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Amor a Deus

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Prévia do material em texto

Amor a Deus 
 
 
 
Por Thomas Watson (1620-1686) 
 
Traduzido, Adaptado e 
Editado por Silvio Dutra 
 
 
 
 
Nov/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 W337 
 Watson, Thomas (1620-1686) 
 Amor a Deus – Thomas Watson 
 Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – 
 Rio de Janeiro, 2019 
 40p.; 14,8 x 21cm 
 
 1. Teologia. 2. Amor 2.Fé. 3. Graça. 
 Silvio Dutra I. Título 
 CDD 230 
 
3 
 
Introdução pelo Tradutor: 
Não teríamos nenhum amor a Deus caso Ele 
não nos tivesse amado primeiro, desde antes da 
fundação do mundo, com um amor eterno, que 
foi manifestado a nós por meio da chamada à 
conversão a Jesus Cristo. 
Desde então, somos em nós mesmos, caso 
sejamos autênticos crentes, uma grande prova 
de que Deus é amor, de seu amor divino pelos 
pecadores, pois é pelo amor derramado pelo 
Espírito Santo em nossos corações que somos 
movidos a amar até os nossos inimigos, na 
expectativa de que se arrependam e passem 
também a compartilhar deste mesmo amor que 
procede de Deus. 
Quando nosso Senhor Jesus se dirigiu ao 
apóstolo Pedro, depois que este o havia negado, 
Ele lhe perguntou por três vezes seguidas se 
Pedro o amava, querendo infundir nele a 
convicção que apesar de ter falhado na ocasião 
da negação, havia um genuíno amor por Deus 
em Pedro, pois isto lhe foi concedido pela graça 
que lhe fora comunicada quando creu em Jesus. 
E onde este amor é derramado é para sempre, 
para durar pela eternidade afora. 
4 
 
Um ponto interessante na abordagem que Jesus 
fizera a Pedro foi de que comprovasse para si 
mesmo que de fato O amava, apascentando as 
Suas ovelhas, o que Pedro fez e não poderia 
deixar de fazer por causa do amor de Cristo que 
o movia a isto. 
Assim como sucedeu a Pedro, sucede também a 
todos os discípulos de Jesus, que são movidos 
para orar pelos pecadores e abençoá-los, porque 
sabem que do mesmo modo que Jesus procedeu 
com eles também está disposto a fazer em 
relação a outros pecadores que se arrependam 
de seus pecados. 
Ele fará com que sejam participantes do Seu 
amor sobrenatural, celestial, espiritual, divino, 
e que suporta e vence todas as circunstâncias 
difíceis. 
Desse amor, o apóstolo Paulo escreveu em I 
Coríntios 13, para que saibamos que não se trata 
de mero afeto natural, pois suas raízes não estão 
fincadas neste mundo, mas no céu, de onde 
procede para produzir frutos para Deus. 
 
5 
 
“1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos 
anjos, se não tiver amor, serei como o bronze 
que soa ou como o címbalo que retine. 
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e 
conheça todos os mistérios e toda a ciência; 
ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de 
transportar montes, se não tiver amor, nada 
serei. 
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens 
entre os pobres e ainda que entregue o meu 
próprio corpo para ser queimado, se não tiver 
amor, nada disso me aproveitará. 
4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde 
em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 
5 não se conduz inconvenientemente, não 
procura os seus interesses, não se exaspera, não 
se ressente do mal; 
6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se 
com a verdade; 
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 
8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, 
desaparecerão; havendo línguas, cessarão; 
havendo ciência, passará; 
6 
 
9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, 
profetizamos. 
10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o 
que é em parte será aniquilado. 
11 Quando eu era menino, falava como menino, 
sentia como menino, pensava como menino; 
quando cheguei a ser homem, desisti das coisas 
próprias de menino. 
12 Porque, agora, vemos como em espelho, 
obscuramente; então, veremos face a face. 
Agora, conheço em parte; então, conhecerei 
como também sou conhecido. 
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e 
o amor, estes três; porém o maior destes é o 
amor.” 
 
 
 
 
 
 
7 
 
" Sabemos que todas as coisas cooperam para o 
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que 
são chamados segundo o seu propósito." 
(Romanos 8.28) 
Desprezadores de Deus e que o odeiam, não 
têm muito ou parte nesse privilégio. É pão 
infantil, pertence apenas àqueles que amam a 
Deus. Porque o amor é o próprio coração e 
espírito da religião. Eu tratarei mais plenamente 
disso; e, para uma discussão mais aprofundada, 
notemos essas cinco coisas relativas ao amor a 
Deus. 
1. A natureza do amor a Deus. O amor é uma 
expansão da alma. ou a inflamação das afeições, 
pelas quais o cristão busca a Deus como bem 
supremo e soberano. O amor é para a alma como 
o pêndulo do relógio, ele inclina a alma em 
direção a Deus, como as asas pelas quais voamos 
para o céu. Pelo amor nos apegamos a Deus, 
como a agulha da bússola ao Norte. 
2. O fundamento do amor a Deus; isto é, 
conhecimento. Não podemos amar aquilo que 
não conhecemos. Para que nosso amor seja 
atraído a Deus, precisamos conhecer estas três 
coisas nEle: 
8 
 
(I.) A plenitude (Col. 1. 17-19 – “Ele é antes de 
todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a 
cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o 
primogênito de entre os mortos, para em todas 
as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus 
que, nele, residisse toda a plenitude.”). Ele tem 
plenitude de graça para nos purificar e de glória 
para nos coroar; uma plenitude não apenas de 
suficiência, mas de redundância. Ele é um mar 
de bondade sem fundo e margens. 
 
