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Neonatologia ⇒ Área da pediatria que dá assistência ao Recém-Nascido (RN) ⇒ Período entre a sala de parto até o final do período neonatal (1° ao 28° dia de vida). ⇒ É um período bastante vulnerável ⇒ 25% dos óbitos infantis concentram-se na primeira semana de vida. ⇒ Os problemas dos RN são inseparáveis dos fetais, sendo assim é importante o conhecimento dos eventos gestacionais, da fisiologia fetal e das adaptações que ocorrem no nascimento. Classificação quanto ao peso de nascimento ● RN com excessivamente grande ⇒ > 4.500 g ● RN com peso normal⇒ de 2.500 g até 3.999 g. ● RN com baixo peso ao nascer ⇒ < 2.500 g ● RN com muito baixo peso ao nascer ⇒ < 1.500 g. ● Rn com extremo baixo peso ao nascer ⇒ < 1.00 g # 8% dos nascidos vivos no país são de baixo peso. 2/3 dos neonatos baixo peso (< 2.500 g) são prematuros. Classificação quanto à idade gestacional ● RN prematuro (pré-termo) ⇒ Menos de 37 semanas completas (< 259 dias). ● RN a termo ⇒ De 37 semanas a 41 semanas e 6 dias de gestação. ● RN pós-termo ⇒ 42 semanas ou mais de gestação. # No Brasil ⇒ 6,7% dos nascimentos são prematuros e apenas 0,7% são pós-termo. # A incidência de parto prematuro é > em populações de baixa renda socioeconômica e em pacientes que não recebem assistência pré-natal. Classificação do peso em relação à idade gestacional ● RN grande para idade gestacional (GIG) ⇒ acima do percentil 90. ● RN adequado para idade gestacional (AIG) ⇒ entre percentil 10 e 90. ● RN pequeno para idade gestacional (PIG) ⇒ abaixo do percentil 10. Classificação quanto à faixa etária Avaliação do crescimento intrauterino e do peso ao nascer ⇒ Crescimento Intrauterino Adequado (CIU) ⇒ peso para a idade gestacional está entre o percentil 10 e 90. ⇒ Existem diversas curvas de crescimento com dados antropométricos de populações de crianças nascidas com diferentes idades gestacionais (lembre-se de utilizar a realizada conforme população que você atende). Tais curvas são utilizadas para identificar se o peso do RN encontra-se dentro da faixa normal para idade gestacional e estimar se o crescimento intrauterino foi adequado. ⇒ A curva de crescimento não é uniforme durante a gestação, a velocidade de ganho ponderal apresenta quatro períodos. ● Início da gestação até a 16° semana ⇒ fase de crescimento lento, com uma média de ganho ponderal de 10 g/semana. ● Da 17° até a 27° semana ⇒ fase de crescimento acelerado (média de ganho ponderal de 85 g/semana). ● Da 28° até 37° semana ⇒ fase de crescimento máximo (média de ganho ponderal de 200 g/semana). ● A partir da 37a semana ⇒ fase de desaceleração com um ganho ponderal reduzido para 70 g/semana. ⇒ Para se fazer a estimativa do peso fetal usa-se a ultrassonografia. # A USG também auxilia na idade gestacional, líquido amniótico, análise morfológica da placenta e detecção de malformações fetais. # No 1° trimestre o comprimento cabeça-nádega é o que melhor se correlaciona com a idade gestacional. # No 2° trimestre o diâmetro biparietal passa a ser o índice melhor relacionado com a idade gestacional. ⇒ Atualmente, tem-se utilizado as curvas de Fenton (Gráficos que estão abaixo) ⇒ Correlaciona peso x idade gestacional + comprimento x idade gestacional e perímetro cefálico x idade gestacional para neonatos a termo, pré-termos e pós-termos dos sexos feminino e masculino. ⇒ A faixa de normalidade é definida como o peso entre os percentis 10 e 90 de determinada curva ( No caso dos gráficos acima o percentil 10 e 90 são representados pelas linhas tracejadas). # Os que estão abaixo do percentil 10 são Pequenos para a Idade Gestacional (PIG). # Quando acima do percentil 90 são Grandes para a Idade Gestacional (GIG). ⇒ Estar dentro da normalidade do peso para idade gestacional é um importante indicador clinico de morbidade neonatal. ⇒ Vários motivos podem levar um RN a “ser” PIG, dentre elas causas patológicas e também causas não