Professora no ensino superior, 
ministra as disciplinas de Organização Curricular 
da Educação Básica, Fundamentos dos Anos 
Iniciais do Ensino Fundamental, Educação Infantil: 
Concepções e Metodologias e Orientação de Trabalho 
de Conclusão de Curso (TCC). Atua na Secretaria 
Municipal da Educação de Curitiba como pedagoga no 
Departamento de Ensino Fundamental.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
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Vídeos
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1 Ideias e conceitos sobre gestão escolar 9
1.1 Discussões acerca da gestão escolar 10
1.2 Organização escolar: concepções de gestão 15
1.3 Elementos que norteiam a gestão escolar democrática 18
2 Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 24
2.1 Principais leis que embasam a educação 24
2.2 Regimento escolar: o que é e para que serve 30
2.3 Recursos financeiros na escola 33
3 Gestor educacional na contemporaneidade 40
3.1 Perfil do gestor escolar democrático 40
3.2 Funções e desafios do gestor escolar 45
3.3 Cultura organizacional no cotidiano escolar 49
4 Possibilidades no contexto escolar 54
4.1 A educação como direito 55
4.2 Função social: a razão da escola 57
4.3 Projeto político-pedagógico como fio condutor do trabalho na 
 escola 60
4.4 Gestão escolar: órgãos colegiados 63
5 Avaliação e gestão democrática 69
5.1 Conceituando o que é avaliação em educação 69
5.2 Dimensões avaliativas 72
5.3 Gestão escolar e qualidade na educação 77
Este livro tem como objetivo fornecer subsídios teóricos 
e apresentar ações pertinentes para o aprimoramento das 
condições de organização dos processos educativos realizados 
na escola. Acreditamos que o estudo, a discussão e a reflexão 
sobre os fundamentos e os aspectos que perpassam a gestão 
escolar possibilitam que o trabalho realizado na instituição de 
ensino seja pautado em uma intencionalidade educativa que 
contribua para a garantia do direito à educação a todos.
Desse modo, abordamos os fundamentos e as formas 
de gestão escolar, reconhecendo as características de uma 
gestão escolar democrática. Tratamos dos aspectos legais e 
dos recursos financeiros que permeiam a tomada de decisões 
nas instituições de ensino, assim como da elaboração do 
regimento escolar, que orienta e normatiza as ações na escola. 
Compreendemos, também, as funções do gestor escolar e sua 
importância no desenvolvimento do projeto político-pedagógico 
e no fortalecimento do trabalho coletivo, apresentando as 
possibilidades de desenvolvimento de práticas democráticas 
com o objetivo de organizar e efetivar a gestão escolar.
A obra é estruturada em cinco capítulos. O primeiro aborda 
as concepções de organização de gestão escolar existentes, 
apresentando os conceitos de administração, administração 
escolar, gestão, gestão escolar e gestão escolar democrática, além 
dos elementos que compõem esta, visto que dispositivos legais 
preconizam que as instituições de ensino estejam organizadas 
em uma concepção de ensino democrático-participativa.
O segundo capítulo trata, especificamente, das legislações 
vigentes que perpassam o contexto educacional e do 
entendimento de como os recursos financeiros podem ser 
administrados em uma gestão escolar democrática.
No terceiro capítulo, são discutidas as funções do gestor 
escolar em uma perspectiva de possibilitar a participação 
da comunidade escolar na tomada de decisões, de modo a 
responsabilizar todos os envolvidos nos processos educativos. 
APRESENTAÇÃOVídeo
Para isso, é importante proporcionar nesse espaço educativo a reflexão sobre 
a cultura organizacional da escola, que perpassa a organização do trabalho 
realizado na instituição de ensino.
O quarto capítulo apresenta aspectos relacionados à compreensão de 
que a educação é um direito fundamental de todo cidadão brasileiro, sendo 
reconhecido e protegido legalmente. Diante desse contexto, destacamos 
algumas práticas pedagógicas que podem ser realizadas na escola a fim de 
contribuir para uma organização de gestão democrática.
Por fim, o quinto capítulo contempla os processos avaliativos educacionais 
que ocorrem por meio de uma gestão democrática, a qual objetiva proporcionar 
ações no contexto escolar que viabilizem melhorias nos processos educativos.
Com base nas discussões presentes neste livro, é possível desenvolver 
reflexões que permitam a compreensão e o fortalecimento da gestão escolar 
atualmente. É fundamental que a organização do trabalho pedagógico se 
efetive por meio de práticas que balizem o envolvimento, a responsabilidade e 
o compromisso pedagógico de todos os envolvidos nos processos educativos 
realizados na instituição de ensino.
Bons estudos! 
Ideias e conceitos sobre gestão escolar 9
1
Ideias e conceitos sobre 
gestão escolar
Este capítulo aborda os fundamentos e as diferentes formas de 
gestão nas instituições de ensino, de modo a contribuir com as dis-
cussões e possibilidades de realização dos processos educacionais 
nas escolas públicas e privadas.
Serão apresentados conceitos que perpassam o entendimen-
to do que é administração, administração escolar, gestão, gestão 
escolar e gestão escolar democrática. Tal compreensão permite a 
apreensão de como as escolas estão organizadas e estruturadas 
atualmente para a realização dos processos educativos.
Assim, faz-se necessário apresentar as concepções de gestão, 
pois elas expressam os posicionamentos político-pedagógicos das 
instituições de ensino. Nesse sentido, a organização escolar se re-
fere ao conjunto de ações que envolvem questões administrativas, 
financeiras e humanas, que funcionam de acordo com a concep-
ção de gestão assumida pela escola.
Outra questão discutida neste capítulo refere-se aos elemen-
tos constitutivos da gestão escolar democrática. É imprescindível 
identificar esses elementos, pois eles definem como a gestão de-
mocrática será proposta nas instituições de ensino, de modo que 
a práticapedagógica esteja fundamentada em teorias que justifi-
quem as ações vinculadas à formação de um estudante crítico e re-
flexivo, consciente dos seus direitos e deveres enquanto cidadão.
10 Princípios e métodos de gestão escolar
1.1 Discussões acerca da gestão escolar 
Vídeo
A educação escolar é uma das principais formas de promover a for-
mação integral do cidadão, permitindo o desenvolvimento do estudan-
te em seus aspectos cognitivos, físicos, emocionais, sociais e culturais e 
oportunizando um olhar crítico e reflexivo acerca da sociedade na qual 
está inserido.
Em razão disso, cabe à escola gerir de maneira que as ações pro-
postas oportunizem condições reais de ensino e aprendizagem por 
meio de práticas educativas intencionais que perpassem os muros da 
escola. Nessa perspectiva, para que as situações do cotidiano escolar 
ocorram de maneira significativa, é necessário que aspectos teóricos 
sejam compreendidos e apreendidos pelos profissionais da educação. 
Libâneo (2010, p. 295) esclarece que:
a escola e seu modo de se organizar constituem um ambiente 
educativo, isto é, um espaço de formação e de aprendizagem 
construído por seus componentes, um lugar em que os profis-
sionais podem decidir sobre seu trabalho e aprender mais sobre 
a profissão. Acredita-se que não são apenas os professores que 
educam. Todas as pessoas que trabalham na escola realizam 
ações educativas, embora não tenham as mesmas responsabili-
dades nem atuem de forma igual.
Assim, tem-se a escola como um espaço de formação para a cidada-
nia. Portanto, questões referentes a como propiciar a organização do 
trabalho pedagógico precisam ser apreendidas por todos os envolvidos 
nos processos educativos realizados na instituição.
É importante considerar que essa discussão perpassa o contexto do 
regime democrático estabelecido no país desde a Constituição Federal 
de 1988. Entende-se, então, que a sociedade contemporânea é orien-
tada por princípios democráticos. Grigoli (2014, p. 114) esclarece que 
“democracia significa uma forma de governo na qual o povo governa e 
implica a criação de um Estado que trate o povo de forma igualitária”.
Conforme o que foi exposto pelo autor, é fundamental refletir so-
bre como a educação pode ser gerida nas escolas com base em uma 
gestão pautada na democracia. Porém, para compreender a gestão es-
colar democrática, é relevante salientar o conceito de administração, 
que pressupõe aspectos relacionados à gestão e à gestão democrática.
A Declaração Universal dos 
Direitos Humanos define 
os direitos do homem 
que compactuam com 
o regime de governo 
democrático. 
Disponível em: https://www.unicef.
org/brazil/declaracao-universal-
-dos-direitos-humanos. Acesso em: 
16 jun. 2020.
Documento
Ideias e conceitos sobre gestão escolar 11
Para isso, podemos trazer os significados de administração e gestão, 
explicitados por Ferreira, Reis e Pereira (2002, p. 6): “ambas as palavras 
têm origem latina, ‘gerere’ e ‘administrare’. Gerere significa conduzir, dirigir 
ou governar. Administrare tem aplicação específica no sentido de ‘gerir 
um bem, defendendo os interesses de quem os possui’. Administrar se-
ria, portanto, a rigor, uma aplicação de gerir”.
