Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Procedimento Operacional Padrão POP/ULACAP/003/2020 Hematologia Versão 3.0 ULACAP Procedimento Operacional Padrão POP/ULACAP/003/2020 Hematologia Versão 3.0 ® 2020, Ebserh. Todos os direitos reservados Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh www.ebserh.gov.br Material produzido pela Unidade de Laboratório de Análises Clínicas e Anatomia Patoló- gica/HUAC/Ebserh Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação POP: Hematologia – Hospital Universitário Alcides Carneiro/Universidade Federal de Campina Grande, 2020. 42 p. Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Hematologia Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH Universidade Federal de Campina Grande Hospital Universitário Alcides Carneiro Rua Carlos Chagas, SN Bairro São José – CEP 58400-398 – Campina Grande/PB Telefone: (83) 2101-5529 ______________________________________________ HOMERO GUSTAVO CORREIA RODRIGUES Superintendente ________________________________________________ DAISY FERREIRA RIBEIRO Gerente Administrativa ________________________________________________ CONSUELO PADILHA VILAR SALVADOR Gerente de Atenção à Saúde ________________________________________________ ALANA ABRANTES NOGUEIRA DE PONTES Gerente de Ensino e Pesquisa _______________________________________________ VALDEVINO PEDRO MESSIAS NETO Chefe da Divisão Médica _______________________________________________ WALESKA ROANNE DE ALMEIDA WANDERLEY Chefe da Unidade de Laboratórios EXPEDIENTE Unidade de Laboratório de Análises Clínicas e Anatomia Patológica Produção HISTÓRICO DE REVISÕES Data Ver- são Descrição Gestor do POP Autor/responsável por alterações 30/09/2006 1.0 POP Hemograma Maysa G. V. Carvalho 16/04/2019 2.0 POP Hemograma Waleska R. de Al- meida Wanderley Maysa G. V. Carvalho, Felipy Emannuel Al- meida, Leonardo Agostinho Silva, Erika N. de Siqueira e Rob- son de S. Nogueira 16/07/2020 3.0 POP Hemograma Waleska R. de Al- meida Wanderley André Gustavo Z. de Melo SUMÁRIO POP 01 – HEMOGRAMA ......................................................................................................................... 10 POP 02 – COAGULOGRAMA ................................................................................................................. 17 POP 03 – VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO DAS HEMÁCIAS ..................................................... 22 POP 04 – RETICULÓCITOS .................................................................................................................... 25 POP 05 – FALCIZAÇÃO DAS HEMÁCIAS ............................................................................................ 29 POP 06 – PESQUISA DE CÉLULAS LE .................................................................................................. 32 POP 07 – LÍQUIDOS CORPORAIS...........................................................................................................35 POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 9 de 41 OBJETIVO Manter o processo em funcionamento por meio da padronização e minimização de desvios na exe- cução da atividade, ou seja, busca assegurar que as ações tomadas para a garantia da qualidade sejam pa- dronizadas e executadas conforme o planejado. GLOSSÁRIO POP – Procedimento operacional padrão RDW – Red Cell Distribution Width (Amplitude de Distribuição dos Glóbulos Vermelhos) Flag – Alarme que o equipamento emite indicando a necessidade de revisão pela microscopia convencional Rack – suporte de tubos do analisador hematológico CQ – controle de qualidade mL – mililitro Login – acesso ao sistema In vitro – fora do organismo vivo CLSI - Clinical Laboratory Standards Institute (Instituto de Padrões Clínicos e Laboratoriais) APLICABILIDADE Farmacêuticos, biomédicos, técnicos de laboratório, estagiários. INFORMAÇÕES GERAIS Neste manual estão definidos os procedimentos para recebimento, conferência, processamento, análise e liberação de resultados de exames inerentes ao setor de Hematologia. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 10 de 41 POP 01 – HEMOGRAMA SINONÍMIA Eritrograma, hemoglobina, hematócrito, leucograma, plaquetas. APLICAÇÃO CLÍNICA Constitui importante exame de auxílio diagnóstico para doenças hematológicas e sistêmicas. Indi- cado para avaliação de anemias, neoplasias hematológicas, reações infecciosas e inflamatórias, acompa- nhamento de terapias medicamentosas e avaliação de distúrbios plaquetários. Fornece dados para classifi- cação das anemias de acordo com alterações na forma, tamanho e cor das hemácias. É composto pelos seguintes parâmetros: contagem de eritrócitos, dosagem de hemoglobina, deter- minação de hematócrito, volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM), con- centração hemoglobínica corpuscular média (CHCM), amplitude de distribuição dos eritrócitos (RDW) que compõem o eritrograma; contagem de leucócitos total e diferencial, além da contagem de plaquetas. PRINCÍPIO DO TESTE O hemograma é realizado em método automatizado, complementado por microscopia ótica e pos- sibilita a avaliação qualitativa e quantitativa dos leucócitos, eritrócitos e das plaquetas. Hemácias e plaquetas serão analisadas por impedância de fluido de revestimento, hemoglobina por colorimetria e leucócitos por citometria de fluxo fluorescente. