Embriologia do Sistema nervoso e sua Organização

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Resumo da Embriologia, 
divisões e Organização 
Geral do Sistema Nervoso 
Esse resumo é baseado no livro de 
Neuroanatomia Funcional de Angelo 
Machado. 
Origem do Sistema Nervoso: 
O SN deriva do ectoderma, onde acima da 
notocorda ocorre um espessamento 
formando a placa neural, sendo sua 
formação influenciada pela própria 
notocorda e mesoderma. A placa neural 
vai crescendo e forma um sulco 
longitudinal chamado sulco neural que vai 
aprofundando e formando a goteira 
neural. Os lábios dessa goteira se fundem e 
forma o tubo neural e nesse ponto se 
desenvolvem células de cada lado 
formando a crista neural. O tubo neural 
forma os elementos do sistema nervoso 
central e a crista neural aos elementos do 
sistema nervoso periférico e outros 
elementos além do SN. 
 
Crista Neural: 
As cristas neurais se dividem e formam 
vários fragmentos que vão formar os 
gânglios espinhais se diferenciando em 
neurônios sensitivos (pseudo-unipolares). 
Outras células da crista neural migram 
formando células longe do SNC. 
Tubo neural: 
O fechamento da goteira neural e fusão 
do ectoderma não diferenciado ocorre de 
forma gradual começando pelo centro da 
goteira, então em suas extremidades ainda 
há goteira neural e no meio já temos o tubo 
neural. Esses orifícios ainda abertos são 
denominados neuróporo rostral 
(extremidade cranial) e neuróporo caudal 
(extremidade caudal). Veja a foto para 
entender melhor. 
 
O crescimento das paredes do tubo neural 
não é uniforme dando origem a duas 
lâminas alares, duas lâminas basais, uma 
lâmina do assoalho e uma lâmina do tecto. 
Das lâminas alares e basais derivam 
neurônios e grupos de neurônios 
(núcleos)ligados respectivamente à 
sensibilidade e à motricidade, situados na 
medula e no tronco encefálico. As áreas 
próximas ao sulco limitante (separa lamina 
alar da basal) se relacionam com 
inervação de vísceras e as mais afastadas 
inervam territórios somáticos. A lâmina do 
tecto gera o epêndima da tela corióide e 
plexo coroide. A lâmina do assoalho 
permanece em algumas áreas do adulto 
formando um sulco como o sulco mediano 
do assoalho IV ventrículo. 
Veja a foto do livro: 
 