II.) A liberdade. Deus tem uma propensão inata 
de dispensar misericórdia e graça; Ele cai como 
o favo de mel. "Quem quiser. Tire da água da vida 
livremente" (Apocalipse 22.17). Deus não exige 
que tragamos dinheiro conosco, apenas apetite. 
(III.) Uma propriedade. Devemos saber que essa 
plenitude em Deus é nossa. "Este Deus é o nosso 
Deus" (Salmo 68.14). Aqui está o fundamento do 
amor - Sua Deidade, e o interesse que temos 
nEle. 
3. Os tipos de amor, que vou ramificar nestes 
três: 
(I.) Há um amor pela apreciação. Quando 
atribuímos a Deus um alto valor como o bem 
9 
 
mais sublime e infinito, estimamos a Deus, pois, 
se o temos, não nos importamos, embora 
tenhamos falta de todas as outras coisas. As 
estrelas desaparecem quando o sol aparece. 
Todas as criaturas desaparecem em nossos 
pensamentos quando o Sol da justiça brilha em 
Seu pleno esplendor. 
(II.) Um amor de complacência e prazer - como 
um homem se deleita com um amigo a quem 
ama. A alma que ama a Deus se alegra nEle como 
em seu tesouro, e repousa nEle como em seu 
centro. O coração que está tão voltado para Deus 
não deseja mais do que Ele. "Mostra-nos o Pai, e 
isto basta" (João 14.8). 
(III.) Um amor de benevolência - que é um 
desejo de bem para a causa de Deus. Aquele que 
é carinhoso em afeição ao amigo. deseja toda 
felicidade para ele. Isso é amar a Deus quando 
somos benfeitores. Desejamos que Seu 
interesse prevaleça. Nosso voto e oração é para 
que Seu nome seja honrado; para que Seu 
evangelho, que é a vara de Sua força, possa, 
como a vara de Arão, florescer e dar frutos. 
 
4. As propriedades do amor. 
10 
 
(I.) Nosso amor a Deus deve ser completo, e que, 
em relação ao assunto, deve estar com todo o 
coração. "Amarás o Senhor teu Deus de todo o 
coração" (Marcos 12. 30). Na lei antiga, um sumo 
sacerdote não deveria se casar com uma viúva, 
nem com uma prostituta - nem com uma viúva, 
porque ele não teve seu primeiro amor; nem 
com prostituta, porque ele não tinha todo o 
amor dela. Deus terá todo o coração. "O coração 
deles está dividido" (Oseias 10. 2). A verdadeira 
mãe não teria o filho dividido; e Deusnão terá o 
coração dividido. Deus não será um preso, pois 
terá apenas um quarto no coração, e todos os 
outros quartos deixarão de pecar. Deve ser um 
amor inteiro. 
(II.) Deve ser um amor sincero. "A graça seja com 
todos os que amam sinceramente nosso Senhor 
Jesus" (Efésios 6. 24). Sincero; alude ao mel que é 
bastante puro. Nosso amor a Deus é sincero, 
quando é puro e sem interesse próprio: é o que 
os homens da escola chamam de amor à 
amizade. Devemos amar a Cristo, como diz 
Agostinho, por Si mesmo: como amamos o 
vinho doce por seu sabor. A beleza e o amor de 
Deus devem ser os dois pilares para atrair nosso 
amor a ele. Alexandre tinha dois amigos, 
Hefestion e Craterus, dos quais disse: 
"Hefestion me ama porque eu sou Alexandre; 
Craterus me ama porque eu sou o rei 
11 
 
Alexandre". Um amava sua pessoa, o outro 
amava seus dons. Muitos amam a Deus porque 
Ele lhes dá trigo e vinho, e não por Suas 
excelências intrínsecas. Devemos amar a Deus 
mais pelo que Ele é, do que pelo que Ele concede. 
O verdadeiro amor não é mercenário. Você não 
precisa contratar uma mãe para amar seu filho: 
uma alma profundamente apaixonada por Deus 
não precisa ser contratada por recompensas. Ele 
não pode deixar de amá-lo por aquele brilho de 
beleza que brilha nele. 
(III.) Deve ser um amor fervoroso. A palavra 
hebraica para amor significa ardência de afeto. 
Os santos devem ser serafins, ardendo em amor 
santo. Amar alguém friamente é o mesmo que 
não amá-lo. O sol brilha o mais quente possível. 
Nosso amor a Deus deve ser intenso e veemente; 
como carvões de zimbro, que são mais agudos e 
ferventes (Salmo 120. 4). Nosso amor por coisas 
transitórias deve ser indiferente; devemos amar 
como se não amassássemos (1 Coríntios 7. 30). 
Mas nosso amor a Deus deve incendiar-se. O 
cônjuge estava cansado de amar a Cristo 
(Cantares 51. 5). Nunca podemos amar a Deus 
como Ele merece. Como Deus nos castiga é 
menos do que merecemos (Esdras 9. 13), assim, 
amando-O é menos do que Ele merece. 
12 
 