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 11 de 41 Analisador Mindray BC-6800 Microscópio ótico Homogeneizador Contador de células Tubo com anticoagulante EDTA Lâmina de vidro Corante de Leishman Água destilada Suporte de lâminas Óleo de imersão REAGENTES M-68DS Diluent – participa da medição dos parâmetros relacionados a granulócitos, plaquetas, leucócitos, reticulócitos e eritrócitos nucleados. M-68LH Lyse – formulado para medir os parâmetros relacionados à hemoglobina. M-68LB Lyse – participa na contagem de leucócitos e medir os parâmetros relacionados aos ba- sófilos. M-68LD Lyse e M-68FD Dye – participam na contagem diferencial de leucócitos. M-68DR Diluent e M-68FR Dye – participam na contagem de reticulócitos. AMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo com anticoagulante EDTA. Em alguns casos, para reavaliar as plaquetas, coleta-se em tubo com anticoagulante citrato de sódio. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 12 de 41 Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. PROCEDIMENTO a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, as amostras para hemograma são remetidas ao Setor de Hematologia. Após a confe- rência dos tubos com anticoagulante EDTA e os respectivos mapas de trabalho, colocar as amostras no homogeneizador. b) ANÁLISE DA AMOSTRA No equipamento, selecionar a aba “Contagem”, escolher o modo AL-WB (carregamento automático) ou OV-WB (carregamento manual). Se modo AL-WB, verificar se está na opção CD (contagem diferen- cial), inserir a rack com os tubos noanalisador e pressionar “Iniciar contagem”. O aparelho faz a leitura do código de barras de cada tubo, realiza a homogeneização, a contagem, exibe o resultado na tela e imprime automaticamente. Se modo OV-WB, pistolar o código de barras do tubo, retirar a tampa, inseri-lo na sonda de amostra e pressionar a tecla de aspiração. Ao ouvir um bipe, remova o tubo. Anexar o resultado impresso ao mapa de trabalho. c) CONFECÇÃO E COLORAÇÃO DAS DISTENSÕES SANGUÍNEAS POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 13 de 41 A lâmina é confeccionada com uma gota de sangue fresco, em lâmina fosca devidamente identificada durante o procedimento da coleta e sua coloração é realizada para melhor visualização dos elementos nor- mais e suas possíveis alterações. Para isso é utilizado o corante de Leishman, uma mistura de eosinato de azul de metileno e eosinato de violeta e azul de metileno, dissolvido em álcool metílico. Cobrir as lâminas com 500 microlitros do corante, deixar agir por 3 minutos. Adicionar 1 mL de água destilada sobre a lâmina e misturar suavemente soprando com uma pipeta ou usando uma pisseta vazia. Corar durante 10 minutos. Escorrer e lavar em água corrente. Secar as lâminas em posição vertical e observar ao microscópio. d) LEITURA DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO Inicialmente um panorama em objetiva de 40x, logo após realizar a contagem e aspecto das células em objetiva de 100x, percorrendo a lâmina de uma borda a outra em “zig-zag”. Usualmente é feito a contagem diferencial de 100 leucócitos. As amostras dos pacientes internos costumam ter resultados anormais, acompanhados de flags. Na mi- croscopia ótica é realizada a contagem diferencial dos leucócitos, utilizando um contador de células manual, verificando se existe precursores granulocíticos, linfocitários ou monocitários. Assim como a série verme- lha e as plaquetas, confrontando o que está sendo visualizado com o resultado do analisador. Verificar a morfologia das hemácias, se existem inclusões e o aspecto das plaquetas. A contagem manual e as obser- vações são anotadas na folha do resultado. CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO Realizado antes da rotina matinal ou quando necessário. Retirar as amostras-controle em 3 níveis (baixo, normal, alto) que ficam armazenadas no refrigerador, aguardar atingir a temperatura ambiente e homogeneizar suavemente. Em seguida, acessar a tela “Executar CQ” do analisador, no modo manual (OV- WB), pistolar o código de barras do tubo, retirar a tampa, inseri-lo na sonda de amostra e pressionar a tecla de aspiração. Ao ouvir um bipe, remova o tubo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 14 de 41 Quando a análise terminar, os resultados de CQ serão exibidos na tela atual e serão salvos automatica- mente no arquivo de CQ para estatística. Conferir se existe algum parâmetro