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Nutrição-UFGD Obtenção de medidas físicas de um indivíduo para relacioná-las com um padrão que reflita seu crescimento e desenvolvimento. MÉTODOS Direto: dissecação de cadáveres Indiretos: físico-químicos (excreção de creatinina), imagens (TC, RM, US, DEXA), densitometria (pesagem, hidrostática) Duplamente indiretos: antropometria, bioimpedância elétrica VANTAGENS baixo custo facilidade de aplicação e padronização manutenção dos equipamentos não é complexa não causa desconforto não invasiva permite que se façam comparações da situação nutricional de grupos de diferentes faixas etárias DESVANTAGENS requer habilidade e prática do avaliador pouca precisão na obtenção das medidas em obesos e edemaciados existência de várias equações para estimar a gordura corporal pode haver importante variação regional na camada de gordura subcutânea EQUIPAMENTOS Balança: • mecânica: até 150 kg • digital: até 300 kg • portáteis: até 150 kg Estadiômetro: • fixo de parede: 2,3 m • de parede (de trena): 2,3 m • portátil de chão: 2,1 m Trena: • plástica: 2 m • metálica: 2 m Representa a soma de todos os compartimentos corpóreos Medida aproximada das reservas totais de energia do corpo Peso Atual: no momento da medida Peso Usual: peso que o indivíduo costumava ter ou tinha anteriormente (doença) Peso Teórico: peso ideal ao indivíduo, de acordo com sexo, altura e estrutura óssea • IMC • biotipo • compleição • casos de sobrepeso e obesidade Crianças maiores de 2 anos, adolescentes, adultos e idosos. Nutrição-UFGD Inicialmente, certifique-se de que a balança plataforma está afastada da parede e que o chão está nivelado. PESO Balança mecânica de plataforma • 1° Passo: destravar a balança • 2° Passo: verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador. • 3° Passo: esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados • 4°Passo: após a calibração da balança, ela deve ser travada e só então o indivíduo subirá na plataforma para ser pesado • 5° Passo: posicionar o indivíduo de costas para a balança, descalço, com o mínimo de roupa possível, no centro do equipamento, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição • 6° Passo: destravar a balança • 7° Passo: mover o curso maior sobre a escala numérica, para marcar os quilos • 8° Passo: depois mover o cursor menor para marcar os gramas • 9° Passo: esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados • 10° Passo: travar a balança, evitando, assim, que sua mola desgaste, assegurando o bom funcionamento do equipamento. • 11° Passo: realizar a leitura de frente para o equipamento, a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos cursores • 12° Passo: anotar o peso a ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN e no prontuário • 13° Passo: retirar o indivíduo • 14° Passo: retornar os cursores ao zero na escala numérica ●Balança digital/eletrônica de plataforma • 1° Passo: a balança deve estar ligada antes do indivíduo subir na plataforma. Esperar que a balança chegue ao zero • 2° Passo: colocar o indivíduo no centro do equipamento, com o mínimo de roupa possível, descalço, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição • 3° Passo: realizar a leitura após o valor do peso estar fixado no visor • 4° Passo: anotar o peso na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN/ prontuário. Retirar o indivíduo da balança ALTURA Indicador do tamanho corporal e do crescimento linear Afetada apenas nos agravos mais prolongados (crônicos): é possível sua recuperação até 2 anos se o problema nutricional for corrigido, após esta idade a recuperação não é completa Comprimento: crianças menores de 2 anos aferidas em posição supina e horizontal Altura: maiores de 2 anos aferição deve ser em pé Técnica de medida da estatura: crianças maiores de 2 anos, adolescentes, adultos e idosos. • 1° Passo: posicionar o indivíduo descalço e com a cabeça livre de adereços, no centro do equipamento. Mantê-lo de pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura os olhos • 2° Passo: as pernas devem estar paralelas, mas