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Pode-se dizer que ambas as palavras objetivam conduzir alguém 
a fazer algo. Todavia, administração está relacionada a planejamento, 
controle e direcionamento de recursos humanos e materiais; já gestão 
está voltada à mobilização de ações que incentivem a participação de 
todos para atingir um objetivo comum.
Entendido isso, observe o que Ferreira afirma sobre gestão:
gestão é o processo de coordenação da execução de uma con-
cepção em ação, que executa um plano. Gestão tem um conteú-
do que pode incluir aspectos emancipatórios como autonomia 
e cidadania, dependendo das políticas que lhe fornecem a di-
reção a ser dada e à forma de gestão. (FERREIRA, 2017, p. 111, 
grifo do original)
Compete enfatizar que o termo administração escolar se constituiu 
com base na extensão da administração geral, isto é, administração de 
empresas. Desse modo, ambas as definições direcionam a necessidade 
de viabilizar meios para administrar, coordenar, prever e propor estra-
tégias de como o trabalho precisa ser realizado no espaço e tempo do 
campo de atuação.
O programa Nós da 
Educação convidou Vitor 
Henrique Paro, professor 
titular da Faculdade de 
Educação da Universi-
dade de São Paulo, para 
abordar questões refe-
rentes a conceitos sobre 
administração, assim 
como a diferença entre 
administração escolar e 
empresarial. O vídeo é de 
2006 e foi produzido pela 
TV Paulo Freire.
Disponível em: https://www.youtu-
be.com/watch?v=CNOdKTmgd0s. 
Acesso em: 16 jun. 2020.
Vídeo
12 Princípios e métodos de gestão escolar
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Nessa linha de raciocínio, Félix (1985, p. 71) afirma que
enquanto a administração de empresas desenvolve as teorias 
sobre a organização do trabalho nas empresas capitalistas, a ad-
ministração escolar apresenta proposições teóricas sobre a orga-
nização do trabalho na escola e no sistema escolar. No entanto, 
a administração escolar não construiu um corpo teórico próprio 
e no seu conteúdo podem ser identificadas as diferentes esco-
las da administração de empresas, o que significa uma aplicação 
dessas teorias a uma atividade específica, neste caso, a educação.
Diante disso, a administração, de um modo geral, tem 
a finalidade de compreender como e com quais fins os 
recursos materiais e humanos serão utilizados para 
uma melhor execução do trabalho a ser realizado. Por 
meio dessa reflexão, observa-se que a administração 
escolar surgiu com o intuito de transpor o conceito do 
campo empresarial para o educacional, ou seja, coorde-
nar os processos educacionais das instituições de ensino 
com maior eficiência e efetividade, a fim de garantir a for-
mação para a cidadania.
Syda Productions/Shutterstock
Ideias e conceitos sobre gestão escolar 13
É nesse contexto que a administração escolar está relacionada às 
transformações da sociedade como um todo, sendo preciso analisar, 
explorar e compreender o contexto escolar das instituições de ensino. 
Paro (2012) elucida a importância de considerar a realidade com o intuito 
de alcançar os fins educativos. Para o autor, “é na práxis administrativa 
escolar, enquanto ação humana transformadora adequada a objetivos 
educativos [...] que se encontrarão as formas de gestão mais adequadas 
a cada situação e momento histórico determinados” (PARO, 2012, p. 210).
Nessa perspectiva, destacam-se os processos de gestão, especifica-
mente a educacional e escolar. A gestão educacional está direcionada à 
organização dos sistemas de ensino em âmbito federal, estadual e muni-
cipal, assim como à definição de responsabilidades e deliberações legais 
que abrangem a educação nos setores públicos e privados. Acerca dessa 
reflexão, é possível remeter-se às palavras de Paro (1996, p. 151):
a possibilidade de uma administração democrática no sentido de 
sua articulação, na forma e conteúdo, com os interesses da socie-
dade como um todo, tem a ver com os fins e a natureza da coisa 
administrada. No caso da Administração Escolar, sua especifici-
dade deriva, pois: a) dos objetivos que se buscam alcançar com a 
escola; b) da natureza do processo que envolve essa busca. Esses 
dois aspectos não estão de modo nenhum desvinculados um do 
outro. A apropriação do saber e o desenvolvimento da consciên-
cia crítica, como objetivos de uma educação transformadora, 
determinam [...] a própria natureza peculiar do processo peda-
gógico escolar; ou seja, esse processo não se constitui em mera 
diferenciação do processo de produção material que tem lugar 
na empresa, mas deriva sua especificidade de objetivos (educa-
cionais) peculiares, objetivos estes articulados com os interesses 
sociais mais amplos e que são, por isso, antagônicos aos objeti-
vos de dominação subjacentes à atividade produtiva capitalista.
A administraçãoescolar vai além de lideranças e resultados finan-
ceiros da instituição de ensino; ela expressa a formação do homem que 
exerce os seus direitos e deveres numa sociedade organizada median-
te preceitos democráticos. Para isso, objetiva-se que a organização do 
trabalho educativo nas instituições de ensino se fundamente na demo-
cratização da educação.
Já a gestão escolar consiste em organizar o trabalho da escola como 
um todo, observando as necessidades e particularidades da institui-
ção de ensino nos aspectos humanos, administrativos e financeiros, de 
modo a garantir que os processos educativos promovam a garantia do 
direito à educação.
Por isso, é importante compreender o que é gestão democrática, 
conceito que expressa ações que propõem gerir uma instituição de ma-
neira participativa e transparente, ou seja, democrática.
Essa perspectiva de gestão escolar democrática está legalmente am-
parada pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB n. 9.394/1996), a qual preconiza a democracia 
como princípio estruturante na efetivação da educação no país.
A gestão escolar democrática permite que as ações da escola acon-
teçam numa perspectiva em que a comunidade escolar (equipe diretiva 
e pedagógica, professores, familiares e/ou responsáveis e demais pro-
fissionais da escola) esteja presente e participe de maneira efetiva das 
tomadas de decisões dos processos educativos, corroborando com a 
realidade na qual está inserida.
Desse modo, a gestão democrática na escola reestrutura a forma 
de gerir a administração, visto que ocorre uma descentralização de po-
der, na qual o diretor não é mais o único a tomar decisões, pois a co-
munidade escolar participa das decisões que envolvem a organização 
do trabalho. Para isso, momentos de escuta, diálogo e participação de 
todos precisam acontecer de modo a vislumbrar a representatividade 
da comunidade escolar.
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14 Princípios e métodos de gestão escolar
Ideias e conceitos sobre gestão escolar 15
Essas reflexões sobre a gestão democrática são confirmadas por 
meio da afirmação de Veiga (1995, p. 18) de que
a gestão democrática exige a compreensão em profundidade 
dos problemas postos pela prática pedagógica. Ela visa romper 
com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o 
fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar o controle do proces-
so e do produto do trabalho pelos educadores.
Para isso, é necessário que a gestão escolar oportunize situações e 
condições em que todos os envolvidos compreendam a importância da 
sua função e participação nas tomadas de decisões da escola, principal-
mente no que tange a propor ações que garantam o direito à educação.
1.2 Organização escolar: concepções de gestão 
Vídeo O processo de organização da gestão escolar está pautado na arti-
culação das condições administrativas e humanas que visem assegurar 
práticas pedagógicas do cotidiano escolar que promovam o direito à 
aprendizagem de todos.
A gestão e organização escolar considera tanto os espaços internos 
quanto externos das instituições de ensino como lócus da educação. 
Assim, as ações propostas precisam viabilizar condições e meios de 
realização do trabalho educativo.
Nos últimos anos, uma 
concepção de gestão que 
vem sendo abordada é a 
gestão de qualidade total 
(GQT). Trata-se de uma 
concepção de gestão em 
que as ações são pauta-
das em fatos reais e que 
vislumbra tomar decisões 
assertivas, a fim de au-
mentar a produtividade 
e o faturamento de uma 
empresa. No link a seguir, 
é possível conhecer 
um pouco mais sobre a 
origem dessa concepção 
de gestão. 
Disponível em: http://gestao-de-
-qualidade.info/qualidade-total.
html. Acesso em: 16 jun. 2020.
SiteOs gestores escolares devem propor formas de 
administrar as escolas com base em concepções de 
gestão inter-relacionadas com a concepção de educa-
ção, sociedade, homem, processo de ensino e apren-
dizagem de cada uma das instituições de ensino.
É necessário, ainda, apreender que o trabalho 
realizado na escola precisa apresentar intenciona-
lidade educacional. Schneckenberg (2007, p. 9) de-
fende que a “intencionalidade, definição das metas 
educacionais e posicionamento frente aos objeti-
vos educacionais, sociais e políticos [...]”, visa à for-
mação do estudante partícipe de uma sociedade 
democrática.