(IV.) O amor a Deus deve ser ativo. É como o fogo, 
que é o elemento mais ativo; é chamado de 
trabalho do amor (1 Tessalonicenses 1: 3). O 
amor não é graça ociosa; coloca a cabeça 
estudando para Deus, os pés correndo nos 
caminhos de Seus mandamentos. "O amor de 
Cristo nos constrange" (2 Coríntios 5. 14). As 
pretensões de amor são insuficientes. 
O amor verdadeiro não é visto apenas no final da 
língua, mas no final do dedo; é o trabalho do 
amor. Os seres vivos mencionados em Ezequiel 
1. 8, tinham asas - um emblema de um bom 
cristão. Ele não tem apenas as asas da fé para 
voar, mas com as mãos debaixo das asas: ele 
trabalha por amor, gasta e é gasto para Cristo. 
(V.) O amor é liberal. Tem sinais de amor para 
doar (1 Coríntios 13. 4). O amor é gentil. O amor 
não tem apenas uma língua limpa, mas um 
coração bondoso. O coração de Davi foi aceso 
com amor a Deus, e ele não ofereceu a Deus 
aquilo que não lhe custou nada (2 Samuel 24. 24). 
O amor não é apenas cheio de benevolência, 
mas de beneficência. 
O amor que amplia o coração nunca encurta a 
mão. Aquele que ama a Cristo será liberal para 
com seus membros. Ele será olhos para os cegos 
e pés para os coxos. As costas e as barrigas dos 
13 
 
pobres serão os sulcos onde ele semeia as 
sementes douradas da liberalidade. 
Alguns dizem que amam a Deus, mas o amor 
deles é coxo de uma mão, eles não dão nada para 
bons usos. De fato, a fé lida com o invisível, mas 
Deus odeia aquele amor que é invisível. 
O amor é como vinho novo, que terá vazão; ele 
se exala em boas obras. 
O apóstolo fala isso em homenagem aos 
macedônios, que eles deram aos santos pobres, 
até mesmo além de seu poder (2 Coríntios 8. 3). 
O amor que é produzido na corte, é uma graça 
nobre e maravilhosa. 
(VI.) O amor a Deus é peculiar. Aquele que é 
amante de Deus Lhe dedica um amor que ele 
não concede a mais ninguém. Como Deus dá a 
Seus filhos um amor que Ele não concede aos 
iníquos que elegem e adotam o amor; assim, um 
coração gracioso dá a Deus um amor distintivo 
tão especial como ninguém mais pode 
compartilhar. "Porque zelo por vós com zelo de 
Deus; visto que vos tenho preparado para vos 
apresentar como virgem pura a um só esposo, 
que é Cristo.", (2 Coríntios 11. 2). Uma esposa 
casada com um marido lhe dá um amor que ela 
não tem por mais ninguém; ela não se separa de 
14 
 
seu amor conjugal com ninguém além do 
marido. Assim, um santo que é casado com 
Cristo lhe dá uma peculiaridade de amor, um 
amor incomunicável a qualquer outro, a saber, 
um amor unido à adoração. 
Não apenas o amor é dado a Deus, mas à alma. 
"Um jardim fechado é minha irmã, minha 
esposa" (Cantares 4. 12). O coração de um crente 
é o jardim de Cristo. A flor que cresce nele é o 
amor misturado com a adoração divina, e esta 
flor é apenas para uso de Cristo. 
(VII.) O amor a Deus é permanente. É como o 
fogo que as virgens vestais mantêm em Roma, 
que não se apaga. O verdadeiro amor 
transborda, mas não acaba. 
Amor a Deus, como é sincero sem hipocrisia, 
por isso é constante. 
O amor é como o pulso do corpo, sempre 
batendo; não é uma terra, mas uma inundação 
de uma fonte. 
Como os homens maus são apaixonados 
constantemente por seus pecados, nem a 
vergonha, nem a doença, nem o medo do 
inferno os farão desistir de seus pecados; assim, 
15 
 
nada pode impedir o amor de um cristão por 
Deus. 
Nada pode vencer o amor, nenhuma dificuldade 
ou oposição. "O amor é forte como a sepultura" 
(Cantares 8. 6). O túmulo engole os corpos mais 
fortes; então o amor engole as maiores 
dificuldades. "As muitas águas não podem 
apagar o amor" (Cantares 8. 7). Nem as águas 
doces do prazer, nem as águas amargas da 
perseguição. 
O amor a Deus permanece firme até a morte. "E, 
assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, 
estando vós arraigados e alicerçados em amor," 
(Efésios 3. 17). 
Coisas leves, como palha e penas, são 
rapidamente jogadas fora, mas uma árvore 
enraizada permanece na tempestade; aquele 
que está enraizado no amor permanece. O 
verdadeiro amor nunca acaba. 
5. O grau de amor. Devemos amar a Deus acima 
de todos os outros objetos. "Não há nada na terra 
que eu deseje além de ti" (Salmo 73. 25). Deus é a 
quintessência de todas as coisas boas, Ele é 
superlativamente bom. A alma que vê uma 
supereminência em Deus e admira nEle aquela 
16 
 