não é necessário que as partes internas das mesmas estejam encostadas. Os pés devem formar um ângulo reto com as pernas. O indivíduo deve encostar os Nutrição-UFGD calcanhares, as panturrilhas, os glúteos, as escápulas e a parte posterior da cabeça (região occipital) no estadiômetro ou parede. Quando não for possível encostar esses 5 pontos, devem-se posicionar, no mínimo, 3 deles. • 3° Passo: A cabeça do indivíduo deve ser posicionada no plano de Frankfurt (margem inferior da abertura orbital e a margem superior do meato auditivo externo deverão ficar na mesma linha). • 4° Passo: Pedir para o indivíduo inspirar e não expirar. Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. Retirar o indivíduo quando tiver certeza de que o mesmo não se moveu. • 5° Passo: realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento. • 6° Passo: anotar o peso na ficha da Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN e no prontuário. (IMC) O peso de adultos saudáveis é proporcional ao quadrado da sua altura Um índice é o resultado da razão entre duas ou mais medidas DIAGNÓSTICO ANTROPOMÉTRICO – IMC Deve-se realizar uma comparação dos valores encontrados com os valores de referência ditos como “normais”, para identificar se existe alteração ou não. Os limites de normalidade são chamados de pontos de corte. Indivíduos sadios, vivendo em condições socioeconômicas, culturais e ambientais satisfatórias, tornando-se referência para comparações com outros grupos. Vantagens: • fácil execução, baixo custo e não invasivo • facilidade na obtenção e padronização de medidas • alta correlação com a massa corporal e os indicadores de composição corporal • não requer comparação com curvas de referência • método universalmente utilizado Desvantagens: • correlação com proporcionalidade do corpo (ex. indivíduos co pernas curtas apresentarão IMC aumentado) • correlação com massa livre de gordura (ex. aqueles com maior quantidade de massa muscular são erroneamente classificados como obesos) PESO IDEAL DE ACORDO COM O IMC FAO: IMC médio • Homens = 22kg/m² • Mulheres: 20,8 kg/m² OMS: IMC médio • Homens = 23 kg/m² • Mulheres = 22 kg/m² Frisancho (1990): IMC médio • Valor do IMC no percentil 50 PESO IDEAL PELA COMPLEIÇÃO CORPORAL Nutrição-UFGD CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO O PERCENTUAL DE PESO IDEAL É a porcentagem de adequação do peso atual em relação ao ideal. PESO AJUSTADO Segundo a ASPEN (1998), o peso ideal de indivíduos cujo IMC seja superior a 27 kg/m² deve ser calculado usando-se a fórmula de peso ajustado já que é o que melhor se correlaciona com a massa metabolicamente ativa desses indivíduos. Exemplo: mulher de 40 anos, altura = 1,56 m, PA = 67 kg • PI (limite máximo do IMC) = 24,9 * (1,56)² = 24,9 * 2,4336 = 60,60 kg • Peso ajustado = (67 – 60,60) * 0,25 + 60,60 = 62,2 kg Sozinhas ou em combinação com as dobras cutâneas podem indicar o estado nutricional e o padrão de gordura corporal total. A circunferências mais utilizadas são: • circunferência do punho • circunferência do braço • circunferência da cintura • circunferência da coxa • circunferência da panturrilha Orientações Gerais: • utilizar fita métrica não flexível, inextensível, com precisão de 1 mm • oplano da fita deve estar adjacente à pele e suas dobras • medir a circunferência em sua extensão máxima, com o zero da fita por debaixo do valor da leitura • exercer leve pressão sobre a pele, sem excessos • não deixar o dedo sobre a fita e a pele, medir sobre a pele nua • não deixar o dedo sobre a fita e a pele, medir sobre a pele nua • medir pelo menos duas vezes em cada local, de forma rotativa CIRCUNFERÊNCIA DO PUNHO Utilizado como indicador de crescimento. Aliado à estatura, fornece o tamanho da ossatura, possibilitando o cálculo do peso ideal pela compleição corporal Técnica da medida da circunferência do punho: • 1° Passo: o indivíduo deve estar em pé, em posição ereta, os pés afastados com o peso igualmente distribuído entre ambas as Nutrição-UFGD pernas. O cotovelo deve estar fletido em 90° e a palma da mão voltada para cima. • 2° Passo: contorna-se o punho com a fita flexível logo após os processos estilóides do rádio e da ulna. CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) Estima o depósito de gordura e de massa muscular local. Frequentemente combinada com a dobra cutânea tricipital para cálculo da circunferência muscular do braço e área muscular e adiposa do braço Técnica da medida da circunferência do braço • 1° Passo: o cotovelo do braço a ser avaliado deve estar flexionado, formando um ângulo de 90° • 2° Passo: localiza-se e marca-se o ponto médio entre a borda súpero-lateral do acrômio e a borda inferior do olecrano. • 3° Passo: solicita-se ao indivíduo que fique com o braço estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa. Contorna-se o braço com a fita flexível o ponto marcado, evitando compressão ou folga da pele O resultado é comparado aos valores de referência em tabela de percentis de Frisancho (1990) • Percentil é a medida estatística proveniente da divisão de uma série de observações em cem partes iguais, estando os dados ordenados do menor para o maior, em que cada ponto da divisão corresponde a um percentil. Exemplo: p5 | p50 | p85 O resultado é comparado aos valores de referência em tabela de percentis de Frisancho (1990). CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC) Utilizada para avaliar o risco de complicações metabólicas associadas à obesidade. Indicador válido para a massa corporal adiposa visceral. O resultado é comparado aos pontos de corte propostos pela Organização Mundial da Saúde (2008) e IDF (2009): CC1*: imediatamente abaixo da última costela fácil; para alguns CC1=CC2 CC2*: circunferência mínima – mais frequente recomendação CC3: ponto médio entre a última costela e crista ilíaca identificação absoluta do ponto médio; MS e SBC (2007); Circunferência Abdominal CC4: imediatamente acima da crista ilíaca mais difícil; maior correlação %GC; NHANES III Nutrição-UFGD O resultado é comparado aos pontos de corte propostos pela Organização Mundial da Saúde (2008) e IDF (2009). Técnica da medida da circunferência da cintura (CC): • 1° Passo: deve-se marcar o ponto médio entre o rebordo costal e a crista ilíaca ântero-superior, com o indivíduo em pé, ereto, com os pés juntos e o peso uniformemente distribuído • 2° Passo: contorna-se o abdômen com uma fita no ponto marcado, ao final de uma expiração. CIRCUNFERÊNCIA DA COXA Indicador útil de massa magra e adiposidade Técnica da medida da circunferência da coxa: • 1° Passo: o indivíduo deve estar em pé (deslocando o peso do corpo para perna oposta), em posição ereta, os pés afastados ma largura do quadril. • 2° Passo: marcar o ponto médio entre a prega inguinal e a borda proximal da patela • 3° Passo: contorna-se a coxa com a fita flexível no ponto marcado, evitando compressão ou folga da pele CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA (CP) Indicador sensível para alterações na massa magra, principalmente de idosos. O resultado é comparado ao ponto de corte proposto por Chumlea et al. (19988): Técnica da medida da circunferência da panturrilha (CP): • 1° Passo: o indivíduo pode estar em pé (deslocando o peso do corpo para a perna oposta), sentado ou deitado em posição supina com o joelho flexionado a um ângulo de 90°. Fazer a medição na parte de maior diâmetro da panturrilha BLACKBURN,G.L.,THORNTON, P.A. Nutritional assessment of the hospitalized patient. Medical Clinics of North America,v. 63, n. 5, p. 11103-11115, 1979. CHUMLEA, W.C.; GUO, S.; ROCHE, A.F.; STEINBAUGH, M.L. Prediction of body weight for the nonambulatory elderly from anthropometry. Journal of the American Dietetic Association, v.88, n.5, p. 564-568, 1988. FRISANCHO, A.R. Antropometric standards for the assessment of growth and nutritional status. Ann Arbor, University of Michigan Press, 1990. KAMIMURA MA, BAXMANN AC, RAMOS, LB, CUPPARI L. Avaliação nutricional. In: CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. 3a edição. Barueri, SP: Manole, 2014. ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. 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