Portanto, a organização do trabalho pedagógico 
se estrutura com base na concepção de gestão es-
16 Princípios e métodos de gestão escolar
colar adotada pela instituição de ensino. A respeito dessa afirmação, 
Libâneo (2010, p. 325) esclarece que
as concepções de gestão escolar refletem diferentes posições 
políticas e pareceres acerca do papel das pessoas na sociedade. 
Portanto, o modo pelo qual uma escola se organiza e se estrutu-
ra tem dimensão pedagógica, pois tem que ver com os objetivos 
mais amplos da instituição relacionados a seu compromisso com 
a conservação ou com a transformação social.
Percebe-se, então, a importância de a escola compreender as con-
cepções de gestão escolar, visto que a estrutura e a organização do 
espaço educativo refletem os posicionamentos político-pedagógicos 
com relação à formação do estudante diante da sociedade. Essas con-
cepções podem ser apreendidas a partir da organização explicitada por 
Libâneo (2010), que estabelece as gestões técnico-científica, autoges-
tionária, interpretativa e democrático-participativa.
A concepção técnico-científica tende a seguir princípios e méto-
dos da administração empresarial e está balizada na hierarquia de car-
gos e funções, com foco na racionalização do trabalho, a fim de obter 
eficiência nas atividades realizadas na escola (LIBÂNEO, 2010). Nessa 
concepção, existe uma comunicação pautada em regras de cargos, ou 
seja, na escola, o diretor tem autonomia para tomar as decisões, e os 
demais profissionais precisam seguir as regras e normas estabelecidas 
por ele, sem questionar. Sendo assim, não proporciona participação da 
comunidade escolar nas tomadas de decisões. Na organização do es-
paço escolar existe uma divisão de tarefas para cada função exercida, 
em que se objetiva somente a eficiência do trabalho exercido.
A concepção autogestionária é acondicionada na responsabilidade 
coletiva, sem a presença de uma direção centralizada. Nesse contexto, 
ocorre a “participação direta e por igual de todos os membros da institui-
ção” (LIBÂNEO, 2010, p. 325). Essa forma de gerir dá ênfase às decisões 
coletivas, em que as condições de gestão permitem criar e instituir suas 
próprias regras, extinguindo práticas autoritárias, estando todos os en-
volvidos vinculados à responsabilidade coletiva do trabalho.
Assim, a autogestão permite que a comunidade escolar tenha auto-
nomia para gerenciar os recursos administrativos, financeiros e huma-
nos, bem como para buscar propostas de trabalho diferenciadas que 
viabilizem os processos educativos. Todavia, autogestão envolve ques-
tões que não condizem com a realidade da sociedade, visto que, para 
Ideias e conceitos sobre gestão escolar 17
ocorrer essa prática de maneira efetiva, é necessário também repensar 
um projeto de transformação social.
A concepção interpretativa considera, nos processos de organiza-
ção e gestão, os significados subjetivos, as intenções e interações das 
pessoas do contexto em questão (LIBÂNEO, 2010). Essa concepção de 
gestão está focada em práticas que são construídas subjetivamente, 
sendo o espaço educativo uma realidade social que se constrói, ou seja, 
prioriza inter-relações que ocorrem na escola em lugar da execução de 
tarefas predefinidas, pois elas são definidas e estruturadas no dia a dia, 
com base nas relações que se estabelecem diante do trabalho realizado.
A concepção democrático-participativa se dá entre a equipe dire-
tiva, pedagógica e os demais profissionais da escola, incluindo familia-
res e/ou responsáveis dos estudantes, que visam coletivamente tomar 
decisões que atendamaos objetivos comuns da instituição de ensino 
(LIBÂNEO, 2010). A organização e a gestão nessa concepção requerem 
o envolvimento de todos os profissionais da escola nas tomadas de de-
cisões administrativas, financeiras e pedagógicas, em que o diretor é o 
profissional responsável por promover ações que vislumbrem práticas 
democráticas.
Seguindo essa linha de pensamento, Dourado (2001, p. 23) explica 
que “para otimizar os resultados que a escola quer atingir, é importante 
estabelecermos coletivamente (com participação dos representantes dos 
vários segmentos das comunidades escolar e local) as finalidades e os 
objetivos almejados, assim como os procedimentos a serem adotados”.
Portanto, a participação é um elemento essencial para alcançar 
uma organização escolar com a premissa de que a tomada de deci-
sões coletiva valida todo o trabalho realizado na escola. Todavia, para 
que essa concepção se efetive de modo significativo, é necessário que 
cada profissional da escola assuma seu trabalho de maneira compro-
metida e ética e que sua prática pedagógica possa ser expressa no 
coletivo escolar.
Outra questão a destacar é que os processos educativos es-
tão constantemente sendo avaliados e (re)planejados diante de 
situações que acontecem no dia a dia da escola. Na concepção 
democrático-participativa de gestão, considera-se fundamental que 
haja questões que perpassem a organização do trabalho pedagógico 
– currículo, planejamento e avaliação –, visto que elas são de respon-
18 Princípios e métodos de gestão escolar
sabilidade do coletivo e do trabalho individual de cada profissional da 
escola, cujo objetivo é promover ações pedagógicas que garantam a 
todos o direito à educação.
Assim sendo, é possível considerar que as concepções de gestão ex-
pressam a organização do trabalho nas instituições de ensino. Contu-
do, é importante averiguar qual concepção está sendo realizada, com o 
intuito de compreender se o objetivo educacional é proporcionar uma 
educação conservadora ou uma educação que possibilite ações que 
visem a uma participação crítica e reflexiva na sociedade na qual o in-
divíduo está inserido.
A realidade escolar é complexa 
e, muitas vezes, a equipe gestora 
precisa amenizar situações que 
podem vir a prejudicar as 
práticas democráticas. Nessa 
perspectiva, o que a equipe 
gestora precisa propor para que 
as práticas pedagógicas estejam 
pautadas na concepção de ges-
tão estabelecida pela instituição 
de ensino?
Atividade 1
1.3 Elementos que norteiam a 
gestão escolar democrática 
Vídeo Para que os processos educativos na gestão escolar democrática 
coincidam, sobretudo, com as responsabilidades com relação à educa-
ção escolar, tais ações precisam perpassar os elementos constitutivos 
que embasam esse trabalho.
Assim, faz-se necessário que todos os envolvidos nos processos 
educativos conheçam e entendam os elementos constitutivos que nor-
teiam o trabalho realizado na escola, para que seja possível preconizar 
a democratização do ensino. A Figura 1 esboça os elementos constitu-
tivos da gestão escolar democrática.
Participação
Transparência
Autonomia
Pluralidade Gestão 
democrática
Figura 1
Elementos da gestão 
escolar democrática
Fonte: Elaborada pela autora.
Ideias e conceitos sobre gestão escolar 19
Os elementos constitutivos se referem à participação, autonomia, 
transparência e pluralidade e, ao serem compreendidos e apreendidos 
pela comunidade escolar, concebem o exercício de vivenciar a gestão 
escolar democrática.
A participação é o elemento essencial para o exercício da gestão de-
mocrática. Esse elemento envolve a comunidade escolar, que terá vez 
e voz quanto às tomadas de decisões que preveem melhorias nos pro-
cessos educativos realizados na instituição de ensino. Dessa maneira, 
a participação possibilita dialogar, opinar, assim como promover cons-
cientização e reflexão sobre quais são e como as práticas pedagógicas 
são desenvolvidas nesse espaço educativo, a fim de assegurar melhores 
condições de garantia do direito à educação. A esse respeito, Dourado 
(2003, p. 21) afirma:
o processo de luta pela democratização da gestão escolar passa 
pela superação dos processos centralizados de decisão, pela 
defesa de uma administração colegiada, na qual as decisões 
nasçam das discussões articuladas com todos os segmentos en-
volvidos na escola, pela clareza do sentido político e pedagógico 
presente nessas práticas e da sua importância como fenômeno 
educativo a ser construído cotidianamente.
A gestão escolar democrática necessita planejar, organizar e mediar 
a participação da comunidade escolar para que as necessidades reais da 
escola sejam gradativamente supridas. Destacamos que, no setor públi-
co, a comunidade escolar é mais participativa nos processos educativos 
do que no setor privado. Nas instituições privadas, a gestão escolar é 
compartilhada, porém, é mais centrada na mantenedora da unidade de 
ensino e/ou no diretor, pois as propostas também são feitas para que o 
processo de ensino apresente bons resultados.
Considerando que a participação coletiva corresponde à práti-
ca pedagógica na gestão escolar democrática, é preciso compreen-
der a importância do elemento constitutivo transparência, pois ele 
visa à lisura de todos os processos educativos da escola. Marques 
(1990, p. 21) elucida que “a participação ampla assegura a transpa-
rência das decisões, fortalece as pressões para que sejam elas legíti-
mas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, 
contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma 
não entrariam em cogitação”.
