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O Coração e seus processos

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gabi_fran_ 
Gabrielle França, CESUPA 2021 
Localização e camadas 
O coração é um órgão muscular, com tamanho 
aproximado de um punho, ele está localizado no 
centro da cavidade torácica, no mediastino entre 
nossos pulmões. O ápice pontiagudo do coração 
está voltado para baixo e para o lado esquerdo 
do corpo, ao passo que a sua base mais larga fica 
bem atrás do osso esterno. Para garantir o bom 
funcionamento do coração temos diferentes 
camadas a sua disposição. 
Pericárdio 
É uma cavidade formada pelo Pericárdio seroso, 
que consiste em uma lâmina externa parietal e a 
lamina interna visceral. A lâmina parietal do 
pericárdio seroso é reforçada por uma camada 
externa de tecido conectivo denso irregular 
contendo fibras colágenas em abundância. Essa 
camada de reforço é denominada Pericárdio 
fibroso. Juntos, a lâmina parietal do pericárdio 
seroso e o pericárdio fibroso constituem o 
resistente “saco pericárdico”. 
Na base do coração, as fibras colágenas do 
pericárdio fibroso estabilizam as posições do 
pericárdio, do coração e dos vasos associados no 
mediastino. A cavidade do pericárdio é o espaço 
estreito existente entre as superfícies opostas 
das lâminas parietal e visceral do pericárdio 
seroso. Essa cavidade normalmente contém 
líquido pericárdico secretado pelo pericárdio 
seroso, que atua como lubrificante, reduzindo o 
atrito entre as superfícies opostas. 
 
Epicárdio 
É a lâmina visceral do pericárdio seroso; forma 
a superfície externa do coração. O epicárdio é 
uma túnica serosa que consiste em um mesotélio 
recobrindo uma camada de tecido conectivo 
areolar de sustentação. 
Miocárdio 
O miocárdio consiste em múltiplas camadas 
entrelaçadas de fibras musculares cardíacas, com 
tecido conectivo associado, vasos sanguíneos e 
nervos. O miocárdio atrial, relativamente fino, 
contém camadas que formam a imagem do 
número 8 ao passarem de um átrio a outro. O 
miocárdio ventricular é mais espesso, e a 
orientação das fibras musculares modifica-se de 
camada para camada. 
Endocárdio 
As superfícies internas das câmaras cardíacas, 
incluindo as valvas cardíacas, são recobertas por 
um epitélio escamoso simples, conhecido como 
endocárdio (endo, dentro). O endocárdio é 
contínuo com o endotélio dos vasos sanguíneos 
ligados ao coração. 
 
Anatomia interna e estruturas 
Visto a partir do lado externo, a maior parte do 
coração é a parede muscular espessa dos 
ventrículos, as duas câmaras inferiores. Os átrios 
tem paredes mais finas e situam-se acima dos 
ventrículos, a partir do sulco coronário. 
Os átrios são separados pelo septo interatrial 
(septum, parede), e o septo interventricular 
separa os ventrículos, cada átrio se comunica 
com o ventrículo ipsilateral. Valvas são pregas 
de endocárdio que se estendem no interior das 
aberturas entre os átrios e os ventrículos. Essas 
valvas abrem e fecham para evitar fluxo 
retrógrado, mantendo assim um fluxo 
unidirecional do sangue dos átrios para os 
ventrículos. (A estrutura e a função das valvas 
serão descritas em um tópico separado). 
 