Dilatações do tubo neural: 
A parte cranial da origem ao encéfalo 
primitivo (arquencéfalo) e a caudal à 
medula primitiva. No arquencéfalo temos 
inicialmente 3 dilatações: prosencéfalo, 
mesencéfalo e rombencéfalo. O 
prosencéfalo dará origem ao telencéfalo e 
diencéfalo, o mesencéfalo não sofre 
modificação e o rombencéfalo gera o 
metencéfalo e o mielencéfalo. 
Resumindo: 
- Prosencéfalo: telencéfalo e diencéfalo 
- Mesencéfalo 
- Rombencéfalo: metencéfalo e 
mielencéfalo 
Cavidade do tubo neural: 
A luz da medula primitiva forma o canal 
central da medula. A cavidade dilatada 
do rombencéfalo forma o IV ventrículo e a 
cavidade do diencéfalo e da parte 
mediana do telencéfalo formam o III 
ventrículo. A luz do mesencéfalo constitui o 
aqueduto cerebral. A luz das vesículas 
telencefálicas laterais geram os ventrículos 
laterais. Essas cavidades são revestidas por 
epitélio cuboidal (exceto canal central da 
medula) denominado epêndima que 
contém o líquor. 
Divisões do Sistema Nervoso: 
- Com base em critérios anatômicos: 
O SNC é aquele localizado no esqueleto 
axial e o SNP aquele localizado fora desse 
esqueleto. Encéfalo é a parte situada 
dentro do crânio e medula a que se 
localiza dentro do canal vertebral. No 
encéfalo temos cérebro, cerebelo e tronco 
encefálico. No tronco temos a divisão em 
mesencéfalo, ponte e bulbo. 
Os nervos são cordões que unem o SNC aos 
órgãos periféricos. Se a união é com 
encéfalo são nervos cranianos e se com a 
medula, espinhais. As dilatações 
compostas principalmente por corpos de 
neurônios são os gânglios, existindo 
gânglios sensitivos e gânglios motores 
viscerais. 
- Com base em critérios embriológicos: 
Prosencéfalo: telencéfalo e diencéfalo: 
cérebro 
Mesencéfalo: mesencéfalo 
Rombencéfalo: metencéfalo (gera 
cerebelo e ponte) e mielencéfalo (gera o 
bulbo) 
- Com base em critérios funcionais: 
Pode ser dividido em sistema nervoso 
somático e sistema nervoso visceral. O 
somático é o que relaciona o organismo 
com o ambiente tendo componente 
aferente e eferente. O aferente conduz aos 
centros nervosos impulsos nervosos 
originados em receptores periféricos e o 
componente eferente leva aos músculos 
estriados esqueléticos o comando dos 
centros nervosos resultando em 
movimentos voluntários. 
O sistema nervoso visceral é o que se 
relaciona com a inervação e controle das 
estruturas viscerais, tendo também 
componente aferente e eferente. O 
aferente leva ao SN informações 
originadas em receptores viscerais e o 
eferente leva os impulsos de centros 
nervosos até as vísceras, sendo chamado 
de sistema nervoso autônomo subdividido 
em simpático e parassimpático. 
 
- Com base na segmentação ou 
metameria: 
SN segmentar: todo o SN periférico + partes 
do SN central que se relaciona com nervos 
típicos, ou seja, tronco encefálico e medula 
espinhal. Obs: nervo olfatório e óptico se 
ligam ao cérebro e NÃO são nervos típicos. 
Nele não tem córtex e a substância 
cinzenta pode se encontrar por dentro da 
branca 
 Reflexo segmentar: Neurônio 
aferente se liga ao SN segmentar 
SN supra-segmentar: cérebro e cerebelo 
Nele a substância cinzenta fica por fora da 
substância branca e forma uma camada 
fina, o córtex. 
 Reflexo supra-segmentar: Neurônio 
aferente se liga ao SN supra-
segmentar 
 A comunicação entre SN supra-
segmentar e órgãos periféricos, 
receptores e efetuadores, se fazem 
através do SN segmentar. 
- Organização morfo-funcional: 
Os neurônios sensitivos (seus corpos ficam 
nos gânglios sensitivos) conduzem ao SN 
segmentar impulsos nervosos originados em 
receptores situados na superfície ou no 
interior do organismo. Os seus 
prolongamentos centrais ligam-se 
diretamente ou através de neurônios de 
associação aos neurônios motores 
(somáticos ou viscerais) levando o impulso 
para o músculo ou glândulas. Com isso, por 
exemplo, podemos tirar a mão de forma 
rápida e involuntária quando encostamos 
em algo quente. Entretanto é importante 
que o sistema supra-segmentar seja 
informado e para isso o neurônio sensitivo 
se liga ao neurônio de associação levando 
impulso ao cérebro onde esse impulso é 
interpretado tornando-se consciente e 
manifestando-se como dor. Com isso, o 
indivíduo pode desligar a chapa quente e 
não encostar mais nela e para isso o córtex 
cerebral envia ordem por meio de fibras 
descendentes aos neurônios motores do 
sistema segmentar que retransmitem a 
ordem para músculos estriados. A 
coordenação desses movimentos é feita 
pelo cerebelo e seus impulsos são 
transmitidos pelas vias descendentes 
coordenando a resposta motora. 
 
 
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