20 Princípios e métodos de gestão escolar
Portanto, para que haja transparência, é necessário também uma 
participação crítica na organização e no acompanhamento das propos-
tas pedagógicas da escola. A participação permite que a transparência 
da gestão ocorra na área administrativa, financeira e pedagógica, em 
que a difusão e, consequentemente, a democratização das informa-
ções possibilitam melhores condições de garantir o direito à educação.
Nessa linha de pensamento, a apreensão dos elementos constituti-
vos participação e transparência permite a responsabilização de todos 
na construção do trabalho coletivo, assim como proporcionar caracte-
rísticas próprias da instituição de ensino.
Nesse sentido, observa-se o elemento constitutivo autonomia, ex-
plicado por Barroso (1996, p. 17) como
um conceito relacional (somos sempre autónomos de alguém ou 
de alguma coisa) pelo que a sua acção se exerce sempre num 
contexto de interdependência e num sistema de relações. A au-
tonomia é também um conceito que exprime um certo grau de 
relatividade: somos mais, ou menos, autónomos; podemos ser 
autónomos em relação a umas coisas e não o ser em relação a 
outras. A autonomia é, por isso, uma maneira de gerir, orientar, 
as diversas dependências em que os indivíduos e os grupos se 
encontram no seu meio biológico ou social, de acordo com as 
suas próprias leis.
A autonomia no interior da escola está relacionada às formas de 
agir no dia a dia, que estão pautadas numa concepção de educação. 
Entender esse elemento constitutivo permite que ações e tomadas de 
decisões sejam organizadas e planejadas visando propiciar melhores 
condições de efetivação da proposta pedagógica no contexto em que a 
instituição de ensino estiver inserida.
Nas escolas, esse elemento é vislumbrado mediante a gestão esco-
lar democrática. No entanto, essa autonomia precisa ser compreendida 
como relativa, ou seja, de modo que a estrutura do trabalho educativo 
perpasse questões legais dispostas na Constituição Federal, na LDB 
n. 9.394/1996 e nas leis estaduais e municipais que corroboram para a 
garantia do direito à educação a todos os brasileiros. Trata-se aqui de 
elucidar as palavras de Libâneo (2010, p. 299):
não convém às escolas ignorar o papel do Estado, das Secreta-
rias da Educação e das normas do sistema nem simplesmente 
subjugar-se a suas determinações. Também é salutar precaver-seNo contexto escolar, é 
importante propor práticas 
pedagógicas que desenvolvam e 
fortaleçam todos os envolvidos 
nos processos educativos, pois 
a autonomia da instituição de 
ensino é relativa. Cabe, então, 
compreender que ter autonomia 
significa respeitar as disposições 
legais, porém, com senso crítico 
e responsabilidade para ressigni-
ficar a ação no dia a dia escolar. 
Desse modo, como conquistar 
a autonomia na escola em uma 
perspectiva de propor práticas 
pedagógicas que visem à 
formação de um cidadão crítico, 
autônomo e participativo?
Atividade 2
contra algumas atitudes demasiado sonhadoras de professores 
que acham possível uma autonomia total das escolas, como se 
elas pudessem prescindir inteiramente de instrumentos norma-
tivos e operativos das instâncias superiores. A autonomia das es-
colas em face das várias instâncias será sempre relativa.
Assim, a escola usufrui da autonomia que lhe cabe de modo a con-
tribuir com práticas pedagógicas que viabilizem a formação de um ci-
dadão crítico, participativo, comprometido, responsável e autônomo 
das suas ações diárias dentro e fora da escola.
Para isso, é oportuno destacar o elemento constitutivo pluralidade. 
A educação no contexto escolar precisa considerar a pluralidade exis-
tente no dia a dia de cada cidadão nas práticas pedagógicas. De acor-
do com Casassus (2002, p. 29), “a educação não é algo que acontece 
num vazio social abstrato. Pelo contrário sua existência dá-se num con-
texto sociocultural concreto, o que é de suma importância”. Isto é, nos 
momentos de tomadas de decisões, a escola precisa incluir nos proces-
sos educativos como trabalhar coletivamente a pluralidade, sendo que 
a conscientização dessa temática é deflagrada com a Declaração Uni-
versal dos Direitos Humanos (DUDH), que tem como objetivo respeitar 
cada ser humano, considerando suas diferenças.
Portanto, a discussão sobre esse assunto perpassa o entendimento 
das diferenças presentes na sociedade, assim como a reflexão de como 
é possível construir sua identidade na sociedade contemporânea, de 
modo a respeitar a diversidade étnica, racial, sexual, cultural, religiosa 
e de gênero, presente no dia a dia.
Para saber mais sobre 
autonomia na escola 
pública, sugerimos a 
leitura do texto intitulado 
“Autonomia da escola 
pública: um enfoque 
operacional”, de autoria 
de Carmen Moreira de 
Castro Neves.
NEVES, C. M. de C. In: VEIGA, I. P. 
A. Projeto Político-Pedagógico da 
escola: uma construção possível. 7. 
ed. Campinas, SP: Papirus, 1998. 
Leitura
Os elementos constitutivos 
participação, autonomia, 
transparência e pluralidade 
embasam a gestão democrática 
escolar. Desse modo, quais ações 
podem ser realizadas no 
contexto escolar para que esses 
elementos se consolidem no dia 
a dia da escola?
Atividade 3
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Ideias e conceitos sobre gestão escolar 21
22 Princípios e métodos de gestão escolar
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O contexto educacional brasileiro está organizado com base em um gover-
no democrático. De acordo com essa realidade, faz-se necessário compreen-
der e discutir temas que perpassam o cotidiano das instituições de ensino. 
Contudo, não basta apenas elucidar discussões acerca do que é gestão 
escolar, concepções de gestão e os elementos que constituem a gestão 
escolar democrática, é preciso apreender esses conceitos e colocar a teo-
ria em prática. É imprescindível considerar que todo o trabalho realizado 
na escola está impregnado de intencionalidade educativa, mas, principal-
mente, averiguar se essa intencionalidade contribui para a construção de 
uma sociedade mais justa e igualitária ou propõe uma educação em que as 
ações educativas elucidem a subordinação e a racionalização do trabalho, 
desconsiderando as diferenças presentes na formação do ser humano.
Para tanto, vale lembrar que a democracia visa a uma concepção de 
gestão democrático-participativa e, para que as práticas pedagógicas 
ocorram nessa perspectiva, é preciso discutir e debater o processo edu-
cativo no dia a dia, percebendo nas ações a relação entre teoria e prática. 
Quando essas questões que abordam o que é gestão escolar, as con-
cepções de gestão e os elementos que norteiam a gestão democrática 
são abordadas no contexto escolar, é possível ressignificar os processos 
educativos, considerando a formação integral do estudante, com base na 
democratização do ensino.
REFERÊNCIAS
BARROSO, J. O estudo da autonomia da escola: da autonomia decretada à autonomia 
construída. In: BARROSO, J. O estudo da escola. Porto: Porto, 1996.
CASASSUS, J. A escola e a desigualdade. Brasília: Plano Editorial, 2002.
DOURADO, L. F. Progestão: como promover, articular e envolver a ação das pessoas no 
processo de gestão escolar? Brasília: CONSED, 2001.
DOURADO, L. F. (org.). Gestão escolar democrática: a perspectiva dos dirigentes escolares 
da rede municipal de ensino de Goiânia-GO. Goiânia: Alternativa, 2003.
FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias. 
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
FERREIRA, N. S. C. Formação humana e gestão democrática da educação na atualidade. 
Curitiba: Appris, 2017.
FÉLIX, M. de F. C. Administração escolar: um problema educativo e empresarial. São Paulo: 
Cortez; Autores Associados, 1985.
GRIGOLI, J. de J. Quatro modelos normativos de democracia representativa: as versões 
elitista, liberal, pluralista, participativa e deliberativa. Pensamento Plural, Pelotas, Rio 
Grande do Sul, n. 14, p. 113-126, jan./jun. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufpel.
edu.br/ojs2/index.php/pensamentoplural/article/view/3239. Acesso em: 16 jun. 2020.
Ideias e conceitos sobre gestão escolar 23
LIBÂNEO, J. C. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2010.
MARQUES, M. O. Projeto pedagógico: a marca da escola. Revista Contexto e Educação, Ijuí, 
n. 18, p. 16-28, abr./jun. 1990.
PARO, V. H. Eleição de diretores: a escola pública experimenta a democracia. Campinas: 
Papirus, 1996.
PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. 17. ed. rev. e ampl. São Paulo: 
Cortez, 2012.