Um átrio funciona para coletar o sangue que 
retorna ao coração e passá-lo ao ventrículo a ele 
conectado. As demandas funcionais sobre os 
átrios direito e esquerdo são muitos semelhantes, 
e as duas câmaras têm aparência quase idêntica. 
Já as demandas sobre os ventrículos direito e 
esquerdo são bastante diferentes, havendo 
distinções estruturais significativas entre os dois. 
Átrio direito 
O átrio direito recebe sangue venoso, pobre em 
oxigênio, da circulação sistêmica por meio da 
veia cava superior e da veia cava inferior. A veia 
cava superior, que se abre na porção 
súperoposterior do átrio direito, traz o sangue 
venoso proveniente da cabeça, do pescoço, dos 
membros superiores e do tórax. 
A veia cava inferior, que desemboca na porção 
ínfero-posterior do átrio direito, traz o sangue 
venoso proveniente de tecidos e órgãos da 
cavidade abdominopélvica e dos membros 
inferiores. As veias do próprio coração, com 
diferentes nomes, coletam sangue da parede 
cardíaca e o conduzem ao seio coronário. 
Cristas musculares proeminentes, os músculos 
pectíneos (pectin, pente), estendem-se ao longo 
da superfície interna da aurícula direita e através 
da parede atrial anterior adjacente. 
Ventrículo direito 
Sangue venoso, pobre em oxigênio, passa do 
átrio direito ao ventrículo direito através da 
“valva tricúspide”, a superfície interna do 
ventrículo contém uma série de pregas 
musculares irregulares, as trabéculas cárneas 
(carneus, carnoso). 
A trabécula septomarginal, ou “banda 
moderadora”, é uma faixa de músculo 
ventricular que se estende desde o septo 
interventricular, uma divisória muscular espessa 
que separa os dois ventrículos, até a parede 
anterior do ventrículo direito e base do músculo 
papilar anterior. A extremidade superior do 
ventrículo direito afunila-se em uma bolsa cônica 
de paredes lisas, ou cone arterial, que termina na 
valva do tronco pulmonar. 
 Quando o sangue é ejetado do ventrículo 
direito, passa através dessa valva para entrar no 
tronco pulmonar, o início da circulação pulmonar. 
A disposição das válvulas nessa valva evita o 
refluxo de sangue para o ventrículo direito 
quando este se relaxa. 
Átrio Esquerdo 
Recebe sangue oxigenado das veias 
pulmonares direitas e esquerdas, que chegam na 
sua porção posterior. O átrio esquerdo não 
apresenta músculos pectíneos, mas apresenta 
uma aurícula amortecedora. O sangue que flui 
do átrio esquerdo para o seu ventrículo passa 
através da valva atrioventricular (AV) esquerda, 
também conhecida como “valva mitral”. 
Ventrículo esquerdo 
O ventrículo esquerdo é o que apresenta 
paredes mais espessas em comparação com 
todas as outras câmaras cardíacas. Essa maior 
espessura do miocárdio permite que o ventrículo 
esquerdo exerça uma pressão suficiente para 
propelir o sangue por toda a circulação sistêmica; 
para efeito de comparação, o ventrículo direito 
apresenta paredes relativamente finas e 
bombeia o sangue para os pulmões e de volta ao 
coração, em uma distância total de somente 
cerca de 30 cm. 
A organização interna do ventrículo esquerdo 
assemelha-se à do ventrículo direito. Entretanto, 
as trabéculas cárneas são mais proeminentes em 
comparação às do ventrículo direito, não há 
trabécula septomarginal e, uma vez que a valva 
mitral tem apenas duas válvulas, existem 
também apenas dois músculos papilares. O 
sangue deixa o ventrículo esquerdo passando 
através da valva da aorta no interior da parte 
ascendente da aorta, a disposição das válvulas na 
valva da aorta é a mesma da valva do tronco 
pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As válvulas 
As valvas atrioventriculares (AV) estão 
situadas entre os átrios e os ventrículos. Cada 
valva AV tem quatro componentes: (1) um anel 
de tecido conectivo (direito e esquerdo) que 
pertence ao esqueleto fibroso do coração; (2) 
válvulas de tecido conectivo cuja função é fechar 
a abertura entre as câmaras do coração; e (3) 
cordas tendíneas que fixam as margens das 
válvulas aos (4) músculos papilares da parede do 
ventrículo. 
Existem válvulas semilunares impedindo o 
fluxo retrógrado para os dois ventrículos. Essas 
válvulas foram assim nomeadas em função de 
seus formatos que se assemelham a três bolsas 
em forma de meia-lua. A valva do tronco 
pulmonar (três válvulas semilunares) situa-se na 
saída do tronco pulmonar a partir do ventrículo 
direito, enquanto a valva da aorta (três válvulas 
semilunares) situa-se na saída da aorta a partir 
do ventrículo esquerdo. 
Quando os ventrículos estão relaxados, as 
valvas AV direita e esquerda estão abertas e as 
valvas do tronco pulmonar e da aorta estão 
fechadas. As cordas tendíneas estão frouxas e os 
músculos papilares estão relaxados. (b) Quando 
os ventrículos estão contraídos, as valvas AV 
direita e esquerda estão fechadase as valvas do 
tronco pulmonar e da aorta estão abertas. 
Sangue venoso, pobre em oxigênio, passa do 
átrio direito ao ventrículo direito através de uma 
abertura ampla, a valva atrioventricular (AV) 
direita ou “valva tricúspide”. As margens livres 
das cúspides são fixas em feixes de fibras 
colágenas, as cordas tendíneas. Esses feixes 
originam-se nos músculos papilares, projeções 
musculares cuneiformes da superfície ventricular 
interna. As cordas tendíneas limitam o 
movimento da valva AV e evitam o refluxo de 
sangue do ventrículo direito para o átrio direito; 
este mecanismo será detalhado posteriormente. 
Diferenças entre os ventrículos: 
As diferenças anatômicas entre os ventrículos direito e 
esquerdo são visualizadas mais claramente em imagens 
tridimensionais ou em cortes. Os pulmões envolvem 
parcialmente a cavidade do pericárdio, e a base do coração 
situa-se entre os pulmões direito e esquerdo. Como 
resultado, as artérias e veias pulmonares são relativamente 
curtas e largas, e a demanda sobre o ventrículo direito não 
envolve forças de contração muito intensas para propelir o 
sangue ao longo da circulação pulmonar. A parede do 
ventrículo direito é relativamente fina e fixa ao esquerdo. 
Ventrículo esquerdo, cuja parede muscular é 
extremamente espessa, apresenta uma aparência 
arredondada em secção transversal. A contração do 
ventrículo esquerdo gera (1) a diminuição da distância 
entre o ápice e a base do coração e (2) a diminuição do 
diâmetro da câmara ventricular. Quando o poderoso 
ventrículo esquerdo se contrai, ele também determina um 
abaulamento em direção à cavidade do direito, que 
consequentemente a reduz e melhora a eficiência 
propulsora do referido ventrículo. 
O sangue que flui do átrio esquerdo para o 
ventrículo esquerdo passa através da valva 
atrioventricular (AV) esquerda, também 
conhecida como “valva mitral” (mitra, chapéu 
episcopal) ou “valva bicúspide”. Como o próprio 
nome indica, essa valva contém um par de 
válvulas (cúspides). A valva atrioventricular 
esquerda permite o fluxo de sangue rico em 
oxigênio do átrio esquerdo para o ventrículo 
esquerdo, e evita o fluxo na direção oposta. 
 
