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Trabalho de Psicologia Jurídica (7)

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DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS 
 
 
 
 
 
VICTOR ADRIANO DE ALMEIDA FLORÊNCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA JURÍDICA 
SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
 
 
 
 
ITUIUTABA - MG 
2021 
 
 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
 
 
VICTOR ADRIANO DE ALMEIDA FLORÊNCIO 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA JURÍDICA 
SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado no Curso Bacharel em 
Direito (2º período) da Universidade do Estado de 
Minas Gerais – UEMG. 
 
 
 
Docente: Prof. Me Evaldo B. Mariano Jr. 
 
 
 
 
 
 
 
ITUIUTABA - MG 
2021 
 
 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
 
 
 
Objetivo 
 
O seguinte relatório tem como objetivo o estudo da temática da síndrome da alienação 
parental, com o intuito de desmitificar o assunto, apresentar as principais ideias, conceitos de 
alienação parental, erros dos profissionais que atuam nesse caso, sintomas emocionais além das 
medidas que podem o magistrado aplicar em casos em que ocorre a alienação parental. 
 
INTRODUÇÃO TEÓRICA 
 
o presente relatório tem como principal objetivo apresentar um estudo acerca da lei nº 
12.318/2010, conhecida como a lei da alienação parental, assim como, a problemática 
psicológica que a síndrome da alienação parental pode trazer para a criança e/ou adolescente. 
A síndrome da alienação parental é uma das graves situações que ocorrem dentro das 
relações de família. Segundo Richard Gardner, psiquiatra, a síndrome de alienação parental 
pode ser definida quando uma criança (menor), é manipulada ou condicionada por um de seus 
respectivos responsáveis, para que ocorra um rompimento dos laços afetivos com o outro 
genitor/responsável. Isso geralmente surge após a separação dos genitores em que os filhos são 
usados para tentar atingir o outro. 
A lei nº 12.318/10, possui como principal objetivo regular de forma eficaz o convívio 
dos filhos com seus genitores após o divórcio. Desse modo, a lei estabelece os limites e alguns 
critérios acerca dos direitos dos pais e das crianças e/ou adolescentes. 
O tema proposto encontra-se dentro do campo de direito também na psicologia, e esse 
relatório apresentado, compreenderá um estudo exploratório, analise bibliográfica, e pesquisa 
literária através de artigos, livros, normas técnicas e dados qualitativos. 
 
A ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
Assim como descrito anteriormente, a Alienação Parental ocorre quando um dos 
responsáveis influência a criança e/ou adolescente a repudiar ou a deixar de ter apego ao outro 
responsável, ou seja, a alienação parental surge quando um dos responsáveis influência o menor 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
para que ele repudie o outro, seja de forma direta ou indireta. Isso surge quando a mãe ou o pai 
falam de coisas ruins sobre o outro, ou até mesmo utilizam a coerção do menor dizendo que "é 
necessário me escolher", como forma de deixar a criança/adolescente sem muita opção, já que 
esse possui apenas seus responsáveis como alicerce. 
A alienação Parental surge de diferentes formas, seja através da promoção ou indução 
da criança /adolescente para que repudie um de seus genitores ou até mesmo através do prejuízo 
ao estabelecimento de vínculo ou à manutenção de vínculo da criança ou adolescente com um 
dos responsáveis. 
A chamada Síndrome de Alienação Parental (SAP), foi descrita em meados de 1980, 
pelo médico psiquiatra Richard Gardner, que definiu como sendo a rejeição injustificada da 
criança um de seus genitores ocorrendo necessariamente no pós-divorcio. Desse modo, nomeia-
se injustificado porque antes da separação o menor sempre apresentou bom comportamento 
com o genitor alienado (BROCKHAUSEN, 2012, P.15). 
Apesar de intimamente interligadas a alienação parental e a síndrome de alienação 
parental são descritas como sendo uma a causa da outra, ou seja, a alienação parental surge por 
parte de um dos genitores de modo que há uma indução ao menor, para que a criança passe a 
repudiar ou a se afastar do outro genitor e maneira que há uma quebra no vínculo entre ambos. 
Já a síndrome de alienação parental, surge como o resultado da alienação parental, no entanto, 
relaciona-se com as consequências emocionais e comportamentais advindo da alienação 
parental que a criança desenvolve devido a situação em que seus responsáveis influenciam de 
forma negativa a formação psicológica e comportamental, através da criação de obstáculos à 
manutenção dos vínculos afetivos com um dos genitores. 
 
Figura 1: Frase sobre Alienação Parental 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
 
Fonte: Google Imagens 
 
A ALIENAÇÃO PARENTAL NA VISÃO DO DIREITO BRASILEIRO 
 
A alienação parental surge quando há uma indução por uma das partes para que a criança 
e/ou adolescente deixe de ter afeto ou se afasta de um de seus genitores. 
Conforme a lei nº 12.318/2010, alienação parental é uma forma de induzir ou promover 
o afastamento de um menor da conivência do outro genitor, causando um prejuízo n 
manutenção dos vínculos com este, interferindo negativamente no crescimento e na formação 
psicológica da criança ou adolescente. 
No entanto, o artigo 2º da lei nº 12.318/2010 também define a alienação parental a partir 
da interferência na formação psicológica da criança ou adolescente promovida ou induzida por 
um dos genitores, pelos avós, ou pelos responsáveis que possuam a criança ou adolescente sob 
sua autoridade, guarda, ou vigilância, para que repudie o genitor. Ou seja, a alienação parental 
consiste não apenas na relação pai ou mãe, mas também na relação de outros membros do grupo 
familiar ou até mesmo por aqueles que são os respectivos responsáveis pelo menor. 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
Devido ao grande acumulo de demandas existentes no poder judiciário, a nova lei da 
alienação parental surge com a finalidade de proteger os direitos fundamentais da criança e do 
adolescente. Assim como disposto no art. 3º, a pratica da alienação parental fere o direito 
fundamental da criança e do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a 
realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral 
contra a criança ou adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental 
ou decorrentes de tutela ou guarda. 
Desse modo, constatado a alienação parental ou conduta que dificulte a convivência 
com um dos genitores, poderá o juiz baseado no art. 5º determinar perícia psicológica ou 
biopsicossocial e caso caracterizado os atos típicos de alienação parental, poderá o juiz assim 
como supramencionado nos termos do art. 6º: 
 
I - Declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o 
alienador; 
II - Ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor 
alienado; 
III - estipular multa ao alienador; 
IV - Determinar acompanhamento psicológico e/ou 
biopsicossocial; 
V - Determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada 
ou sua inversão; 
VI - Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou 
adolescente; 
VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 
 
Parágrafo único. Caracterizada mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à 
convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a 
criançaou adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de 
convivência familiar. 
 
CARACTERÍSTICAS E CONSEQUÊNCIAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL 
 
Figura 2: Descrição de Características da Alienação Parental 
 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
 A psicologia no ramo do direito não se 
restringe apenas ao estudo de uma doença 
mental, comportamental e nem resolução de 
causas criminais ou resolução de problemas 
familiares, mas sim para que haja também um 
estudo psicossocial em ralação aos fatores 
existente na realidade social, que diz respeito a 
qualquer processo jurídico. 
Fonte: Google Imagens 
 
De acordo com SERAFIM (2012, p.12), 
em seu livro denominado "Psicologia E Práticas Forenses", o papel da psicologia em contato 
com o direito "percorre a análise e interpretação da complexidade emocional, da estrutura de 
personalidade as relações familiares e a repercussão desses aspectos na interação do indivíduo 
com o ambiente". 
A síndrome de alienação parental compromete o desenvolvimento da criança ou 
adolescente fazendo com que haja um prejuízo para desenvolver sua capacidade de pensar, de 
ter sua própria personalidade, além de causar baixa autoestima, depressão e até mesmo 
transtorno de personalidade. 
Em um estudo de 2007 (Pp. 180-191), intitulado, filhos adultos de síndrome de 
alienação parental, AMY J. l. Baker resumiu sua pesquisa da seguinte forma: 
"65% dos participantes do estudo foram atingidas com baixa 
autoestima, 70% sofreram episódios de depressão devido à crença 
de não ser amado pelo pai- alvo e da separação prolongada de 
seus pais, 35% envolvidos em abuso de substâncias como um 
meio para mascarar seus sentimentos de dor e perda; 40% não 
tinham confiança em si mesmos, bem como em relacionamentos 
significativos, porque a confiança foi quebrada com os pais, 50% 
sofreram a repetição dolorosa da alienação, tornando-se alienado 
de seus próprios filhos." (GOTTLIEB, 2012) 
Já Raymond Havlicek, Ph.D., psicólogo forense, especialista em reagrupamento 
familiar, declarou para o livro de Linda Kase-Gottlieb (P.214), que: 
 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
"Não há dúvida de que o PAS [alienação] é uma forma de abuso 
infantil. É um show de horror. Os danos para as crianças são 
enormes. Quando uma criança perde um dos pais, eles estão 
matando uma parte de si, porque não há uma identidade entre a 
criança e ambos os pais. O resultado é que eles se tornem auto 
prejudiciais. Eu vejo todos os sinais de alerta e de OS todas as 
bandeiras do ódio a si mesmo: pesadelos, ansiedade, 
comportamentos de oposição na escola, presença de síndromes 
gastrointestinais, notas escolares falhando, mais suscetibilidade 
aos pares com comportamentos de oposição, delinquência 
juvenil, abuso de substâncias, depressão." (GOTTLIEB, 2012) 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 
A lei nº 12.318/2010, também denominada como a lei da alienação parental foi criada 
com o objetivo de combater a alienação parental e o alienador, e apoiar o genitor alienado na 
luta contra possíveis situações que possam o afastar de seus filhos, tendo como base principal 
o crescimento saudável do menor, além de permitir o direito da criança e o adolescente conviver 
com o outro genitor, sem falsas acusações. 
Ademais, a justiça tem participado contribuindo em diversos casos onde existe a 
alienação parental juntamente com o ramo da psicologia, sendo destacado como a principal 
ferramenta de acompanhamento e decisão no combate a síndrome de alienação parental. Nesse 
caso, o que importa no processo de separação é que ambas as partes saiam de forma harmoniosa 
de suas relações conjugais, preservando assim a identidade emocional de um ser humano em 
desenvolvimento. 
Portanto, imperioso que o poder judiciário diante desse exposto, se mostre mais atento 
e precavido, garantindo sempre a eficácia da lei, para que esse tipo de situação ocorra cada vez 
menos, visando o cumprimento das garantias constitucionais asseguradas ao menor. 
 
 
 
 
 
 DIREITO UNIDADE ITUIUTABA 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BROCKHAUSEN, Tamara. Alienação parental: caminhos necessários. Diálogos. Brasília. pg. 
15-16, out. 2012. 
BROCKHAUSEN, Tamara. A Lei da Alienação Parental e a Síndrome da Alienação Parental: 
esclarecimentos. Diálogos. Brasília. pg. 17, out. 2012. 
 SERAFIM, Antônio de Pádua; SAFFI, Fabiana. Psicologia e Práticas Forenses. São Paulo: 
Manole, 2012. 
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direito-e-a-psicologia 
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ADdico+Brasileiro 
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https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8794/Sindrome-da-alienacao-parental-o-direito-e-a-psicologia
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