SCHNECKENBERG, M. O princípio democrático na atuação do diretor de escola: um estudo 
comparativo entre diretores eleitos e reeleitos. Gestão em rede, n. 75, p. 8-14, mar. 2007.
VEIGA, I. P. A. (org.). Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. 
Campinas: Papirus, 1995.
GABARITO
1. A equipe gestora precisa propor a todos os envolvidos nos processos educativos mo-
mentos de estudos acerca da concepção de gestão estabelecida pela instituição escolar.
2. Para conquistar a autonomia que proporcione o direito a educação, é importante que 
a comunidade escolar compreenda primeiramente como essa autonomia acontece no 
contexto escolar democrático, para que então seja possível propor vivências e discus-
sões de como viabilizar esse direito de acordo com a realidade da escola.
3. Os princípios que embasam a gestão democrática escolar estão postos legalmente, 
mas quanto maior for o conhecimento com relação a esses pressupostos, maior será 
a probabilidade de compreender como os processos educativos precisam acontecer 
de modo a consolidar tal concepção de gestão. Portanto, sugerimos que a equipe 
gestora da escola organize momentos de estudos e discussões acerca dos princípios 
que embasam a gestão democrática, a fim de que as práticas pedagógicas ocorram no 
cotidiano escolar com base na teoria proposta.
24 Princípios e métodos de gestão escolar
2
Gestão democrática: aspectos 
legais e recursos financeiros
Neste capítulo, abordaremos as legislações vigentes que per-
passam o contexto educacional, devido a elas estarem diretamente 
interligadas às concepções de gestão que orientam o trabalho rea-
lizado nas instituições de ensino.
Discutiremos as principais leis que embasam a educação no 
Brasil com o intuito de compreender as relações educativas que 
ocorrem na escola para garantir os fins educacionais, isto é, a ga-
rantia dodireito à educação a todos os brasileiros.
Estudaremos também o que é regimento escolar e sua legalida-
de no cotidiano das instituições de ensino, bem como a importân-
cia da gestão democrática escolar na administração dos recursos 
financeiros destinados às escolas.
2.1 Principais leis que embasam a educação 
Vídeo
Leis são princípios, preceitos e normas que estabelecem regras a 
serem seguidas e, em um regime de governo democrático, têm o obje-
tivo de promover a igualdade de direitos e deveres a todos os cidadãos.
As legislações nacionais existem para organizar ações com o intuito 
de construir uma sociedade justa e solidária, considerando o contexto 
histórico-econômico-político-étnico-racial apresentado na atualidade. 
As legislações educacionais, especificamente, são instituídas para or-
ganizar e estruturar o sistema de ensino brasileiro, de modo a garantir 
o direito à educação a todos. Cabe ressaltar que essas legislações são 
prescritas no âmbito da educação básica (educação infantil, ensino fun-
damental e ensino médio) e da educação superior (CURY, 2010).
Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 25
As principais leis que determinam a educação brasileira são instituí-
das pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF) e 
pela Lei n. 9.394/1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), além de decretos, resoluções, pareceres, portarias, instruções e 
atos que regulam e regulamentam a estrutura e o funcionamento do 
sistema de ensino.
A CF do Brasil foi aprovada em 22 de setembro de 1988 e pro-
mulgada em 5 de outubro do mesmo ano. Ela reconhece que to-
dos os cidadãos brasileiros, independentemente da condição 
socioeconômica-política-étnico-racial, têm direitos e deveres. Para que 
isso ocorra, todos os cidadãos precisam conhecer tais direitos e deve-
res, a fim de exigi-los e exercê-los (CURY, 2002).
Sendo assim, é por meio da compreensão de como a educação 
está disposta no Brasil, bem como do conhecimento das legislações 
vigentes, que a comunidade escolar poderá discutir e refletir sobre os 
dispositivos legais que embasam o trabalho educativo realizado nas 
instituições de ensino, de modo a mobilizar ações que visem à garantia 
dos direitos e deveres estabelecidos em lei nacional.
A educação é um direito social, assim instituído no Capítulo III, Se-
ção I da CF (BRASIL, 1988):
“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da fa-
mília, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exer-
cício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
O artigo 205 estabelece que a educação é um direito de todos os 
cidadãos brasileiros e que ninguém poderá ser excluído desse direito. 
A educação deve proporcionar o desenvolvimento pleno do estudante, 
assim como a preparação para o exercício da cidadania e qualificação 
para o mercado de trabalho.
Entretanto, apesar de o direito ser assegurado em lei, ainda é preci-
so discutir formas em que o direito à educação não esteja relacionado 
apenas à oferta de vagas, mas também à permanência dos estudan-
tes na escola e à garantia da promoção do direito à aprendizagem. 
Para que a educação se efetive a todos os cidadãos, é preciso averi-
guar questões socioeconômicas que perpassam o contexto brasileiro e 
como os princípios podem ser efetivados em uma realidade que apre-
senta desigualdades sociais.
26 Princípios e métodos de gestão escolar
Nesse sentido, faz-se necessário demarcar os princípios que 
definem como deve ser a educação no Brasil. O artigo 206 da CF 
(BRASIL, 1988) institui que:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexis-
tência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, 
na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade;
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da 
educação escolar pública, nos termos de lei federal; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores 
considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação 
de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de car-
reira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Os princípios constitucionais embasam a educação e permitem aos 
profissionais das instituições de ensino que cumpram, com responsa-
bilidade e comprometimento, o que está disposto na CF de 1988, por 
meio de ações democráticas.
Os dispositivos legais que perpassam a educação nacional balizam 
a organização das instituições de ensino públicas e privadas, e a LDB 
n. 9.394/1996 regulamenta a educação básica e superior. O artigo 2º da 
LDB corrobora o artigo 205 da CF de 1988 quando define que: “Art. 2º 
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de 
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o 
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996).
Tanto a CF do Brasil quanto a LDB n. 9.394/1996 preveem que a edu-
cação é dever da família e do Estado, porém, para que a educação con-
tribua efetivamente na formação do estudante e, consequentemente, 
Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 27
na consolidação da cidadania, é preciso que o Estado garanta a todos 
os estudantes o acesso, a permanência e a garantia do direito à educa-
ção. À família, cabe o acompanhamento do estudante com relação aos 
processos educativos realizados na escola.
Para isso, é importante que a equipe de gestão da escola proponha 
ações de participação da família na instituição de ensino, assim como 
o Estado precisa instituir políticas públicas com a finalidade de sanar 
gradativamente as desigualdades sociais presentes também no contexto 
educacional, a fim de garantir melhores condições na formação do es-
tudante para o exercício da cidadania.
É importante, também, mencionar o artigo 3º da LDB n. 9.394/1996, 
que coaduna com o artigo 206 da CF:
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes 
princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na 
escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultu-
ra, o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e 
da legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extraescolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas 
sociais;
XII – consideração com a diversidade étnico-racial; 
XIII – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo 
da vida. (BRASIL, 1996) 
Os princípios dispostos constituem a organização do sistema edu-
cacional brasileiro no que se refere a questões administrativas, pe-
dagógicas, financeiras, à formação dos profissionais da educação, ao 
acesso e à permanência dos estudantes nas instituições de ensino, 
assim como à existência de práticas que intensificam o processo de 
ensino e aprendizagem em umaperspectiva de promover a formação 
integral de todos os estudantes.
28 Princípios e métodos de gestão escolar
Diante da diversidade apresentada na sociedade brasileira, depreen-
demos a necessidade de as instituições de ensino realizarem ações 
educativas que vislumbrem a formação do cidadão, tendo como base 
encaminhamentos metodológicos que compreendam o processo de 
ensino e aprendizagem de maneira a contemplar os princípios estabe-
lecidos nas legislações educacionais, bem como o respeito à heteroge-
neidade e à individualidade de cada estudante. Essas ações precisam ser 
realizadas por todos os envolvidos no contexto escolar, de modo que a 
escola, por ser um local de formação do cidadão, possa gradativamente 
contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Após a publicação da LDB n. 9.394/1996, alguns decretos e portarias 
foram regulamentados em busca de melhorias no campo educacional. 
Nesse âmbito, destacamos o Plano Nacional de Educação (PNE), pro-
mulgado pela Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001, com vigência até 
2010. As diretrizes do PNE referem-se à articulação e ao desenvolvi-
mento do ensino, desde a erradicação do analfabetismo até a elevação 
humanística, científica e tecnológica dos cidadãos brasileiros. Esse pla-
no estabelece a concretização de diretrizes, metas e propostas para a 
política educacional brasileira em um período de dez anos.
As diretrizes, metas e propostas estabelecidas pelo PNE surgem da 
necessidade de alcançar objetivos educacionais que contemplem a di-
versidade social brasileira. Pautado em princípios democráticos, esse 
documento perpassa a educação em todos os níveis e modalidades de 
ensino, com base em objetivos a serem cumpridos a curto, médio e 
longo prazo.