Histologia cardíaca 
Células musculares 
Embora sejam muito menores e em formato de 
Y, as células musculares cardíacas assemelham-
se às fibras musculares esqueléticas, pois, assim 
como estas, cada célula muscular cardíaca 
também contém miofibrilas organizadas, e o 
alinhamento de seus sarcômeros produz 
estriações. Contudo, as células musculares 
cardíacas diferem das fibras musculares 
esqueléticas em vários aspectos importantes: 
1. As células musculares cardíacas são quase 
totalmente dependentes da respiração aeróbica para 
obter a energia necessária para continuarem se 
contraindo. O sarcoplasma da célula muscular 
cardíaca contém centenas de mitocôndrias e reservas 
abundantes de mioglobina (para armazenar oxigênio). 
As reservas de energia são mantidas sob a forma de 
glicogênio e inclusões lipídicas. 
2. Os túbulos T da célula muscular cardíaca são 
relativamente curtos e não formam tríades com o 
retículo sarcoplasmático, o comum são as díades. 
3. O suprimento circulatório do tecido muscular 
cardíaco é mais extenso mesmo em relação ao tecido 
muscular esquelético vermelho. 
4. As células musculares cardíacas se contraem sem 
comando do sistema nervoso. 
5. As células musculares cardíacas estão interligadas 
por junções celulares especializadas denominadas 
discos intercalados. 
6. As células musculares cardíacas são interligadas 
às células vizinhas nas junções celulares 
especializadas 
conhecidas como 
discos 
intercalados. Os 
discos 
intercalados são 
estruturas 
exclusivas do tecido muscular cardíaco. O aspecto 
denteado deve-se ao intenso entrelaçamento dos 
sarcolemas em oposição. Em um disco intercalado: 
têm-se junções gap, comunicantes e desmossomos. 
Células especializadas 
Diferentemente do músculo esquelético, o 
tecido muscular cardíaco contrai-se por si 
mesmo independentemente de estimulação 
nervosa ou hormonal. Esta capacidade inerente 
de gerar e conduzir impulsos é denominada 
automaticidade ou auto-ritmicidade. As 
contrações cardíacas são coordenadas por 
células condutoras especializadas. 
As células nodais são responsáveis pelo 
estabelecimento da velocidade da contração 
cardíaca, e as fibras condutoras distribuem o 
estímulo contrátil ao miocárdio em geral, 
encontradas no Nó Sinoatrial, Nó 
Atrioventricular e nas Fibras de Purkinje, que 
forma uma rede importante para a geração e 
condução do impulso cardíaco. 
As células nodais estão eletricamente ligadas 
umas às outras, a fibras condutoras e a células 
musculares cardíacas normais. Como resultado, 
um potencial de ação iniciado em uma célula 
nodal propaga-se rapidamente através do 
complexo estimulante, atingindo a totalidade do 
tecido muscular cardíaco e causando uma 
contração. 
Desse modo, as células nodais determinam a 
frequência cardíaca. Nem todas as células nodais 
se despolarizam na mesma velocidade, e a 
velocidade normal de contração é estabelecida 
pelas células nodais que atingem o limiar mais 
rapidamente; o impulso por elas produzido 
levará todas as outras células a atingirem o limiar, 
são denominadas células marca-passo. 
 