constelação de todas as excelências, é realizada 
no amor a Ele no mais alto grau. 
A medida de nosso amor a Deus, diz Bernard, 
deve ser amá-lo sem medida. Deus, que é o chefe 
de nossa felicidade, deve ser o chefe de nossas 
afeições. A criatura pode ter o leite do nosso 
amor, mas Deus deve ter o creme. O amor a Deus 
deve estar acima de todas as outras coisas, como 
o óleo flutua acima da água. 
Devemos amar a Deus mais do que parentes. 
Como no caso de Abraão oferecer Isaque; que 
sendo filho de sua velhice, sem dúvida, ele o 
amava inteiramente e o adorava; mas quando 
Deus disse: "Abraão, ofereça teu filho" (Gênesis 
22. 2), embora isso parecesse algo não apenas 
para se opor à sua razão, mas à sua fé, pois o 
Messias viria de Isaque, e se ele for cortado, 
onde o mundo terá um mediador? Contudo, 
essa era a força da fé de Abraão e a ardência de 
seu amor a Deus, que ele pegaria a faca do 
sacrifício e deixaria fluir o sangue de Isaque. 
Nosso bendito Salvador fala em aborrecer pai e 
mãe (Lucas 14. 26 – “Se alguém vem a mim e não 
aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e 
irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não 
pode ser meu discípulo.”). Cristo não quer que 
sejamos antinaturais; mas se nossas mais 
queridas relações se interpuserem em nosso 
17 
 
caminho e nos afastarem de Cristo, devemos 
passar por cima delas ou não conhecê-las 
(Deuteronômio 33. 9). Embora algumas gotas de 
amor possam correrao lado de nossa família e 
aliança, ainda assim a torrente completa deve 
correr atrás de Cristo. Os familiares podem 
estar no seio, mas Cristo deve estar no coração. 
Devemos amar a Deus mais do que nossa 
propriedade. "Porque não somente vos 
compadecestes dos encarcerados, como 
também aceitastes com alegria o espólio dos 
vossos bens, tendo ciência de possuirdes vós 
mesmos patrimônio superior e durável." 
(Hebreus 10. 34). Eles ficaram felizes por terem 
algo a perder para Cristo. Se o mundo for 
colocado em um prato da balança, e Cristo no 
outro, Ele deve pesar mais. 
E é assim? Deus tem o quarto mais alto em 
nossos afetos? 
Plutarco diz: "Quando um ditador foi criado em 
Roma, toda outra autoridade foi suspensa para o 
tempo". Então, quando o amor de Deus domina o 
coração, todo outro amor é suspenso, e não há 
nada em comparação com esse amor. 
Aplicação: Uma forte reprovação para aqueles 
que não amam a Deus. 
18 
 
Isso pode servir para uma forte reprovação a 
pessoas que não têm um pingo de amor a Deus 
em seus corações - e existem tais criminosos 
vivos? Quem não ama a Deus é um animal com 
a cabeça de homem. Oh miserável! Você vive em 
Deus todos os dias, mas não o ama? Se alguém 
tivesse um amigo que lhe desse dinheiro 
continuamente e lhe desse todo o seu subsídio, 
ele não seria pior do que um bárbaro, se não 
respeitasse esse amigo? Esse amigo é Deus; Ele 
respira fundo, concede a você um meio de 
subsistência, e você não o amará? Você amará 
seu príncipe se ele salvar sua vida, e você não 
amará Deus que lhe dá sua vida? Que pedra de 
carga é tão poderosa para atrair amor, como a 
Deidade abençoada? 
É cego aquele a quem a beleza não atrai; que não 
é atraído pelos cordões do amor. Quando o 
corpo está frio e não tem calor, é um sinal de 
morte: aquele homem está morto e não tem 
calor de amor em sua alma para Deus. Como 
pode esperar amor de Deus, aquele que não 
mostra amor a Ele? Será que Deus teria uma tal 
víbora em seu colo, quando lança o veneno da 
maldade e inimizade contra Ele? 
Essa repreensão pesa sobre os infiéis desta era, 
que estão tão longe de amar a Deus, que fazem 
tudo o que podem para mostrar seu ódio por Ele. 
19 
 
(Imaginamos o que Thomas Watson teria dito 
caso tivesse vivido em nossos dias! – nota do 
tradutor). 
"O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e, 
como Sodoma, publicam o seu pecado e não o 
encobrem. Ai da sua alma! Porque fazem mal a 
si mesmos." (Isaías 3. 9). "Contra os céus 
desandam a boca, e a sua língua percorre a 
terra." (Salmo 73. 9), com orgulho e blasfêmia, e 
oferecem um desafio aberto a Deus. Estes são 
monstros da natureza, demônios em forma de 
homem. Que eles leiam seu destino: "Se alguém 
não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema-
maranata" (1 Coríntios 16. 22), isto é, seja 
amaldiçoado por Deus, até que Cristo venha 
para julgamento. Seja ele o herdeiro da 
maldição enquanto vive, e no terrível dia do 
Senhor, ouça aquela sentença de cortar o 
coração pronunciada contra ele: "Apartai-vos de 
mil malditos". 
 