discrepante e, se necessário, realizar a medida corretiva, conforme manual de operação do analisador. CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO Também chamado de Ensaio de Proficiência, é constituído de uma série de amostras-controle re- cebido do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ), elaborado de acordo com os termos con- tratuais, para conhecer a precisão e exatidão. As amostras-controle deste programa são recebidas mensalmente e as devoluções com os resultados devem ser no mínimo 11 por ano, para que seja realizada a avaliação anual e certificação do desempenho da qualidade, com a emissão de certificado de participação. VALORES DE PÂNICO Necessitam de imediata tomada de decisão, em atendimento à RDC 302:2005 da ANVISA, e de- vem ser imediatamente comunicados ao médico solicitante ou responsável pelo paciente. Parâmetro Valor Interpretação Leucócitos < 2.000/mm3 (adulto) < 5.000/mm3 (recém-nascido) Perigo elevado de infecção, quando a contagem de granu- lócitos for < 500/mm3. > 50.000/mm3 (adulto) > 25.000/mm3 (recém-nas- cido) Indica uma reação leuce- móide, com por exemplo, em presença de uma sepse ou de uma leucemia. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 15 de 41 Plaquetas < 20.000/mm3 (adulto) < 100.000/mm3 (recém-nas- cido) Perigo de sangramento. He- morragia aguda. Descartar uma trombocitopenia indu- zida por EDTA. > 1.000.000/mm3 Perigo de trombose. Hematócrito < 18 % (adulto) < 33 % (recém-nascido) Corresponde a uma concen- tração de hemoglobina < 6,0 g/dL. O miocárdio recebe uma quantidade insuficiente de oxigênio. > 60 % (adulto) > 71 % (recém-nascido) Significa uma intensa hiper- viscosidade do sangue. A re- sistência ao fluxo circulatório está elevada; situação de ameaça de insuficiência. Hemoglobina < 6,6 g/dL Os tecidos recebem insufici- ente quantidade de oxigênio. > 19,9 g/dL Equivale a um hematócrito de 61% e produz uma síndrome de hiperviscosidade. CONDIÇÕES ESPECIAIS Em caso de lipemia (flag Partíc lipídica?), considerar os resultados da série branca e das plaquetas, mas repetir a análise da série vermelha com amostra preparada da seguinte forma: centrifugar a amostra em baixa rotação, retirar o plasma com micropipeta, medindo o volume final de plasma e reconstituir com o mesmo volume de soro fisiológico. Homogeneizar e repetir no analisador. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 16 de 41 Na presença de crioaglutininas (flag Aglutinação de RBC?), reanalisar a série vermelha, colocando a amostra em banho-maria por 15 minutos. Em seguida, repetir imediatamente no aparelho. Colocar a ob- servação: Exame realizado e corrigido após a incubação a 37ºC em decorrência da presença de crioaglu- tininas. Em caso de pacientes com leucócitos inferior a 1.000/mm3 não é realizada a contagem diferencial. Deve ser cadastrado o HEMO2 no sistema laboratorial, liberar apenas a contagem global e inserir a obser- vação: Contagem diferencial não realizada devido a intensa leucopenia. Quando houver na contagem diferencial mais de 5 eritroblastos em 100 leucócitos (flag NRBC?), a leucometria deve ser corrigida pela fórmula abaixo e reportar: Leucometria corrigida pela quantidade de eritroblastos circulantes. Em caso de divergência na contagem de plaquetas liberadas pelo aparelho (flag Aglut. PLT?) e a microscopia, realizar a estimativa plaquetária pelo método de Bárbara H. O'Connor: Enumerar no microscópio ótico com objetiva de 100x plaquetas em 10 campos; Calcular o valor médio por campo; Multiplicar por 13.000 (constante de multiplicação) para fornecer o valor estimado da contagem de plaquetas, e Colocar na observação: Plaquetas corrigidas pelo método indireto. Se houver macroplaquetas e/ou agregados plaquetários, indicar a presença. DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 17 de 41 POP 02 – COAGULOGRAMA SINONÍMIA Tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, tempo de sangramento, tempo de coagu- lação. APLICAÇÃO CLÍNICA O coagulograma é um exame de sangue que diagnostica doenças hemorrágicas e avalia as condi- ções da coagulação do sangue. Engloba vários exames, como tempo de protrombina, tempo de tromboplas- tina parcial, tempo de sangramento, tempo de coagulação para triagem de verificação da hemostasia. O tempo de protrombina (TP) ou Tempo de Quick é a prova de triagem mais importante clinica- mente na avaliação de distúrbios da via extrínseca da coagulação. O tempo de tromboplastina parcial (TTP) é uma prova sensível à deficiência defatores pró-coagu- lantes do plasma, assim como à presença de certos inibidores da coagulação. Serve para detectar anomalias na via intrínseca da coagulação. O tempo de sangramento e de coagulação está em desuso, mas pode ser realizado durante a coleta, quando requistado. Possui baixa sensibilidade e especificidade, de forma que seus resultados não expres- sam, necessariamente, o risco hemorrágico