As células marca-passo são encontradas no nó 
sinoatrial (nó SA), a partir dele o impulso é 
conduzido ao Nó Atrioventricular e enfim as 
fibras de purkinje. 
 
 
 
Músculo Cardíaco 
No músculo esquelético, a acetilcolina do 
neurônio motor somático estimula um potencial 
de ação e dá início ao acoplamento excitação-
contração (acoplamento EC). No músculo 
cardíaco, um potencial de ação também inicia o 
acoplamento EC, contudo, o potencial de ação 
origina-se espontaneamente nas células marca-
passo do coração e se propaga para as células 
contráteis através das junções comunicantes. 
Outros aspectos do acoplamento EC cardíaco são 
similares aos processos encontrados na 
contração dos músculos esquelético e liso. 
 
Um potencial de ação que entra em uma célula 
contrátil se move pelo sarcolema e entra nos 
túbulos T 1 , onde abre os canais de Ca2� 
dependentes de voltagem tipo L na membrana 
das células 2 . O Ca2� entra nas células através 
desses canais, movendo-se a favor do seu 
gradiente eletroquímico. A entrada de cálcio 
abre os canais liberadores de cálcio do tipo 
rianodínico (RyR) no retículo sarcoplasmático 3 . 
Esse processo do acoplamento EC no músculo 
cardíaco é também chamado de liberação de 
Ca2�-induzida pelo Ca2� (LCIC). 
 Quando os canais RyR se abrem, o cálcio 
estocado flui para fora do retículo 
sarcoplasmático e entra no citosol 4 , criando 
uma fagulha que pode ser vista utilizando-se 
métodos bioquímicos especiais. A abertura 
múltipla de diferentes canais RyR se somam para 
criar o sinal de Ca2� 5. A liberação de cálcio do 
retículo sarcoplasmático fornece, 
aproximadamente, 90% do Ca2� necessário à 
contração muscular, sendo que os 10% restantes 
entram na célula a partir do líquido extracelular. 
O cálcio difunde-se pelo citosol para os 
elementos contráteis, onde se liga à troponina e 
inicia o ciclo de formação de pontes cruzadas e o 
movimento 6 . A contração ocorre pelo mesmo 
tipo de movimento de deslizamento de 
filamentos que ocorre no músculo esquelético. 
 