 
 
 
 
20 
 
Nota do Tradutor: 
O autor não está amaldiçoando ninguém com 
estas palavras. A propósito, ele nem o faria, 
como não deveria, pois sabia muito bem que não 
devemos amaldiçoar, mas bendizer até mesmo 
os que nos perseguem e odeiam. Ainda mais 
Thomas Watson jamais o faria, porque era um 
servo piedoso e amoroso de Deus, que alcançou 
muitas almas para Cristo com o seu testemunho 
de vida, e que ainda continua abençoando a 
muitos mesmo depois de morto, pois nos fala ao 
coração através dos seus escritos. 
Estas palavras finais são extraídas das próprias 
Escrituras nas quais somos alertados quanto ao 
que sucederá àqueles que permanecerem 
odiando a Deus, em vez de se converterem a Ele. 
Quem ama, adverte, repreende, exorta, 
disciplina, buscando livrar da ruína eterna as 
almas daqueles que andam por caminhos 
tortuosos, e é isto o que o autor faz em plena 
fidelidade à ordenança de Deus, de que a 
verdade seja pregada a toda criatura debaixo do 
céu. 
Deus não tem prazer na morte eterna de 
ninguém, mas cada um escolhe o seu próprio 
destino eterno, apesar de uma tão imensa 
21 
 
oportunidade e demonstração de amor estarem 
sendo abertos a todas as pessoas, em todas as 
gerações. Grandes e eternas coisas estão 
envolvidas no plano de salvação do pecador por 
meio da fé em Jesus Cristo, conforme pode ser 
visto adiante: 
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação 
Estamos inserindo esta nota em forma de 
apêndice em nossas últimas publicações, uma 
vez que temos sido impelidos a explicar em 
termos simples e diretos o que seja de fato o 
evangelho, na forma em que nos é apresentado 
nas Escrituras, já que há muita pregação e 
ensino de caráter legalista que não é de modo 
algum o evangelho de nosso Senhor Jesus 
Cristo. 
Há também uma grande ignorância relativa ao 
que seja a aliança da graça por meio da qual 
somos salvos, e que consiste no coração do 
evangelho, e então a descrevemos em termos 
bem simples, de forma que possa ser 
adequadamente entendida. 
Há somente um evangelho pelo qual podemos 
ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra 
revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas 
do Novo Testamento. Mas, por interpretações 
22 
 
incorretas é possível até mesmo transformá-lo 
em um meio de perdição e não de salvação, 
conforme tem ocorrido especialmente em 
nossos dias, em que as verdades fundamentais 
do evangelho de Jesus Cristo têm sido 
adulteradas ou omitidas. 
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de 
apresentar a seguir, de forma resumida, em que 
consiste de fato o evangelho da nossa salvação. 
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso 
entender que somos salvos exclusivamente 
com base na aliança de graça que foi feita entre 
Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação 
do mundo, para que nas diversas gerações de 
pessoas que seriam trazidas por eles à existência 
sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, 
sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas 
de seus pecados, justificadas, regeneradas 
(novo nascimento espiritual), santificadas e 
glorificadas. E o autor destas operações 
transformadoras seria o Espírito Santo, a 
terceira pessoa da trindade divina. 
Estes que seriam chamados à conversão, o 
seriam pelo meio de atração que seria feita por 
Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que 
pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem 
receber a graça necessária que os redimiria e os 
23 
 
transportaria das trevas para a luz, do poder de 
Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria 
em filhos amados e aceitos por Deus. 
Como estes que foram redimidos se 
encontravam debaixo de uma sentença de 
maldição e condenação eternas, em razão de 
terem transgredido a lei de Deus, com os seus 
pecados, para que fossem redimidos seria 
necessário que houvesse uma quitação da dívida 
deles para com a justiça divina, cuja sentença 
sobre eles era a de morte física e espiritual 
eternas. 
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém 
idôneo que pudesse se colocar no lugar do 
homem, trazendo sobre si os seus pecados e 
culpa, e morrendo com o derramamento do Seu 
sangue, porque a lei determina que não pode 
haver expiação sem que haja um sacrifício 
sangrento substitutivo. 
Importava também que este Substituto de 
pecadores, assumisse a responsabilidade de 
cobrir tudo o que fosse necessário em relação à 
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à 
sua conversão, como a que seria contraída 
também no presente e no futuro, durante a sua 
jornada terrena. 
24 
 
