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1 Doenças das Vias Biliares Professor: Marcus Vinícius – Aula: X Letícia Moreira Batista Nomenclaturas: Colecistolitíase: se refere à presença de cálculos na vesícula biliar. A presença de cálculos na vesícula biliar não é considerada doença, a menos que causem sintomas. Doença do cálculo biliar: cálculos biliares que causam sintomas. Doença do cálculo biliar não complicada: cólica biliar na ausência de complicações relacionadas ao cálculo biliar. Doença do cálculo biliar complicado: colecistite aguda, colangite, pancreatite do cálculo biliar, litíase biliar e síndrome de Mirizzi. Doença calculosa biliar: Cálculos de colesterol (amarelos): 75% casos – 1 mm a 4 cm únicos ou múltiplos. Pretos (20%) = bilirrubinato de cálcio = clássicos da hemólise crônica Castanho (5%) = infecção bacteriana ou parasitária no sistema biliar 1. Litiase biliar → 11 a 36% da população Fatores de Risco: Predisposição genética Dismotilidade vesicular (hipertrigliceridemia, diabéticos, gestantes, lesão medular) Dieta pobre em fibras Aumento progesterona e estrogenio Idade > 60 anos Obesidade Emagrecimento significativo (mobiliza rapidamente estoques de ct que acabam sendo excretados em > concentração na bile) Anemia hemolitica Dc ileal e crohn Ictericia com dilatação dos ductos biliares intra hepáticos = obstrução acima do ducto cístico. Vesícula biliar constantemente dilatada e indolor = vesícula de courvoisier = obs mais distal / tumor periampular ressalvas= podem estar dilatados por doença prévia / residual, enrijecimento dos ductos por cirrose ou cicatrização por colangite prévia Desconforto intenso e incômodo localizado no QSD, epigástrio. Pode irradiar para as costas (particularmente escapula direita). Sudorese, náusea e vômito. Comer uma refeição gordurosa é um gatilho comum / Dor pós-prandial. Em uma proporção significativa de pacientes a dor é noturna. Não é exacerbado pelo movimento e não é aliviado pelo agachamento, evacuações ou passagem de flatos. Dura pelo menos 30 minutos, estabilizando em uma hora. A dor então começa a diminuir, com um ataque completo geralmente durando menos de seis horas. Não apresenta aparência doente e não apresenta febre ou taquicardia. Exames laboratoriais (hemograma completo, aminotransferases, bilirrubina, fosfatase alcalina, amilase e lipase) são normais. A dor geralmente não é forte o suficiente para levar o paciente ao pronto-socorro. Não há sinais peritoneais Sintomas atípicos: Eructações Plenitude após as refeições / saciedade precoce Regurgitação Distensão abdominal / inchaço Queimação epigástrica ou retroesternal 2 Náusea ou vômito isolados Dor no peito Dor abdominal inespecífica Pacientes com sintomas atípicos sem cólica biliar associada devem ser avaliados para diagnósticos alternativos, mesmo se os cálculos biliares forem demonstrados em exames de imagem Complicações: Colecistite aguda Coledocolitiase Pancreatite aguda Abscesso hepático Colangite aguda Vesícula em porcelana – fr ca de vesicula íleo biliar – fistula colecistojejunal, calculo impactado no íleo > chance de ca na vesícula biliar. Sd de bouveret = fístula colecistoduodenal – obstrução pilórica Exames: Ultrassonografia de abdome superior = Primeiro exame a ser solicitado – identifica muito bem a vesícula. Menor precisão p/ identificar o colédoco. Tomografia de abdome = Ganha em acurácia na detecção de calculos no coledoco. Perde na deteccao de calculos na vesícula biliar. Colangioressonância = excelente definição anatômica da árvore biliar. Ótimo para coledoco. Us endoscópio = útil na avaliaçao da região