O relaxamento no músculo cardíaco 
geralmente é similar ao do músculo esquelético. 
Com a diminuição das concentrações 
citoplasmáticas de Ca2�, o Ca2� desliga-se da 
troponina, liberando a actina da miosina, e os 
filamentos contráteis deslizam de volta para sua 
posição relaxada 7 . 
Como no músculo esquelético, o Ca2� é 
transportado de volta para o retículo 
sarcoplasmático com a ajuda da Ca2�-ATPase 8 . 
Entretanto, no músculo cardíaco, o Ca2� 
também é removido de dentro da célula pelo 
trocador Na�-Ca2� (NCX). 
TETANIA E FADIGA: ocorrequando temos uma 
somação temporal, ou seja, um estímulo 
subliminar aplicado em alta frequência que 
somar-se ao anterior antes que ele volte ao 
potencial de membrana. Uma tetania prolongada 
ocasiona a fadiga muscular e um músculo 
fadigado, após se relaxar, perde por um certo 
tempo, a capacidade de se contrair. 
Em função das células do músculo cardíaco ter 
o seu PLATÔ, o seu período refratário absoluto é 
maior, o que vai impedir novas despolarizações. 
Sendo assim, não ocorrerá somação temporal e, 
assim, a tetania e consequente fadiga no 
músculo cardíaco. 
A condução elétrica 
A comunicação elétrica no coração começa 
com um potencial de ação em uma célula 
autoexcitável. A despolarização se propaga 
rapidamente para as células vizinhas através das 
junções comunicantes nos discos intercalares. A 
onda de despolarização é seguida por uma onda 
de contração, que passa pelo átrio e depois vai 
para os ventrículos. 
A despolarização inicia no nó sinoatrial (nó SA), 
as células autoexcitáveis no átrio direito que 
servem como o principal marca-passo do coração. 
A onda de despolarização, então, propaga-se 
rapidamente por um sistema especializado de 
condução, constituído de fibras autoexcitáveis 
não contráteis. 
Uma via internodal ramificada conecta o nó SA 
com o nó atrioventricular (nó AV), um grupo de 
células autoexcitáveis perto do assoalho do átrio 
direito. Do nó AV, a despolarização move-se para 
os ventrículos. As fibras de Purkinje, células de 
condução especializada dos ventrículos, 
transmitem os sinais elétrico muito rapidamente 
para baixo pelo fascículo atrioventricular, ou 
feixe AV, também chamado de feixe de His 
(“hiss”), no septo ventricular. A condução 
elétrica é rápida através das vias de condução 
internodais 2 , porém mais lenta através das 
células contráteis do átrio 3 . 
Quando os potenciais de ação se espalham 
pelos átrios, eles encontram o esqueleto fibroso 
do coração na junção entre os átrios e os 
ventrículos. Esta barreira impede que os sinais 
elétricos sejam transferidos dos átrios para os 
ventrículos. 
Consequentemente, o nó AV é o único caminho 
através do qual os potenciais de ação podem 
alcançar as fibras contráteis dos ventrículos. No 
coração, o nó SA é o marca-passo mais rápido e 
normalmente determina a frequência cardíaca. 
Contudo, se ele estiver danificado e não 
funcionar, um dos marca-passos mais lentos do 
coração deverá assumir o ritmo. A frequência 
cardíaca então se ajustará ao ritmo do novo 
marca-passo. Ainda existe a possibilidade de que 
diferentes partes do coração sigam marca-passos 
diferentes, exatamente como o grupo que se 
dividiu no cruzamento. 
 
O SNA AGINDO 
As porções simpática e parassimpática do 
sistema nervoso autônomo influenciam a 
frequência cardíaca através de um controle 
antagônico. A atividade parassimpática diminui a 
frequência cardíaca, ao passo que a atividade 
simpática a aumenta. O neurotransmissor 
parassimpático acetilcolina (ACh) diminui a 
frequência cardíaca. A acetilcolina ativa os 
receptores colinérgicos muscarínicos que 
influenciam os canais de K� e Ca2� nas células 
marca-passo. 
A permeabilidade ao K� aumenta, 
hiperpolarizando a célula, de modo que o 
potencial marca-passo inicia em um valor mais 
negativo. A diminuição da permeabilidade ao 
Ca2� retarda a taxa em que o potencial marca-
passo despolariza. A combinação dos dois efeitos 
faz a célula levar mais tempo para alcançar o 
limiar, atrasando o início do potencial de ação no 
marca-passo e diminuindo a frequência cardíaca. 
A estimulação simpática nas células marca-
passo acelera a frequência cardíaca. As 
catecolaminas noradrenalina (dos neurônios 
simpáticos) e adrenalina (da medula da glândula 
suprarrenal) aumentam o fluxo iônico através 
dos canais If e de Ca2�. 
A entrada mais rápida de cátions acelera a taxa 
de despolarização, fazendo a célula atingir o 
limiar mais rapidamente e, assim, aumentando a 
taxa de disparo do potencial de ação. Quando o 
marca-passo dispara potenciais de ação mais 
rapidamente, a frequência cardíaca aumenta. 
 