Salientamos que a implementação do PNE precisa ser acompanha-
da por políticas públicas que corroborem as diretrizes estabelecidas 
nesse documento, de modo a contribuir com os demais envolvidos nos 
processos educacionais. Portanto, é preciso que todos os cidadãos, 
independentemente da condição socioeconômica-política-cultural, 
assumam a responsabilidade de colaborar para a construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária a favor de todos.
Com relação ao acompanhamento da implementação do PNE, ficou 
estabelecido que:
Art. 3º A União, em articulação com os Estados, o Distrito Federal, 
os municípios e a sociedade civil, procederá a avaliações periódi-
cas da implementação do Plano Nacional de Educação.
Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 29
§ 2º A primeira avaliação realizar-se-á no quarto ano de vigência 
desta Lei, cabendo ao Congresso Nacional aprovar as medidas 
legais decorrentes, com vistas à correção de deficiências e dis-
torções. (BRASIL, 2001)
No entanto, as avaliações do PNE não ocorreram no quarto ano 
(SAVIANI, 2009). Em resposta a essa situação, outra medida do Governo 
Federal foi a aprovação do Decreto n. 6.094, de 24 de abril de 2007, que 
estabelece o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, cujos 
objetivos são melhorar a qualidade da educação no Brasil e reduzir as 
desigualdades com relação às oportunidades educacionais, garantindo 
o direito à aprendizagem. Esse plano é estruturado em 40 programas, 
ações e medidas de natureza educacional.
Destacamos que ambos os planos objetivam a qualidade na educa-
ção. A diferença entre o PNE e o Plano de Desenvolvimento da Educação 
(PDE) é que o primeiro apresenta ações que objetivam o acesso ao ensino, 
avanços com relação à formação e valorização dos profissionais da edu-
cação e melhorias na gestão e no financiamento da educação; enquanto 
o PDE está mais voltado à oferta e à qualidade da educação em território 
nacional, diminuindo as desigualdades sociais por meio da equidade.
Desse modo, no fim do ano de 2010, considerando as dificuldades 
apresentadas na efetivação do PNE (2001-2011), foi encaminhada ao 
Congresso Nacional uma nova proposta do Plano Nacional de Educação 
(PNE 2011-2020). Porém, não foi aprovada, pois algumas reflexões a 
respeito da efetivação das diretrizes ainda precisavam ser discutidas a 
fim de efetivar a execução do próximo PNE. Somente em 25 de junho 
de 2014, a Lei n. 13.005 estabeleceu o novo PNE, válido de 2014 a 2024.
O PNE é estruturado em quatro blocos: o primeiro estabelece as 
metas de garantia ao direito à educação; o segundo, a redução das de-
sigualdades sociais; o terceiro trata da valorização dos profissionais da 
educação; e o quarto bloco destina-se ao ensino superior. Para cada 
meta, são sugeridas estratégias para o cumprimento do que foi estabe-
lecido (BRASIL, 2014).
Entre as ações propostas no documento, salientamos a criação de 
uma base comum curricular a todos os estudantes da educação bási-
ca, que já era prevista na CF do Brasil de 1988 e na LDB n. 9.394/1996. 
Essa base curricular tem por finalidade garantir a equidade na apren-
dizagem de todos os estudantes, tornando-se um referencial teórico 
Para que todos os cida-
dãos brasileiros possam 
acompanhar o Plano 
Nacional de Educação, foi 
criado o site Observatório 
do PNE (OPNE), no qual é 
possível monitorar as 20 
metas e 254 estratégias 
que foram estabelecidas, 
além de permitir análises 
de como estão ocorrendo 
as políticas educacio-
nais instituídas no PNE 
(2014-2024). 
Disponível em: https://www.
observatoriodopne.org.br/. Acesso 
em: 16 jun. 2020.
Site
30 Princípios e métodos de gestão escolar
obrigatório para a elaboração dos currículos escolares das instituições 
de ensino públicas e privadas.
A política de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
teve início em 2014, com discussões e debates. O processo foi condu-
zido pelo Ministério da Educação (MEC), pelo Conselho Nacional de 
Secretários de Educação (Consed), pela União Nacional dos Dirigentes 
Municipais de Educação (Undime) e pelo Conselho Nacional de Educa-
ção (CNE). Consequentemente, a construção foi coletiva.
Em 2015, a primeira versão da BNCC foi disponibilizada on-line, para 
que os envolvidos no contexto educacional fizessem uma discussão 
preliminar desse documento. A segunda versão foi disponibilizada em 
2016, possibilitando a elaboração de pareceres. No ano de 2017, a ter-
ceira versão foi finalizada (BRASIL, 2017).
Diante dessa prerrogativa, o CNE apresentou a Resolução CNE/CP 
n. 2, de 22 de dezembro de 2017, e instituiu a implantação da Base 
Nacional Comum Curricular em todas as escolas do Brasil até o final do 
ano letivo de 2020.
Desse modo, a educação no Brasil está balizada em uma concepção 
de gestão democrático-participativa e vem buscando, nos últimos anos, 
adequar as políticas educacionais, a fim de atender à diversidade social 
e possibilitar o saber escolar, em uma perspectiva de atender a todos 
os cidadãos. Todavia, é necessário que os profissionais da educação 
tenham conhecimento de tais legislações e que o Governo Federal pro-
porcione subsídios para que a educação seja efetivada nos diversos 
contextos, isto é, as ideias propostas em lei devem ser coerentes com 
a realidade brasileira.
2.2 Regimento escolar: o que é e para que serve 
Vídeo
A concepção de gestão democrática escolar preconizada nos docu-
mentos legais oportuniza a participação da comunidade escolar nos 
processos educativos. Todavia, essa participação pressupõe a todos os 
envolvidos a responsabilidade e o comprometimento de organizar e 
realizar o trabalho escolar de acordo com os dispositivos legais.
Conheça os principais 
marcos do processo de 
elaboração da Base Na-
cional Comum Curricular, 
desde a Constituição 
Federativa do Brasil de 
1988 até a última versão.
Disponível em: http://basenacio-
nalcomum.mec.gov.br/implemen-
tacao/pro-bncc/material-de-apoio. 
Acesso em: 16 jun. 2020.
Site
Após o Decreto n. 6.094, 
documento no qual o 
governo estabeleceu o 
Plano de Metas Com-
promisso Todos pela Edu-
cação, o MEC publicou 
o livro intitulado O plano 
de desenvolvimento da 
educação: razões, princí-
pios e programas. A obra 
apresenta os princípiospolíticos, os fundamentos 
teóricos, os métodos edu-
cacionais e a organização 
administrativa da gestão 
que presidia o ministério 
no período em que o livro 
foi publicado (2007). 
Disponível em: http://portal.mec.
gov.br/arquivos/livro/livro.pdf. 
Acesso em: 16 jun. 2020.
Leitura
Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 31
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Seguindo essa linha de pensamento, Paro (2001, p. 52) afirma que:
O local em que se realiza a educação sistematizada precisa ser 
o ambiente mais propício possível à prática da democracia. Por 
isso, na realização da educação escolar a coerência entre os 
meios e fins exige que tanto a estrutura didática quanto a or-
ganização do trabalho no interior da escola estejam dispostas 
de modo a favorecer relações democráticas. Esses são requisitos 
importantes para que uma gestão escolar pautada em princípios 
de cooperação humana e solidariedade possa concorrer tanto 
para a ética quanto para a liberdade, componentes imprescindí-
veis de uma educação de qualidade.
Nessa perspectiva, a gestão democrática escolar, legalmente ampara-
da pela LDB n. 9.394/1996, dá autonomia às instituições de ensino para 
que elaborem e organizem o funcionamento da escola conforme sua lo-
calização e realidade, desde que em consonância com a legislação educa-
cional de ordem nacional, estadual e municipal.
Azanha (1995, p. 144-145) expõe como a autonomia precisa aconte-
cer no contexto escolar:
A autonomia não é algo a ser implantado, mas, sim, a ser assu-
mido pela própria Escola. Não se pode confundir ou permitir que 
se confunda a autonomia da Escola com apenas a criação de de-
terminadas decisões administrativas e financeiras. A autonomia 
escolar não será uma situação efetiva se a própria Escola não 
assumir compromissos com a tarefa educativa.
Os dispositivos legais, como 
a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação n. 9.394/1996 (LDB), 
estabelecem a organização do 
trabalho educativo realizado na 
escola, assim como os princípios 
da educação no Brasil. Apresente 
quais são esses princípios 
e a finalidade da educação, 
conforme estabelecido nesse 
dispositivo legal. 
Atividade 1
32 Princípios e métodos de gestão escolar
Logo, a autonomia da escola é uma possibilidade de fazer escolhas 
que atendam ao contexto escolar, propiciando os processos educa-
tivos de maneira responsável e comprometida. O regimento escolar 
serve tanto para a documentação quanto para a organização dessas 
ações educativas.