periampular. Permite biópsia. Cintilogragia biliar = melhor método para confirmar o diagnóstico de colecistite aguda. (Vesícula inflamada não capta o radioisotopo – ducto cístico obstruído) Colangiografia trans hepática percutânea → cpre Tratamento: AINES (dor) Opióide – dor excruciante ou refratária Anticolinergicos e antiespasmódicos Cirurgia se: Dor biliar Litíase biliar sintomática História de complicação prévia da doença calculosa independente do estado sintomático (colecistite / pancreatite) Lama biliar documentada 2 x em episódios algicos Colecistectomia = 90% da vezes os pacientes respondem bem, mas 10% apresentam componente funcional Pacientes assintomáticos, operar se: cálculos > 3 cm / vesícula em porcelana / pólipos / anomalia congênita da vesícula / microesferocitose hereditária com litiase comprovada Optar por cirurgia aberta se: Reserva cardiopulmonar ruim (dpoc avançado, icc feje < 20%): Pneumoperitoneo CO2 – absorvido pela circulação e excretado pelos pulmões – pode agudizar acidose respiratória crônica previamente existente. Aumenta pressão intra abdominal = diminui rv e dc = choque cardiogênico Câncer de vesícula suspeito ou confirmado Cirrose com hipertensão portal (ascite) Gravidez terceiro trimestre? Procedimentos combinados Complicação + frequente = IAM! Existe tratamento clínico se risco cirurgico proibitivo? Solventes de cálculo = URSODESOXICÓLICO (ineficaz nos cálculos pigmentados (radiopacos) e > 5 mm – Ou seja, só funciona em cálculos pequenos de colesterol Litotripsia extracorporea 2. Colecistite: Processo de inflamação da vesícula biliar que resulta na imensa maioria das vezes da obstrução do ducto cístico. (Inflamação química / bacteriana (50-85% casos)/ mecânica 3 Clínica: Dor da colecistite aguda que persiste por mais de 6 horas. Anorexia, náuseas e vômitos. Febre baixa a moderada. Sinal de Murphy na região subcostal direita Laboratório – Leucocitose > 12000 a 15000 / Aumento de bb discreto = se > 4 mg/dl pensar em coledocolitiase / discreto aumento fal/ ast / aumento amilase sérica (não necessariamente indica pancreatite) Complicações – Empiema / Perfuração / Abscesso pericolecístico / Fístula bilio entérica Imagem: USG = primeiro exame – cálculos no colo da vesícula / espessamento da parede da vesicula / liq perivesicular / sinal de murphy us Cintilografia = É mais acurado/ tecnesio iv excretado na bile TC Diagnóstico diferencial: Apendicite aguda, pancreatite aguda, úlcera péptica perfurada, hepatite aguda viral ou alcoolica, pielonefrite, litíase renal, diverticulite, síndrome de Fits Hugh Curtis Hepatite alcoólica: A abstinência de álcool é a base do tratamento em pacientes com hepatite alcoólica leve a moderada (função discriminante de maddrey [df] =32 → prednisolona 40 mg por dia. Pentoxifilina Tratamento: Suporte clínico: Internação hospitalar / hidratação venosa / analgesia / dieta 0 / antibioticoterapia parenteral agentes + comuns= e. Coli, enterococos, klebsiela, anaeróbios Opções: amoxacilina com clavulanato / ampicilina + sulbactam / ceftriaxone + metronidazol / ciprofloxacino + metronidazol tempo = 7 a 10 dias Cirúrgico: o Cirurgia precoce (primeiras 24 horas) = Menor tempo de internação, retorno mais rápido ao trabalho. o Após algumas semanas – paciente com mais de 3-4 dias de evolução, preferivel esfriar o processo com antibiotico => devido ao risco de aderência. Operar 6- 10 semanas após e proceder a colecistectomia semi eletiva. o Morbimortalidade semelhante Colecistostomia = Se risco cirúrgico proibitivo: É feita uma drenagem do conteúdo da vesícula biliar Complicações: perfuração (cirurgia + antibiótico), ileo biliar (obstrução do intestino delgado por um cálculo biliar volumoso > 2,5 cm 3. Colecistite aguda alitiasica = politraumatizados graves / grandes queimados / pós operatório de grande porte = estase biliar – formação da lama biliar. 