 
 
Circulação e ciclo cardíaco 
Circulação 
O sangue flui das veias para os átrios e segue 
para os ventrículos por valvas que se abrem em 
um único sentido. Os ventrículos são as câmaras 
bombeadoras do sangue. O sangue deixa o 
ventrículo direito via tronco pulmonar, e o 
esquerdo via aorta. Um segundo conjunto de 
valvas guarda a saída dos ventrículos, de modo 
que o sangue não possa fluir de volta para o 
coração após ter sido ejetado, o sangue entra em 
cada ventrículo no topo da câmara e também sai 
pelo topo. 
Isso ocorre porque, durante o desenvolvimento 
do tubo embrionário, o coração gira e volta 
sobre si mesmo. Esse giro coloca as artérias 
(através das quais o sangue deixa o coração) 
próximas ao topo dos ventrículos. 
Funcionalmente, isso significa que os ventrículos 
devem se contrair de baixo para cima para que o 
sangue seja ejetado pelo topo. 
 
Em resumo o trajeto do sangue percorre os 
pulmões para que o mesmo seja oxigenado na 
hematose e após retornar ao coração será 
levado a todo o corpo. O lado direito fara o 
contato com os pulmões e a chamada Pequena 
Circulação: 
 
 
Já o lado esquerdo se relaciona ao sangue 
oxigenado e ao corpo todo na Grande Circulação: 
 
 
Ciclo cardíaco 
Um ciclo cardíaco é o período entre o início de 
dois batimentos cardíacos consecutivos. Assim 
sendo, o ciclo cardíaco inclui períodos alternados 
de contração e relaxamento. Para cada uma das 
câmaras cardíacas, o ciclo pode ser dividido em 
duas fases. Durante a contração, ou sístole, a 
câmara ejeta o sangue para o interior de outra 
câmara ou para um tronco arterial. A sístole é 
seguida por uma segunda fase, de relaxamento, 
ou diástole. Durante a diástole, a câmara se 
enche de sangue e se prepara para iniciar um 
novo ciclo cardíaco. 
Cada contração segue uma sequência precisa: 
os átrios se contraem primeiro e depois os 
ventrículos. Assim, o funcionamento adequado 
do coração depende da cronologia apropriada 
das contrações atriais e ventriculares. Essa 
cronologia é normalmente propiciada por 
elaborados sistemas de marca-passo e condução 
(complexo estimulante do coração). 
 
1. O CORAÇÃO EM REPOUSO: diástole atrial e 
ventricular, os átrios e os ventrículos estão 
relaxados; átrios estão se enchendo. 
 
2. TÉRMINO DO ENCHIMENTO VENTRICULAR: 
sístole atrial 
 
3. CONTRAÇÃO VENTRICULAR INICIAL: 
primeiro som cardíaco (PRIMEIRA BULHA), 
O sangue empurrado contra a porção 
inferior das valvas AV faz com que elas se 
fechem de modo que não haja refluxo para 
os átrios; As valvas se fecham criando o 1° 
SOM CARDÍACO: S1, O “TUM”; 
 
4. O CORAÇÃO BOMBEIA: ejeção ventricular, 
quando os ventrículos contraem, eles geram 
⬆ pressão suficiente para abrir as valvas 
semilunares e empurrar o sangue para as 
artérias; 
 