patológicas. Entre as não patogênicas temos os bebês “constitucionalmente” PIG (crianças sem qualquer anormalidade orgânica cujo peso de nascimento é determinado pela influência genética). ⇒ Feto ou RN com CIUR (crescimento intrauterino restrito)⇒ apresenta uma curva de peso abaixo do percentil 10 decorrente de um processo patológico intraútero secundário a um processo de doença que prejudicou o ganho ponderal fetal. Podendo ser de origem materna (doença hipertensiva específica da gravidez), placentária (placenta prévia) ou do próprio feto ( anomalias cromossômicas). # A maioria dos RNs com CIUR é PIG, mas nem todo PIG é um CIUR. ⇒ O CIUR pode ser classificado de acordo com a etiopatogenia em três grupos: ⇒ Tipo 1- Simétrico ⇒ Quando o processo de doença atua sobre o feto desde o início da gravidez (geralmente o “agente agressor” está intrinsecamente relacionado ao bebê, afetando o crescimento desde a embriogênese). # As principais causas ⇒ síndromes genéticas, malformações, infecções congênitas, radiação e drogas. # Correspondem a 10% a 20% dos casos. Possuem um prognóstico ruim (devido a alta incidência de malformações associadas). ⇒ Tipo 2 - Assimétrico ⇒ Quando o processo de doença atua a partir do 3° trimestre de gravidez (fase de aumento de volume celular). Resulta em fetos “crescimento” desproporcional, cabeça e os membros “normais” (acima do percentil 10) e tronco de tamanho comprometido (abaixo do percentil 10). # As principais causas ⇒ doenças que cursam com insuficiência placentária (cardiopatia, nefropatia, pneumopatia maternas, hipertensão, colagenoses, diabetes, tabagismo, cocaína) e doenças intrínsecas fetais. # É o tipo mais frequente de CIUR⇒ 75% dos casos. ⇒ Tipo 3 - Intermediário ⇒ Quando o agente agressor age no 2o trimestre de gravidez (afeta a fase de hiperplasia e de hipertrofia). Resulta em fetos com tamanho desproporcional, mas “não tanto” quanto os do tipo I. # As principais causas ⇒ álcool, tabagismo e alguns fármacos. # 10% de todos os casos. ⇒ Os neonatos com CIUR apresentam maior incidência de problemas fetais como ⇒ Morte fetal (causada por hipóxia prolongada, acidose metabólica, infecção ou anomalias congênitas), Asfixia perinatal (hipóxia crônica ligada à redução do fluxo uteroplacentário no momento do parto ⇒ predispõe à síndrome de aspiração meconial e à asfixia perinatal), Hipoglicemia (devido a possuírem estoques reduzidos de glicogênio, reduzida gliconeogênese, hiperinsulinismo e aumento do consumo tissular de glicose pela hipóxia crônica), Policitemia (hiperviscosidade ⇒ a hipóxia prolongada leva ao aumento dos níveis de eritropoetina, que estimula a proliferação do setor eritróide da medula óssea) e Hipotermia (possuem menos gordura subcutânea, que associado à hipoglicemia + hipóxia predispõe à hipotermia). Avaliação da idade gestacional ⇒ A melhor forma para avaliar a idade gestacional é a regra de Naegele ⇒ utiliza a data da última menstruação para o cálculo. ⇒ Pegue a data da última menstruação (1°dia) some 7 dias (multigesta) ou 10 (primigesta) e adicione 9 meses. #Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo do mês. # Caso conta fique com mais de 12 meses ⇒ “passar para o ano seguinte”. ⇒ Também é possível usar o disco (gestograma) presente nas UBS: coloque a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto. ⇒ Quando a data da última menstruação é desconhecida ou existem dúvidas sobre do dia exato ⇒ a ultrassonografia pode ser usada como exame complementar para determinar a idade do concepto. # No 1° trimestre o comprimento cabeça-nádega é o que melhor se correlaciona com a idade gestacional. # No 2° trimestre o diâmetro biparietal passa a ser o índice melhor relacionado com a idade gestacional. # Conforme se aproxima do termo ⇒ fica menor é a acurácia destas medidas anatômicas para se determinar a idade fetal. # Uma terceira ferramenta para se avaliara idade gestacional é através do exame físico somático e