do indivíduo. Ademais, condições inerentes ao próprio paciente, como redução do número de plaquetas funcionalmente ativas e uso de medicamentos, podem interferir na função plaquetária. PRINCÍPIO DO TESTE POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 18 de 41 O método do tempo de protrombina baseia-se na medição do tempo de formação do coágulo de fibrina, pela adição de uma tromboplastina de cálcio a um plasma citratado e no tempo de tromboplastina parcial se baseia na medida do tempo que um plasma descalcificado demora para coagular, quando colocado a 37ºC e na presença de um excesso de cefalina, ativador e cálcio. O tempo de sangramento é realizado pelo método de Duke e o de coagulação pelo de Lee e White. EQUIPAMENTO E MATERIAIS Analisador Wiener Lab Col 4 Centrífuga Tubo com anticoagulante citrato de sódio Cubetas descartáveis Micropipetas Ponteiras descartáveis REAGENTES Tempo de protrombina: Soluplastin (tromboplastina liofilizada de cérebro de coelho a uma con- centração final de cloreto de cálcio 10 mM). Tempo de tromboplastina: APTTest ellágico (um frasco contendo cefalina com ácido elágico como ativador particulado e outro frasco contendo uma solução de cloreto de cálcio estável 0,025 mol/L). AMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 19 de 41 Tipo de amostra: tubo com anticoagulante citrato de sódio. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 4 horas após a coleta, em temperatura ambiente. Armazenamento: o plasma pode ser estocado congelado (-20ºC) por até 15 dias. PROCEDIMENTO a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, as amostras para coagulograma são remetidas ao Setor de Hematologia. Após a con- ferência dos tubos com anticoagulante citrato de sódio e os respectivos mapas de trabalho, colocar as amos- tras para centrifugar a 1500 g por 15 minutos (CLSI). b) ANÁLISE DA AMOSTRA Tempo de protrombina: retirar do refrigerador um frasco de Soluplastin previamente preparado conforme instrução do fabricante e colocar no suporte de reagente do analisador. Colocar uma cu- beta no suporte apropriado do equipamento e selecionar a técnica no coagulômetro. Colocar 50 µL da amostra na cubeta, abrir a tampa do canal de medição e inserir a cubeta. Após 60 segundos, colocar 100 µL de Soluplastin na cubeta e aguardar a formação do coágulo. O resultado aparece na tela e é impresso automaticamente, sendo TP em segundos, atividade em % e INR. Tempo de tromboplastina: retirar do refrigerador os dois reagentes (cefalina e cloreto de cálcio) e colocar no suporte de reagente do analisador. Colocar uma cubeta no suporte apropriado do equi- pamento e selecionar a técnica no coagulômetro. Colocar 50 µL da amostra e 50 µL de cefalina na cubeta, abrir a tampa do canal de medição e inserir a cubeta. Após 180 segundos, colocar 50 µL de POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 20 de 41 cloreto de cálcio na cubeta e aguardar a formação do coágulo. O resultado aparece na tela e é impresso automaticamente, sendo TTP em segundos. CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO Realizado antes da rotina matinal ou quando necessário. Retirar as amostras-controle em 2 níveis (nor- mal e alto) que ficam armazenadas no refrigerador, aguardar atingir a temperatura ambiente e homogeneizar suavemente. Em seguida, fazer o ensaio desses controles para cada técnica, utilizados do mesmo modo que uma amostra desconhecida. Quando a análise terminar, os resultados de CQ serão confrontados com a bula, onde encontra-se o valor médio e a faixa para controle de precisão em coagulação. Conferir se existe algum parâmetro discre- pante e, se necessário, realizar a medida corretiva. Anotar os valores no livro de registros. CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO Também chamado de Ensaio de Proficiência, é constituído de uma série de amostras-controle recebido do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ), elaborado de acordo com os termos contratuais, para conhecer a precisão e exatidão. As amostras-controle deste programa são recebidas mensalmente e as devoluções com os resultados devem ser no mínimo 11 por ano, para que seja realizada a avaliação anual e certificação do desempenho da qualidade, com a emissão de certificado de participação. VALORES DE PÂNICO Parâmetro Valor Interpretação POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 21 de 41 Tempo de protrombina > 27 segundos ou 3 vezes o nível normal Risco de hemorragia Tempo de tromboplastina par- cial > 75 segundos Deficiência ou inativação dos fatores VIII, IX, XI ou XII, com perigo de sangra- mento se o TTP estiver au- mentado a um equivalente de mais de 2,5 vezes o li- mite superior do valor de re- ferência DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 22 de 41 POP 03 – VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO DAS HEMÁCIAS SINONÍMIA VHS, hemossedimentação. APLICAÇÃO