5. RELAXAMENTO VENTRICULAR: segundo 
som cardíaco (SEGUNDA BULHA), os 
ventrículos começam a repolarizar e relaxar, 
⬇ pressão ventricular. O sangue começa a 
fluir de volta para o coração, esse fluxo 
retrógado enche os folhetos (cúspides) das 
valvas semilunares, forçando-os para a 
posição fechada, fechando as valvas e 
produzindo SEGUNDO SOM CARDÍACO: S2, 
O “TÁ”; 
Existem também a terceira e a quarta bulhas 
cardíacas, que nem sempre são audíveis: 
1. Terceira bulha (B3): se caracteriza por um 
ruído de baixa frequência devido ao impacto 
do sangue na parede ventricular no início da 
diástole (enchimento ventricular rápido). 
“TU”. É normal ser encontrada com 
frequência em crianças e em adultos jovens, 
durante um quadro de febre ou após 
exercícios físicos. É patológica em casos de 
insuficiência cardíaca. 
 
2. Quarta bulha (B4): é provocada impacto do 
sangue, impulsionado pelo átrio, contra o 
sangue pré-existente no interior do 
ventrículo, no final dadiástole. Quase 
sempre é patológica, exceto em situações 
como síndromes hipercinéticas ou em 
atletas. Pode ser representada pela 
expressão “TU”. A percepção do som é de 
2x1. 
O ELETRO 
Os fenômenos elétricos associados com a 
despolarização e repolarização do coração são 
suficientemente potentes para ser detectados 
por eletrodos colocados na superfície do corpo. 
A gravação destas atividades elétricas constitui 
um eletrocardiograma, também denominado 
ECG. 
Durante cada ciclo cardíaco, uma onda de 
despolarização irradia-se através dos átrios, 
atinge o nó AV, dissemina-se inferiormente pelo 
septo interventricular, até o ápice do coração, 
espalha-se pelo miocárdio ventricular e retorna 
em direção à base do coração. Um ECG fornece 
informações da frequência cardíaca e do ritmo, 
da velocidade de condução e até mesmo da 
condição dos tecidos do coração. Assim, embora 
seja simples obter um ECG, sua interpretação 
pode ser muito complicada. 
A interpretação de um ECG inicia com as 
seguintes questões: 
1. Qual é a frequência cardíaca? A frequência 
cardíaca é normalmente cronometrada do 
início de uma onda P até o início da próxima 
onda P, ou do pico de uma onda R até o pico 
da onda R seguinte. Uma frequência 
cardíaca de 60 a 100 batimentos por minuto 
é considerada normal. Uma frequência mais 
rápida que a normal é chamada de 
taquicardia, e mais baixa que a normal é 
chamada de bradicardia. 
 
2. O ritmo dos batimentos cardíacos é regular 
ou irregular? Um ritmo irregular, ou arritmia, 
pode ser resultado de um batimento extra 
benigno ou de condições mais sérias, como a 
fibrilação atrial, na qual o nó SA perde o 
controle de marca-passo. 
 
3. Todas as ondas normais estão presentes em 
uma forma reconhecível? Após determinar a 
frequência cardíaca e o ritmo, o próximo 
passo ao analisar um ECG é olhar as ondas 
individuais. Para ajudar na sua análise, você 
pode precisar escrever as letras sobre as 
ondas P, R e T. 
 