Este Substituto deveria ser perfeito, sem 
pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do 
pecador é eterna e infinita. Então deveria ser 
alguém divino para realizar tal obra. 
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da 
graça feita com o Pai, para ser este Salvador,Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para 
realizar a obra de redenção. 
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua 
chamada é para uma santificação e perfeição 
eternas. Como poderia responder por si mesmo 
para garantir a eternidade da segurança da 
salvação? 
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado 
da natureza divina que sempre possuiu, a 
natureza humana, e para tanto ele foi gerado 
pelo Espírito Santo no ventre de Maria. 
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em 
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria 
ser o de alguém que fosse humano, mas 
também divino, de modo que se pode até 
mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue 
do próprio Deus. 
25 
 
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte 
de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o 
caminho para a vida eterna e o céu. 
Para que nunca nos esquecêssemos desta 
grande e importante verdade do evangelho de 
que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o 
nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou 
podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou 
a Ceia que deve ser regularmente observada 
pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu 
corpo foi rasgado, assim como o pão que 
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado 
em profusão, conforme representado pelo 
vinho, para que tenhamos vida eterna por meio 
de nos alimentarmos dEle. Por isso somos 
ordenados a comer o pão, que representa o 
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para 
o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que 
é verdadeira bebida para nos refrigerar e 
manter a Sua vida em nós. 
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e 
a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é 
estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto 
se aplica ao fato de que não há outra verdade, 
outro caminho, outra vida, senão a que existe 
somente por meio da fé nEle. A porta é estreita 
porque não admite uma entrada para vários 
caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, 
26 
 
conduzem à perdição. É estreito e apertado para 
que nunca nos desviemos dEle, o autor e 
consumador da nossa salvação. 
Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo. 
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena 
convicção desta verdade, mesmo depois de 
sermos justificados, regenerados e santificados, 
percebemos, enquanto neste mundo, que há em 
nós resquícios do pecado, que são o resultado do 
que se chama de pecado residente, que ainda 
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido 
crucificado juntamente com Cristo, ainda 
permanece em condições de operar em nós, ao 
lado da nova natureza espiritual e santa que 
recebemos na conversão. 
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor 
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa 
salvação é inteiramente por graça e mediante a 
fé? Que é Ele somente que nos garante a vida 
eterna e o céu. Se não fosse assim, não 
poderíamos ser salvos e recebidos por Deus 
porque sabemos que ainda que salvos, o pecado 
ainda opera em nossas vidas de diversas formas. 
27 
 
Isto pode ser visto claramente em várias 
passagens bíblicas e especialmente no texto de 
Romanos 7. 
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as 
enfermidades que atuam em nossos corpos 
físicos, e outras em nossa alma, são o resultado 
da imperfeição em que ainda nos encontramos 
aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde 
perfeita a todos os crentes, sem qualquer 
doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o 
faz para que aprendamos que a nossa salvação 
está inteiramente colocada sobre a 
responsabilidade de Jesus, que é aquele que 
responde por nós perante Ele, para nos manter 
seguros na plena garantia da salvação que 
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio 
Deus havia determinado justificar-nos somente 
por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão 
e com muitos outros mesmo nos dias do Velho 
Testamento. 
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé 
porque não consegue vencer determinadas 
fraquezas ou pecados, porque enquanto se 
esforça para ser curado deles, e ainda que não o 
consiga neste mundo, não perderá a sua 
condição de filho amado de Deus, que pode usar 
tudo isto em forma de repreensão e disciplina, 
mas que jamais deixará ou abandonará a 
28 
 
qualquer que tenha recebido por filho, por 
causa da aliança que fez com Jesus e na qual se 
interpôs com um juramento que jamais a 
anularia por causa de nossas imperfeições e 
transgressões. 
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a 
Jesus, mas sempre lamentará que não o ame 
tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo 
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma 
coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, 
virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a 
apresentar a Deus que ele foi salvo, mas 
simplesmente por meio do arrependimento e 
da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é 
necessário para a segurança eterna da sua 
salvação. 
É possível que alguém leia tudo o que foi dito 
nestes sete últimos parágrafos e não tenha 
percebido a grande verdade central relativa ao 
evangelho, que está sendo comentada neles, e 
que foi citada de forma resumida no primeiro 
deles, a saber: 
“Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.” 
29 
 
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação 
desta verdade, que tudo é de fato devido à graça 
de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é 
suficiente para nos garantir uma salvação 
eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e 
Deus Filho, que nos escolheram para esta 
salvação segura e eterna, antes mesmo da 
fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra 
são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle 
que somos aceitos por Deus, nos termos da 
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os 
agentes da aliança, e os crentes apenas os 
beneficiários. 
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o 
Filho, sem a consulta da vontade dos 
beneficiários, uma vez que eles nem sequer 
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé 
aos termos da aliança, eles são convocados a 
fazê-lo voluntariamente e para o principal 
propósito de serem salvos para serem 
santificados e glorificados, sendo instruídos 
pelo evangelho que tudo o que era necessário 
para a sua salvação foi perfeitamente 
consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor 
Jesus Cristo. 
Então, preste atenção neste ponto muito 
importante, de que tanto é assim, que não é pelo 
fato de os crentes continuarem sujeitos ao 
30 
 