O regimento escolar é um documento legal normatizador e orien-
tador do funcionamento e da organização do trabalho educativo rea-
lizado na escola pública e privada. Todas as ações do coletivo escolar 
estabelecidas no regimento precisam estar em consonância com as 
práticas realizadas nesse espaço educativo.
Essa organização da escola é respaldada legalmente pelo artigo 88 
da LDB n. 9.394/1996:
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
adaptarão sua legislação educacional e de ensino às disposições 
desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir da data de sua 
publicação.
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos e regi-
mentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos respectivos sis-
temas de ensino, nos prazos por estes estabelecidos. (BRASIL, 1996)
Ressaltamos que o regimento escolar pode ser alterado conforme 
modificações ocorridas no contexto em que a instituição está inserida, 
assim como se ocorrerem mudanças na legislação vigente. É importante 
salientar também que esse documento expressa ainda questões pro-
postas no projeto político-pedagógico da escola, assim como as parti-
cularidades da instituição, de modo a estabelecer e legitimar as ações 
realizadas nesse espaço educativo. As normas estabelecidas precisam 
estar em consonância com os dispositivos legais que regulamentam a 
realização dos processos educativos no Brasil.
Diante do exposto, Vasconcelos (2003, p. 39) esclarece que:
a educação escolar tem finalidades, metas, objetivos a serem al-
cançados; não é um processo aleatório. Entendemos que é um 
processo que está implícita uma diretividade, que não é, porém, 
estática, nem dogmática, sendo permeada pela interação entre 
os elementos participantes, que devem nele atuar como sujeitos.
O fazer pedagógico apresenta distintas situações e, ao entender as 
finalidades propostas no regimento escolar, as tomadas de decisões 
diante das singularidades apresentadas no dia a dia escolar serão fun-
A Secretaria de Estado 
da Educação do Paraná 
disponibiliza, no site do 
governo, um caderno de 
subsídios para a elabora-
ção do regimento escolar. 
Intitulado Fundamentação 
legal para a elaboração do 
regimento escolar da edu-
cação básica, o caderno 
apresenta uma diretriz 
para auxiliar na produção 
do documento.
Disponível em: http://www.
educacao.pr.gov.br/sites/
default/arquivos_restritos/files/
documento/2019-12/manual_re-
gimento2017.pdf. Acesso em: 
16 jun. 2020.
Leitura
Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 33
damentadas em princípios educacionais respaldados legalmente por 
um documento oficial da instituição de ensino.
Por isso, ao elaborar o regimento escolar, é importante atentar aos 
itens que compõem esse documento, de modo a atender questões le-
gais e pontuais da instituição de ensino. Para que isso ocorra, as se-
cretarias de educação estaduais e municipais disponibilizam, para as 
escolas, um modelo oficial pautado em princípios democráticos. Assim, 
as particularidades de cada instituição são discutidas pelo coletivo da 
escola e propostas no regimento, que será aprovado pelo conselho 
escolar da instituição de ensino e pela Secretaria da Educação. Já nas 
escolas privadas o regimento é aprovado pela mantenedora e/ou pela 
direção da escola.
Por ser um dispositivo obrigatório e de caráter legal, a elaboração 
do texto é fundamentada em bases jurídicas. Os elementos que com-
põem os títulos e capítulos do regimento escolar se referem à identi-
ficação da instituição de ensino, aos princípios e fins da educação e às 
especificações sobre a estrutura física, administrativa e pedagógica da 
escola, entre outros itens.
Portanto, compreendemos que o regimento escolar é um documen-
to que possibilita a democratização do ensino. Cabe à equipe diretiva 
da escola propor a discussão e a reflexão sobre o conteúdo desse docu-
mento, bem como organizar ações educativas que coloquem em prática 
os compromissos assumidos coletivamente no regimento escolar.
O regimento escolar regulamen-
ta e normatiza todas as ações 
realizadas nas instituições de 
ensino. Nesse sentido, que ações 
a equipe diretiva da instituição 
de ensino pode oportunizar para 
que o disposto no regimento se 
efetive no cotidiano escolar?
Atividade 2
2.3 Recursos financeiros na escola 
Vídeo A gestão de recursos financeiros na escola demanda a administra-
ção do dinheiro que entra e sai da instituição de ensino. Em uma ges-
tão democrática, a transparência é de fundamental importância para 
legitimar e priorizar o uso do dinheiro destinado a essa instituição.
Os recursos financeiros precisam ser administrados tanto para a 
compra de materiais de consumo permanente quanto para a manu-
tenção da estrutura física e aquisição de recursos didático-pedagógicos 
necessários à promoção de espaço físico e ambiente propícios aos pro-
cessos educativos.
34 Princípios e métodos de gestão escolar
Para Moreira (1998, p. 169):
“A administração dos recursos financeiros, essencial para a manu-
tenção de um ensino de qualidade, é considerada uma atividade-meio, 
pois viabiliza o espaço e as condições materiais de desenvolvimento 
do processo de ensino-aprendizagem, embora não defina os objetivos 
educacionais”.
Consequentemente, é necessário haver um planejamento com re-
lação ao destino da verba a que a escola tem acesso, a fim de garantir 
o seu uso consciente. É fundamental fazer um levantamento das prio-
ridades da instituição de ensino, para que seja possível traçarmetas e 
realizar ações que contribuam com os processos educativos desenvol-
vidos. Resumidamente, a escola precisa ter planejamento, execução e 
controle dos recursos financeiros disponíveis.
Em uma escola com concepção de gestão democrático-participativa, 
é preciso fazer reuniões com a comunidade escolar para discutir e de-
cidir coletivamente a gestão do dinheiro em determinado período. 
Conforme dito anteriormente, a transparência é necessária e reside 
também no fato de que todos os gastos da escola precisam ser organi-
zados com as notas fiscais originais, ou seja, deve haver prestação de 
contas dos gastos realizados.
Para a organização dos recursos financeiros, sugerimos a utilização 
de recursos tecnológicos, como planilhas do Microsoft Office Excel, nas 
quais é possível desenvolver fórmulas para o cálculo automático e exa-
to do fluxo de entrada e saída do dinheiro na instituição de ensino.
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Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 35
No caso da escola pública, a utilização da verba precisa ainda estar em 
consonância com a Lei de Licitação e Registro de Preços (BRASIL, 2020a).
Os recursos financeiros são destinados à escola pública tanto de 
maneira centralizada quanto descentralizada. O uso da verba centrali-
zada é administrado pelo Poder Executivo (governador e prefeito), e a 
escola tem acesso às compras por intermédio do órgão executor (Se-
cretaria Estadual e Municipal da Educação), que a equipa com mesas, 
cadeiras, quadros etc. e faz o pagamento dos profissionais que traba-
lham na instituição de ensino.
Com relação à descentralização do uso da verba pública, a legis-
lação educacional prevê o envio de recursos financeiros à escola, de 
modo que a gestão escolar tenha autonomia para melhor aplicar o di-
nheiro recebido. Para isso, a LDB n. 9.394/1996 institui que: “Art. 15 Os 
sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de edu-
cação básica que os integram progressivos graus de autonomia peda-
gógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas 
gerais de direito financeiro público” (BRASIL, 1996).
A descentralização financeira permite à escola resolver situações 
em que é necessário agilizar a verba, visto que o dia a dia das institui-
ções de ensino é dinâmico e questões sobre como garantir as melhores 
condições de desenvolvimento dos processos educativos precisam ser 
discutidas constantemente pela comunidade escolar.
Diante dessa situação, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento da Educação (FNDE), o MEC criou o Programa Dinheiro Direto na 
Escola (PDDE), que encaminha os recursos financeiros às escolas públicas, 
viabilizando a autonomia escolar na administração das verbas recebidas.
O PDDE foi criado em 1995, com a finalidade de oferecer assistência 
financeira às escolas públicas, contribuindo com a manutenção e me-
lhoria da infraestrutura física e pedagógica da escola. Isso porque o re-
curso financeiro enviado pelo PDDE não pode ser destinado a compras 
já financiadas pelo FNDE, como livros didáticos e de literatura enviados 
para a escola por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 
e do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) (BRASIL, 2020b).
A Resolução n. 18, de 21 de maio de 2013, dispõe o seguinte sobre a 
destinação dos recursos financeiros regulamentados no PDDE:
Art. 2º Os recursos financeiros de que trata o art. 1º serão libe-
rados em favor das escolas nele referidas que possuam Unidade 
Para o uso dos recursos 
financeiros, as esco-
las públicas precisam 
seguir os processos 
estabelecidos pela lei 
referente a licitações dos 
fornecedores, que busca 
evitar o favorecimento de 
determinadas empresas 
e o desvio das verbas 
públicas. Obtenha mais 
informações sobre a Lei 
de Licitações acessando o 
site a seguir.