4. Existe um complexo QRS para cada onda P? 
Se sim, o comprimento do segmento P-R é 
constante? Em caso negativo, pode haver 
um problema de condução dos sinais no nó 
AV. No bloqueio cardíaco (o problema de 
condução mencionado anteriormente), os 
potenciais de ação vindos do nó SA às vezes 
não são transmitidos para os ventrículos 
através do nó AV. Nessas condições, uma 
ou mais ondas P podem ocorrer sem iniciar 
um complexo QRS. Na forma mais severa 
de bloqueio cardíaco (terceiro grau), os 
átrios despolarizam regularmente em um 
determinado ritmo, ao passo que os 
ventrículos contraem em um ritmo lento. 
arritmia 
As arritmias cardíacas são alterações do ritmo 
cardíaco, na maioria dos casos, difere do ritmo 
sinusal normal. Nessas patologias: 
* PRÉ CARGA: provalvemente estará alterada 
devido a mudança da ritmicidade da condução 
cardíaca, logo, o grau de enchimento do 
ventrículo não está regular. 
* PÓS-CARGA: estará “normal” pois consiste na 
pressão das artérias aórtica e pulmonar, não 
estando relacionada com a ritmicidade. 
Algumas arritmias ocorrem quando o ventrículo 
não recebe o seu sinal normal para contrair 
(batimento ausente). Outras arritmias, como as 
contrações ventriculares prematuras (CVPs), são 
batimentos extras que ocorrem quando uma 
célula autoexcitável, que não as do nó SA, 
dispara um potencial de ação fora da sequência. 
Uma condição interessante do coração que 
pode ser observada em um ECG é a síndrome do 
QT longo (SQTL), nome dado para alterações no 
intervalo QT. A SQTL tem diversas formas. 
Algumas são canalopatias herdadas, nas quais 
ocorrem mutações nos canais de Na� ou K� do 
miocárdio. Em outra forma de SQTL, os canais 
iônicos são normais, mas a proteína anquirina-B, 
que ancora os canais na membrana celular, é 
anormal. 
Fármacos 
Betabloqueadores: 
Inibem o receptor beta-adrenérgico, que faz 
parte do sistema adenilciclase. A inibição resulta 
em menores níveis de adenosina monofosfato 
cíclica e cálcio citosólico. Quando o corpo libera 
altos níveis de adrenalina, o indivíduo pode 
apresentar batimento cardíaco acelerado, 
pressão alta, hiperidrose, ansiedade e 
palpitações cardíacas. 
O bloqueio da liberação desses hormônios 
diminui o estresse no coração e reduz a força das 
contrações do músculo cardíaco,eles são 
classificados em três grupos por seu grau de 
cardiosseletividade. 
Conceitos 
 
O QUE CAUSA ARRITIMIA: Além destas 
doenças, existem outros fatores que podem 
causar arritmia, como efeitos colaterais de 
alguns medicamentos, uso de drogas, praticar 
exercício físico extenuante, falhas nas células do 
coração, alterações nas concentrações de sódio, 
potássio e cálcio no organismo ou complicações 
após uma cirurgia cardíaca. 
PORQUE SE NECESSITA DOS NÓS NA 
CONDUÇÃO? Se o impulso elétrico vindo dos 
átrios fosse conduzido diretamente para os 
ventrículos, estes iniciariam a contração pela 
parte superior. Logo, o sangue seria 
impulsionado para baixo e ficaria represado na 
parte inferior dos ventrículos. Uma segunda 
função do nó AV é atrasar um pouco a 
transmissão do potencial de ação. Esse atraso 
permite que os átrios completem suas 
contrações antes do início da contração 
ventricular. 
PORQUE NÃO POSSUEM AS CORDAS 
TENDINIAS NAS SEMILUANRES? Por causa da 
sua anatomia geral e pelo movimento dos átrios. 
MARCA-PASSO ELETRÔNICO: Um marca-passo 
contém um gerador de pulsos elétricos (a caixa 
do marca-passo) com 1, 2 ou até 3 eletrodos. O 
eletrodo conduz os impulsos elétricos desde o 
gerador até o coração. Cada impulso elétrico 
enviado pelo marca-passo estimula a contração 
do coração na parte em que ele foi implantado. 
A frequência cardíaca pode variar de acordo com 
a programação feita no marca-passo. 
INFLUENCIAS NO SIST DE CONDUÇÃO: O 
sistema nervoso central coordena o controle 
reflexo da pressão arterial e a distribuição de 
sangue aos tecidos. O principal centro integrador 
situa-se no bulbo, a rede do SNC é o centro de 
controle cardiovascular (CCC). 
O centro de controle cardiovascular também 
tem comunicação recíproca com os centros 
bulbares que controlam a respiração. Se os 
tecidos necessitam de mais oxigênio, o sistema 
circulatório e o respiratório trabalham juntos 
para fornecê-lo. Como consequência, o aumento 
da frequência respiratória é, em geral, 
acompanhado pelo aumento no débito cardíaco. 
O hipotálamo medeia respostas vasculares 
envolvidas na regulação da temperatura corporal 
e na resposta de luta ou fuga. As respostas 
emocionais e aprendidas podem se originar no 
córtex cerebral e ser expressas por respostas 
circulatórias, como o rubor e o desmaio.

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