CLÍNICA Apesar de ser um marcador laboratorial inespecífico, a velocidade de sedimentação das hemácias (VSH) é um exame útil na avaliação de pacientes com suspeita de processos infecciosos, inflamatórios ou neoplásicos. A VSH nunca deve ser usada para rastreamento de doenças em pacientes assintomáticos ou com sinais e sintomas inespecíficos. Além da utilidade diagnóstica, a VSH também pode ser um marcador de resposta terapêutica em pacientes com artrite reumatoide, polimialgia reumática, arterite temporal, febre reumática e doença de Hodgkin. Os valores de referência da VSH variam de acordo com o sexo e a idade, sendo maiores nas mulheres e com a idade mais avançada. A VSH pode sofrer interferência de fatores pré- analíticos e de condições patológicas associadas. Por exemplo, anemia, macrocitose, gravidez, insuficiência cardíaca e hipercolesterolemia estão associadas a aumento da VSH, enquanto a drepanocitose, microcitose, policitemia e hemoglobinopatias estão associadas a valores mais baixos da VSH. PRINCÍPIO DO TESTE A técnica exige que o tubo de Wintrobe com amostra de sangue total (EDTA) seja mantido exata- mente na vertical e permaneça em repouso durante uma hora. A leitura é dada pela altura da coluna de plasma, no limite de separação com as hemácias sedimentadas. O resultado é expresso em milímetros por hora. A velocidade com que as hemácias sedimentam no tubo depende do volume e da forma dos eritrócitos e das proteínas do plasma. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 23 de 41 EQUIPAMENTO E MATERIAIS Tubo com anticoagulante EDTA Estante Tubo de Wintrobe Seringa AgulhãoAMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo com anticoagulante EDTA. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. PROCEDIMENTO a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, a amostra para VSH é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo com anticoagulante EDTA e respectivo mapa de trabalho, priorizar o exame de hemograma, se houver, em seguida realizar a VSH. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 24 de 41 b) ANÁLISE DA AMOSTRA Adaptar o agulhão à seringa Homogeneizar a amostra do tubo com anticoagulante EDTA Aspirar o sangue com a seringa montada Preencher o tubo de Wintrobe com essa amostra até a marca zero Realizar a leitura após uma hora DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar o mapa de trabalho e resultado na pasta arquivo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 25 de 41 POP 04 – RETICULÓCITOS SINONÍMIA Não se aplica. APLICAÇÃO CLÍNICA É uma determinação valiosa no laboratório de hematologia por ser um indicador sensível da ativi- dade eritropoética da medula óssea, tanto no diagnóstico e acompanhamento de anemias quanto no moni- toramento de terapias e de transplante de medula óssea. O método tradicional de contagem de reticulócitos é o visual, sendo que a avaliação de seus resultados permite que se façam escolhas adequadas em relação aos exames laboratoriais específicos para o diagnóstico das anemias em geral. Porém, esta técnica tem sido acusada de tediosa e de apresentar falta de acurácia e pobre reprodutibilidade. A automação da contagem de reticulócitos realizada por citometria de fluxo tem melhorado consideravelmente a qualidade desta in- vestigação. PRINCÍPIO DO TESTE A contagem automatizada é realizada no analisador Mindray BC-6800 e usa um canal dedicado onde um corante fluorescente assimétrico de cianina pode se ligar ao RNA citoplasmático para permitir a separação dos reticulócitos das hemácias e os sinais fluorescentes são proporcionais ao conteúdo de RNA. A contagem em microscopia ótica utiliza o azul de cresil brilhante para corar os restos de RNA associados aos ribossomos que aparecem como filamentos ou ramos azuis, os quais correspondem a eritró- citos que acabaram de perder o número ou mais jovens, uma vez que cerca de 30% da hemoglobina é sintetizada no eritrócito sem o núcleo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 26 de 41 EQUIPAMENTO E MATERIAIS Analisador Mindray BC-6800 Tubo com anticoagulante EDTA Homogeneizador Lâmina de vidro Lâmina extensora Corante azul de cresil brilhante Suporte de lâminas Microscópio ótico Óleo de imersão Contador de células AMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo com anticoagulante EDTA. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. PROCEDIMENTO POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 27 de 41 a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, a amostra para reticulócitos é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo com anticoagulante EDTA e respectivo mapa de trabalho, se tiver o exame de hemograma, realizar a análise simultânea no equipamento. b) ANÁLISE DA AMOSTRA Para contagem automatizada: No equipamento, selecionar a aba “Contagem”, escolher o modo OV-WB (carregamento manual) ou AL-WB (carregamento automático). Se modo OV-WB, verificar se está na opção CDR (hemograma e re- ticulócitos) ou RET (reticulócitos), pistolar o código de barras do tubo, retirar a tampa, inseri-lo na sonda de amostra e pressionar a tecla de aspiração. Ao ouvir um bipe, remova o tubo. Anexar o resultado impresso ao mapa de trabalho. Se modo AL-WB, verificar se está na opção CDR (hemograma e reticulócitos) ou RET (reticulócitos), inserir a rack com os tubos no analisador e pressionar “Iniciar contagem”. O aparelho faz a leitura do código de barras de cada tubo, realiza a homogeneização, a contagem, exibe o resultado na tela e imprime automaticamente. Anexar o resultado impresso ao mapa de trabalho. Importante: lembrar de retornar para o modo CD para evitar gasto desnecessário de reagentes. Para contagem em microscopia ótica: Realizar o preparo da diluição, utilizando 100 µL de sangue total e 100 µL do corante azul de cresil brilhante Homogeneizar e colocar em banho-maria a 37ºC por 20 minutos Homogeneizar e retirar uma alíquota para confecção do esfregaço Aguardar a secagem Levar ao microscópio ótico na objetiva de imersão POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 28 de 41 Contar vários campos até que se obtenha 1.000 eritrócitos e anotar o número de reticulócitos en- contrados nestes campos O resultado é calculado da seguinte forma: DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar o mapa de trabalho e resultado na pasta arquivo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 29 de 41 POP 05 – FALCIZAÇÃO DAS HEMÁCIAS SINONÍMIA Não se aplica. APLICAÇÃO CLÍNICA O teste de falcização evidencia a presença ou a ausência de Hb S nas hemácias. PRINCÍPIO DO TESTE É a indução da falcização por meio de desoxigenação da hemoglobina pela substância redutora metabissulfito de sódio em um microambiente fechado, formado pelo espaço entre a lâmina e a lamínula. EQUIPAMENTO E MATERIAIS Solução fisiológica Metabissulfito de sódio Tubo com anticoagulante EDTA Lâmina Lamínula Esmalte Placa de Petri Gaze umedecida POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 30 de 41 AMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo com anticoagulante EDTA. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. PROCEDIMENTOa) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, a amostra para falcização das hemácias é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo com anticoagulante EDTA e o respectivo mapa de trabalho, priorizar o exame de he- mograma, se houver, em seguida realizar a falcização. b) ANÁLISE DA AMOSTRA O procedimento é diluir 100 µL de solução fisiológica com 0,5% de metabissulfito de sódio. Colocam- se 50 µL de sangue total na lâmina. Homogeneiza-se e cobre-se com a lamínula sem deixar bolha, vedando as bordas da lamínula com esmalte. Em seguida, coloca-se na placa de Petri com gaze umedecida. Reali- zam-se leituras até 24 horas. Na presença de hemácias falcizadas, o resultado será positivo. Caso contrário, negativo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 31 de 41 DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 32 de 41 POP 06 – PESQUISA DE CÉLULAS LE SINONÍMIA Células de Hargraves, células do lúpus eritematoso. APLICAÇÃO CLÍNICA A pesquisa de células LE foi o primeiro ensaio laboratorial utilizado para a pesquisa de anticorpos antinucleares (FAN). É um teste caracterizado por baixa reprodutibilidade e sensibilidade, interpretação complexa e técnica extremamente trabalhosa. Sua pesquisa é positiva na maioria dos pacientes de lúpus eritematoso sistêmico, bem como em alguns casos de artrite reumatoide e, raramente, em outras patologias, como púrpura trombocitopênica, febre reumática, erisipela, dentre outras. PRINCÍPIO DO TESTE Um anticorpo presente na fração globulina gama do soro dos pacientes de lúpus eritematoso sistê- mico reage com a nucleoproteína dos núcleos dos leucócitos. A nucleoproteína modificada pela presença do anticorpo é fagocitada por neutrófilos, ou, ocasionalmente, pelos monócitos. Os fagócitos com o material nuclear ingerido constituem a célula LE. EQUIPAMENTO E MATERIAIS Tubo de ensaio 10 mL POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 33 de 41 Banho maria a 37ºC Bastão de vidro Gaze Centrífuga Seringa Agulhão Tubo de Wintrobe Lâmina Suporte de lâminas Microscópio ótico Óleo de imersão AMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo sem anticoagulante e sem gel separador. Volume: 8 mL. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, com volume insuficiente. Solicitar re- coleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. PROCEDIMENTO a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 34 de 41 Após o cadastro, a amostra para pesquisa de células LE é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo sem anticoagulante e o respectivo mapa de trabalho, organizar a bancada de trabalho e proceder com a pesquisa. b) ANÁLISE DA AMOSTRA A técnica de Zimmer diz: Coletar 8 mL de sangue e colocar em um tubo; deixar coagular e incubar a 37ºC, por 30 minutos Fragmentar o coágulo com bastão de vidro, filtrar em gaze para remoção dos coágulos e centrifugar o soro contendo as células a 2000 RPM, durante cinco minutos Aspirar a parte superior do sobrenadante, transferir o restante para tubo de Wintrobe e centrifugar a 2000 RPM, durante cinco minutos Aspirar todo o sobrenadante e transferir o creme leucocitário (buffy coat) para lâminas; preparar esfregaços, corar e pesquisar as células LE DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 35 de 41 POP 07 – LÍQUIDOS CORPORAIS SINONÍMIA Líquido cefalorraquidiano (LCR), líquido pleural, líquido ascítico, líquido sinovial. APLICAÇÃO CLÍNICA O estudo dos líquidos corporais é ferramenta indispensável para o diagnóstico, monitorização e prognóstico de processos infecciosos, inflamatórios, hemorrágicos e neoplásicos dessas cavidades. É utili- zado para diferenciação dos processos em agudos ou crônicos, locais ou sistêmicos, bacterianos, viróticos ou fúngicos. O aumento de celularidade e suas particularidades, com predomínio das formas polimorfonu- cleares ou linfomonocitárias, aliados às determinações bioquímicas, exames bacteriológicos e imunológi- cos define a presença e resposta ao tratamento de meningites, pneumonias, artrites e peritonites. PRINCÍPIO DO TESTE A contagem global de células de fluidos biológicos é realizada em câmara de contagem manual (Neubauer ou Fuchs Rosenthal) e a citologia específica é realizada por esfregaço em lâmina, observada ao microscópio em objetiva de 100x. EQUIPAMENTO E MATERIAIS Microscópio ótico Câmara de Neubauer ou Fuchs Rosenthal Lamínula POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 36 de 41 Micropipeta Ponteira descartável Lâmina Lâmina extensora Óleo de imersão Contador de células AMOSTRA Preparo do paciente: a critério médico. Tipo de amostra: tubo ou frasco estéril. Volume: 2 mL. Critérios de interferência no exame: amostra identificada incorretamente, coagulada, com vo- lume insuficiente, hemólise in vitro. Comunicar ao requisitante. Estabilidade da amostra: as amostras devem ser enviadas ao laboratório e processadas sem de- mora, a fim de minimizar a degradação celular que tem início após 1 hora. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. PROCEDIMENTO a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, a amostra para citologia global e específica do líquido corporal é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do material e o respectivo mapa de trabalho, realizar a análise imediata. b) ANÁLISE DA AMOSTRA POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 37 de 41 EXAME FÍSICO Liquor O líquor normal tem aspecto límpido, apresentando-se turvo pelo aumento do número de células (leucócitos e hemácias), pela presença de bactérias, fungos ou meio de contraste. O aspecto hemorrágico indicará uma hemorragia subaracnóidea ou um acidente de punção. Normalmente incolor. O liquor xantocrômico indica a presença de bilirrubina ou hemólise. Em recém-nascidos, a xantocromia é um achado normal, consequência da imaturidade anatômica e funcional da barreira hematoencefálica, e proporcional aos níveis de bilirrubina. A cor acastanhada se dá pela pre- sença de metemoglobina e a avermelhada (eritrocrômico) pela presença de oxiemoglobina das hemácias recém-lisadas. Líquido pleural Tem aspecto límpido e cor amarelo pálido. Apresenta-se hemorrágico nos processos traumáticos e no hemotórax, turvo nos processos inflamatórios e leitoso nos derrames quilosos ou pseudo-quilosos. O aspecto e a coloração devem ser anotados antes e após a centrifugação. Líquido ascítico O líquido peritoneal ou ascítico é transparente, amarelo claro, estéril e viscoso, mas, em alguns casos, ele pode sofrer transformações como, por exemplo, apresentarturbidez em virtude das infecções bacterianas, coloração esverdeada em perfurações do trato gastrointestinal, pancreatite e colecistite, um aspecto leitoso que não clareia após a centrifugação em efusão quilosa ou pseudoquilosa. Um líquido ma- POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 38 de 41 croscopicamente hemorrágico deve ser diferenciado de punção traumática, evitando, assim, erros de diag- nóstico. Na punção traumática, o clareamento do fluido ascítico é observado pelo médico no decorrer da paracentese. O aspecto e a coloração devem ser anotados antes e após a centrifugação. Líquido sinovial O aspecto normal é cristalino. A turvação acontece na hipercelularidade ou por presença de cristais ou de fibrina. O líquido pode apresentar-se leitoso, pseudoquiloso, purulento. A cor normal é amarelo pálido ou incolor. Pode apresentar-se esverdeado, hemático. O líquido normal possui alta viscosidade. CITOLOGIA GLOBAL E ESPECÍFICA Liquor A contagem global de leucócitos e hemácias do LCR pode ser realizada em qualquer