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles 
correm o risco de perderem a salvação deles, 
uma vez que a aliança não foi feita diretamente 
com eles, e consistindo na obediência perfeita 
deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com 
Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa 
deles, como para garantir o aperfeiçoamento 
deles na santidade e na justiça, ainda que isto 
venha a ser somente completado integralmente 
no por vir, quando adentrarem a glória celestial. 
A salvação é por graça porque alguém pagou 
inteiramente o preço devido para que fôssemos 
salvos – nosso Senhor Jesus Cristo. 
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi 
dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas 
também como Profeta e Rei. 
Ele não somente é quem nos anuncia o 
evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem 
tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, 
para que não errássemos o alvo por causa da 
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a 
única coisa que pode nos afastar da 
possibilidade da salvação. 
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos 
corações, e nos submete à Suavontade de forma 
voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo 
31 
 
Seu próprio poder, a viver de modo agradável a 
Deus. 
Agora, nada disso é possível sem que haja 
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa 
da nossa salvação, pois, como temos visto esta 
causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, 
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, 
o arrependimento é necessário, porque toda 
esta salvação é para uma vida santa, uma vida 
que lute contra o pecado, e que busque se 
revestir do caráter e virtudes de Jesus. 
Então, não há salvação pela fé onde o coração 
permanece apegado ao pecado, e sem 
manifestar qualquer desejo de viver de modo 
santo para a glória de Deus. 
Desde que haja arrependimento não há 
qualquer impossibilidade para que Deus nos 
salve, nem mesmo os grosseiros pecados da 
geração atual, que corre desenfreadamente à 
busca de prazeres terrenos, e completamente 
avessa aos valores eternos e celestiais. 
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria 
até mais facilidade para Deus salvar a estes que 
vivem na iniquidade porque a vida deles no 
pecado é flagrante, e pouco se importam em 
demonstrar por um viver hipócrita, que são 
32 
 
pessoas justas e puras, pois não estão 
interessados em demonstrar a justiça própria 
do fariseu da parábola de Jesus, para que através 
de sua falsa religiosidade, e autoengano, 
pudessem alcançar algum favor da parte de 
Deus. 
Assim, quando algum deles recebe a revelação 
da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que 
dominam seu coração, o trabalho de 
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e 
eles lamentam por seus pecados e fogem para 
Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os 
receberá, e a nenhum deles lançará fora, 
conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito 
para a sua salvação exige somente o 
arrependimento e a fé, para a recepção da graça 
que os salvará. 
Deus mesmo é quem provê todos os meios 
necessários para que permaneçamos firmes na 
graça que nos salvou, de maneira que jamais 
venhamos a nos separar dele definitivamente. 
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza 
divina, no novo nascimento operado pelo 
Espírito Santo, de modo que uma vez que uma 
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. 
Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a 
velha venha a se dissolver totalmente, assim 
33 
 
como está ordenado que tudo o que herdamos 
de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo 
é feito novo em Jesus, em quem temos recebido 
este nosso novo ser que se inclina em amor para 
Deus e para todas as coisas de Deus. 
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele 
se encontra destronado, pois quem reina agora 
é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o 
pecado. Ainda que algum pecado o vença isto 
será temporariamente, do mesmo modo que 
uma doença que se instala no corpo é expulsa 
dele pelas defesas naturais ou por algum 
medicamento potente. O sangue de Jesus é o 
remédio pelo qual somos sarados de todas as 
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas 
prevaleça neste mundo ela será totalmente 
extinta quando partirmos para a glória, onde 
tudo será perfeito. 
Temos este penhor da perfeição futura da 
salvação dado a nós pela habitação do Espírito 
Santo, que testifica juntamente com o nosso 
espírito que somos agora filhos de Deus, não 
apenas por ato declarativo desta condição, mas 
de fato e de verdade pelo novo nascimento 
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé 
em Jesus. 
34 
 
Toda esta vida que temos agora é obtida por 
meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se 
entregou por nós, para que vivamos por meio da 
Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador 
de toda a criação, inclusive desta nova criação 
que está realizando desde o princípio, por meio 
da geração de novas criaturas espirituais para 
Deus por meio da fé nEle. 
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou 
seja, pode fazer com que nova vida espiritual 
seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe 
perfeitamente quais são aqueles que atenderão 
ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se 
revela em espírito para que creiam nEle, e assim 
sejam salvos. 
Bem-aventurados portanto são: 
Os humildes de espírito que reconhecem que 
nada possuem em si mesmos para agradarem a 
Deus. 
Os mansos que se submetem à vontade de Deus 
e que se dispõem a cumprir os Seus 
mandamentos. 
Os que choram por causa de seus pecados e todo 
o pecado que há no mundo, que é uma rebelião 
contra o Criador. 
35 
 