neurológico do recém-nascido ⇒ Alguns achados apresentam correspondência com grau de maturidade. Existem características clínicas neonatais que “aparecem e desaparecem” dependendo do tempo de gestação: ● Vernix caseoso ⇒ surge entre 20 e 24 semanas.Começa a diminuir em torno de 36 semanas, desaparecendo com 41 semanas. ● Pregas plantares ⇒ entre a 32 e 34 semanas de gestação uma única prega transversa anterior está presente. Com 37 semanas = dois terços da planta apresentam pregas, com 41 semanas = o calcanhar encontra-se enrugado. ● Descamação da pele ⇒ ocorre comumente no pós-termo. ● Coloração e textura da pele ⇒ com 37 semanas os vasos são visíveis. ⇒ A deposição de gordura que ocorre entre 36-40 semanas, dá à pele uma aparência arredondada. ● Lanugem ⇒ surge em torno da 20° semana da gestação. Em torno de 28 semanas, começa a desaparecer na face e na parte superior do tronco. A termo ainda pode estar presente nos ombros. ● Cabelos ⇒ surgem a partir de 20 semanas. ● Olhos ⇒ as pálpebras se fundem no terceiro mês de vida e só reabrem entre 28-30 semanas. ● Orelhas ⇒ antes de 34 semanas são formadas por uma espessa dobra de pele, de pequeno formato e sem cartilagem. Com 34 semanas ganham turgor, ocorre a formação da cartilagem, as orelhas começam a curvar pela parte superior. Na 40° semana, o encurvamento é total, do topo ao lobo, as orelhas apresentam consistência firme e mantém-se saliente na cabeça. ● Desenvolvimento mamário ⇒ a aréola começa a fazer relevo em torno da 34 semana. Na 36 semana,temos um nódulo mamário de 1-2 mm, aumenta de semana a semana até atingir 10-12 mm. ● Genitália ⇒ Masculina início da descida dos testículos ocorre entre 32-36 semanas. Na 37 semana, estão na parte superior da bolsa escrotal. Com 40 semanas descem completamente. ⇒ Feminina: no início da gestação, o clitóris é proeminente e os grandes lábios são pequenos. Com 40 semanas, coincidentemente com a deposição de gordura, os grandes lábios aumentam, cobrindo os pequenos lábios e o clitóris. ⇒ Vários escores clínicos foram criados na tentativa de avaliar a idade gestacional utilizando esses achados físico, somático e neurológico do recém-nascido. Os mais utilizados hoje são os métodos de Dubowitz, Capurro e New Ballard. ⇒ O escore de Dubowitz utiliza 11 critérios físicos externos e 10 critérios neurológicos para estimar a idade gestacional ao nascimento. Ele pode ser realizado até o 5° dia de vida, apresenta um boa acurácia. Contudo não é muito utilizado ⇒ Capurro e colaboradores criaram outro método a partir da simplificação do método de Dubowitz, utilizando para isso apenas cinco (Capurro Somático) ou seis características clínicas (Capurro Somatoneurológico) ⇒ Sua realização deve ser feita nas primeiras 6 horas de vida. # Esse método é simples, fácil e difusamente empregado na prática clínica neonatal, presta-se bem à avaliação geral do bebê a termo. Contudo não é tão fidedigno quanto o escore de Dubowitz. ⇒ Tentando facilitar, Ballard e colaboradores selecionaram apenas seis características somáticas e seis neurológicas do método de Dubowitz para confeccionar outro escore (Ballard tem boa precisão e apresenta um grau de simplicidade intermediário entre Capurro e Dubowitz). Em 1991 propôs-se uma modificação do Ballard original, através da atribuição de pontuação -1 e -2 para que pudesse ser aplicável em bebês prematuros ⇒ Sendo assim O New Ballard é bastante preciso quando aplicado até 12-20 horas após o nascimento, pode ser aplicado em prematuro extremo, requer pouca manipulação e sofre pouca influência por depressão neurológica. # É o escore mais utilizado para avaliação de idade gestacional em prematuros e neonatos a termo. ⇒ Para o cálculo da NEW BALLARD você soma os valores encontrados na escala de maturidade neuromuscular com o valor encontrado na escala somática⇒ Com esse valor vc tem correspondência com a idade gestacional.
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