tipo de câmara de contagem, porém, rotineiramente, utiliza-se a câmara de Fuchs-Rosenthal. A diluição da amostra com líquido de Turk ou ácido acético a 2% facilita a contagem de leucócitos devido à destruição das hemácias. Sugestão de algumas diluições: Diluição Volume de amostra (µL) Volume de di- luente (µL) Fator de diluição 1:2 100 100 x 2 1:5 50 200 x 5 1:10 50 450 x 10 1:20 20 380 x 20 POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 39 de 41 1:50 10 490 x 50 Para se obter uma contagem mais precisa e confiável, deve-se realizar em ambos os lados do he- mocitômetro, com amostra previamente diluída e contar de acordo com a celularidade presente na amostra: Celularidade Procedimento da contagem Baixa Contar os 16 quadrados maiores, multiplicar pelo fator de diluição e dividir por 3,2 Média Contar 4 quadrados maiores, multiplicar por 4, multiplicar pelo fator de diluição e dividir por 3,2 Alta Contar um quadrado maior, multiplicar por 16, multiplicar pelo fator de diluição e dividir por 3,2 Altíssima (sobreposição de célu- las) Contar um quadrado menor, multiplicar por 256, multiplicar pelo fator de diluição e divi- dir por 3,2 A confecção da lâmina para leitura pode ser feita de diferentes formas: por centrifugação ou em câmara de Suta. Quando o método de escolha é a centrífugação, utiliza-se o líquor puro ou o sedimento obtido após centrifugação. Para melhorar a adesão das células à lâmina, pode ser adicionado ao sedimento 50 µL de plasma de uma amostra normal. Após o esfregaço, deve-se aguardar a secagem completa da lâmina e, então, realizar a coloração com qualquer corante hematológico. A confecção da lâmina em câ- mara de Suta é um processo mais trabalhoso, porém, fornece uma lâmina de boa qualidade. A lâmina é introduzida na câmara e, sobre ela, coloca-se um papel absorvente, o qual deve conter um halo de diâmetro discretamente menor do que o diâmetro do tubo conector da câmara. O tubo conector deve ser rosqueado na base até tocar a lâmina. Em seguida, coloca-se na câmara uma alíquota de LCR e espera-se a lâmina secar. Somente após a secagem, retira-se o tubo conector e o papel absorvente de cima da lâmina e realiza- se a coloração com corante hematológico. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 40 de 41 Após a confecção e a coloração da lâmina, deve-se proceder à contagem diferencial das células em objetiva de imersão (100x). Demais fluidos corporais É realizada comumente em câmara de Neubauer. As células nucleadas são contadas nos quatro quadrantes externos da câmara e algumas amostras podem ser contadas sem a realização de diluição e, nesse caso, o fator de conversão para microlitros é 2,5. Já em amostras com elevada celularidade, pode-se realizar diluição com líquido de Turk ou ácido acético a 2%. Nesse caso, o fator de conversão da câmara é multiplicado pela diluição. Para se obter uma contagem mais precisa e confiável, deve-se realizar tal con- tagem em ambos os lados do hemocitômetro. O esfregaço confeccionado é lido em microscópio óptico e é necessário correr a lâmina corada usando as objetivas de 10x e 40x, inicialmente, para verificar a distribuição dos tipos celulares e procurar agrupamentos de células. A contagem é realizada na objetiva de imersão e 100 células devem ser diferen- ciadas. DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferên- cia”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar o mapa de trabalho e resultado na pasta arquivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Programa Nacional de Controle de Qualidade. PNCQ, 2020. Disponível em https://www.pncq.org.br/. Acesso em 16 de julho de 2020. https://www.pncq.org.br/ POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 41 de 41 Melo, Márcio A. W. Laboratório de hematologia – teorias, técnicas e atlas / Márcio A. W. Melo, Cristina M. Silveira, 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2019. Hermes Pardini. Manual de exames – Hermes Pardini, 1. ed. Belo Horizonte, 2016. 573 p. McPherson, Richard A. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais / Richard A. McPherson, Matthew R. Pincus, 21. ed. Barueri: Manole, 2012. Comar, Samuel R. Análise citológica do líquido pleural no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Estud Biol. 2008 jan/dez;30(70/71/72):17-25. Sérgio Franco Medicina Diagnóstica. Bioinforme – Sérgio Franco, 7. ed. Rio de Janeiro, 2006. 392 p. Bain, Barbara J. Células sanguíneas: um guia prático / Barbara J. Bain trad. Renato Failace, 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. Oliveira Lima, A. Métodos de laboratório aplicados à clínica / A. Oliveira Lima, J. Benjamin So- ares, 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 42 de 41 Setor Comercial Sul - SCS, Quadra 09, Lote "C", Edifício Parque Cidade Corporate, Bloco "C", 1° pavimento, Asa Sul Brasília - Distrito Federal - 70308-200 Telefone: (61) 3255-8900
Compartilhar