Disponível em: https://www.
fnde.gov.br/index.php/acesso-
-a-informacao/fndegovernanca/
item/9784-licitacao-registro-pre-
cos-perguntas-frequentes. Acesso 
em: 16 jun. 2020.
Saiba mais
https://www.fnde.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/fndegovernanca/item/9784-licitacao-registro-precos-perguntas-frequentes
https://www.fnde.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/fndegovernanca/item/9784-licitacao-registro-precos-perguntas-frequentes
https://www.fnde.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/fndegovernanca/item/9784-licitacao-registro-precos-perguntas-frequentes
https://www.fnde.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/fndegovernanca/item/9784-licitacao-registro-precos-perguntas-frequentes
https://www.fnde.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/fndegovernanca/item/9784-licitacao-registro-precos-perguntas-frequentes
36 Princípios e métodos de gestão escolar
Executora Própria (UEx), devendo ser empregados na implemen-
tação de ações que propiciem condições favoráveis à melhoria 
da qualidade de ensino e à transição das escolas para a susten-
tabilidade socioambiental, considerando a gestão, o currículo 
e o espaço físico, de forma a tornarem-se espaços educadores 
sustentáveis.
§ 1º Para os fins desta Resolução, são considerados espaços 
educadores sustentáveis instituições de ensino que desenvol-
vem processos educativos permanentes e continuados, capazes 
de sensibilizar a comunidade escolar para a construção de uma 
sociedade de direitos, ambientalmente justa e sustentável, fo-
mentando ações que abranjam as dimensões currículo, gestão e 
espaço físico e compensem seus impactos ambientais com o de-
senvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a garantir 
qualidade de vida às presentes e futuras gerações, na intencio-
nalidade de educarem para a sustentabilidade socioambiental, 
tornando-se referência em seu território. (BRASIL, 2013)
Nessa perspectiva, a própria legislação indica a necessidade de uti-
lizar os recursos financeiros de modo a contribuir com os processos 
educativos, bem como a conscientizar a comunidade escolar sobre a 
sustentabilidade dos bens adquiridos, fomentando uma ação transfor-
madora que reverbere na formação do homem, possibilitando o exer-
cício da sua cidadania de maneira crítica e participativa.
Assim como nas demais instâncias, é fundamental que a comunida-
de escolar participe das decisões do uso da verba recebida pela escola, 
visto que essa participação está respaldada legalmente pela concep-
ção de gestão democrática escolar. As reuniões e tomadas de decisões 
precisam envolver ainda as instâncias colegiadas, como o Conselho de 
Escola e Associação de Pais, Professores e Funcionários (APPF) e/ou 
Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF).
Outra questão a destacar é o valor dos recursos financeiros que a 
escola pública recebe, o qual é regularizado de acordo com a localiza-
ção regional da instituição e a quantidade de estudantes matriculados. 
A Resolução n. 6, de 27 de fevereiro de 2018, estabelece que:
Art. 9 § 3º Os repasses de recursos de que tratam o caput 
dar-se-ão em duas parcelas anuais, devendo o pagamento da 
primeira parcela ser efetivado até 30 de abril e o da segunda par-
cela até 30 de setembro de cada exercício às EEx, UEx e EM que 
cumprirem os requisitos definidos no art. 12 até a data de efeti-
vação dos pagamentos. (BRASIL, 2018)
Gestão democrática: aspectos legais e recursos financeiros 37
Nesse sentido, Perrenoud (2000, p. 103, grifos do original) afirma que:
Administrar os recursos de uma escola é fazer escolhas, ou seja, é 
tomar decisões coletivamente. Na ausência de projeto comum, 
uma coletividade utiliza os recursos que tem, esforçando-se, so-
bretudo, para preservar uma certa equidade na repartição dos 
recursos. Por essa razão, se não for posta a serviço de um proje-
to que proponha prioridades, a administração descentralizada 
dos recursos pode, sem benefício visível, criar tensões difíceis de 
vivenciar, com sentimentos de arbitrariedade ou de injustiça 
pouco propícios à cooperação.
Dessa forma, é importante retomar o projeto político-pedagógico 
e o regimento escolar, bem como averiguar os objetivos da instituição 
de ensino,com a finalidade de elaborar e executar o planejamento 
financeiro de modo que a escola viabilize ações para garantir o direito 
à educação.
Nas escolas privadas, o uso dos recursos financeiros segue regula-
mentos aprovados nos estatutos e regimentos da instituição de ensino. 
Além disso, as instituições são submetidas às legislações dos governos 
federal, estadual e municipal quanto ao funcionamento e à utilização 
de recursos financeiros, sobre os quais também prestam contas ao po-
der público. Cabe destacar que, nas instituições privadas, a análise das 
necessidades da escola deve ser tão precisa quanto na pública, pois 
elas são mantidas por empresas privadas que também prestam contas.
Baú e Grisard (2010, p. 31) afirmam: “para que possamos traçar um 
diagnóstico fiel dos principais desafios que as equipes diretivas das 
instituições de ensino encontram no seu cotidiano, é necessário consi-
derarmos os riscos envolvidos na condução do negócio e as complexi-
dades deste ramo de atividade”. O planejamento financeiro, tanto nas 
instituições privadas quanto nas públicas, é tão importante quanto o 
planejamento das ações pedagógicas.
Sabemos que cada escola está inserida em um contexto específico 
e, por isso, é imprescindível o acompanhamento das ações propostas a 
fim de garantir o cumprimento legal das responsabilidades financeiras 
da escola, assim como da responsabilidade pedagógica, previstas nas 
legislações vigentes.
Com relação aos recursos 
financeiros disponíveis às 
instituições de ensino, quais 
ações são pertinentes para 
que a gestão da escola destine 
a verba de modo transparente?
Atividade 3
O Ministério da Educação 
é o órgão do Poder 
Executivo Federal res-
ponsável pela educação 
no Brasil. Entre os órgãos 
vinculados ao MEC, está 
o Conselho Nacional de 
Educação (CNE), órgão 
normativo que coordena 
a política nacional da edu-
cação e as demais políti-
cas públicas instituídas no 
Brasil, a fim de garantir a 
execução dos dispositivos 
legais estabelecidos às 
instituições de ensino 
públicas e privadas. Para 
mais informações, acesse 
o site a seguir.
Disponível em: http://portal.mec.
gov.br/conselho-nacional-de-e-
ducacao/apresentacao. Acesso em: 
16 jun. 2020.
Site
38 Princípios e métodos de gestão escolar
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os processos educativos realizados nas instituições de ensino têm 
como base as legislações vigentes, especialmente a Constituição Federa-
tiva do Brasil de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
n. 9.394/1996. O trabalho desenvolvido na escola, portanto, precisa ser ba-
lizado na concepção de gestão democrático-participativa preconizada nos 
dispositivos legais.
Para que isso ocorra, cada instituição de ensino possui um documento 
legal que regulamenta e normatiza todas as ações realizadas na escola: 
o regimento escolar. É fundamental que esse documento seja conhecido 
por toda a comunidade escolar, a fim de que todos tenham consciência 
dos seus direitos e deveres, oportunizando melhores condições de fun-
cionamento e organização dos processos educativos.
Com relação aos recursos financeiros da escola, é preciso planejamen-
to para que as verbas disponíveis priorizem e atendam às necessidades 
da instituição de ensino, de modo a contemplar os princípios e as finalida-
des educacionais. Além disso, é necessário o acompanhamento e o moni-
toramento das prestações de conta, que carecem estar em consonância 
com o elemento constitutivo transparência, ou seja, a comunidade escolar 
precisa ter conhecimento dos gastos realizados pela escola.
Conforme estudamos ao longo deste capítulo, o entendimento dos 
dispositivos legais é fundamental para que a gestão democrática escolar 
possa garantir o acesso à educação.
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BAÚ, Á. L.; GRISARD, L. A. Gestão escolar integrada: uma proposta de diálogo financeiro e 
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VASCONCELOS, C. dos S. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de 
transformação. São Paulo: Libertad, 2003.
GABARITO
1. A LDB n. 9.394/1996 estabelece que a educação precisa ser ofertada a partir dos 
princípios de liberdade e solidariedade humana, e tem como finalidade o desenvol-
vimento pleno do educando, o preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi-
cação para o trabalho.
2. Disponibilizar e informar sobre o regimento escolar são ações que a equipe da gestão 
escolar precisa realizar na instituição de ensino, de modo que todos os envolvidos 
nos processos educativos conheçam esse documento e que ele esteja presente nas 
ações realizadas no dia a dia das escolas.
3. Propor reuniões com as instâncias colegiadas, o conselho da escola e a associação de 
pais, professores e funcionários, para que juntos possam elencar as prioridades de 
uso da verba na instituição de ensino, respeitando as legislações que destinam o seu 
fim, bem como realizar a prestação

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