4. Síndrome de Mirizzi = obstrução do ducto hepatico comum causada por compressão de cálculo grande em infundibulo ou ducto cístico 5. Coledocolitiase: Dor dotipo biliar + ictericia + colúria + acolia fecal Sindrome colestatica e ictericia flutuante Aumento de bb ppt direta Aumento da FAL/GGT Elevaçoes moderadas das aminotransferases Dilatação do colédoco > 5 mm no pré operatório Pancreatite aguda Complicações: Colangite bacteriana aguda: o Tríade de Charcot: Icterica + febre + dor do tipo biliar o Pêntade de Reynold: Idem + Confusão mental/ Letargia e Hipotensão arterial Exames: 4 Primeiro exame = USG Colangioressonancia Padrão ouro= Colangiopancreatografia Retrograda Endoscopica (CPRE) - É diagnóstica e terapêutica. Coledocolitotomia e drenagem por tubulo T dos ductos biliares Tratamento da colangite: Antibiotico + desobstrucao da via biliar (drenagem biliar trans – hepática percutânea) Radiografia de abdome: Apenas 10 % dos cálculos biliares contêm cálcio suficiente para torná-los suficientemente radiopacos para serem visíveis em uma radiografia simples Ultrassonografia transabdominal: Exame mais útil para detectar a presença de cálculos biliares, pois não é invasivo, está prontamente disponível, é relativamente barato e não submete o paciente à radiação ionizante. 3 mm Ultrassom endoscópico: Permite a visualização da vesícula biliar sem interferência de gases intestinais, tecido subcutâneo ou fígado. É mais sensível que o ultrassom transabdominal para a detecção de cálculos biliares, particularmente em pacientes obesos ou com outras considerações anatômicas que limitam a visualização da vesícula biliar com ultrassom transabdominal. Útil para a detecção de pequenos cálculos e microlitíase Microscopia biliar: Visa detectar microcristais de colesterol ou bilirrubinato amorfo como evidência indireta da presença de microlitíase na bile A Icterícia: Bb não conjugada → lipossolúvel → afinidade com o tecido nervoso. Pode causar kernicterus em recém-nascidos por impregnação dos núcleos da base. Bb conjugada → penetra mais facilmente no tecido conjuntivo por ser hidrossolúvel → a icterícia é muito mais acentuada 5 mecanismos básicos de acúmulo de bilirrubina: 1. 1 – superprodução: anemia hemolítica 2. 2 – diminuição da captação: medicamentos (rifampicina) / dano hepatocelular 3. 3 – diminuição da conjugação: síndrome de gilbert dano hepatocelular icterícia neonatal fisiológica (imaturidade enzimática fisiológica hepática) crigler najjar ii (deficiência grave) crigler najjar i (deficiência total) 4. 4 – alteração da excreção: síndrome de dubin –johnson / rotor dano hepatocelular medicamentos 5. 5 – obstrução biliar: cálculo / tumor A colestase: é a parada ou diminuição do fluxo biliar, desde sua origem no hepatócito até o duodeno. Pode ser: Obstrutiva: intra ou extra hepática o Se obstrução abaixo do ducto cístico: haverá dilatação dos ductos biliares intra hepáticos, colédoco e da vesícula. o Se obstrução no nível do hilo hepático ou do ducto hepático comum = ductos intra- hepáticos estarão dilatados, não se visualizando a vesícula e o colédoco. o Nas obstruções de menor monta dentro do fígado = Dilatações ductais serão segmentares Não obstrutiva= Sempre intrahepática – icterícia com predomínio de bb direta / fezes claras / colúria / prurido /aumento FAL / GGT
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