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o 
testemunho de que todos necessitam da 
misericórdia de Deus para serem perdoados. 
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas 
que costumam anular a verdade em prol da paz 
mundial, mas os que anunciam pela palavra e 
suas próprias vidas que há paz de reconciliação 
com Deus somente por meio da fé em Jesus. 
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do 
reino de Deus que não é comida, nem bebida, 
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 
Os que são perseguidos por causa do evangelho, 
porque sendo odiados sem causa, perseveram 
em dar testemunho do Nome e da Palavra de 
Jesus Cristo. 
Vemos assim que ser salvo pela graça não 
significa: de qualquer modo, de maneira 
descuidada, sem qualquer valor ou preço 
envolvido na salvação. Jesus pagou um preço 
altíssimo e de valor inestimável para que 
pudéssemos ser redimidos. Os termos da 
aliança por meio da qual somos salvos são todos 
bem ordenados e planejados para que a salvação 
seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, 
celestiais, espirituais envolvidos em todo o 
processo da salvação. 
36 
 
É de uma preciosidade tão grande este plano e 
aliança que eles devem ser eficazes mesmo 
quando não há naqueles que são salvos um 
conhecimento adequado de todas estas 
verdades, pois está determinado que aquele que 
crê no seu coração e confessar com os lábios que 
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é 
necessário para um pecador ser transformado 
em santo e recebido como filho adotivo por 
Deus. 
O crescimento na graça e no conhecimento de 
Jesus são necessários para o nosso 
aperfeiçoamento espiritual em progresso da 
nossa santificação, mas não para a nossa 
justificação e regeneração (novo nascimento) 
que são instantâneos e recebidos 
simultaneamente no dia mesmo em que nos 
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como 
nos encontrávamos na ocasião, totalmente 
perdidos e mortos em transgressões e pecados. 
E fomos recebidos porque a palavra da 
promessa da aliança é que todo aquele que crê 
será salvo, e nada mais é acrescentado a ela 
como condição para a salvação. 
É assim porque foi este o ajuste que foi feito 
entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre 
37 
 
si para que fôssemos salvos por graça e 
mediante a fé. 
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o 
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da 
nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da 
graça, e nós somos eleitos para recebermos os 
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele 
a quem foram feitas as promessas de ter um 
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras. 
Então quando somos chamados de eleitos na 
Bíblia, isto não significa que Deus fez uma 
aliança exclusiva e diretamente com cada um 
daqueles que creem, uma vez que uma aliança 
com Deus para a vida eterna demanda uma 
perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem 
qualquer falha, e de nós mesmos, jamais 
seríamos competentes para atender a tal 
exigência, de modo que a aliança poderia ter 
sido feita somente com Jesus. 
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em 
Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que 
somos também recebidos. Jamais poderíamos 
fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa 
Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto 
é tipificado claramente na Lei, em que nenhumofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem 
serem apresentados pelo sacerdote escolhido 
38 
 
por Deus para tal propósito. Nenhum outro 
Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que 
pudéssemos receber uma redenção e 
aproximação eternas, senão somente nosso 
Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu 
para este ofício. 
Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus 
por meio da fé em Jesus Cristo, importa 
permanecermos nEle por um viver e andar em 
santificação, no Espírito. 
É pelo desconhecimento desta verdade que 
muitos crentes caminham de forma 
desordenada, uma vez que tendo aprendido que 
a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus 
Filho, e que são salvos exclusivamente por meio 
da fé, que então não importa como vivam uma 
vez que já se encontram salvos das 
consequências mortais do pecado. 
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à 
segurança eterna da salvação em razão da 
justificação, é apenas uma das faces da moeda 
da salvação, que nos trazendo justificação e 
regeneração instantaneamente pela graça, 
mediante a fé, no momento mesmo da nossa 
conversão inicial, todavia, possui uma outra 
face que é a relativa ao propósito da nossa 
justificação e regeneração, a saber, para sermos 
39 
 
santificados pelo Espírito Santo, mediante 
implantação da Palavra em nosso caráter. Isto 
tem a ver com a mortificação diária do pecado, e 
o despojamento do velho homem, por um andar 
no Espírito, pois de outra forma, não é possível 
que Deus seja glorificado através de nós e por 
nós. Não há vida cristã vitoriosa sem 
santificação, uma vez que Cristo nos foi dado 
para o propósito mesmo de se vencer o pecado, 
por meio de um viver santificado. 
Esta santificação foi também incluída na aliança 
da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da 
fundação do mundo, e para isto somos também 
inteiramente dependentes de Jesus e da 
manifestação da sua vida em nós, porque Ele se 
tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça, 
redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios 
1.30). De modo que a obra iniciada na nossa 
conversão será completada por Deus para o seu 
aperfeiçoamento final até a nossa chegada à 
glória celestial. 
“Estou plenamente certo de que aquele que 
começou boa obra em vós há de completá-la até 
ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6). 
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e 
o vosso espírito, alma e corpo sejam 
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda 
40 
 
de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos 
chama, o qual também o fará.” (I 
Tessalonicenses 5.23,24). 
“Assim, pois, amados meus, como sempre 
obedecestes, não só na minha presença, porém, 
muito mais agora, na minha ausência, 
desenvolvei a vossa salvação com temor e 
tremor; porque Deus é quem efetua em vós 
tanto o querer como o realizar, segundo a sua 
boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).

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